Nesta terça-feira, o Inter venceu o Emelec por 2x0 no Beira-Rio. O esquema ainda em desenvolvimento enfrentou dificuldades contra a formação equatoriana, porém pequenos detalhes fizeram a diferença, encaminhando um final feliz para o Colorado que garantiu o primeiro lugar no grupo e pelo menos o terceiro lugar geral da primeira fase da Libertadores.
As dificuldades vistas contra o Santa Cruz foram aumentadas diante do Emelec, que utilizou uma cópia espelho do esquema colorado, porém com maior variação e um maior poderio de marcação, dificultando as jogadas ofensivas do Inter. Pode-se dizer que no primeiro tempo o Inter não jogou, pois entrou afoito e errava muitos passes, não conseguindo criar soluções para penetrar na defesa equatoriana.
De chances de gol na primeira etapa, só em cabeçadas de Rodrigo e Andrezinho, que erraram o alvo. O Emelec conseguia conter os avanços dos wingers Colorados D’Alessandro e Andrezinho, e como não havia uma subida dos laterais nem dos médios centrais, a equipe Colorada ficava engessada, perdia a bola e irritava o torcedor.
O Emelec teve uma boa posse de bola, e eventualmente se arriscava ao ataque cavando faltas próximas a área ou efetuava cruzamentos. Chegou algumas vezes com perigo, porém errou nas finalizações e deu pouco trabalho à Renan. Ainda teve a seu favor um polemico lance faltoso de Menéndez em Rodrigo, que viria a marcar um gol para os equatorianos e que fora anulado pelo árbitro Óscar Ruiz pela infração.
No segundo tempo, tudo continuava igual até o Inter achar o seu gol, logo aos 6 minutos, com D’Alessandro cruzando para a área, Damião escorando para Sóbis também de cabeça mandar para o gol. A bola seria defensável para o goleiro Klimovicz que se enrolou e deixou ela passar para se configurar na vitória parcial do Inter. Este lance é comum nos times ingleses médios/pequenos que utilizam o esquema, e devido a isso, muitos utilizam dois atacantes no estilo centro-avante.
A desvantagem no marcador obrigou o Emelec a se arriscar mais, abrindo espaços para o Inter. Surgiram então os contra-ataques e as jogadas individuais, principalmente com D’Alessandro. O Inter perdeu várias oportunidades devido a imperfeições no último toque, aquele que deixaria um jogador na cara do gol. Foi assim com D’Alessandro e também com Sóbis, que viria a ser substituído por Cavenaghi aos 33. O argentino entrou bem, participando da jogada do segundo gol, que ainda envolveu D’Alessandro e Guiñazu, sendo que este finalizou ao gol para defesa parcial de Klimovicz e no rebote Damião guardou o seu. Gol importante para o esquema, pois Falcão liberou Guiñazu para avançar e o argentino foi peça fundamental na jogada do segundo gol.
Jogo difícil como era de se imaginar, com vitória no detalhe e no fórceps. O torcedor chegou a vaiar a equipe na primeira etapa, porém tinha que ter a consciência que é inicio de trabalho, e que Falcão é um aprendiz de treinador e não de mágico, não tendo tempo hábil para aperfeiçoar o seu esquema tático. Pelo menos a torcida jogou com o time na segunda etapa, ajudando o Internacional a se impor e melhorar após o primeiro gol.
A vitória garante o Inter pelo menos como a terceira melhor campanha da primeira fase, podendo ser a segunda caso o Libertad não vença o seu jogo. Falcão deverá treinar alternativas de movimentação em seu esquema, que ainda está muito cru. Uma prova disso é a dificuldade da equipe enfrentar equipes fechadas e organizadas como o Santa Cruz e o Emelec.
Para isso, é necessário que os laterais apoiem mais, criando soluções para os wingers, que podem centralizar e ficar em posição de arremate. Também é fundamental que os médios centrais avancem para a intermediária adversária, ficando em posição de arremate ou de lançamento em profundidade para alguém entrar em velocidade pelo flanco. Para que tudo isso funcione, é necessária uma compactação ainda maior do time, de modo que os espaços em função destes avanços não sejam fonte de risco para os contra-ataques adversários.
A equipe tem tudo para evoluir com os próximos treinamentos e jogos, mostrando um futebol mais próximo ao que o torcedor e o próprio Falcão gostariam de ver. Agora é esperar o adversário da Libertadores, que pode ser Peñarol, San Martin ou o próprio Jaguares dependendo do resultado dos jogos que restam.
Atualizando
Com a definição do Grupo 1, que classificou o Libertad em primeiro e o Once Caldas em segundo, o Inter terminará como a terceira melhor campanha da primeira fase da Libertadores, podendo pegar Peñarol ou o Jaguares, este com maior probabilidade.
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