Já se passaram três etapas, e agora já é possível uma melhor análise sobre os novos dispositivos da F1 para esta temporada. Pode-se dizer que o inicio é animador, com a emoção retornando aos Grandes Prêmios, assim como as ultrapassagens. Tanto o KERS quanto a Asa traseira flexível tem a sua positiva contribuição neste novo cenário, porém o grande destaque fica por conta dos novos compostos de pneus da categoria, agora fabricada pela Pirelli.
O KERS parece mais maduro do que o que fora utilizado há dois anos, menos pesado e fazendo total diferença na largada, o que pode ser visto pelas dificuldades das Red Bulls que ainda não tem o dispositivo funcionando 100% em virtude de um superaquecimento que ele gera. Já a Asa traseira flexível proporcionou várias ultrapassagens, porém a grande maioria em virtude do desnivelamento dos carros, técnico ou pelo desgaste dos pneus.
Os compostos da Pirelli tem sido o “file mignon” da temporada, capazes de arruinar uma corrida em função de uma estratégia mal estudada, como fora com Vettel na China. Os pneus foram projetados para terem uma vida útil, perdendo então a intensidade e caindo vertiginosamente de desempenho, proporcionando então alternativas para as corridas.
Esta é a maior explicação para o grande aumento de ultrapassagens nesta temporada. Na Austrália, onde não há uma grande reta, além de não haver um acentuado desgaste nos pneus, o número de ultrapassagens pode ser comparado a 2009, por exemplo, enquanto nos outros GPS com maiores retas e desgaste dos pneus, proporcionaram um número de ultrapassagens só visto em corridas disputadas na chuva, onde o índice de imprevisibilidade é maior. Já nas pistas onde não há um grande desgaste dos pneus, o panorama ficará o mesmo dos últimos anos, com a corrida parecendo um trilho de autorama.
Tecnicamente falando, a categoria tem a RBR como a grande equipe na temporada, um degrau acima da McLaren, que anda perto, mas não no mesmo ritmo, mesmo com a equipe de Vettel e Webber ainda não podendo usar o KERS regularmente. A McLaren tende a evoluir, podendo até disputar a primeira posição, porém ainda é inferior aerodinamicamente à escuderia de Adrian Newey, mesmo possuindo o KERS e um motor superior. A vitória de Hamilton na China foi mais por questões estratégicas em relação aos pneus, pois em condições iguais daria Vettel novamente.
Mercedes e Ferrari formam o segundo pelotão, que pode contar ainda com a Renault. A escuderia de Maranello está defasada em relação à RBR e McLaren, devendo trabalhar para ser a terceira força, pois dificilmente conseguirá acompanhar as duas nesta temporada. Já deveria rever conceitos e projetar o carro de 2012 para tentar reduzir a disparidade. Já a Williams eu ainda não tenho a convicção se é um carro mal nascido ou que detalhes o emperram. No caso do segundo problema, poderá haver recuperação de rendimento substancial com melhorias nestas insuficiências, porém se o carro é insuficiente num todo, a equipe então já deveria se focar em 2012.
Tenho uma convicção, que uma vez saindo atrás nas novas regras, dificilmente uma equipe consegue se recuperar enquanto não houver outra grande mudança na categoria, pois não há testes e a pré-temporada é limitadíssima. Sou contra este tipo de estratégia, pois na minha visão a categoria deveria ser nivelada por cima, com testes para aperfeiçoamento dos carros e maior rodagem para os pilotos. Sempre quando algum piloto titular fica indisponível, é um show de horrores para um novato que venha a correr, inclusive pegando desprevenidos pilotos experientes e que não tem boa rodagem há algum tempo.
A categoria volta dia 08 de maio na Turquia, com a quarta etapa do Mundial 2011 e que promete ser a última em solos turcos. O porquê eu explicarei no tópico introdutivo ao GP da Turquia. Até lá!
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