domingo, 25 de agosto de 2013

Estratégia falha e Inter empaca na tabela

Passadas 16 Rodadas do Campeonato Brasileiro, já é possível uma melhor avaliação sobre o que cada time poderá aspirar no certame. Por muitos anos, procurei ser o mais imparcial possível nos posts sobre o campeonato, procurando escrever sobre todos no blog, porém a falta de tempo me impede de acompanhar a maioria dos jogos como fazia antigamente e procuro centrar-me nos líderes e no Internacional, que é o clube do meu coração e é a quem dirijo este post.

A equipe Colorada disputa o título dos empates no Campeonato, juntamente com o Corinthians, seu maior adversário neste quesito. Ambos já somam 8 empates no campeonato, o que chega a metade dos jogos disputados apenas somando 1 ponto, quando a vitória dá 3. Eu sei que muitos gostam do resultado, principalmente em jogos fora de casa, porém é comprovado que este resultado não leva a lugar nenhum, pois se nesses 8 jogos o time tivesse conquistado 3 vitórias e 5 derrotas, estaria um ponto na frente e melhor servido no primeiro critério de desempate. 

Porém atribuir aos empates e a erros de arbitragem (inerentes a todos os times em virtude da péssima arbitragem do futebol brasileiro) é muito simplista, tendo em vista que a maioria dos empates do Internacional no certame foram com gols, o que mostra um bom poderio ofensivo, porém muitas deficiências ofensivas, que o deixam como um dos melhores ataques e uma das piores defesas do campeonato. 

Dunga montou uma ideia de formação, no esquema 4-4-2 e com meio no formato de um losango, porém parece ter se perdido com as opções do grupo, já que seguidamente procura improvisar e apostar em jogadores que reconhecidamente não estão convencendo, do que procurar uma formação mais condizente com o elenco disponível. Não falo apenas do meio, que até foi alterado após o Gre-nal para dois meias e dois volantes, porém há problemas de posicionamento no sistema defensivo, além de falhas individuais recorrentes de alguns jogadores, que já foram cansativamente testados, mas que não se afirmaram, mostrando insuficiência técnica indigna para continuar  vestindo a camisa do clube.

Tirando o confronto da Copa do Brasil, contra o Salgueiro que é um time de quarta divisão e que não é parâmetro, o Inter amaga uma sequencia de 6 jogos sem vencer, onde 5 deles acabaram em empate. Porém na maioria destes confrontos, o time apresentou problemas, que se fossem sanados, culminariam em vitórias. 

O principal problema é o lado direito da defesa, onde Edinei e Ronaldo Alves não tem condições de continuar sendo escalados. Juro que tento compreender o que faz o treinador continuar insistindo com esses jogadores, porém não consigo, tendo em vista que ambos tem participação direta em vários gols sofridos pelo time. 

Edinei quase sempre é substituído em meio aos jogos por deficiência técnica, enquanto que Ronaldo Alves é auto escalável, pois cada erro seu lhe deixa ainda mais indiscutível no time, tendo em vista que não vejo grandes manifestações contra o seu futebol. Para não passar batido, vou apontar alguns problemas que vejo em ambos. O primeiro tem um estilo de peladeiro, pois não tem aplicação tática, além de deficiência técnica para defender, deixando espaços para os adversários; e também para atacar, pois dificilmente acerta um cruzamento. O caso de Ronaldo Alves é ainda mais enigmático, pois o jogador não consegue se posicionar adequadamente na zaga, além de errar quase todas as suas saídas de bola e mostrar-se um verdadeiro desastre em suas investidas ofensivas, perdendo gols incríveis e atrapalhando outros gols certos de outros jogadores.

Quanto à reposição, Alan entrou bem contra o Atlético-MG e poderia ser mais bem testado, enquanto Índio parece não ter mais condições físicas para jogar todos os jogos. 

Do meio para frente, vejo uma acomodação dos jogadores quanto à movimentação, deixando-os facilmente marcáveis. O time tende a afunilar pelo meio, salvo raríssimas exceções. Como resultado, o time cria poucas chances, além de ceder vários contra-ataques. É nesse setor que Dunga tem a maior fartura de opções no elenco, pois foi onde o clube efetivamente investiu em reforços, porém o treinador não está sabendo tirar o melhor do time, isto é, escalando os jogadores que estão em melhor momento e que poderiam render mais, exemplo Otávio ou Alex no meio-campo e Scocco no ataque.

Em virtude da deficiência defensiva e das opções disponíveis, vejo que seria melhor Dunga mudar suas convicções de esquema para o 3-5-2, deixando Fabrício e Jorge Henrique nas alas, um volante (Williams/Ygor), dois meias (Alex/Otávio e D’Alessandro) e dois atacantes (Forlán e Scocco/Damião). Prevejo um maior volume de jogadas nos flancos, além de tentar equilibrar o time defensivamente e deixa-lo mais forte no meio-campo, tanto para municiar o ataque quanto para ajudar a defesa, além de compactar o time. Não vejo outra solução com o elenco disponível que possa fazer o Inter jogar mais, porém é fato que Dunga terá que alterar suas convicções, senão morrerá abraçado com elas.

Como já escrevi no post anterior, o técnico Colorado parece ter perdido o foco desde quando aconteceram indisposições com a imprensa e até com um gandula. Desde então, o Inter perdeu a sua vibração em campo, e o treinador ficou apático quanto a sua escalação e modificações ao longo do jogo, que acabam punindo o Inter com a perda de pontos. Não sei como anda o relacionamento do treinador com a diretoria e com o grupo de jogadores, porém o futuro de curto prazo do clube precisa ser reavaliado, com uma cobrança mais incisiva e quiçá uma troca de treinador, no caso de haver problemas e dificuldades de reação. Não gosto de troca de treinadores em meio ao campeonato, porém em alguns casos esta medida torna-se imprescindível. 

O Campeonato já não está mais no início, e alguns clubes como Cruzeiro, Corinthians, Grêmio e Botafogo já mostraram a que vieram no certame, e são favoritos para a vaga do G4. Ainda tenho o Inter como concorrente para uma destas vagas, porém se o time continuar jogando mal e perdendo pontos, ficará estacionado no meio da tabela. 

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Se quiser título ou G4, Inter e seu torcedor precisarão se reequilibrar

Ando acompanhando a campanha do Internacional no Campeonato Brasileiro e ao mesmo tempo leio comentários acerca da atuação do time no certame. Há claramente uma dualidade entre otimismo e pessimismo. 

Há os otimistas, que contabilizam o jogo deficitário que o time tem em relação aos demais, bem como a pouca diferença em pontuação para o líder e para os que estão no G4 e as circunstâncias isoladas da partida, como foi o bom empate contra o Botafogo em 3x3. Já os pessimistas elencam a sequencia de jogos sem vitória, oitava posição na tabela, além da quantidade de gols sofridos, frutos de problemas de posicionamento e de escalação, que respingam no treinador Dunga e que acabam freando o time no Brasileirão.

Nenhum torcedor está errado, bem como nenhum é dono da verdade. O Inter em campo é uma dualidade extrema, que põe em dúvida a sua real capacidade neste campeonato. 
Como um time que tem D’Alessandro, Alex, Forlán, Damião e Scocco não lutará pelo título? 
No entanto, também há o outro lado: 
Como um time que tem uma das piores defesas, contabilizando várias falhas técnicas individuais poderá lutar pelo título? 
Em números, o Inter possui o segundo melhor ataque e uma das terceiras piores defesas. E o pior, é que, pelo visto, ninguém se deu conta que esse paradoxo não leva a lugar nenhum, pois entre o 8 e o 80 há o 40.

Entendo a agonia de alguns, tendo em vista que o Brasileirão 2013 é, provavelmente, o mais disputado da era dos pontos corridos. Pesquisei, e constatei que desde 2006, quando o campeonato possui 20 clubes, nunca um primeiro colocado terminou a 14º Rodada com tão baixa pontuação como a do Botafogo (26 pontos). Em 2007, 2008 e 2009, Botafogo, Grêmio e Atlético-MG terminaram respectivamente com 28 pontos, enquanto que em 2010, 2011 e 2012, Fluminense, Corinthians e Atlético-MG terminaram esta rodada respectivamente com 32 pontos, o que comprova o equilíbrio deste campeonato.

O time e, consequentemente a torcida, precisam buscar o equilíbrio, que fará com que o time fique mais próximo do 80 do que do medíocre 40, enquanto que fora de campo haverá o apoio que fará a diferença para o time.  Nem tudo está errado, bem como nem tudo é um mar de rosas. 

Em campo, desfalques são inerentes aos clubes em um campeonato longo, porém os grandes problemas do time estão relacionados à escalação e ao posicionamento do sistema defensivo. Quanto a nomes, Muriel, Ednei (que está lesionado) e Ronaldo Alves provaram não ter capacidade técnica suficiente para continuarem como titulares no time, pois cometem muitos erros individuais que acabam comprometendo os resultados do Inter. Vale ressaltar que o goleiro tem um treinamento especial por um profissional, o treinador de goleiros, e a sua atuação teria que ser reavaliada. 

Além disso, há um espaço demasiado no meio, que contribui para uma demasiada exposição do sistema defensivo, que é fraco, e torna-se facilmente vazado. É necessária uma compactação do time, buscando adiantar a marcação e deixando a defesa entre 30 a 40 metros do ataque, basicamente na linha do meio-campo, se o time estiver realizando uma feroz marcação sob pressão, que é outra característica que o Inter precisaria para funcionar. 

O time colorado recua demais, e como o meio tem dificuldades de preencher os espaços, deixa o sistema defensivo totalmente vulnerável. Treinando a compactação para um espaço reduzido, uma maior qualidade de troca de passes e marcação forte já na intermediária do adversário, este teria mais dificuldades para atacar e chegaria menos na área Colorada. Essa é uma das grandes virtudes do Barcelona e do Bayern, e que precisa ser implantada no Brasil. Geralmente em seus jogos com transmissão em 16:9 (Widescreen como o HD) é possível ver todo o time na tomada da tela, algo que é muito difícil de ver no futebol brasileiro. 

Como quem escala, posiciona e treina é o treinador do time, vejo que é necessária uma postura mais forte para cobrar Dunga, tendo em vista que estes problemas apresentados são recorrentes e prejudicam a evolução do time no certame. Não tenho muitas referências que podem determinar se há opções no elenco para uma mudança de escalação pois só assisto aos jogos do time, porém o clube teve tempo para analisar a condição ao longo da parada da Copa das Confederações, e persistir escalando jogadores nitidamente desnivelados para baixo, mostram descomprometimento diretivo com o futuro do time. 

Ainda é cedo para fazer previsões sobre o futuro do Inter no Campeonato. O time não engrena e, mesmo assim, pode ser campeão ou conquistar vaga na Libertadores devido ao nivelamento (para baixo) com os demais.  Mas se conseguir reorganizar, tem condições de ser campeão  até com tranquilidade, tendo em vista que não há um outro clube com um elenco tão qualificado como  o do Inter. Somente tenho o elenco do Corinthians como o mais equilibrado, e que tem um mínimo favoritismo devido a sua fortaleza defensiva, que se for completada com efetividade ofensiva, darão mais um caneco ao clube.