Jogando em casa contra um adversário de um país sem tradição no futebol sul-americano e sem o seu principal craque, a altitude, tudo indicaria um passeio gremista do início ao fim da partida. O que seria um jogo tranquilo desde o início, com o gol surgindo ao natural, ganhou contornos encardidos com a formatação que o Oriente Petrolero entrou em campo.
Um esquema com duas linhas de quatro, e com o ataque formado por dois atacantes que marcavam sob pressão, trazendo consigo as demais linhas do sistema e comprimindo o espaço de jogo. O Grêmio foi a campo com o seu tradicional esquema 4-4-2 em formato losango, com Rochemback fixado na cabeça da área, Lúcio pela esquerda e Carlos Alberto pela direita, tendo Douglas centralizado para compor o vértice deste losango assíncrono, visto que Carlos Alberto tinha maiores liberdades pela direita para compor a ligação com Douglas. No ataque dois finalizadores na figura de Borges e André Lima.
Com poucos espaços e composto por um sistema ofensivo cadenciador, porém lento, o Grêmio teve enormes dificuldades diante do Oriente Petrolero, abusando em bolas alçadas na área e chutes de fora da área. O adversário não só se defendia, como saia rápido com um bom número de jogadores em contra-ataques, levando perigo ao Grêmio. Quando conseguia vantagem sobre a defesa boliviana, o ataque do Grêmio se esbarrava no goleiro Suárez, e quando o goleiro não conseguiu defender o chute de Borges, o lance fora anulado por mão na bola do atacante gremista no inicio da jogada.
A defesa do Oriente Petrolero continha todos os lances de ataque gremista, só não esperava por um erro ridículo do árbitro Líber Prudente, que viu uma mão na bola do defensor Camaño, quando a TV frisou a bola batendo em seu rosto. Pênalti convertido com categoria por Douglas, já ao fim do primeiro tempo. Nem bem o jogo se reiniciava, e o Grêmio faria o segundo, com Gilson aproveitando-se de uma falha do goleiro Suárez, que deixou escapar um chute rasteiro de Borges e permitindo ao lateral gremista marcar o segundo gol.
Os gols destruíram o bom esquema proposto pelo Oriente Petrolero, porém que não era à prova de gols. O Oriente precisou se abrir, oferecendo espaços ao Grêmio, que passou a controlar totalmente a partida e criar chances de golear o fragilizado adversário. Foram muitas oportunidades, porém apenas mais uma se configuraria efetivamente em gol, com Douglas recebendo um passe açucarado de Lúcio e marcando o terceiro. Deu tempo ainda para Renato Portaluppi poupar Lúcio e Carlos Alberto, oferecendo chances à Maylson e Adilson.
Destaque para a estreia do zagueiro Rodolfo, configurando-se como um cherifão e trazendo segurança ao sistema defensivo tricolor. O sistema proposto por Renato Portaluppi também mostrou-se eficaz principalmente no meio-campo. Falta apenas uma peça veloz para o ataque, de forma que equilibre o setor. Foi uma vitória do time que impôs o seu melhor futebol, ganhando indiscutivelmente a partida. Porém o escore talvez não fosse tão dilatado e a partida tão fácil na segunda etapa caso o árbitro não tivesse marcado aquele pênalti.
Achei que a arbitragem estava de má fé contra os brasileiros. Porém cheguei a conclusão que ela é ruim e caseira, tendendo sempre ao time da casa. Dos cinco brasileiros, tivemos duas vitórias e três empates. Acredito que todos se classificarão para a próxima fase, porém o Grêmio é o favorito para ser o brasileiro mais bem colocado.
Só uma ressalva: Se o esquema é losango, não são 2 linhas de 4 correto?
ResponderExcluirMas como sempre, um belo texto, eu que nem vi o jogo consegui perceber como o Gaymio foi muito superior mesmo!
Zimbra, houve uma confusão.
ResponderExcluirNo segundo parágrafo eu descrevi os 2 esquemas, que por coincidência eram 4-4-2. O referido de duas linhas de quatro é a formação do Oriente Petrolero, que fora introduzida no parágrafo anterior, e o do losango é o do Grêmio.
Abs