terça-feira, 31 de maio de 2011

Falcão fala verdades e está com os dias contatos

“Não temos grupo em condições de vencer o Campeonato Brasileiro. O grupo é bom, sim, mas é preciso qualificar ainda mais”.

Esta é a frase proferida por Falcão, que inflamou o grupo de jogadores e que machucou a direção colorada que, sem recursos para grandes reforços e com dedo de culpa ao contratar o aspirante a treinador, está de mãos atadas, sem saber a que caminho seguir.

A repercussão da entrevista dada por Falcão no último domingo à Radio Gaúcha, somada com as más atuações e resultados, está encerrando brevemente o seu ciclo no Beira-Rio, pois será mais conveniente à direção coloca-lo como um “bode expiatório”, relativo à todos os problemas do grupo. Com isso, o Internacional poderá entrar no caminho perigoso de ter um treinador a cada 2 ou 3 meses, o que geralmente trás más noticias ao fim do ano.

Mas afinal. Falcão está ou não certo? Vejamos o grupo do Inter



Concluo que o Grupo está na média dos grupos brasileiros, porém não está no primeiro patamar, onde estão Cruzeiro, Santos e talvez o São Paulo. Estes três clubes tem elencos superiores ao do Inter, com Flamengo e Corinthians equivalentes, só para colocar os cinco clubes relacionados por Falcão em sua entrevista.

Em relação ao time titular, a qualidade do Inter cai ainda mais, perdendo para Flamengo e Fluminense, que tem mais qualidade técnica. A base colorada está envelhecida e há tempos não sofre renovação, vejamos:



Analisando a escalação dos times em três momentos, vê-se que a base é a mesma, mudando muito poucos jogadores, com exceção do confronto diante do Ceará, onde o Inter apresentou desfalque de vários jogadores por lesão.

Porém as equipes que fracassaram contra o Mazembe e o Peñarol foram praticamente as mesmas, com somente 3 jogadores que não estavam no grupo de um a outro confronto (Giuliano, Alecsandro e Bolatti).

Quase ninguém lembra, mas o Inter apresentou durante todo o segundo semestre de 2010 um futebol fraco e pobre, que só ficou visível diante do fracasso contra o Mazembe. O Colorado mudou basicamente só o treinador, com o futebol continuando fraco, pois treinador também não faz milagres. O Inter diante do Ceará não jogou mais do que aquele que enfrentou o Jaguares, que custou o emprego de Celso Roth.

Futebol não se faz apenas com treinador e com time titular. Se faz com grupo, pois como o calendário é apertado, carece de peças de reposição. Trocar treinador é fácil, difícil é encarar os problemas da supervalorização de alguns jogadores que ganham muito para o futebol que têm, além de contratar apostas com um valor baixo e com possibilidade de resposta duvidosa. Paralelo a isso, a base está acima dos 30 anos, o que acaba pesando negativamente com o acumulo dos jogos.

Falcão acabará demitido, porém se os problemas no grupo não forem sanados, o próximo treinador já entrará com os dias contatos.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Inter versão 2011 desce ladeira abaixo

Grupo insuficiente e treinador inexperiente: estes são as principais explicações da mídia e torcida para a má fase do Inter. 90% da responsabilidade estão sendo jogados diretamente na conta de Paulo Roberto Falcão, que assumiu há pouco mais de 40 dias o comando técnico do Internacional.

Os outros 10% recaem sobre o grupo, que consome cerca de 6,5 milhões mensais na folha de pagamento, na que talvez seja a maior folha do futebol brasileiro, superior a do Flamengo com Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves, do Fluminense com Fred, Deco e Conca e até do Santos com Neymar, Ganso e Elano.

É muito dinheiro para pouca qualidade, e o pior, o pouco que ainda resta, está em grande parte envelhecido e fica atrelado à história do clube, permanecendo de forma intocável, mesmo consumindo grandes recursos da instituição.

Ao todo, o Internacional tem 11 jogadores trintões no grupo, o que é um numero demasiado para um elenco de cerca de 25 a 28 jogadores aproveitáveis. Destes 11, pelo menos nove jogam em praticamente todas as partidas, seja começando ou entrando ao decorrer do jogo, o que faz a média de idade do time titular aumentar demasiadamente.

O Inter carece de um rejuvenescimento urgente em seu elenco, de forma que os “medalhões” do clube sejam substituídos por novos valores e dispostos a mostrar serviço. É hora de rever conceitos, reestruturar as categorias de base que ultimamente não tem revelado jogadores de qualidade, enquanto reforços tem que ser contratados com pontualidade e sem apostas.

Em relação a Falcão, considero-lhe uma vitima de um projeto institucional muito mal elaborado, com os resultados caindo sob seus ombros. O Internacional está previsível, como também fora com Roth. São derrotas e vexames em casa e fora nestes últimos 12 meses, com todo o credito formado pelos 4 jogos finais da Libertadores e da epopeia que fora o Gauchão, contra o mediano Grêmio.

Falcão é culpado por não consolidar um esquema tático com as suas variações definidas, porém isso poderia ser previsível tamanha sua inexperiência em vestiário. Perdeu a mão quando abriu mão de seu esquema 4-4-2 em linhas verticais, utilizando-se desde então de praticamente uma formação nova por jogo, porém sempre com os mesmos jogadores, que apresentam o mesmo problema de lentidão na saída de bola e falta de criatividade na ligação ofensiva.

Portanto, não adiantará novo treinador e novo esquema, enquanto os mesmos jogadores que fracassaram no Mundial 2010 e na Libertadores 2011, e que a esta altura estão entrando na terceira idade do futebol, continuarem jogando em número absoluto no time principal, deixando a média de idade lá em cima, enquanto a eficiência do futebol fica lá embaixo.

domingo, 29 de maio de 2011

Inacreditável em Indianápolis

Neste domingo, tivemos a 94ª edição da centenária 500 milhas de Indianápolis, que só não ocorreu em 1917,1918, 1942, 1943, 1944 e 1945 devido as Guerras Mundiais.

Eu confesso que assisti a apenas algumas voltas depois da largada e a parte final, mesclando com o Campeonato Brasileiro. Mas houve várias trocas de pilotos na liderança, como é habitual na Indy, além de pilotos buscando a estratégia de economizar combustível para parar mais tardiamente e prevendo bandeiras amarelas. O domínio ficou por conta da Chip Ganassi, que tinha melhor desempenho, porém se perdeu na estratégia de prova.

No quesito bandeiras amarelas, a prova reservou poucas, deixando o GP em um ritmo mais intenso e prejudicando alguns pilotos no final. Vários, como Danica Patrick, Baguette, Franchitti e Hildebrand tiveram a chance de vencer, com os três primeiros ficando prejudicados pelo tanque de combustível estar já na reserva, enquanto o último ganhou nas mãos a liderança, porém vacilou na última curva ao tentar ultrapassar um retardatário e se chocou com o muro, conseguindo ainda chegar em segundo.

A vitória ficou com Dan Wheldon, que só liderou uns 400 metros a prova inteira, justamente os metros finais que lhe deram a vitória em uma forma de zebra, de azarão. Porém o acidente de Hildebrand entrará para a história como uma das 500 milhas mais perdidas da história...


Brasileirão já começa a formar pelotões

Após duas rodadas, com cada equipe jogando uma partida em casa e outra fora, já é possível visualizar pelotões que estão sendo formados e que poderão determinar o destino de cada equipe na competição.

No sábado, além da vitória do Ceará diante do Internacional em pleno Beira-Rio, a rodada reservou a recuperação do Botafogo que venceu no Engenhão os reservas do Santos, enquanto São Paulo e Atlético-MG confirmaram o bom inicio com a segunda vitória em dois jogos, com os paulistas achando um gol já nos descontos com Lucas, enquanto o Galo usou a sua superioridade técnica para fazer 3x1 no Avaí em Florianópolis.

Já no domingo, assisti aos jogos entre Cruzeiro x Palmeiras e Atlético-Go x Fluminense. Em Sete Lagoas, o Cruzeiro de Cuca ainda sofre a turbulência de ter sido inesperadamente eliminado da Libertadores. Viu-se que a equipe teve uma superioridade técnica perante o Palmeiras, porém detalhes quase que fizeram da atuação de hoje um desastre completo. Bastou um vacilo defensivo para que Luan pudesse abrir o placar para o verdão, enquanto no ataque, Anselmo Ramon, que começou no banco, recebeu uma chance de ouro de Wallyson, que lhe passou com o gol escancarado e com goleiro batido, e o atacante se enrolou e desperdiçou inexplicavelmente uma das chances mais perdidas de gol da história. Pelo menos veio a se redimir e empatou a partida após cobrança de escanteio.

No outro jogo, o Fluminense jogou pro gasto e venceu os goianos do Atlético no Serra Dourada. O gol foi marcado logo no início da partida, com Deco cobrando escanteio, e Leandro Euzébio aproveitou-se de um desvio de Valencia para completar para o gol. A movimentação de Deco e Conca foi muito boa, com os meias conseguindo criar algumas boas jogadas enquanto tiveram folego. Porém, o Fluminense quase que põe tudo a perder na segunda etapa ao recuar demasiadamente, e permitir que o Atlético tentasse pressionar em busca do empate. Vitória que lhe serviu para se redimir do 0x2 sofrido em casa diante do São Paulo na primeira rodada.

Ainda neste domingo, Vasco e Corinthians fizeram o dever de casa ao vencer o América-MG e o Coritiba respectivamente. Os dois se juntam ao Atlético-MG e ao São Paulo na liderança do Brasileirão, com uma liderança quadrupla. Na edição passada, apenas o Corinthians detinha 100% de aproveitamento na segunda rodada, o que comprova o desiquilíbrio que está se formando neste Brasileirão.

A tabela mostra 4 times com 100% de aproveitamento, numero que deverá cair ao longo das rodadas, enquanto 7 times estão com 50% e 3 pontos. Apenas 3 times ainda não pontuaram, onde dois são de Curitiba. Ainda faltam 36 rodadas, porém já é bom as equipes que não começaram bem se preocupar, pois logo estarão muito atrás das demais.

Até agora, passo a mão na cabeça de Santos e Coritiba, que estão disputando a reta final de outras competições, e que mostram não ter um grupo para suportar simultaneamente uma boa campanha no Brasileirão. Se vacilarem na Libertadores e Copa do Brasil respectivamente, terão que ter todo um trabalho de remotivação e de reabilitação para não ter seu destino focado em se manter na Série A. Já Internacional e Cruzeiro não tem desculpa para os maus resultados, que os deixam entre os últimos. Foram apenas um ponto em dois jogos, o que poderá pesar no final do campeonato em relação a uma vaga na libertadores ou a um possível titulo.

Por enquanto o Campeonato é dos times do eixo, com 5 representantes entre os 6 primeiros. O Galo vem sendo a grande surpresa da competição resta saber se terá grupo para suportar os jogos quartas e domingos que surgem no horizonte, a partir do final do próximo mês na sétima rodada. Será a partir deste ponto, que este esboço inicial virará um esqueleto com o destino de cada equipe.

Regulamento ofusca um histórico GP de Mônaco

Um GP quase histórico. É assim que pôde ser encarada a corrida espetacular de Mônaco até a volta 72, quando houveram erros no pitstop, ultrapassagens, acidentes, safety car e uma briga tripla no final pela liderança, que só não coroou a vitória de Vettel, Alonso ou Button, pois viria a ocorrer um grande acidente envolvendo Petrov, obrigando a entrada de safety-car, bandeira vermelha, e com a FIA maculando a história da corrida com seu regulamento mal elaborado, transformando-a em previsível e desinteressante.

A emoção já foi vista desde a largada, com Alonso pulando para o terceiro lugar, enquanto Vettel manteve a ponta e Button o segundo lugar. Hamilton largou em nono com pneus macios, que em Mônaco são os compostos mais duros, levando uma ultrapassagem de Schumacher no grampo do Grande Hotel na primeira volta, e nem por isso não aprontou, ao devolver a ultrapassagem em Schumacher na Sainte Devote 10 voltas depois.

O alemão da Mercedes já estava com os pneus acabados, e antes de ir para os boxes ainda levaria uma grande manobra de Barrichello. Seu companheiro Rosberg também estava com o mesmo problema, levando ultrapassagem dupla de Massa e Maldonado.

Então vieram os pitstops, com os erros das equipes criando mais um elemento que prometia um grande final. A infalível RBR errou tanto no pit de Vettel quanto no de Webber, tirando do alemão a liderança que ficou com Button, que havia feito um bom pitstop na volta anterior a do alemão. Erros também seriam vistos nos pitstops de Hamilton e Alonso (no seu segundo pitstop).

O brasileiro Felipe Massa que vinha fazendo uma corrida constante na quarta colocação, e que estava fazendo uma estratégia de parada a menos, começou a levar pressão de Hamilton, chegando a tocar com o inglês da McLaren na curva do grampo na volta 35, o que acabou afetando seu carro e fazendo-lhe se chocar com o guardrail do túnel e obrigando a entrada do safety-car pela primeira vez na corrida.

Alonso aproveitou a bandeira amarela e fez o seu segundo pit (em 9,5s), enquanto Button já havia feito duas paradas, porém não havia colocado os compostos mais duros, o que é uma obrigação do regulamento e que lhe fez perder o segundo lugar na volta 49, quando efz a terceira parada. Vettel optou por não fazer um novo pitstop, pois o realinhamento dos carros lhe colocaria no pelotão intermediário.

Vettel aproveitou o fraco desempenho pneu de Button antes da terceira parada para abrir vantagem, que Alonso passaria a descontar quando assumisse o segundo lugar. Button voltou em terceiro com a parada, porém girava 2s mais rápido que Vettel e 1s mais rápido que Alonso. Alonso chegou em Vettel, e voltas depois foi a vez de Button chegar nos dois, com um fim sensacional que se desenhava, até que na volta 72 aconteceu o acidente que mudou esta história.

Os três ponteiros estavam na eminencia de dar volta em um pelotão intermediário com vários carros, onde Hamilton estava no meio tentando ultrapassar Sutil, que acabou esfolando no guardrail e propiciando um acidente em cascata envolvendo Alguersuari e Petrov, este batendo de bico na entrada da Nouvelle Chicane, e obrigando a entrada do safety-car e da ambulância de atendimento, o que obrigou a direção de prova a dar bandeira vermelha para não terminar a corrida em safety-car.

Quase 30 minutos depois, houve a relargada em safety-car, para então nas cinco voltas finais, houvesse o desfecho da corrida que coroaria o vencedor. Coroou Vettel, porém em uma coroa de plaquê, tudo por conta da liberação da FIA que as equipes modificassem seus carros, com Vettel e Alonso colocando novos pneus, e Hamilton que ficou sem asa traseira no acidente da volta 72 podendo consertar seu carro.

Com todos com pneus novos, a vitória ficou fácil para Vettel, com Alonso em segundo e Button completando o pódio, maculando a emoção que foram as 72 primeiras voltas do GP. Vale ressaltar que estas modificações estavam no regulamento, que diga-se de passagem foi mal elaborado neste quesito, porém o mundo todo pedia que não fosse levado em questão, o que acabou não acontecendo e estragando o GP que tinha tudo para ser um dos melhores de todos os tempos.

A vitória em Mônaco era uma das únicas que faltava para Vettel na carreira, o que lhe levou a 143 pontos no campeonato, contra 85 de Hamilton. Uma lavada em apenas seis provas. A briga ficará restrita ao vice-campeonato, pois não haverá jeito de tirar Vettel e a RBR de um mundial de pilotos consolidado.

Universo anormal em uma vitória normal

Poucas vezes, uma imagem ilustra tanto o valor de uma vitória como também o de uma derrota. No meio de um manancial de catalães comemorando seu terceiro titulo europeu em seis temporadas, o que o cabisbaixo multicampeão Ryan Giggs estaria matutando?


A resposta é fácil para quem viu o jogo, e previsível para quem não viu, mas que gosta e está atualizado com o futebol praticado na Europa. Simplesmente temos uma equipe extraterreste, anormal, aniquiladora e que é praticamente imbatível e invencível. Como parar o Barcelona? Quem pode parar o Barcelona?

Ao final dos 90 minutos, os pouco mais de 90 mil torcedores presentes do lendário e repaginado Wembley, fanáticos pelo Barcelona ou somente admiradores do futebol arte, estavam atônitos, com um sentimento de ter recém-acordado de um sonho, de ter presenciado de tão perto algo irreal, inimaginável para os padrões atuais do futebol, cada vez mais encaminhado como um esporte marcado pelo pragmatismo, em nem por isso, vendido por milhões e milhões de euros como um espetáculo.

Todos os treinadores das equipes recentes que enfrentaram o Barcelona mudaram seu jeito de jogar, retraindo suas equipes, de forma que se encontrasse um método pega-ratão para tentar desarmar a armadilha de jogar futebol chamado Barcelona. Alex Fergusson tentou fazer isso em 2009 e se deu mal, e sábio e experiente que é, tentou não cair na armadilha proposta por Guardiola novamente. Colocou em campo uma equipe com vocação ofensiva, marcando sob pressão e de forma adiantada, buscando manter a posse de bola no campo defensivo do Barcelona, para quiçá em uma jogada marcar um gol e ter o universo a seu favor.

Tal esquemática funcionou por pouco mais de 10 minutos, encurralando o Barcelona e não lhe oferecendo alternativas para seu jogo de passes curtos, nem sempre objetivos, porém sempre em direção à linha de fundo adversária. O Barça ficava com a bola, porém não sabia o que fazer com ela, até que conseguiu encaixar o seu meio-campo com Xavi e Iniesta, e criou alternativas ofensivas com as movimentações incessantes de Messi e Villa.

O Resultado não se tardou para aparecer, com Xavi conseguindo aos 26 minutos um passe milimétrico para o apagado Pedro, que dominou e chutou cruzado no contrapé de Van der Sar para abrir o marcador. O Manchester não encontrava reação, e seus jogadores praticamente estagnados, viam o Barcelona trocar passes e chegar com a maior facilidade na intermediaria ofensiva dos “red devils”. O bonito gol de Rooney aos 33, que tabelou com um adiantado Giggs para chutar com raiva no ângulo de Valdés e empatar, não simbolizava o que era o jogo até então, mascarando através de uma injustiça futebolística a imensa superioridade técnica do Barcelona.

Porém quem é imensamente superior, hora ou outrora, iria se sobressair. E tal fato ficou reservado para a segunda etapa, onde a Liga dos Campeões presenciou um dos maiores massacres da história. Tal adjetivo pode não ser representado no placar, que seria adicionado para um 3x1 pró Barcelona, com gols de Messi e Villa, porém a volúpia ofensiva catalã era tão imensa, que eu parecia estar presenciando um jogo de videogame, onde o Barcelona jogava com sua força máxima, enquanto o Manchester foi configurado com a força mínima.

Poderia ter sido uma goleada sim, só não ocorreu por um desatino do destino, que quis poupar a massa apaixonada de Manchester, além de oferecer uma despedida digna dos gramados para Van der Sar, figura emblemática, colecionador de faixas e que deixou o futebol profissional como o melhor do seu time, evitando mais gols de Messi e Cia LTDA.

O argentino foi coroado como um novo rei do futebol, algo que antes era referenciado ao nome de Pelé e, talvez, ao de Maradona. Messi “pintou e bordou” nesta noite em Londres. Fez gol, deu assistência, exigiu grandes defesas de Van der Sar, criou jogadas e por pouco não foi coroado com um gol da altura de seu futebol e de sua atuação, quando tentou marcar de letra um cruzamento rasteiro de Dani Alves, e que fora tirado por Vidic quase que em cima da linha.

Barcelona anormal, torcida sensacional, Messi fenomenal e partida normal. Quem pode parar o Barcelona? e Messi? A resposta ficará para a próxima temporada, pois nesta ninguém conseguiu.

sábado, 28 de maio de 2011

Um Show de Horrores no Beira-Rio

O empate da primeira rodada diante de um Santos reserva e totalmente improvisado havia soado como um presságio do que estava por vir. E ele veio, no Beira-Rio, diante do Ceará, por 1x0, com direito a gol de cabeça do ex-ídolo Iarley, em sua primeira jogada no jogo.

Em campo, Falcão buscou manter o seu esquema 4-4-2 com meio em formato losango, colocando Bolatti no primeiro vértice, Guiñazu pela esquerda, Tinga pela direita e D’Alessandro no vértice avançado.

O esquema havia funcionado razoavelmente em Santos, porém jogando em casa contra o retrancado Ceará, foi uma aposta errônea de Falcão, já que a equipe não teve força ofensiva, além de não ter volume de jogo no meio-campo que possibilitasse muitas oportunidades de gols.

As raras chances de gols foram com Zé Roberto, o homem mais participativo do Inter hoje, mesmo com a sua limitação técnica que lhe fez perder várias oportunidades. Damião também teve apenas uma chance em jogada individual, exigindo uma grande defesa do goleiro Fernando Henrique. Porém a melhor chance foi aos 7 minutos da segunda etapa com Kléber cobrando falta na forquilha, com o goleiro do Ceará tocando na bola para evitar o gol colorado.

O Ceará também não chegou, apresentando um menor volume que o Inter. Porém foi eficiente, tendo um pênalti de Bolivar em Murilo não assinalado pelo arbitro Célio Amorin, e quando efetivamente conseguiu chegar, fez o gol com Iarley, que se aproveitou de um escanteio cobrado por Murilo e desviado por Michel no primeiro pau, encontrando o ex-ídolo colorado para livre marcar de cabeça aos 18min, logo ele, com seus 1,71m de altura.

No mais, o Inter teve 30 minutos para buscar uma reação, mas sequer tentou, para a tensão dos pouco mais de 10mil torcedores que foram num frio Beira-Rio, frio pela temperatura e pelo ambiente, pois o Internacional parecia ter se preparado para um amistoso comemorativo, sem ter nenhuma vocação de uma disputa profissional.

Poucos jogadores se destacaram, com a maioria estando abaixo da média. Falcão não se distanciou, inclusive recebendo seus primeiros gritos de “Burro” por parte da torcida, por ter mais uma vez preterido Oscar do time titular, deixando em campo um insosso D’Alessandro por mais de 70 minutos.

Nem mesmo a expulsão de Washington motivou o Inter, que continuou praticando seu jogo burocrático e nada animador. Um lance emblemático do que foi o Inter no jogo foi aos cerca dos 40 minutos, quando um cruzamento chegava à Damião, que preparava-se para uma meia-bicicleta, e no meio do caminho, se intromete o recém contratado Gilberto, fazendo com que o goleador Colorado acertasse o novato, em um lance-papelão.

A cada jogo que se passa, o Inter involui, sem identidade alguma de esquema e sem ao menos ter a vontade e felicidade em seus jogadores para jogar bola. É pragmatismo por opção, por falta de qualidade ou a fórceps, tentando mudar alguma estrutura?

Sinais dos tempos? Não sei, mas talvez daqui mais uns dias a verdade venha à tona.

Informações e Palpites da Segunda Rodada

A segunda rodada do Brasileirão começa neste sábado com 4 jogos, com destaque para o confronto entre Botafogo e Santos. No domingo, o destaque fica por conta do confronto Cruzeiro e Palmeiras.



Os confrontos estão marcados pela necessidade de recuperação das equipes que começaram mal na primeira rodada, casos de Avaí, Botafogo, Fluminense, Cruzeiro, Atlético-PR, Grêmio Ceará e Bahia. A maioria destes times joga em casa, porém quem perdeu em casa na primeira rodada (casos de Grêmio, Coritiba, Fluminense e Ceará), precisará desesperadamente da vitória de modo que evite um principio de crise por se instaurar nas últimas posições.

Nesta segunda rodada, Santos, Coritiba e Vasco deverão poupar jogadores em virtude de disputarem a Libertadores e Copa do Brasil, devendo passar por dificuldades. No mais, prevejo duelos equilibrados onde o time tecnicamente mais forte deverá prevalecer. Apenas setei dois empates.


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Peñarol bate o Vélez e fica em vantagem

Na segunda semifinal da Libertadores, o Peñarol repetiu o placar santista e venceu por 1x0 o Vélez no Centenário, levando para a Argentina a vantagem do mágico placar mínimo sem levar gols.

Em campo, um Vélez mais contido defensivamente, escalado pelo treinador Ricardo Gareca para não levar gols e surpreender em um contra-ataque. Do outro lado, um nada mais do que esforçado Peñarol, que consciente da sua limitação técnica, apela à garra e vontade para buscar a vantagem.

Em virtude da enorme marcação de ambos os times, o jogo foi bastante truncado e com poucas chances de gols. O Vélez teve mais chances principalmente na primeira etapa, porém contou a falta de sorte de seus atacantes além da boa jornada do goleiro Sosa para ficar no zero.

Já o Peñarol, que não atacava por não ter vocação para tal, chegaria ao gol aos 44 da primeira etapa, quando Darío Rodríguez se antecipou a um escanteio cobrado no primeiro pau, marcando de cabeça o gol da vitória.

Resultado final de 1x0. Reversível? Ao contrario do Santos eu acredito que sim, pois o Vélez tem um ótimo sistema ofensivo, capaz de reverter o resultado, ao contrário do Cerro Porteño em que não vejo tal vocação.

O Vélez terá que fazer a partida perfeita, marcando gols sem sofrer, pois se sua defesa for vazada uma vez, precisaria fazer três gols para avançar. Porém acabará penando contra a boa defesa uruguaia.

As semifinais ainda estão em aberto, porém não tão equilibradas. Considero o Santos virtualmente classificado, enquanto Vélez e Peñarol está totalmente em aberto, pois de um lado está a vantagem enquanto do outro está uma melhor qualidade técnica.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Formula 1 reencontra Mônaco, seu templo

Neste fim de semana, a Formula 1 reencontra-se com a sua história na 57ª edição do GP de Mônaco na F1. A corrida realizada no principado é a mais nobre da categoria, colocando à tona todo o glamour que cerca a Formula 1.



Com 3.340 metros espalhados por 18 curvas, o GP é o que apresenta a menor média de velocidade da categoria. Devido a isso, a corrida tem pouco mais de 260 km em 78 voltas, abrindo uma exceção à regra de 300 km + 1 volta que é utilizada nos demais circuitos.

O brasileiro Ayrton Senna é o maior vencedor, com seis conquistas (1987, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993), com Michael Schumacher podendo alcança-lo neste ano, visto que tem cinco conquistas. No último ano, a vitória ficou com Mark Webber, que liderou de ponta-a-ponta, com Vettel em segundo e Kubica em terceiro.

Para este GP, a expectativa fica por conta da utilização da asa traseira flexível (DRS) nos treinos e no GP, além do consumo de pneus, já que a estratégia nos pits deverá ser crucial para se definir o vencedor.

Curtinhas do principado

DRS controlado
As famosas asas traseiras flexíveis terão o uso controlado pela primeira vez na categoria durante os treinos. Por motivos de segurança, a FIA atendeu a reivindicação dos pilotos e proibiu a utilização do dispositivo no túnel, como forma de evitar um grave acidente no setor.

Problemas de ultima hora
Na noite de terça-feira, um caminhão acabou prendendo fogo próximo à curva St-Devote, danificando parte do asfalto. Felizmente houve tempo hábil para que houvesse o reparo para os treinos livres de quinta-feira.

Pneus: sempre eles
A grande dúvida seguida de preocupação recai novamente sobre os pneus macios da Pirelli, que neste GP serão supermacios, devido ao traçado de rua do principado. Será a primeira vez na temporada que este tipo de composto será utilizado, restando saber sua durabilidade, o que acaba arrepiando os cabelos de engenheiros e pilotos.

Tampas de Esgoto seguras
Para evitar um acidente como o de Rubens Barrichello em 2010, originado em função de uma tampa de bueiro semiaberta, a FIA acabou bloqueando todas as tampas de esgoto, de forma que seja improvável um novo acidente motivado por este problema.

Treinos Livres

Como é praxe em Mônaco, os primeiros treinos livres que são normalmente às sextas-feiras são realizados na quinta-feira. No primeiro treino, Vettel conseguiu bater no fim a volta de Alonso ficando com o primeiro tempo, 0,113s mais rápido que o espanhol. Massa ficou com o quarto tempo, enquanto a dupla da Mclaren Hamilton e Button garantiram o 5º e 6º lugares respectivamente.

Já no segundo treino, Alonso deu o troco ficando com o melhor tempo do dia, com 1min15s123, enquanto Vettel foi o quinto com meio segundo atrás do espanhol. A dupla da Mclaren foi segundo com Hamilton e quarto com Button, enquanto Massa terminou em sexto.

Os primeiros treinos livres são mais para testar novos componentes no carro e prepara-los para a corrida de domingo, não servindo de referencia em relação ao treino oficial, onde em Mônaco é o grande responsável pela história do GP, pois é um circuito de improvável ultrapassagem.

A previsão é de tempo bom para todo o fim de semana, com o treino oficial e a corrida marcada para às 9h, no sábado e domingo respectivamente.

Santos vence com um 1x0 típico de Muricy

O Santos fez o dever de casa contra o Cerro Porteño no Pacaembu, vencendo o adversário por um simples e eficaz 1x0, graças mais uma vez a habilidade fenomenal de Neymar, que se não marcou o gol, fez toda a jogada para que Edu Dracena confirmasse a vitória.

Com Muricy, este placar magro é normal, visto que é talvez o placar mais comum em sua recente carreira de Internacional, São Paulo, Palmeiras, Fluminense e Santos. O treinador prima por uma defesa sólida, e por preferir explorar os contra-ataques, acaba se contentando com placares magros, geralmente sem levar gols.

Aí esta o segredo de Muricy, um técnico que costuma jogar com o regulamento debaixo do braço e que perde pouco. As poucas derrotas, lhe deram 4 campeonatos brasileiros nos últimos 5 anos, quando fez de São Paulo e Fluminense times “chatos”, que eram eficazes por vencerem seus jogos por 1x0, 2x1, etc.

Porém o treinador foi injustiçado na Libertadores, eliminado justamente pelo regulamento em suas passagens, conquistando um vice-campeonato em 2006. Foi ai que o rotularam como pé frio em mata-matas, o que é uma meia verdade, já que conquistou títulos estaduais neste formato, sendo o mais recente com o Paulistão 2011 com o Santos.

Nesta edição da Libertadores, foram 3 vitórias por 1x0 na fase de mata-mata, mais dois empates em 0x0 e 1x1. Neste mais recente 1x0, o Santos poderia ter tido um resultado melhor se não houvesse tantos erros de finalização. Neymar serviu em pelo menos três oportunidades para arremate, com apenas uma originando gol.

1x0 é pouco? Eu não acho, basta ver o histórico de Muricy. Se fosse uma outra equipe com outro treinador, diria que poderia ser, visto que este placar magro traz a segurança necessária para que se faça um gol fora de casa, o adversário tenha que marcar 3. Como levar três gols praticamente nunca ocorre com Muricy, vejo que a classificação santista esta bem encaminhada, bastando não perder pelo escore mínimo, que levaria a decisão para os pênaltis, onde o Santos tem melhores cobradores, porém a catimba e o emocional poderiam pesar contra os brasileiros.

Nesta quinta-feira, é dia da outra decisão entre Peñarol e Vélez. A final se encaminha para um Vélez x Santos, o que seria maravilhoso para o torneio, pois reuniria as duas melhores equipes da competição em um confronto Brasil x Argentina, onde “los hermanos” levaram a vantagem na última década, com duas vitórias.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Cristiano Ronaldo é recordista, mas titulo é do Barcelona

A edição 2010/11 da Liga Espanhola encerrou-se com o já consumado titulo do Barcelona, garantido na 36ª rodada com empate diante do Levante fora de casa por 1x1. Com a vitória diante do Málaga, o Barcelona encerrou sua campanha com 96 pontos, contra 92 do Real Madrid.

O Barcelona mostrou ter um elenco mais coeso apesar de ser em menor numero, tropeçando menos ao longo da temporada. Foram apenas duas derrotas em toda a competição, sendo uma inesperada derrota para o Hercules em casa logo na segunda rodada e outra para o Real Sociedad na 34ª Rodada.

Porém o diferencial foi os confrontos contra o Real Madrid, onde humilhou em uma por 5x0, enquanto na outra, ofuscado pelos futuros confrontos pela Copa do Rei e UEFA Champions League, houve empate em 1x1. Foi esta série de duelos, que acabou relegando o titulo catalão a um segundo plano, visto que o Barcelona também passaria pelo confronto da Liga dos Campeões, cuja decisão é neste sábado diante do Manchester.

Sobrou ao Real Madrid comemorar os recordes de Cristiano Ronaldo, que superou Hugo Sánchez e Telmo Zarra e tornou-se o maior goleador da história do campeonato espanhol, com 40 gols, dois a mais que os antigos recordistas. Tal marca foi possível, porque o português fez 7 gols nos últimos 3 jogos, ultrapassando inclusive Messi em numero de gols na temporada, com 53 gols contra 52 do argentino na briga pela bola de ouro do futebol europeu. Cristiano Ronaldo também fez o gol que deu o titulo ao Real Madrid na Copa do Rei, única fonte de comemoração merengue na temporada.

Com a negociação individual dos clubes com a televisão pelos direitos da TV, Barcelona e Real Madrid abocanharam metade de todas as receitas, além de terem maior torcida, e com isso, um maior consumo de produtos licenciados, sócios e uma maior captação de recursos em patrocínios. Esta diferença financeira pode ser vista na tabela final desta edição, com o terceiro colocado, o Valencia, há 21 pontos do Real Madrid e a 25 do Barcelona, sem nenhuma chance de lutar pelo titulo.

Valencia e Villareal acompanharão Barcelona e Real Madrid na próxima edição da Champions League, com destaque ao “submarino amarelo”, que montou um grande ataque com Rossi e Nilmar, conquistando a vaga para a fase preliminar da liga europeia, enquanto chegou até às semifinais da Europa League deste ano, sendo eliminado para o Porto, que viria a ser o campeão do torneio.

Ainda em competições europeias, garantiram-se Sevilla, Athletic Bilbao e Atlético de Madrid. Sevilla e Atlético de Madrid pela capacidade de investimento e pelos recursos técnicos não são nenhuma novidade estarem na faixa de competições europeias, porem o sexto lugar do Athletic foi uma grande surpresa, pois é talvez o clube mais regionalista do mundo, já que aceita que somente bascos (ou estrangeiros criados com a cultura basca) possam jogar com a camisa do clube, algo como se Internacional ou Grêmio só aceitassem gaúchos ou quem foi criado com a cultura gaúcha no clube, o que limita bastante a possibilidade de contratar reforços.

Já a surpresa negativa ficou por conta do rebaixamento do Deportivo La Coruña, que foi campeão na temporada 1999/00, porém caiu no ostracismo com o avanço da globalização e com a negociação de quotas individuais entre clubes e TVs. Se juntará ao recém promovido Hércules e ao Almería na segunda divisão espanhola, que trará o Bétis de volta na próxima temporada, já que a equipe rebaixada em 2008/09 conseguiu o acesso para a Série A.

Espera-se que haja um maior cuidado da federação espanhola com seus clubes, de forma que haja uma divisão mais harmônica dos recursos, pois Barcelona e Real Madrid têm outras fontes de captação de receitas. Um Exemplo é a Premier League, que tem uma liga forte, pois a divisão de receitas é mais racionalizada. Já na Espanha, a impressão é que o campeonato vive por Real Madrid e Barcelona.