Equilíbrio defensivo não funcionou em Montevideo

Ontem, o Internacional não fez uma de suas melhores partidas da era Falcão em Montevideo. Mesmo assim, trouxe um importante empate e que possibilita a equipe avançar com vitória simples ou com empate sem gols no Beira-Rio.

A defesa, tão elogiada nos primeiros jogos, não manteve o mesmo nível, falhando em diversos momentos e obrigando Renan a salvar o Colorado e evitar uma derrota. O goleiro ganhou espaço com a lesão de Lauro e entrou bem, provando que o problema estava no antigo preparador de goleiros, Clemer, que entrara na função sem o devido preparo.

Nei, Bolívar, Rodrigo e Guiñazu estiveram abaixo dos últimos jogos, principalmente no primeiro tempo, quando o Peñarol aproveitou-se e fez o seu gol. O setor não foi tão exigido na segunda etapa, principalmente em função do recuo estratégico do Peñarol. Porém sempre ficava aquele temor de uma nova falha, devido a falta de cobertura e mau posicionamento dos jogadores do setor.

Já o ataque foi praticamente nulo, só melhorando depois da entrada de Oscar. A falta de aproximação da linha de meio e a má fase de Sóbis fez Damião sentir-se um habitante da ilha de Lost. Bastou entrar Oscar, que o atacante passou a ser mais acionado, recebendo do garoto a assistência para o gol de empate do Colorado marcado por Damião.

Para o Grenal, Falcão deveria fazer algumas alterações visando uma melhoria do time num todo. Tinga deveria ser o substituto de Bolatti, suspenso. Oscar tem que começar o jogo no lugar de Sóbis, que não se adaptou ao esquema proposto por Falcão e parece ter esquecido seu futebol nas Arábias.

As alterações deixariam o esquema em um 4-4-1-1, com Oscar centralizado a frente da linha de meio-campo, podendo se movimentar por todos os setores ofensivos além de abastecer Damião. Fora utilizado no segundo tempo no Uruguai, com relativo sucesso. Para a segunda etapa, em caso de resultado desfavorável, Cavenaghi poderia entrar no lugar de Andrezinho, deixando o esquema com dois atacantes de referência.

O Inter entra favorito para o Grenal, tendo mais time e mais motivação, contra uma equipe que parece ter acusado o golpe da derrota na Libertadores e que busca no afastamento de Carlos Alberto melhorar seu clima interno para o confronto.

Inter empata e traz vantagem para o Beira-Rio

Jogando no lendário Centenário contra o Peñarol, cuja principal vocação é a de se defender e explorar os contra-ataques, o Inter tinha a convicção que fazer gols seria uma tarefa essencial.

Porém Falcão não esperava na primeira etapa a apatia de alguns jogadores e do setor defensivo num todo. Se lá na frente, a bola não chegava a Damião, que estava mais perdido entre os zagueiros que os habitantes da ilha de Lost, lá atrás a marcação era falha, com mau posicionamento e buracos, onde o Peñarol se infiltrava.

Em uma destas aos 36, Martinuccio se projetou nas costas de Nei e Bolívar até o flanco e cruzou para Corujo na linha do pênalti desviar de Renan, abrindo o placar para os uruguaios. Naquela altura, Renan já havia salvado o Inter em conclusões consecutivas de Rodríguez e Martuccio.

Era o Inter que detinha a posse de bola, cercava o Peñarol em sua intermediária, porém não concluía e nem penetrava na área ou nos flancos. Sóbis era, mais uma vez, uma presença nula no ataque, obrigando Falcão a colocar Oscar em seu lugar, na volta para a segunda etapa.

Com a entrada do garoto, postado entre Damião e a linha de meio-campo (4-4-1-1), o centroavante Colorado ganhou maior participatividade. Não se pode dizer que o Inter empurrou o Peñarol ao seu campo, porque esta era uma tática calculada pelos uruguaios para jogar nos contra-ataques e neutralizar o ataque colorado.

Faltava ao Colorado quebrar esta tática com um gol, e foi o que aconteceu com Damião, desta vez sendo bem servido por Oscar, limpando o zagueiro e concluindo. A bola bateu sutilmente no bico da chuteira do zagueiro Valdéz e encobriu o goleiro Sosa.

O Inter passou a ter o controle do jogo, podendo inclusive virar a partida. Porém acabou administrando o empate e procurando não correr riscos. A frágil defesa da primeira etapa resistiu à pressão final uruguaia, mantendo um importante resultado para o jogo da volta.

Um empate sem gols garante o Inter nas quartas de finais, porém num Beira-Rio lotado, a expectativa é de uma boa vitória na próxima quarta-feira. Mas antes, há um Grenal, onde o Inter irá motivado e terá o favoritismo no Beira-Rio.

Falcão usa a coerência para escalar o Inter

Nesta noite, o Inter começa a decisão de 180 minutos por vaga nas quartas de finais contra o Peñarol, no Uruguai.

Mais uma vez Falcão utiliza a coerência e escala o Inter dentro de suas convicções, onde a principal é a manutenção de Andrezinho como titular. O meia é o que mais bem se adaptou ao esquema 4-4-2 do treinador, sendo um dos grandes destaques neste novo time Colorado pela eficiência em marcar e atacar.

No ataque, Falcão deverá começar com Sóbis em detrimento de Oscar. Sóbis não vem jogando bem, porém Oscar vem de uma parada por lesão, e ainda não se encontra 100% fisicamente, devendo ser utilizado na segunda etapa, quando a defesa adversária já estará desgastada. Acho uma atitude acertada começar com Sóbis nestas condições, com a ressalva que Oscar deverá ser titular logo adiante.

Opções não faltam ao treinador colorado, que deverá ter entre 14 a 15 jogadores titulares, variando-os conforme as necessidades, porém sempre mantendo seu esquema e movimentação.

É praxe na Europa esta prática de revezamento, e o torcedor terá que se adaptar a esta realidade, assim como já está se acostumando com novo esquema com duas linhas de quatro, totalmente diferente da cultura futebolística brasileira.

Para hoje, o importante é a compactação defensiva, principalmente sem levar gols no Uruguai. Um empate não será um mal resultado, porém o Inter tem uma equipe superior e tem totais condições de vencer no Uruguai.

Manchester e Barcelona aguardam formalização para decidir a liga

As semifinais da UEFA Champions League se resumiram a dois jogos, exatamente os de ida.

Tanto Barcelona quanto Manchester United venceram por 2x0 na casa do adversário e só serão eliminados caso percam por dois gols de diferença, exceto pelo placar mínimo que levaria as decisões aos pênaltis.

Os jogos de volta serão mera formalidade. Não há futebol nem camisa no Schalke 04 para reverter o placar em um Old Trafford lotado. O raio que caiu em Milão contra a desorganizada Inter não cairá em Manchester contra o organizado United.

Em Barcelona, Mourinho se quiser a vaga, terá que atacar. Este verbo simboliza oferecer espaços a Messi e ao rápido ataque catalão, transformando-se em uma sentença de morte. Não atacar é conformar-se com a eliminação e procurar terminar com dignidade a competição, mesmo que isso traga consequências com a fanática e incompreensível torcida merengue.

Por mais que Mourinho tire coelhos da cartola, o Real Madrid enfrentará a melhor equipe do mundo na casa do adversário, em um palco montado para mais um show de Messi. Mourinho deu dois xeques em Guardiola, porém no jogo que mais valia, acabou levando o xeque-mate.

Os finalistas já estão conhecidos, que venha o dia 28 de maio!

Cruzeiro e Santos ensaiam um provável confronto

Os brasileiros Santos e Cruzeiro entraram em campo nesta noite e ambos venceram seus jogos, encaminhando-se para um duelo nacional pelas quartas de finais da Libertadores.

Na Colômbia, o Cruzeiro levou uma previsível pressão inicial do Once Caldas, tendo em Fábio o grande destaque da primeira etapa, contando inclusive com a trave para não sair perdendo.

Quando a equipe celeste colocou a bola no chão, mostrou a sua superioridade técnica e montou o escore favorável, em gols de Wallyson e Ortigoza, este que entrara na segunda etapa em lugar do estreante Brandão. Nuñes ainda marcou para os colombianos, em um gol de honra, mas praticamente inútil para resolver a situação da equipe na competição.

Já no outro confronto, o Santos fez o dever de casa vencendo o misto-quente do América do México. Os mexicanos vieram basicamente para se defender, porém se esqueceram de marcar Neymar e Ganso, que tiveram liberdade, apesar de o time num todo não ter jogado bem.

Suas referencias técnicas Ganso e Neymar jogaram bem apenas um tempo cada um. Ganso apareceu mais no primeiro tempo, e aproveitou-se do espaço cedido pelo América na intermediária além gramado molhado para finalizar de fora da área no canto de Ochoa, marcando o 1x0.

Podia ter vencido por mais, não fosse a apatia da equipe que recuou e trouxe o América do México para o seu campo. Neymar ,cujo futebol apareceu na segunda etapa, era a única válvula de escape, provocando os zagueiros e até levando um pisão criminoso na mão de Layun, que não levou nem cartão no lance, mas que seria expulso ao fim do jogo por falta em Léo.

Na próxima semana, terá jogo valendo no México, com o Santos buscando segurar a vantagem e se classificar, enquanto o jogo de Sete Lagoas será uma mera formalidade, ou alguém imagina o Once Caldas vencendo por 2x0 em Sete Lagoas?

Gênio Messi aparece na hora certa

Depois de 180 minutos valendo pelas competições nacionais espanholas, Real Madrid e Barcelona se enfrentariam agora em mais 180 minutos para começar a decidir qual dos dois times representará a Espanha na grande final da Champions League em Wembley. O maior torneio de clubes do mundo, de infinita maior importância comparada à Copa do Rei, que poderia zerar a inicial vantagem do Real Madrid de Mourinho.

Times apostos, relação amistosa de comprimento depois do hino da liga, e enfim a paz deu trégua para os ânimos cada vez mais acalorados. Barcelona colocou Puyol na lateral esquerda, deslocando Mascherano para zaga ao lado de Piqué, e com Keita ganhando vaga no meio no lugar de Iniesta, que não se recuperou a tempo. Mourinho manteve o mesmo esquema, sem atacantes de oficio e com Pepe no cangote de Messi.

Se a ideia era apenas se defender e evitar maiores perigos por parte do Barcelona, Mourinho teve eficiência na primeira etapa, pois o Real Madrid mal passou do meio-campo, formando um conglomerado de seis jogadores que impedia a evolução do Barcelona. A equipe catalã chegava a ficar minutos consecutivos com a posse de bola no setor defensivo, porém raramente conseguia ultrapassar a intermediaria do Real Madrid, e quando conseguia era em virtude de uma jogada individual de um de seus habilidosos jogadores, que ficavam em posição de lançamento ou de arremate.

Devido a isso, poucas chances de gols, por parte do Barcelona, enquanto o Real Madrid só chegou uma vez com perigo já ao fim do primeiro tempo com Cristiano Ronaldo. A equipe merengue só chegava em bolas paradas em faltas cavadas por Di Maria em Daniel Alves, e ainda conseguia fazer um terror psicológico no Barcelona, irritando ainda mais os jogadores catalães. Prova disso foram os constantes bate bocas durante a primeira etapa, e a confusão na saída do gramado para o intervalo que resultou na expulsão do goleiro Pinto, reserva do Barcelona.

Mourinho buscou mudar o Real Madrid com a entrada de Adebayor no lugar de Özil. Sua entrada lhe deu uma maior combatividade ofensiva, com o Real Madrid passando a diminuir os 71% de posse de bola do Barcelona. Porém a cada minuto que passava, o jogo ficava mais tenso, e o Real Madrid acabou contaminado pelo seu próprio veneno, com a entrada por cima da bola e violenta de Pepe em Daniel Alves aos 16 da segunda etapa, gerando confusão generalizada, e que resultou na sua expulsão, e na de Mourinho pela reclamação pós-confusão.

Sem o guardião da defesa e que neutralizava Messi, o jogo acabou ficando nas mãos do Barcelona. A equipe começou a criar jogadas e a perder gols, e o treinador acabou sacando Pedro para colocar Affelay, que em uma de suas primeiras jogadas, ganhou de Marcelo na direita e cruzou para Messi ganhar na corrida da defesa merengue e escorar para o gol. O jogo ficou na mão do Barcelona, que passou a jogar com ainda mais naturalidade, chegando ao segundo gol já aos 42, quando Messi tabelou com Xavi e passou como quis por Lars, Marcelo e Albiol, tocando na saída do goleiro Casillas. Mais um golaço deste gênio, que desponta no momento decisivo.

Resultado de 2x0 Barcelona, com a vantagem de jogar no Camp Nou na próxima semana. A necessidade de o Real Madrid buscar o resultado pode ser sinônimo de jogo franco e aberto em Barcelona, a menos que Mourinho jogue a toalha e mantenha este esquema que só tem a utilidade de tentar parar o Barcelona. Mourinho deu dois xeques em Guardiola, porém desta vez levou xeque-mate.

Mourinho tentará mais um xeque em Guardiola

Nesta quarta-feira, Real Madrid e Barcelona se enfrentarão pela terceira vez nas últimas duas semanas. Até agora, o saldo é favorável ao Real Madrid, que conseguiu enquadrar o Barcelona no confronto pelo Campeonato Espanhol, além de abocanhar a Copa do Rei na última quarta-feira.

Até agora, foram dois nó-táticos de Mourinho em Guardiola, com o treinador conseguindo neutralizar o potencial ofensivo catalão ao barrar a movimentação de Messi, colocando Pepe no seu cangote. O treinador português deverá manter a marcação especial no argentino, evitando barrar novamente o poderio ofensivo do Barcelona, e tentar surpreender novamente, principalmente pelo lado direito, onde a equipe catalã terá que improvisar com a lesão de Maxwell.

Jogo interessante para ver qual será a inovação tática de Mourinho, pois desta vez a decisão será em 180 minutos, e a equipe terá que atacar. Não acredito em uma repetição do esquema de falso nº 9, pois a equipe precisa fazer gols para apostar em um esquema pega-ratão no Camp Nou.

Porém futebol não é só isso, envolvendo todo um ambiente de motivação e momento, e o momento do Real Madrid é superior ao do Barcelona. E isso poderá ser o agente definitivo.

Barcelona tem mais time e Real tem mais técnico. Assistir aos jogos será um programa essencial para os amantes do futebol. Opções não faltam de canais: Band, ESPN e Rede Globo, a partir das 15h45min.

Grêmio vê passeio do Universidad e entra na UTI

O Grêmio foi derrotado nesta terça-feira no Olímpico, pelo primeiro duelo das oitavas de finais da Libertadores. Mal escalado, desorganizado e ainda com a cabeça fora do lugar, a equipe tornou-se inofensiva para os chilenos do Universidad Católica, que abriu o placar, levou o empate, porém aproveitou-se de todo o destempero do Grêmio para marcar o gol da vitória e administrar a vantagem.

No início, pareceria que o Grêmio dominaria a partida do inicio ao fim, pois nos dois primeiros minutos, tivera quatro escanteios a seu favor. Se tivesse aproveitado um deles, talvez tivesse mudado a história do jogo, porém ficou a mercê dela, que no fim lhe seria implacável.

O Universidad superou esta pressão inicial, passando a fazer o seu jogo, marcado pela forte marcação e pelo toque de bola. Quem imaginou que o Universidad seria aquelas íngremes equipes sul-americanas, que marcam e batem bastante, porém sem nenhuma criatividade enganou-se. A equipe chilena é técnica, e tocava a bola quando e onde queria, além de estar determinada a administrar o placar favorável.

Para completar a boa partida dos chilenos, só faltava o gol, o que aconteceria aos 28 minutos, quando Cañete puxou com velocidade uma jogada de ataque e serviu Pratto que desviou de Grohe. O gol desnorteou ainda mais o Grêmio, que havia chegado com perigo apenas uma vez em uma bola na trave de Douglas aos 10, e ficaria com dez jogadores com a expulsão infantil de Borges por agressão em Henríquez .

Como resultado, ficavam Leandro e Douglas batendo cabeça em meio à coesa defesa chilena, enquanto lá atrás estava três volantes e o lateral Gilson que não atacava, problema que só seria percebido por Renato Gaucho na segunda etapa, com a entrada de Lins no lugar de Magrão. Resolveu o problema da falta de atacantes, porém não o principal, que era fazer a bola chegar ao ataque.

Não havia ligação e o Grêmio mal conseguia adentrar na área chilena. Diante de tais dificuldades, Douglas teve a inteligência de finalizar de fora da área, acertando o ângulo de Garcés e empatando a partida. O gol deu novo ânimo ao Grêmio, que foi pra cima aos trancos e barrancos, enquanto o Universidad controlava bem o jogo, pois o empate com gols lhe interessava pelo saldo qualificado.

A equipe começou a catimbar, irritar o Grêmio, que nervoso pelo resultado adverso, caiu no jogo chileno. Para completar, o bom centroavante Pratto receberia um cruzamento açucarado de Meneses, não precisando nem impulsar-se para marcar o segundo e derradeiro gol do Universidad. O Grêmio entregou-se em campo, e o Universidad perderia já aos acréscimos uma grande chance para marcar o terceiro e liquidar o confronto.

Resultado justo pelo que as equipes mostraram na partida. O Grêmio não jogou, entrando todo desorganizado e sem alternativas de ataque. Leandro foi figura nula, enquanto Borges comprometeu o time ao ser expulso infantilmente. Renato Gaucho escalou o Grêmio com Adilson, Rochemback e William Magrão, além de Gilson, jogadores de reconhecida contenção e de fraco apoio. Só foi colocar figura criativa quando o Grêmio já estava totalmente desiludido no jogo, não obtendo nenhuma resposta.

Já o Universidad volta ao Chile virtualmente classificado para as quartas de finais. É um time rápido e técnico, que sabe cadenciar a partida e tem a paciência de atacar na hora certa. Tem em Pratto um grande centroavante das antigas, com imposição, oportunismo e posicionamento, além de ser habilidoso.

Grêmio vai ao Grenal em um mar de indefinições.

Manchester trás classificação virtual de Gelsenkirchen

No primeiro jogo da semifinal, o Manchester United fez valer o seu favoritismo e venceu o Schalke 04 em plena Arena AufSchalke por 2x0, gols de Giggs e Rooney. E o placar ficou barato, tamanha a imposição técnica do Manchester, que dominou o jogo em sua maior parte, só não goleando devido a tamanha jornada feliz do goleiro Neuer, o melhor da partida.

Fergusson manteve seu esquema 4-4-2 de grandes jogos, preferindo o seu coringa Park Ji-Sung à Nani, e mantendo Giggs como médio-central. A tática deu certo, e com a marcação adiantada no campo do adversário, acabou encurralando o Schalke, que ainda contava com um buraco no setor intermediário onde Papadopoulos era o único encarregado na marcação, não dando conta das infiltrações dos jogadores do Manchester, que aproveitavam-se do espaço e chegavam à grande área com imensa facilidade.

Como resultado disso, foram 11 finalizações na primeira etapa, com o goleiro Neuer evitando o 0x0, além da má pontaria da equipe inglesa. O goleiro alemão foi o grande destaque da primeira etapa, segurando finalizações de Rooney, Park Ji-Sung, Chicharito e até de Giggs, tanto em cabeçadas quanto em chutes à queima-roupa. A superioridade era tão imensa, que o adversário mal conseguia passar do meio-campo, com Van der Sar não precisando fazer nenhuma grande defesa.

Na segunda etapa, o jogo continuava igual, com o Manchester perdendo mais três grandes chances nos primeiros minutos e com Neuer fechando o gol com grandes defesas, até que o treinador Ralf Rangnick percebeu o problema da falta de proteção na cabeça da área, sacando Baumjohann para a entrada de Kluge. A mudança tática do Schalke deixou a equipe equilibrada, conseguindo inclusive se arriscar ao ataque.

Por ironia do destino, quando a equipe alemã conseguiu acertar a marcação e diminuir a força ofensiva do Manchester, a equipe inglesa viria a fazer dois gols quase que consecutivamente. Aos 21, grande jogada de Rooney na intermediária e que viu a infiltração do Giggs, lançando para o veterano abrir o placar e entrar para a história, virando o jogador mais velho a marcar na Champions League aos 37 anos e 128 dias. Dois minutos depois, Chicharito aproveitou-se de uma falha de cobertura da defesa alemã e conseguiu servir Rooney, que só teve o trabalho de desviar de Neuer.

Foi um 2x0 justo, e que poderia ter sido mais, não fosse a excepcional jornada do goleiro alemão Neuer, que é cotado para substituir Van der Sar, que se aposentará ao fim da temporada. O Manchester termina a sua participação fora de casa sem levar gols, sofrendo apenas três em toda a competição, disparadamente a melhor defesa.

O grande trunfo é o meio-campo, que consegue proteger a defesa e criar alternativas para o ataque, devido à grande disciplina tática dos comandados de Fergusson. Chicharito se afirmou, sendo o parceiro que Rooney não tinha desde a saída de Cristiano Ronaldo para o Real Madrid.

O Manchester é o virtual finalista, com o jogo da volta em Old Trafford sendo uma mera formalidade.

Semifinais começam hoje com disputa de relegados

Hoje inicia o primeiro duelo semifinal entre Schalke 04 e Manchester United pela Champions League. Duelo relegado, pois todas as atenções estão voltadas ao duelo desta quarta-feira entre Real Madrid e Barcelona, cujo vencedor é encarado como virtual campeão.

Teorias a parte, o Manchester é favorito para avançar para a grande final, porém não deverá ter vida fácil hoje em Gelsenkirchen. A equipe titular não tem grandes problemas, a não ser a duvida O’Shea, é duvida por lesão. Sem ele, Fergusson perderia marcação, porém ganharia o apoio do jovem Rafael. Do meio para frente, Giggs, Rooney e Chicharito confirmados.

Já do lado alemão a expectativa recai nos ombros de Raul, que jogou praticamente toda a sua carreira no Real Madrid e encaixou no Schalke 04, sua nova casa. O atacante, que é o maior goleador da história da competição, é o grande referencial técnico da equipe alemã, que busca chegar a sua primeira final da principal competição europeia. Um bom resultado hoje e sem levar gols é essencial para que este sonho torne-se realidade.

Na banca de apostas, colocaria 75% das minhas fichas no Manchester, enquanto apenas 25% ficariam do lado alemão. Não se pode colocar uma eventual classificação do Schalke como zebra, afinal a equipe já eliminou com autoridade a Internazionale, porém coloco um razoável favoritismo pelo lado inglês, que é um time copeiro e que seria uma pedra no sapato dos espanhóis em uma eventual final.

Falcão começa a se afirmar como treinador

Paulo Roberto Falcão já é motivo para elogios, e aos poucos encaminha a sua afirmação como treinador de futebol. Dono de uma idéia tática, Falcão mal assumiu o comando técnico do Inter e implantou um esquema clássico na Inglaterra, porém não muito utilizado na cultura brasileira. Suas convicções e coerências deixaram o Inter seguro defensivamente, além de possibilitar um crescimento do potencial ofensivo, mesmo com apenas três jogos, que foram três decisões.

O segredo deste sucesso inicial é a coerência. Falcão não inventa, faz o que deveria fazer e que a maioria em seu lugar faria. Sua única inovação foi postar a equipe em duas linhas de quatro, em um 4-4-2, com as movimentações que o esquema oferece, além de ter critérios para escalar e alterar o time ao longo do jogo.

Seu esquema ainda está carente, fruto do pequeno tempo para treinamento, porém na medida em que os treinamentos e jogos acontecerem, aumentará o ritmo de jogo e a intimidade dos atletas com o novo padrão tático e suas variações, tornando-se homogêneo defensivamente e ofensivamente. Aparecerão alternativas de jogadas e de movimentação dos atletas, com a possibilidade de surpreender o adversário e deixar o Colorado mais perigoso do que já é.

O treinador também terá um problema que todos os seus outros colegas de profissão gostariam: o acúmulo de opções para escalar. D’Alessandro, Oscar e Andrezinho brigarão por duas vagas, e Tinga se credencia a disputar posição com Bolatti e Guiñazu. A zaga se acertou com Bolívar e Rodrigo. O ex-capitão colorado fez hoje contra o Juventude a sua melhor atuação no ano com a camisa do Inter. As laterais continuam problemáticas, e talvez a prática de treinamento possa oferecer melhorias.

Porém o ataque continua sendo um setor carente. Sóbis continua sem corresponder, e não considero Zé Roberto uma boa opção no ataque. O treinador teria o jovem Ricardo Goulart ou Cavenaghi para utilizar, com o argentino formando um ataque com dois centroavantes, algo comum nas equipes inglesas com menor qualidade técnica e com relativa resposta. Já Goulart poderia ser mais bem trabalhado, visto que sempre que entrou, ofereceu boa resposta.

Vida de técnico no Brasil é complicada, pois pode estar em alta em um dia, como pode ficar em baixa em outro, porém se mantiver a coerência e as convicções, Falcão tem totais condições de ser um dos grandes treinadores do futebol brasileiro.

Falcão mantém 100% e o Inter está na final

Falcão estreou no comando técnico Colorado em uma roubada de ter várias decisões pela frente. E até agora teve 100% de sucesso com três vitórias, sendo esta ultima contra o Juventude, a primeira fora de casa e que colocou o Inter na decisão do segundo turno em um Grenal, que poderão ser três no Gauchão caso o Inter o vença, ou será a conquista do Gauchão em caso de vitória gremista.

No jogo de hoje, aperfeiçoamentos no esquema do treinador já puderam ser visualizados, virtude de um maior tempo de treinamento. Oscar entrou na posição de D’Alessandro, que estava suspenso, efetuando eventualmente um “overlap” com Andrezinho, com estes trocando as posições de acordo com as jogadas. Estes meias laterais, que chamo de wingers, estavam mais soltos e centralizavam para armar jogadas e até finalizar, como Oscar que acertou o travessão na segunda etapa.

Porém o jogo teve poucas chances de gols, devido à grande marcação de ambos os lados. O esquema de duas linhas de quatro de Falcão trás segurança à defesa, que só foi ameaçada em algumas falhas de cobertura isoladas, principalmente nas costas dos laterais. Por outro lado, o Juventude conseguiu marcar os médios do Internacional, que conseguiam se movimentar, porém não conseguiam fornecer jogadas para Sóbis e Damião. O primeiro, até tentava voltar para pegar a bola, porém se esbarrava na marcação, enquanto o segundo foi uma ilha isolada que pouco conseguia fazer, pois a bola sempre lhe chegava quadrada.

Com dificuldades de penetração na área de ambos os lados, os gols só sairiam de fora da área, e foram golaços que valeram o preço do ingresso. Primeiro com Bolatti aos 19, recebendo uma bola na entrada da área, dominando no peito e colocando no ângulo de Rafael com um chute seco, pegando na veia. Porém logo depois o volante (que neste esquema chamo de médio-central) fez uma falta boba na intermediária, que Fred acertou o ângulo de Renan na cobrança da infração.

Bolatti, apesar de ter marcado, maculou a sua atuação com faltas, que lhe viriam a merecer o cartão vermelho aos 20 minutos da segunda etapa. Em campo, o Inter foi melhor até o gol de empate sofrido, retomando o controle da partida na segunda etapa, e nem a expulsão do volante argentino foi capaz de diminuir o poderio Colorado. Falcão foi obrigado a recompor o esquema com a entrada de Tinga no lugar de Sóbis e fazendo a função de Bolatti. Tinga agregou com uma saída mais bem qualificada ao ataque, e foi companhia para Damião na jogada que deu a vitória ao Inter, quando o centroavante fez uma linda jogada pela direita, dando uma lambreta no lateral esquerdo do Juventude e cruzando para Tinga cabecear para as redes.

O Juventude tentou, mas não conseguiu atacar nos minutos finais tamanha compactação do Colorado, que buscava inclusive atacar e manter a posse de bola. De perigo, apenas um chute de Cristiano aos 41 chutando pela rede do lado de fora. O Inter mereceu a vitória, que seria dada em questão de tempo, não fosse a expulsão que dificultou as ações, pela inferioridade numérica, mas que se tornou possível devido a Falcão manter suas convicções, mesmo com as adversidades.

A cada jogo o Inter de Falcão se afirma, e a tendência é melhorar ainda bem com um maior tempo de treinamentos. Grenal a vista no domingo, porém antes tem o Peñarol pela Libertadores. Não levar gols no Uruguai é fundamental para a caminhada do tricampeonato do Colorado.

Grêmio decidirá segundo turno do Gauchão

O Grêmio não fez uma grande partida, mas venceu o Cruzeiro neste Sábado por 3x2, o que lhe deu o direito de disputar a final do segundo turno do Gauchão, e como fora campeão do primeiro, podendo ser campeão Gaucho no próximo domingo, contra o vencedor de Inter e Juventude que se enfrentam amanhã no Alfredo Jaconi.

O jogo de hoje foi daqueles complicados, pois a equipe tricolor enfrentara a talvez a terceira força da competição. O Cruzeiro é uma equipe organizada, e que procurou jogar de igual para igual com o Grêmio. Tal equilíbrio, que pode ser visto pelo escore apertado, foi posto a prova durante cerca dos 75 minutos em que o adversário gremista esteve em igualdade numérica de jogadores. A expulsão de Alberto fora justa, visto que o jogador foi imprudente e cometeu uma infração passível de cartão amarelo, e como já havia, acabou sendo expulso.

O Cruzeiro complicou a vida do Grêmio, não se intimidando com o lindo gol de Leandro em jogada individual ao fim da primeira etapa. Acabou empatando logo no inicio do segundo tempo em jogada aérea, jogada que é sinônimo de gol para o adversário devido à inofensividade dos zagueiros gremistas, que estão sempre mal posicionados. Assim também sairia o segundo gol, marcado por Léo Maringá, quando o jogo já estava 2x1 para o Grêmio. A defesa é problema não sanado, e hoje, para complicar, o Grêmio havia perdido Victor na primeira etapa após se chocar com o cruzeirense Mauro e cair mal no gramado. Também pode ser explicado táticamente com a liberdade dada à Gabriel e Lúcio, que de laterais viraram alas, oferecendo espaços em suas costas que não foram bem cobertos pela retaguarda gremista, e que foram bem explorados pelo adversário.

O Grêmio também atacava, marcando o seu segundo gol logo após o primeiro do Cruzeiro, em chute de William Magrão e que fora desviado por um defensor adversário, enganando o goleiro Fabio. E quando o jogo estava aberto, em 2x2, e Renato Gaucho sacou Borges para a entrada de Carlos Alberto, numa atitude incompreensível para quem queria ganhar o jogo, eis que surge um gol milagroso de Rafael Marques surgindo atrás da zaga do cruzeiro e completando para o gol um cruzamento de Rochemback em uma falta cobrada nas proximidades da grande área.

O Cruzeiro sentiu o gol e a expulsão de Alberto que viria a acontecer logo depois, tornando o caminho de administração da partida fácil ao Grêmio. Classificação garantida, agora é se preocupar com o primeiro jogo da Libertadores terça-feira no Olímpico, contra o Universidad Católica. É necessário fazer escore e de preferência sem levar gols. Lúcio e Victor saíram machucados do confronto desta noite, e caso não tenham condições de jogo, será uma perda e tanto para o Grêmio, pois vejo Lúcio como um dos jogadores mais importantes do tricolor na criação das jogadas, enquanto Victor segura a barra lá atrás.

Novas Regras funcionam em determinados circuitos

Já se passaram três etapas, e agora já é possível uma melhor análise sobre os novos dispositivos da F1 para esta temporada. Pode-se dizer que o inicio é animador, com a emoção retornando aos Grandes Prêmios, assim como as ultrapassagens. Tanto o KERS quanto a Asa traseira flexível tem a sua positiva contribuição neste novo cenário, porém o grande destaque fica por conta dos novos compostos de pneus da categoria, agora fabricada pela Pirelli.

O KERS parece mais maduro do que o que fora utilizado há dois anos, menos pesado e fazendo total diferença na largada, o que pode ser visto pelas dificuldades das Red Bulls que ainda não tem o dispositivo funcionando 100% em virtude de um superaquecimento que ele gera. Já a Asa traseira flexível proporcionou várias ultrapassagens, porém a grande maioria em virtude do desnivelamento dos carros, técnico ou pelo desgaste dos pneus.

Os compostos da Pirelli tem sido o “file mignon” da temporada, capazes de arruinar uma corrida em função de uma estratégia mal estudada, como fora com Vettel na China. Os pneus foram projetados para terem uma vida útil, perdendo então a intensidade e caindo vertiginosamente de desempenho, proporcionando então alternativas para as corridas.

Esta é a maior explicação para o grande aumento de ultrapassagens nesta temporada. Na Austrália, onde não há uma grande reta, além de não haver um acentuado desgaste nos pneus, o número de ultrapassagens pode ser comparado a 2009, por exemplo, enquanto nos outros GPS com maiores retas e desgaste dos pneus, proporcionaram um número de ultrapassagens só visto em corridas disputadas na chuva, onde o índice de imprevisibilidade é maior. Já nas pistas onde não há um grande desgaste dos pneus, o panorama ficará o mesmo dos últimos anos, com a corrida parecendo um trilho de autorama.

Tecnicamente falando, a categoria tem a RBR como a grande equipe na temporada, um degrau acima da McLaren, que anda perto, mas não no mesmo ritmo, mesmo com a equipe de Vettel e Webber ainda não podendo usar o KERS regularmente. A McLaren tende a evoluir, podendo até disputar a primeira posição, porém ainda é inferior aerodinamicamente à escuderia de Adrian Newey, mesmo possuindo o KERS e um motor superior. A vitória de Hamilton na China foi mais por questões estratégicas em relação aos pneus, pois em condições iguais daria Vettel novamente.

Mercedes e Ferrari formam o segundo pelotão, que pode contar ainda com a Renault. A escuderia de Maranello está defasada em relação à RBR e McLaren, devendo trabalhar para ser a terceira força, pois dificilmente conseguirá acompanhar as duas nesta temporada. Já deveria rever conceitos e projetar o carro de 2012 para tentar reduzir a disparidade. Já a Williams eu ainda não tenho a convicção se é um carro mal nascido ou que detalhes o emperram. No caso do segundo problema, poderá haver recuperação de rendimento substancial com melhorias nestas insuficiências, porém se o carro é insuficiente num todo, a equipe então já deveria se focar em 2012.

Tenho uma convicção, que uma vez saindo atrás nas novas regras, dificilmente uma equipe consegue se recuperar enquanto não houver outra grande mudança na categoria, pois não há testes e a pré-temporada é limitadíssima. Sou contra este tipo de estratégia, pois na minha visão a categoria deveria ser nivelada por cima, com testes para aperfeiçoamento dos carros e maior rodagem para os pilotos. Sempre quando algum piloto titular fica indisponível, é um show de horrores para um novato que venha a correr, inclusive pegando desprevenidos pilotos experientes e que não tem boa rodagem há algum tempo.

A categoria volta dia 08 de maio na Turquia, com a quarta etapa do Mundial 2011 e que promete ser a última em solos turcos. O porquê eu explicarei no tópico introdutivo ao GP da Turquia. Até lá!

Cultura tática de Mourinho vence futebol arte do Barcelona

Os confrontos entre Real Madrid e Barcelona vão bem além da imensa rivalidade entre as duas equipes, que atualmente ostentam o titulo de melhores do mundo, ou para os mais céticos em rótulos, que pelo menos jogam o melhor futebol do mundo. É presenciar o paradoxo entre um futebol bonito, plástico que e que enche os olhos do torcedor, com outro futebol longe de ser feio, porém sem brilho e de certa forma chato, voltado à tática, mas eficiente e que trás resultados.

Não vi ao vivo o confronto em sua totalidade, pois estava vendo a Premier League, e me liguei apenas no terço final do tempo regulamentar além da prorrogação, chegando a tempo, portanto, de presenciar o gol de Cristiano Ronaldo que deu o titulo ao Real Madrid da Copa do Rei, que não leva à Champions League, porém não deixa de ser importante por toda a sua história e histórico de rivalidades.

Depois de um 1x1 no confronto pelo Espanhol, e muito criticado por gente importante do meio do futebol pelo defensivismo excessivo, Mourinho revolucionou ainda mais na decisão da Copa do Rei. Não abriu mão da sua linha ofensiva Di Maria, Özil e Cristiano Ronaldo, e para manter Pepe no cangote de Messi, abriu mão do homem da referencia, jogando num imaginável 4-3-3-0, ou 4-6-0. Sem atacantes de oficio, porém com ataque, visto que a sua linha mais adiantada não deixava de atacar, e tendo em Cristiano Ronaldo o homem mais agudo, relembrando seus tempos de Manchester onde jogava como atacante em algumas oportunidades.

Imagina-se uma equipe sem atacantes como aquela em que só tem a tarefa de se defender, mal passando do meio-campo. Porém Mourinho fez desta equipe equilibrada, com ofensividade principalmente na primeira etapa, indo para cima do Barcelona e dominando o jogo neste período. O Barcelona foi só encontrar mais espaços na segunda etapa, quando de certa forma, o Real Madrid já não havia mais tanto folego pela extrema dedicação tática, além de estar se preservando para a prorrogação, pois tinha o Barcelona sob controle. Depois o resultado todo mundo sabe, com gol de Cristiano Ronaldo de cabeça em jogada de Di Maria.

Mas o que tem de diferente nisso? Para muitos é um conglomerado defensivo como aquele que o treinador português se viu obrigado a colocar contra o Barcelona em 2010, quando estava na casamata da Internazionale, conseguindo a brilhante tarefa de segurar o Barcelona com um jogador a menos e usar a vantagem que tinha a favor para colocar o regulamento debaixo do braço e se classificar para as finais da Champions League.

Porém para os mais observadores, trata-se de um novo caminho, alternativo, e que teria a incrível função de abolir o atacante de oficio, ganhando mais homens no meio-campo, e nem por isso deixando de atacar. É algo arriscado, que dificilmente outro treinador que não fosse Mourinho conseguiria colocar em prática em pouco tempo, mesmo tendo em mãos alguns dos melhores jogadores do mundo. O português a cada dia dá mostras que é o melhor treinador do mundo, capaz de tirar coelhos da cartola e cada vez mais afirmar a imprevisibilidade do esporte, que está longe de ser uma ciência exata.

É algo que certamente deverá ser experimentado no Brasil, porém com um resultado final que não gostaria nem de imaginar. Não há cultura tática no país para este esquema, que aqui será efetivamente um 4-6-0 literalmente sem ataque, pois vai demorar ainda para que grande parte dos boleiros tupiniquins consigam assimilar funções táticas pré-definidas e respeitá-las na integridade. Alguns têm esta capacidade e acabam tendo sucesso na Europa, porém ainda são raras exceções.

Portanto, Alo treinadores! Não inventem! No Brasil é 4-4-2 e pronto.

Dupla Grenal longe da TV Aberta nas oitavas

A Conmebol divulgou hoje os horários das oitavas de finais da Libertadores e Porto Alegre, única cidade com duas equipes, não assistirá em TV aberta nem a Inter e nem ao Grêmio nesta fase.

O Grêmio jogará nas terças-feiras (26/04 e 03/05), enquanto o Inter jogará nas quintas-feiras (28/04 e 05/05), em horários da TV fechada. Com isso, a solução será olhar via TV Paga (para quem tem), via streaming pela internet, ou ir a um amigo ou em um local que transmita os jogos, ou ainda via radinho para quem se contenta apenas com narração das rádios.

A Globo pode mostrar simultaneamente apenas dois jogos da competição, independente da praça que vier a exibi-los. Porém vê-se o baixo prestigio da dupla Grenal perante a emissora que detém os direitos, pois Minas, que é um mercado futebolístico fora da rede e ao mesmo nível de Porto Alegre, poderá assistir aos dois jogos do Cruzeiro ao vivo em TV Aberta, enquanto a capital gaúcha não assistirá a nenhum dos quatros jogos da dupla Grenal.

Definidos os confrontos das oitavas de finais

Com o encerramento da primeira fase, foram definidos todos os confrontos para as oitavas de finais da Libertadores, tendo como destaque dois possíveis confrontos de brasileiros nas quartas de finais.

No Lado A da chave, está o Cruzeiro, que enfrenta o Once Caldas da Colômbia, e cujo vencedor pega quem levar a melhor do confronto entre América do México e Santos. Já no Lado B, o Internacional pegará o Peñarol do Uruguai nas oitavas, e se passar pelo adversário uruguaio poderá pegar o Grêmio, que enfrenta os chilenos do Universidad Católica. O Fluminense também caiu neste lado, porém ficou na parte de cima enfrentando os paraguaios do Libertad, enfrentando o vencedor entre LDU do Uruguai e Vélez Sarsfield da Argentina em uma eventual classificação, que ainda poderá coloca-lo no caminho da dupla Grenal em uma eventual semifinal.

Mas vou ir com calma, por partes, ou melhor por fases, e as oitavas de finais que interessam. Cruzeiro e Inter tem totais chances de passar para as quartas. Grêmio e Santos tem paradas mais difíceis, além de terem que decidir fora de casa, e encaro o adversário do Fluminense como o mais forte entre os confrontos de brasileiros, considerando a missão do Fluminense como a mais ingrata.

Semana que vem começam os mata-matas da Libertadores, onde as equipes argentinas costumam crescer e complicar as brasileiras. Vélez e Estudiantes serão grandes adversários, assim como Libertad e LDU que fazem boas campanhas e tem excelentes times. Porém os brasileiros são superiores, com totais condições de levantar a taça.

Santos e Fluminense colocam todos os brasileiros nas oitavas

Nesta noite findou-se a primeira fase da Libertadores com final feliz para Santos e Fluminense. O primeiro tinha uma tarefa simples, de vencer o já eliminado Deportivo Táchira, enquanto o tricolor carioca precisou ser heroico para trazer da Argentina a sua classificação.

No primeiro jogo brasileiro da noite, valendo classificação pelo Grupo 5, o Santos voltou a mostrar o bom futebol, e com gols de Neymar, Jonathan e Danilo venceu o Táchira por 3x1, garantindo o segundo lugar do grupo e a 9ª campanha da primeira fase, que lhe credenciou a enfrentar o América do México. O primeiro lugar só não foi possível devido à vitória de virada fora de casa do Cerro Porteño contra o Colo-Colo, que lhe deu a quinta melhor campanha da primeira fase e o colocou o Estudiantes como adversário.

Já o outro jogo foi uma epopeia do Fluminense, driblando todas as adversidades que um estádio acanhado e a experiência latina trazem para a competição. Para complicar, ainda sofreu com o fogo amigo de seus defensores, que deram mole nas jogadas que originaram os dois gols argentinos. Porém comandado por Fred, Conca e pelo He-Man Rafael Moura, a equipe teve forças para buscar uma vitória por dois gols de diferença, que somado ao empate de compadres entre Nacional do Uruguai e América do México em Montevidéu, lhe deu a classificação como segundo no grupo e 15ª campanha no geral, colocando-o no caminho do Libertad.

No fim parece que tudo conspirou a favor dos brasileiros, pois não imaginava as classificações de Santos e Fluminense até rodadas atrás. As equipes venceram em momentos chave, conseguindo buscar os pontos necessários para as classificações. Agora chega a hora da verdade, com os mata-matas e equipes que passaram despercebidas deverão crescer. Farei um post/análise sobre a competição.

Arsenal cede empate para a alegria do Manchester

Hoje finalmente o Arsenal descontou o jogo a menos que tinha em relação ao Manchester, em uma parada indigesta de enfrentar o Tottenham em White Hart Lane. Em condições normais, um empate em 3x3 seria comemorado, porém depois de estar vencendo por 3x1 soou como uma derrota, que praticamente elimina as chances de título do Arsenal na Premier League.

No total foram 6 gols em um jogo de ritmo intenso. O Arsenal deu logo o seu cartão de visitas ao abrir o placar logo aos 4 minutos com Walcott entrando em velocidade na linha burra de impedimento da defesa do Tottenham e só desviar de Gomes. Van Der Vaart pegaria um lançamento de Ćorluka e chutaria cruzado para empatar aos 6, porém aos 10 Nasri colocou novamente os “gunners” na frente, desta vez em chute rasteiro da intermediária. Os gols explicam por si a intensidade de ritmo inicial da partida, que durou enquanto houve folego de ambos os lados.

Mesmo com a queda de ritmo, ambos os times buscavam o ataque, e por consequência mais gols surgiram. Aos 40, Walcott aproveita um cruzamento mal afastado por Gallas e cruza novamente para Van Persie marcar o terceiro após duas tentativas, onde na primeira Gomes havia feito um milagre, configurando-se no terceiro gol do Arsenal. O jogo poderia estar encaminhado se não fosse o gol do Tottenham logo depois com Huddlestone pegando um rebote da entrada da área no canto de Szczesny, que ofuscado pela quantidade de jogadores no caminho nem viu a bola passar.

O jogo ainda estava encaminhado ao Arsenal, porém o Tottenham melhorou bastante na segunda etapa com a entrada de Lennon em lugar do lesionado Bale, com os “Spurs” passando a dominar o jogo. Foi ele inclusive que sofreu o pênalti que originou o gol de empate, convertido por Van der Vaart aos 30 minutos. O Tottenham teve chances inclusive de virar a partida, com o goleiro Szczesny salvando o Arsenal.

O empate deixa o Arsenal com 64 pontos, há 6 do Manchester e agora com o mesmo número de jogos. Perdeu a vice-liderança para o Chelsea que hoje venceu o Birmingham por 3x1, e agora está com os mesmos 64 pontos dos “gunners”. Quem ainda considera o campeonato em aberto, tem que colocar o Chelsea na briga, pois assim como o Arsenal, a equipe azul também enfrenta o Manchester, só que em Old Trafford. Porém encaro o campeonato como encaminhado pró-Manchester. Só um desastre o tira do seu 19º titulo da Premier League.

A vitória do Inter que lhe deu o primeiro lugar

Nesta terça-feira, o Inter venceu o Emelec por 2x0 no Beira-Rio. O esquema ainda em desenvolvimento enfrentou dificuldades contra a formação equatoriana, porém pequenos detalhes fizeram a diferença, encaminhando um final feliz para o Colorado que garantiu o primeiro lugar no grupo e pelo menos o terceiro lugar geral da primeira fase da Libertadores.

As dificuldades vistas contra o Santa Cruz foram aumentadas diante do Emelec, que utilizou uma cópia espelho do esquema colorado, porém com maior variação e um maior poderio de marcação, dificultando as jogadas ofensivas do Inter. Pode-se dizer que no primeiro tempo o Inter não jogou, pois entrou afoito e errava muitos passes, não conseguindo criar soluções para penetrar na defesa equatoriana.

De chances de gol na primeira etapa, só em cabeçadas de Rodrigo e Andrezinho, que erraram o alvo. O Emelec conseguia conter os avanços dos wingers Colorados D’Alessandro e Andrezinho, e como não havia uma subida dos laterais nem dos médios centrais, a equipe Colorada ficava engessada, perdia a bola e irritava o torcedor.

O Emelec teve uma boa posse de bola, e eventualmente se arriscava ao ataque cavando faltas próximas a área ou efetuava cruzamentos. Chegou algumas vezes com perigo, porém errou nas finalizações e deu pouco trabalho à Renan. Ainda teve a seu favor um polemico lance faltoso de Menéndez em Rodrigo, que viria a marcar um gol para os equatorianos e que fora anulado pelo árbitro Óscar Ruiz pela infração.

No segundo tempo, tudo continuava igual até o Inter achar o seu gol, logo aos 6 minutos, com D’Alessandro cruzando para a área, Damião escorando para Sóbis também de cabeça mandar para o gol. A bola seria defensável para o goleiro Klimovicz que se enrolou e deixou ela passar para se configurar na vitória parcial do Inter. Este lance é comum nos times ingleses médios/pequenos que utilizam o esquema, e devido a isso, muitos utilizam dois atacantes no estilo centro-avante.

A desvantagem no marcador obrigou o Emelec a se arriscar mais, abrindo espaços para o Inter. Surgiram então os contra-ataques e as jogadas individuais, principalmente com D’Alessandro. O Inter perdeu várias oportunidades devido a imperfeições no último toque, aquele que deixaria um jogador na cara do gol. Foi assim com D’Alessandro e também com Sóbis, que viria a ser substituído por Cavenaghi aos 33. O argentino entrou bem, participando da jogada do segundo gol, que ainda envolveu D’Alessandro e Guiñazu, sendo que este finalizou ao gol para defesa parcial de Klimovicz e no rebote Damião guardou o seu. Gol importante para o esquema, pois Falcão liberou Guiñazu para avançar e o argentino foi peça fundamental na jogada do segundo gol.

Jogo difícil como era de se imaginar, com vitória no detalhe e no fórceps. O torcedor chegou a vaiar a equipe na primeira etapa, porém tinha que ter a consciência que é inicio de trabalho, e que Falcão é um aprendiz de treinador e não de mágico, não tendo tempo hábil para aperfeiçoar o seu esquema tático. Pelo menos a torcida jogou com o time na segunda etapa, ajudando o Internacional a se impor e melhorar após o primeiro gol.

A vitória garante o Inter pelo menos como a terceira melhor campanha da primeira fase, podendo ser a segunda caso o Libertad não vença o seu jogo. Falcão deverá treinar alternativas de movimentação em seu esquema, que ainda está muito cru. Uma prova disso é a dificuldade da equipe enfrentar equipes fechadas e organizadas como o Santa Cruz e o Emelec.

Para isso, é necessário que os laterais apoiem mais, criando soluções para os wingers, que podem centralizar e ficar em posição de arremate. Também é fundamental que os médios centrais avancem para a intermediária adversária, ficando em posição de arremate ou de lançamento em profundidade para alguém entrar em velocidade pelo flanco. Para que tudo isso funcione, é necessária uma compactação ainda maior do time, de modo que os espaços em função destes avanços não sejam fonte de risco para os contra-ataques adversários.

A equipe tem tudo para evoluir com os próximos treinamentos e jogos, mostrando um futebol mais próximo ao que o torcedor e o próprio Falcão gostariam de ver. Agora é esperar o adversário da Libertadores, que pode ser Peñarol, San Martin ou o próprio Jaguares dependendo do resultado dos jogos que restam.

Atualizando

Com a definição do Grupo 1, que classificou o Libertad em primeiro e o Once Caldas em segundo, o Inter terminará como a terceira melhor campanha da primeira fase da Libertadores, podendo pegar Peñarol ou o Jaguares, este com maior probabilidade.

O Problema foi o Software

O fato passou desapercebido pela maioria dos telespectadores, assim como a repercussão também passaria batida pela maioria, com a desculpa (esfarrapada) da Ferrari para a abertura do sistema de Asa traseira flexível (DRS) de Alonso em local inapropriado.

Como profissional da área de TI e programador, me sinto no direito de defender o programa que controla o dispositivo. Se foi bem desenvolvido, o que parece ter sido - visto que funcionou bem em todas as outras ocasiões -, não iria abrir este tipo de exceção a não ser que esse acionamento (da asa) dependa de recurso humano, que é onde ocorrem os maiores erros deste tipo.

Então o problema pode ter sido encapsulado a uma falha do sistema, já que aos olhos da FIA não houve vantagem e por isso não ocorreu punição. Mas é bom ficar de olho, pois problemas deste tipo poderão ocorrer e tem que ver qual será a medida tomada pela FIA, que costuma sempre ceder à Ferrari.

Ao fim da semana, postarei uma análise a respeito do início da temporada na categoria máster do automobilismo mundial.

O criticado esquema de Mourinho na Espanha

O eficiente esquema de Mourinho em formato arvore (4-3-2-1) no dérbi contra o Barcelona no último domingo está rendendo na Espanha. Quem fez o coro foram os gênios Cruyff e Di Stéfano, este último ídolo merengue e presidente de honra do clube de Madrid.

O Problema: Equipe extremamente defensiva, o oposto do que se está acostumado ver nos merengues, entregando a posse de bola para o Barcelona e tendo que desgastar a defesa como se "um leão corresse atrás de um rato" (palavras de Di Stéfano).

Nota do Blog

Não interessa se Mourinho conseguiu uma forma de neutralizar o sistema ofensivo do Barcelona, aonde grande parte da posse de bola (que chegou a 80% em determinados momentos) se deu no setor intermediário defensivo do Barcelona. A torcida do Real Madrid sempre espera uma equipe ofensiva que busca os gols.

O que se viu domingo foi o contrário, com o Real Madrid abicando-se do ataque mesmo jogando em casa, como forma de tentar neutralizar o Barcelona. Conseguiu em parte, pois o Barcelona pouco chegou, porém fica naquela, que se a segunda melhor equipe do mundo com o melhor treinador do mundo tem que utilizar-se deste artificio em casa contra o Barcelona, o que se esperará das outras?

Vejo que a continuidade de Mourinho dependerá dos confrontos desta quarta-feira pela Copa do Rei e principalmente pela Champions League. Um triplo fracasso (Espanhol, Copa do Rei e Champions League) contra o maior rival, é sinal que o treinador pedirá o seu boné e irá para outro mercado como o inglês, onde a tática é mais importante além de ser um sonho de consumo do português retornar ao futebol da terra da Rainha.

Dia de decisão para o Internacional

Hoje, a partir das 20h15min, o Internacional decidirá seu futuro na Libertadores da América contra o Emelec, onde um empate classifica o clube para as oitavas de final e a vitória garante o primeiro lugar do Grupo 6.

O time já está definido no 4-4-2 com: Renan; Nei, Bolivar, Rodrigo e Kléber; Andrezinho, Bolatti, Guiñazu e D’Alessandro; Sóbis e Damião.

Como o Emelec também luta pela classificação em caso de vitória, será um jogo difícil, ainda mais que Falcão teve pouco tempo para aprimorar o seu sistema de jogo, de grande destaque no sábado, porém ainda carente de uma maior movimentação dos jogadores. Espera-se um Emelec fechado, buscando explorar os contra-ataques e toda a paciência do torcedor será pouco.

Quem imagina jogo fácil poderá ficar decepcionado, a menos que o Inter o deixe assim, aproveitando suas chances e marcando um gol logo no inicio da partida. Porém Inter e Emelec será um destes jogos onde se vencer por ½ x 0 já é motivo de comemoração, não pela qualidade do adversário, porém por todas as circunstancias que rondam o jogo.

Portanto espera-se um Beira-Rio rugindo do início ao fim nesta noite em Porto Alegre.