Depois de 180 minutos valendo pelas competições nacionais espanholas, Real Madrid e Barcelona se enfrentariam agora em mais 180 minutos para começar a decidir qual dos dois times representará a Espanha na grande final da Champions League em Wembley. O maior torneio de clubes do mundo, de infinita maior importância comparada à Copa do Rei, que poderia zerar a inicial vantagem do Real Madrid de Mourinho.
Times apostos, relação amistosa de comprimento depois do hino da liga, e enfim a paz deu trégua para os ânimos cada vez mais acalorados. Barcelona colocou Puyol na lateral esquerda, deslocando Mascherano para zaga ao lado de Piqué, e com Keita ganhando vaga no meio no lugar de Iniesta, que não se recuperou a tempo. Mourinho manteve o mesmo esquema, sem atacantes de oficio e com Pepe no cangote de Messi.
Se a ideia era apenas se defender e evitar maiores perigos por parte do Barcelona, Mourinho teve eficiência na primeira etapa, pois o Real Madrid mal passou do meio-campo, formando um conglomerado de seis jogadores que impedia a evolução do Barcelona. A equipe catalã chegava a ficar minutos consecutivos com a posse de bola no setor defensivo, porém raramente conseguia ultrapassar a intermediaria do Real Madrid, e quando conseguia era em virtude de uma jogada individual de um de seus habilidosos jogadores, que ficavam em posição de lançamento ou de arremate.
Devido a isso, poucas chances de gols, por parte do Barcelona, enquanto o Real Madrid só chegou uma vez com perigo já ao fim do primeiro tempo com Cristiano Ronaldo. A equipe merengue só chegava em bolas paradas em faltas cavadas por Di Maria em Daniel Alves, e ainda conseguia fazer um terror psicológico no Barcelona, irritando ainda mais os jogadores catalães. Prova disso foram os constantes bate bocas durante a primeira etapa, e a confusão na saída do gramado para o intervalo que resultou na expulsão do goleiro Pinto, reserva do Barcelona.
Mourinho buscou mudar o Real Madrid com a entrada de Adebayor no lugar de Özil. Sua entrada lhe deu uma maior combatividade ofensiva, com o Real Madrid passando a diminuir os 71% de posse de bola do Barcelona. Porém a cada minuto que passava, o jogo ficava mais tenso, e o Real Madrid acabou contaminado pelo seu próprio veneno, com a entrada por cima da bola e violenta de Pepe em Daniel Alves aos 16 da segunda etapa, gerando confusão generalizada, e que resultou na sua expulsão, e na de Mourinho pela reclamação pós-confusão.
Sem o guardião da defesa e que neutralizava Messi, o jogo acabou ficando nas mãos do Barcelona. A equipe começou a criar jogadas e a perder gols, e o treinador acabou sacando Pedro para colocar Affelay, que em uma de suas primeiras jogadas, ganhou de Marcelo na direita e cruzou para Messi ganhar na corrida da defesa merengue e escorar para o gol. O jogo ficou na mão do Barcelona, que passou a jogar com ainda mais naturalidade, chegando ao segundo gol já aos 42, quando Messi tabelou com Xavi e passou como quis por Lars, Marcelo e Albiol, tocando na saída do goleiro Casillas. Mais um golaço deste gênio, que desponta no momento decisivo.
Resultado de 2x0 Barcelona, com a vantagem de jogar no Camp Nou na próxima semana. A necessidade de o Real Madrid buscar o resultado pode ser sinônimo de jogo franco e aberto em Barcelona, a menos que Mourinho jogue a toalha e mantenha este esquema que só tem a utilidade de tentar parar o Barcelona. Mourinho deu dois xeques em Guardiola, porém desta vez levou xeque-mate.
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