segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Evolução ofensiva na esperada derrota contra o Cruzeiro

Neste domingo, o Inter acumulou mais um insucesso no Campeonato Brasileiro ao perder para o Cruzeiro por 2x1 no Estádio do Vale. Derrota de certa forma esperada contra o melhor time do campeonato, dadas as circunstâncias do confronto. A série de resultados ruins já começam a refletir na tabela, onde o clube caiu para o 7º lugar, podendo inclusive ser ultrapassado pelo 14º Coritiba na próxima rodada, o que já faz ser emitido um sinal de alerta contra a parte de baixo da tabela.

Pela primeira vez, Dunga decidiu alterar significativamente o time desde o início do jogo, privilegiando as opções de Caio e Otávio, que deram resposta positiva no segundo tempo do confronto contra o Atlético-PR pela Copa do Brasil. O quarteto ofensivo foi completado por Jorge Henrique e Alan Patrick, mostrando mobilidade e velocidade ao setor, diferente da burocracia protagonizada por jogadores mais veteranos ou em má fase, como Forlán e Damião. 

O problema foi adversário, líder absoluto com 11 pontos de vantagem e virtual campeão, mesmo aos 2/3 do Campeonato. Erros defensivos contra a equipe de Marcelo Oliveira seriam fatais para qualquer adversário, e no fim foram determinantes para mais um insucesso Colorado.  O time mineiro não tem pressa para definir as jogadas e, consequentemente, o jogo. Com aproximação, velocidade e frieza nas conclusões, o Cruzeiro possui um dos melhores contra-ataques do futebol brasileiro, o que lhe permite também definir partidas a partir do nervosismo e de erros defensivos do adversário, como ocorreu contra o Inter.

Como já venho escrevendo no Blog, o Internacional tem um problema crônico no sistema defensivo e que só poderá ser corrigido para 2014, com uma reformulação completa no setor e a contratação de reforços com uma idade mais jovem. Contra o Cruzeiro o suspenso Índio não atuou, porém Ronaldo Alves ganhou uma nova oportunidade após a lesão de Alan, e formou o sistema com Muriel, Gabriel, Juan e Kléber (este na primeira etapa, pois deu lugar a Fabrício) que vacilou nos dois gols mineiros, um em jogada de bola parada e outro em um contra-ataque. No segundo gol, faltou reflexo a Muriel, que pulou atrasado em uma bola que era aparentemente defensável. 

Ofensivamente, notei evolução no time principalmente na primeira etapa, e prevejo a continuidade deste crescimento com as voltas de D’Alessandro e Scocco, além de um melhor entrosamento. Não tiraria Caio nem Otávio do time, e formaria um 4-2-3-1 com Otávio, Caio, D’Alessandro e Scocco mais à frente. Espero que Dunga também tenha notado, e que não modifique radicalmente a escalação para o próximo jogo. 

O treinador Colorado deverá ser mantido até o final do Brasileirão e terá que reverter um retrospecto de 3 vitórias nos últimos 15 jogos, responsável por um pífio aproveitamento de 28%. Sem sequencia de 4 vitórias consecutivas no início do campeonato, e o time provavelmente estaria na Zona do Rebaixamento.  O time está momentaneamente entre o G4 e o Z4, porém já deveria trabalhar com um maior cuidado a parte debaixo da tabela, pois mantido esse retrospecto recente, o clube poderá estar lutando contra o descenso nas últimas rodadas. 

Este ano de 2013 não pode ser explicado apenas pela falta do Beira-Rio. Houve muitos erros diretivos, desde a formulação do plantel para a temporada, vendas de jogadores no meio do ano e a escolha de Dunga para o comando técnico. Omitir estes erros seria fracassar no próximo ano, que praticamente não terá a sua casa no primeiro semestre e que deverá ter outro treinador na casamata. 

O plantel ainda é uma incógnita, pois a direção ainda não sinalizou nada a respeito, provavelmente em função de ainda ter a Copa do Brasil como oportunidade de título. Porém é bom o clube se mexer neste sentido, tendo em vista que alguns clubes já começam a pensar no próximo ano, e o Internacional não poderá mais se dar ao luxo de errar, pois já errou em 2012 e em 2013. 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Grupo Colorado preocupa para o futuro

Na última quarta-feira, o Internacional divulgou o seu Balanço de Resultados Orçamentários, onde comparou os valores efetivos (realizados) com os orçados (previstos). O Clube possui um superávit de pouco menos de 17 milhões para os 5 meses finais do ano, que poderão ser insuficientes para cobrir os gastos que terá até o final da temporada.

O clube gastou 35% mais do que planejava, enquanto que a arrecadação foi 11% maior, fruto das negociações de Fred e Moledo, que comparadas com as contratações e a alta folha salarial ainda geram um descompasse financeiro que deverá corroborar com o déficit. O que impressionou foi o fato do clube ter orçado aproximadamente R$ 58 milhões em negociações de atletas, número expressivo e que foi ultrapassado pelos R$ 71,5 mi efetivos. Acho um absurdo um clube já planejar arrecadar este valor com atletas, pois sempre fica na dependência de boa fase para vender, e quando esta não vem, ou desmonta o time ou fica com um alto déficit.

Para 2014 as previsões são preocupantes, pois o clube deverá orçar um valor similar ou, talvez, até maior que o de 2013, porém não possui, hoje, jogadores que possam render razoáveis dividendos em um curto prazo. Além de ter que reformular todo o time, cuja base ultrapassa dos 30 anos, o Internacional terá que torcer para que Otávio se firme a ponto de tornar-se atrativo e valorizado na Europa, além de Damião recuperar o seu futebol e voltar ao patamar valorativo anterior ao da sua má fase.

O elenco do Internacional está parcialmente envelhecido, pois jogadores como Alex, Gabriel, Índio, Juan, Kléber, D’Alessandro, Jorge Henrique, Forlán e Rafael Moura estão com 30 anos ou mais, enquanto que outros jogadores contratados ou que até já faziam parte do grupo, como Airton, Williams, Ednei, Ygor, Josimar e Alan Patrick não convencem, não mostrando capacidade para ser titular no clube. 

O desejo do post não é escrever a mesma coisa que escrevi ontem, quando fiz uma análise no elenco, além de sugerir uma grande reformulação no plantel, porém o elenco atual preocupa até em previsões de futuras negociações, pois o clube está apostando em jogadores experientes que não têm valor de mercado, enquanto que as categorias de base estão revelando poucos jogadores.

Crédito: AI Inter
O Campeonato Brasileiro está mostrando que investir em elencos envelhecidos não gera resultado. No início até foi considerado o campeonato dos experientes, porém com o acúmulo de jogos nas quartas e nos domingos, os clubes comandados pelos “vovôs” caíram acentuadamente de produção, com estes referenciais passando a ser meros coadjuvantes em seus clubes. Apenas o Inter seguiu escalando seus veteranos, e conseguiu apenas 3 vitórias em 13 jogos, que lhe inviabilizou na luta pelo título e praticamente o tirou da luta pelo G4. 

Imagino que para o Inter possa ter sucesso em 2014, o seu time titular tenha no máximo 4 jogadores acima dos 30 anos, dos quais um seria o goleiro. Um clube precisa de jogadores experientes para o seu time titular, porém os demais têm que oferecer vitalidade, vontade, movimentação e principalmente velocidade para tornar o time dinâmico. Hoje é possível fazer um time relativamente barato mais qualificado em resultados que um time caro de veteranos, prova disso é o Atlético-PR estar no G4, além de Botafogo e Cruzeiro, com folhas sensivelmente menores que a da Dupla Gre-nal, serem os únicos times capazes de levar o Brasilerão 2013.

Como Dunga não deverá permanecer, hoje pode-se afirmar que o clube entrará 2014 sem treinador, sem grupo de jogadores e com um time titular envelhecido, lento e tecnicamente insuficiente.  

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Inter reage no segundo tempo e empata com o Furacão

O Internacional ficou no empate de 1x1 contra o Atlético-PR no Estádio do Vale, pelo jogo de ida da Copa do Brasil. Resultado ruim, pois o time agora terá que vencer em Curitiba para obter a vaga para as semifinais.

Dunga fez o de sempre: Trocou peças, ao promover as entradas de Forlán e Jorge Henrique, porém manteve o esquema, o tradicional 4-4-2 com meio em losango, que pelos resultados e atuações mostrou-se incapaz de tirar o máximo dos jogadores e dar vantagem ao time.

Como o histórico previa, o Inter fez um péssimo primeiro tempo, que foi marcado pelo gol do Furacão logo aos 4min, em cobrança de falta do interminável Paulo Baier que desviou em Damião. O Colorado sentiu o gol e poderia ter saído do primeiro tempo com uma goleada nas costas, enquanto que era praticamente inofensivo em seu setor ofensivo. 

Dunga, inevitavelmente, acabou modificando o time no intervalo, colocando Scocco e Otávio nos lugares de Damião e Josimar, deslocando Jorge Henrique para a volância e transformando o esquema para o 4-2-3-1.  O setor ofensivo melhorou com maior movimentação e velocidade, e o time começou a ter várias chances de gols. De tanto insistir, conseguiu marcar com Otávio aos 43 da etapa final. O Atlético mostrou-se satisfeito com o resultado e privilegiou a defesa. O time até teve alguns contra-ataques para matar o jogo na fraca defesa do Inter, porém não soube aproveitar. Nos minutos finais apenas se defendeu, quando chegou a ter dois jogadores a menos com as expulsões de João Paulo e Mérida.

Crédito: AI Inter
O segundo tempo mais interessado do time e um pouco mais organizado, além do gol de Otávio, podem ter salvado o emprego de Dunga, que terá praticamente um mês para reverter a situação do time.  Ofensivamente o treinador tem opções para melhorar o time, basta apostar no esquema utilizado na segunda etapa e manter Scocco, Otávio e Caio ao lado de D’Alessandro. Esse quarteto é o que o time tem de melhor no momento, pois o deixa dinâmico e com opções devido a capacidade de movimentação e velocidade do trio promovido. 

Defensivamente o time continua fraco e deverá continuar assim até o final da temporada. É um problema crônico que só será resolvido para 2014, se a direção promover uma reformulação.  No gol, Muriel mostra-se insuficiente para ser titular de um clube do porte do Inter. Na defesa, tanto os zagueiros Índio e Juan, quanto os laterais Gabriel e Kléber, possuem mais de 30 anos, o que contribuem para a vulnerabilidade do sistema. Na cabeça de área, Dunga já tentou todas as formações possíveis com Williams, Josimar, Airton e Ygor e nenhuma mostrou-se suficiente. 

A critério de informação, dos 11 jogadores inicialmente escalados por Dunga, 7 possuíam mais de30 anos (Gabriel, Índio, Juan, Kléber, Jorge Henrique, D’Alessandro e Forlán). Bastou o treinador colocar juventude no ataque, revertendo um quadro de 3 dos 4 experientes para apenas 1 experiente (no caso D’Alessandro), para o setor mostrar uma significativa melhora, capaz de  buscar o empate, que por pouco não transformou-se em vitória.

Tenho a ideia que o ideal para o um time é ter 1 jogador experiente para cada setor. Desta forma, seria necessária uma reformulação em todo o sistema defensivo do Inter, o que inclui os jogadores considerados insuficientes anteriormente relatados. Somente com uma oxigenação de juventude e de qualidade que o Inter poderá efetivamente chegar ao  favoritismo que pensa ter.

Bom Senso F.C. expõe o desinteresse dos dirigentes em melhorar o futebol brasileiro

Nesta semana, alguns dos principais jogadores do futebol brasileiro se juntaram e oficializaram um manifesto contra o apertado calendário do futebol brasileiro e indo de encontro aos interesses de Federações, televisões e até de dirigentes. 

A ideia é rediscutir o calendário nacional, tendo em vista que não há um período adequado de preparação adequada aos clubes, além de um calendário ininterrupto de jogos quartas e domingos, o que inviabiliza a recuperação física dos jogadores e, por consequência, determina a queda do nível técnico do futebol brasileiro.

Muito se discute o fato, inclusive com uma possível readequação do calendário brasileiro ao internacional, porém pouco foi levado à prática. Temos hoje um grande número de jogos na qual os clubes são forçados a escalar força máxima, o que inviabiliza uma preparação mais adequada, excursões internacionais e pausas nas datas-FIFA reservadas para as Seleções.

Não acredito que esta manifestação tenha grandes resultados práticos, mas já serviu para mostrar de uma forma clara o quanto os dirigentes e seus clubes estão amarrados aos interesses da Televisão e das Federações. São essas que facilitam a obtenção de cotas mais gordas, além de adiantamentos e empréstimos para os deficitários clubes, o que fazem com que estes sintam-se acomodados em não lutar por melhorias em função de interesses pessoais (pelos seus clubes).  Há ainda o fato dos Estaduais serem a única possibilidade de título de alguns clubes na temporada, o que também evita que os dirigentes se manifestem a respeito de um calendário mais racional.

Há anos defendo o fim dos Estaduais para os grandes clubes, tendo em vista que é uma competição em que clubes da Série A só têm a perder, pois além de não se prepararem adequadamente para a temporada, os certames regionais servem para superestimar o real potencial do grupo de jogadores e  também uma fonte potencial de desfalques por lesões em razão das péssimas condições da grande maioria dos campos dos interiores. Porém admito a possibilidade deste certame ser abreviado, com quatro ou cinco datas para os grandes clubes.

Os jogadores precisariam de um período entre três a quatro semanas como preparação para a temporada, além de algumas semanas-cheias ao longo de um ano para que um clube possa recuperar fisicamente os atletas e taticamente o time. Isso só seria possível com a diminuição do calendário, além de esticar o Brasileirão para toda a temporada, bem como a Copa do Brasil e as competições sul-americanas, que poderiam ser concomitantes como ocorre na Europa. 

Assisto há pelo menos 10 anos as taças e ligas europeias e lá há jogos duas vezes por semana. A diferença é que um país como Espanha, Inglaterra ou Itália tem dimensões de um estado brasileiro, além de possuir toda uma infra-estrutura de locomoção de países desenvolvidos. No Brasil, para um clube do sul viajar até o nordeste para jogar uma partida, acaba perdendo praticamente dois dias em locomoção (um para a ida e outro para a volta), o que acaba criando um desiquilíbrio em relação aos clubes do sudeste, que fazem viagens mais curtas, além de (erroneamente) não haver a cultura de rotatividade no plantel, com a preservação de jogadores no banco de reservas em alguns jogos.

Uma forma de minimizar isso seria dirigir a tabela para que um clube de uma extremidade do país já possa fazer dois jogos seguidos na outra, como por exemplo, o Vitória da Bahia vir a Porto Alegre e já enfrentar Grêmio e Internacional na sequencia e a dupla Gre-nal poder jogar contra Vitória e Bahia fora de casa em rodadas consecutivas. 

São estes pequenos ou grandes detalhes, que acabam fazendo a diferença. Os dirigentes poderiam deixar de atender apenas aos seus interesses clubísticos e passar a pensar na coletividade, fortalecendo os campeonatos que disputam. O futebol brasileiro está bastante desorganizado e a cada dia perde em audiência na TV e em público nos jogos, além de ser desinteressante fora do país. 

Se nada for feito, o futebol brasileiro tenderá a ficar cada vez pior até um ponto de tornar-se inviável para as televisões, que é a principal fonte de receita dos clubes, o que acarretaria na morte do principal esporte do país.

domingo, 22 de setembro de 2013

Hora de rever conceitos

Neste domingo, o Internacional somou a sua segunda derrota consecutiva no Brasileirão, desta vez no Estádio do Vale, quando foi superado pela Portuguesa por 1x0, gol de Wanderson.

Para o jogo deste domingo, Dunga sacou Kléber e Otávio para promover as entradas de Caio e Fabrício, além de contar com a volta de D’Alessandoro. Na prática, as alterações não surtiram efeito, tendo em vista que a formação continuou a mesma, enquanto que outros jogadores que estão contribuindo pouco, como Alex e Damião, seguiram escalados na base do carteiraço. Para complicar, o time mostrou uma crise de nervos e teve Índio expulso por cotovelada no adversário logo no início da segunda etapa. Acabou levando o gol no final, quando já não merecia nem o empate, devido às fortes chegadas do time paulista. 

Com a derrocada e o histórico recente de péssimos resultados, há um natural direcionamento das críticas ao treinador Dunga, incapaz de dar um padrão tático ao time e de minimizar as deficiências do grupo de jogadores ao não escalar jogadores que estejam em um melhor momento para compor o time titular. O treinador tem sim a sua parcela de responsabilidade, porém não é o único culpado, tendo em vista que o grupo de jogadores do Inter apresenta problemas crônicos em virtude de ter sido mal formulado. Entendo que não há mais clima para a sua permanência, pois o Dunga já manifestou de forma expressa o desejo de não permanecer para a próxima temporada, o que seria um argumento importante para cogitar ou não a sua saída.

A gestão do presidente Giovanni Luigi caracteriza-se por manter a ideia dos seus antecessores Fernando Carvalho e Vitório Piffero quanto a necessidade de venda de jogadores para compor o caixa, além de utilizar parte deste dinheiro para investir em contratações. A grande diferença é que Luigi faz investimentos de alto risco ao trazer jogadores com mais de 30 anos e que estão na fase descendente da carreira. Com exceção de Scocco, os grandes reforços dos últimos anos têm uma idade avançada e, consequentemente, são lentos. Como a folha de pagamento escala o time, os jogadores acabam sendo escalados mesmo sem apresentar condições para tal.

Nas últimas temporadas, o problema foi ofuscado em virtude dos alvos serem os treinadores. Nesta temporada, com o ídolo Dunga no comando, houve mais uma minimização em virtude de o Gauchão não ter o Grêmio como candidato ao preterir a competição pela Libertadores. No Brasileirão, contra equipes mais fortes, o Inter faz mais uma campanha pífia, assim como em anos anteriores.

Para a próxima temporada, o grupo necessitará de uma nova reformulação em virtude das errôneas escolhas feita pela direção na construção do elenco para 2013. Além disso, terá que considerar a idade, condição atual e custo x benefício na hora de apostar em medalhões, além de rever o gerenciamento das categorias de base, que estão formando poucos jogadores qualificados. São erros que geralmente passam despercebidos em virtude de haver no Brasil responsabilidade integral ao treinador.

Não sei mais o que esperar do time nesta temporada. O quinto lugar já é enganoso pela atuação e resultados do time, que já poderá ser superado na próxima rodada por Goiás, Santos, Atlético-MG, Vitória, Bahia, Corinthians e Coritiba. O próximo adversário é o líder Cruzeiro no Estádio do Vale, sem D’Alessandro, Índio e Juan suspensos. 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Inter fica apenas no empate contra o Vitória

Nesta quinta-feira, o Colorado definitivamente pôs fim a sua tentativa de reação no campeonato, após empatar com o Vitória em 2x2 (além de ter perdido para o Santos por 2x1), marcando apenas 1 ponto nos últimos 6 disputados em casa. 

O time apresentou os problemas que lhe fazem perder pontos ao longo do Campeonato. Dunga não acertou o posicionamento do time, principalmente do meio-campo, deixando um demasiado espaço no setor. Um dos motivos é o fato de Ygor e Williams serem primeiros volantes, o que gera um índice altíssimo de erros de passes e, por consequência, contra-ataques ao adversário.  A reposição do time é muito lenta, deixando o adversário com liberdade para trabalhar a bola e criar chances perigosas.

D’Alessandro mostrou o porquê de ter o status de ídolo e marcou dois bonitos gols, salvando o time nesta noite, já que se os gols não saíssem de seus pés, provavelmente o time ficaria zerado.  É notória a displicência de alguns jogadores, que parecem estar se sentindo de férias. Eu havia perdido os minutos iniciais do jogo, mas quando comecei a assisti-lo, notei um time totalmente desestimulado e se não fosse a vontade e os gols de D’Alessandro, o time poderia ter sido goleado. 

Outro fator determinante para essa recaída foi a falha do planejamento do futebol do clube, que não criou um plano de revezamento de jogadores nesta semana de 4 jogos, o que deixou o time visivelmente cansado e sem possibilidade de reação. Provavelmente o acúmulo de jogos será uma das explicações da derrota, mas custaria tanto planejar esta semana? O clube sabia com antecedência a existência desse acúmulo de jogos. Cito o exemplo do Boxing Day na Inglaterra, que é o primeiro dia útil após o Natal, onde há rodada da Premier League e os times chegam a jogar 3 jogos no esquema jogo dia sim/ jogo dia não.

Eu não tenho a convicção que Dunga possa reverter essa situação, porém é notório que alguns problemas que o time enfrenta são devido a incompatibilidades entre a sua ideia de formação e o do grupo que tem a disposição. O treinador tem uma ideia de formação, porém não tem jogadores adequados para o que deseja, ocasionando graves problemas táticos e desinteresse dos jogadores. Ainda não entendo o motivo de não ter testado uma formação diferente. O que vejo hoje é um bando (desorganizado) de jogadores, incapaz de envolver o adversário de forma coletiva e dependente das individualidades.

Agora o time titular do Inter está cansado e Domingo já terá outro confronto contra o Criciúma. Nem é preciso destacar que a vitória é essencial, pois o time ainda está na luta pelo G4, pois três times dispararam no campeonato, e a quarta vaga ainda procura um dono, em virtude da instabilidade de do Colorado e do Corinthians. 

A dupla ainda é a principal concorrente, porém os pontos que o Atlético-PR está conquistando estão lhe deixando na briga, em virtude da gordura acumulada. Porém, para continuar na luta, o Inter precisará voltar a vencer. Se mantiver a campanha dos últimos 10 jogos, o time provavelmente será alijado da briga pelo G4 no meio do segundo turno. 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Inter volta a vencer no Campeonato

Finalmente, após seis empates consecutivos no Brasileirão, o Inter voltou a sentir o sabor da vitória ao bater o Corinthians por 1x0, em uma grande cobrança de falta de D’Alessandro. 

Foi um jogo fraco tecnicamente, onde os sistemas defensivos levaram vantagem, além de ambos os times mostrarem poucas soluções ofensivas. O Corinthians estava desfalcado e tem um problema crônico no seu sistema ofensivo, enquanto que o Inter estava desajustado e vinha de uma mudança de formação proporcionada por Dunga.

O treinador Colorado finalmente conseguiu detectar o grande problema ofensivo do time preferindo a entrada de Otávio como titular para jogar ao lado de D’Alessandro, que voltou a fazer uma boa partida. No início do jogo, o treinador apostou em um 4-2-2-2, porém no decorrer da partida, notei que Scocco estava voltando para compor a linha dos meias, o que pode ser um ensaio para o 4-2-3-1. Apesar de não ter muito volume ofensivo, a alteração mostrou-se correta, tendo em vista que Otávio deu uma nova dinâmica ao time e o Corinthians havia levado apenas sete gols em 17 jogos. 

Imagino que Dunga deva mantê-lo no time para uma sequencia, e imagino que Otávio tenha potencial para não sair mais do time, contribuindo para uma melhora e consolidação do sistema ofensivo pelas suas características de velocidade e movimentação. Na zaga, Índio entrou bem, e mostra-se opção para o setor, onde Alan já mostrara uma boa impressão. 

O jogo foi polêmico em pelo menos três lances: O gol anulado em um lance de choque de Damião com o goleiro Cássio, que acabou lhe tirando da partida; Um suposto pênalti em Emerson e uma suposta mão de Danilo, que foi marcada a infração que originou o gol do Inter. 

No primeiro lance, não achei falta de Damião em Cássio, porém como o jogador caiu desfalecido, era prudente o jogo ser parado por ser necessário um goleiro. O árbitro estava assinalando o gol quando voltou atrás, gerando muitas reclamações. Já vi gol ser assinalado nesta situação, porém considero o lance discutível, pois ambos os lados teriam argumentos para reclamar pelo gol não dado e pela impossibilidade do goleiro no lance. 

Fonte: AI Inter
O segundo lance e o terceiro foram similares, com a bola pegando na mão do jogador do Corinthians, sem este ter a intenção. Em minha opinião, quando não há a intenção não há o pênalti, tendo em vista que a chamada bola na mão (não intencional) não corresponde a vantagem, porém no Brasil geralmente se assinala infração. O que condeno nos lances é o descritério do árbitro Paulo Bezerra, pois ou deveria marcar as duas infrações ou deveria deixar o jogo seguir. O fato de ter optado por duas decisões distintas em lances similares prejudicou a sua atuação.

O time conseguiu superar o estigma da arbitragem, que acaba lhe prejudicando em algumas situações. Há um sentimento eterno de injustiça em relação à arbitragem por parte dos torcedores, que geralmente acaba afetando o vestiário, vindo a atrapalhar o time. Porém, desta vez, Dunga soube utiliza-lo a favor do time, que trouxe uma vontade extra que não era vista há um bom tempo e que contribuiu para a vitória. Apenas se esconder atrás de erros de arbitragem não me parece uma atitude vencedora. 

O fato é que o Inter tem motivos para comemorar, pois talvez tenha encontrado a sua formação ideal. Espero que Dunga possa mantê-la para o próximo confronto, pois imagino que o time possa crescer com a entrada de Otávio. 

Ao vencer o Corinthians, o Inter se tornou o time com menos derrotas no campeonato. O grande número de empates lhe prejudica no certame, porém se conseguir atingir uma sequencia de vitórias, terá totais condições de fazer uma ótima campanha, pois geralmente o time com o menor número de derrotas é o campeão, mas se não tiver um bom número de vitórias, a estatística serve apenas para registro.

domingo, 1 de setembro de 2013

Inter estabiliza-se em uma "Zona de Conforto"

Neste domingo, o Internacional empatou mais uma vez no Campeonato Brasileiro e chegou ao seu sétimo jogo sem vencer e o sexto empate consecutivo no certame. 

Dunga modificou o time no sistema defensivo, com o retorno de Gabriel na lateral direita e de Alan na zaga, ganhando o lugar do questionado Ronaldo Alves. Ambos trouxeram consistência para o setor, que não sofreu grandes dificuldades quanto a posicionamento. O problema foi os erros individuais de Fabrício e principalmente Williams, que originaram contra-ataques onde o Coritiba poderia ter ganhado o jogo.  

O problema desta vez foi o sistema ofensivo, incapaz de oferecer perigo aos paranaenses. No momento em que acompanho o jogo, uso as redes sociais, e nelas vejo muitos torcedores pedindo Scocco no time, bem como a saída de Forlán ou Leandro Damião. Não vejo por ai a solução, tendo em vista que muitos não se deram conta do grande problema ofensivo do time, principalmente quando joga contra defesas mais equilibradas.

O sistema ofensivo, formando por Jorge Henrique, D’Alessandro, Forlán e Damião é lento demais, para que o time possa surpreender o adversário em um contra-ataque, por exemplo. É necessário a todos os times um jogador com característica de contenção de bola, para criar jogadas, porém também é necessário outro com velocidade para equilibrar o setor e trazer alternativas de jogadas. Vejo ai um grande erro diretivo, que optou por contratar jogadores na faixa dos 30 anos que são tipicamente ou circunstancialmente (em função da idade) lentos. Faço apenas uma ressalva para Jorge Henrique, o mais veloz do quarteto, porém já não tem a mesma explosão de anos anteriores.

No grupo atual, vejo apenas Otávio com esta característica, capaz de se movimentar rapidamente pelo campo, criando alternativas e tirando o time da burocracia. Porém o jogador de apenas 18 anos está atrás de Jorge Henrique e Alex, e dificilmente seria escalado no momento. Acredito que a sua entrada para jogar ao lado de D’Alessandro daria um maior dinamismo ao time. 

A bola não chega ao ataque em função da previsibilidade do time. Damião é o maior refém, em virtude de ter o dom da finalização, porém sem a bola é obrigado a sair da área e mostrar uma habilidade que não tem, sendo facilmente desarmado. Com Scocco é a mesma coisa, e pelo que estou assistindo, a escalação simultânea de ambos só se daria em circunstâncias excepcionais, tendo em vista que ocupam tipicamente o mesmo espaço. O time não tem a característica do 2-1, isto é, dois toques na bola e passar para o companheiro em movimentação, que acaba surpreendendo-o em virtude da eficiência e mobilidade.  

Dunga está preocupado com a sua continuidade no time e aos poucos começa a efetuar as mudanças idealizadas por todos. Já tirou Muriel, Edinei e Ronaldo Alves do time, agora precisará acertar Fabrício e Williams. O primeiro vem de partidas sofríveis e há a opção de Kléber para substituí-lo. O segundo é uma incógnita, pois é um dos melhores desarmadores do campeonato, porém é o melhor puxador de contra-ataque do adversário, em virtude de seus errados passes atravessados.  

O time se estabilizou em uma zona de conforto no campeonato, e já está vendo o G4 distante, apesar do jogo a menos que ainda tem a realizar. Enquanto faz 1 ponto por rodada em virtude dos empates e para nos 24 pontos, os adversários vencem os jogos e já ultrapassam a barreira dos 30. Para busca-los, somente com uma sequencia de vitórias que dificilmente virá, pois apesar da qualidade técnica para isso, há um comodismo no clube privilegiando o empate, que no fim das contas não leva a lugar nenhum.

Dunga está fazendo o que pode para melhorar o time, porém o seu esforço está sendo insuficiente e não tem em seu currículo alguma referência que possa lhe fazer reverter essa situação. Há boas opções no mercado como Abel Braga e Muricy. Se o clube estiver preocupado em conquistar alguma coisa nesta temporada, principalmente uma vaga na Libertadores, terá que avaliar isso até o final do primeiro turno, senão será tarde demais.