segunda-feira, 27 de maio de 2013

Início no Brasileirão confirma a necessidade de reforços

Apesar de um menor volume de postagens neste ano em virtude de outros compromissos, não é de hoje que relato a necessidade de reforços no grupo do Inter para o Campeonato Brasileiro. Porém na estreia do time na principal competição nacional contra o Vitória da Bahia, a carência no elenco ficou ainda mais visível e já é assumida publicamente pela direção, já que o treinador Dunga sempre clamou por novas chegadas.

No confronto contra os baianos, o Internacional teve problemas para escalar o time, em virtude dos desfalques de Damião, Fabrício e do goleiro Muriel. O time começou muito mal o jogo e com pouco mais de 10 minutos já perdia por 2x0, precisando de um grande esforço para empatar a partida, graças a grande atuação de Fred, responsável por um gol e uma assistência para Forlán. 

Dunga sentiu-se aliviado com a recuperação do time comandado por Fred, pois no que dependesse do banco, não teria nenhuma opção capaz de acrescentar algo ao time. O treinador terá que se virar com este time até a parada para a Copa das Confederações, tendo em vista que a janela de transferências está fechada e não há a possibilidade de grandes transferências no mercado nacional em virtude do seu superinflacionamento.

A direção colorada trouxe reforços modestos no início do ano, como Gabriel, Vitor Jr. e Caio, e não repôs a perda de jogadores importantes nos últimos anos que culminaram em uma redução técnica que já foi flagrante no Brasileirão de 2012, mas que fora mascarada até então (2013) pela falta de competições com um melhor nível técnico, além da presença de Dunga, que conseguiu montar um time capaz de vencer sem percalços o Campeonato Gaúcho.

Agora não resta outra coisa aos colorados senão esperar, e torcer para que o time possa fazer o maior número de pontos possíveis nestes cinco primeiros jogos, caso contrário a campanha de 2013 ficará comprometida pela falta de planejamento inicial e mais uma vez o clube figurará como coadjuvante no campeonato. 

Foto: AI Inter
Não sou extremista em apontar o Inter como candidato a apenas escapar do rebaixamento, porém não vejo um futuro prospero com este grupo, principalmente quando o campeonato apertar e houver jogos nos domingos e quartas-feiras, onde é grande a probabilidade de desfalques por lesões e suspensões.

Prevejo a necessidade de três reforços e uma reposição em nível de titularidade, de forma que haja um volante com boa saída de bola, um meia de velocidade para atuar ao lado de D’Alessandro e dois atacantes, sendo um velocista e outro finalizador, para substituir Damião que está em vias de se transferir ao futebol europeu.

Ao contrário do que pensa o diretor colorado, penso que o clube deveria finalizar as contratações o quanto antes, tendo em vista que a concorrência tenderá a aumentar conforme o andamento do campeonato e as más campanhas dos times, o que fará com que os valores das negociações cresçam exponencialmente. 

Em um Campeonato Brasileiro, com alta disparidade entre os times, e que tende a criar vários blocos com uma razoável diferença de pontos entre eles, a falta de planejamento poderá ser crucial para o Inter neste início de campeonato.

Formula 1 precisa repensar o seu rumo

Desde quando comecei a assistir a F1, em meados dos anos 90, a tive como uma categoria de máximos, onde o regulamento premiava o conjunto piloto/carro mais regular entre os melhores. 

A categoria já teve carros infinitamente superiores aos demais, mas que se perdiam em meio à temporada por quebras ou por erros de seus pilotos, porém com estes e/ou suas equipes privando-se de pontos (e títulos) em virtude de seus excessos.

Hoje, porém, a categoria toma um rumo contrário, onde quem poupa mais pneus acaba se dando bem nas corridas. Com isso, presenciamos pilotos arrojados obrigados a mudar a sua forma de pilotar, senão ficariam sem pneus e ainda correriam o risco de levar punições. Tenho na F1, assim como qualquer corrida de automobilismo, uma disputa entre os mais rápidos, onde o que for melhor vence. Contudo, o que está ocorrendo é demais, tanto que os GPs estão cada vez mais monótonos.

Tudo bem. Até é válido o argumento de redução de custos, pois houve um superinflacionamento da categoria com a era das montadoras, porém não se pode cortar a competitividade pela raiz, pois esta é a alma desse esporte. Outro fator que está descaracterizando a categoria é o fato de esta ter motores engessados, evoluções aerodinâmicas limitadíssimas, um monopólio no fornecimento de pneus, poucos treinos e a dificuldade em montar novos times, o que acaba roubando um pouco o charme que a categoria conquistou de ser a dos “máximos”, pois proporcionava muitas inovações tecnológicas.  

Diferentemente de outras categorias, a Formula 1 historicamente presenciou menos ultrapassagens, porém disputas épicas por posição. Bernie limou isso, pois na medida em que os pneus se desgastam como se fossem de papelão, não há a menor chance de um piloto evitar a ultrapassagem pois, por mais bravo que seja, o piloto de trás ainda poderá acionar o dispositivo DRS, que lhe faz ganhar alguns Km/h que o piloto da frente não disporá para defender a sua posição.

Ainda espero que a categoria volte às suas origens e possa me devolver o prazer de acordar cedo aos domingos para presenciar ótimas disputas, sem que haja uma necessidade geral de poupar equipamento e com a competitividade sendo definida no braço. 

sábado, 25 de maio de 2013

Hoje inicia mais um Campeonato Brasileiro

Neste Sábado, inicia-se a 43ª edição do Campeonato Brasileiro, sendo a 11ª de pontos corridos.  Como em todos os anos, há a necessidade de elencar favoritos para o título, mas ao contrário das ligas europeias, dificilmente haverá uma paridade entre a lista de favoritos elaborada no inicio do campeonato com a classificação final do certame. 

Clichês como existir ao menos 12 favoritos ao título não colam mais, funcionando apenas como um discurso em cima do muro e para o torcedor, tendo em vista que nas 10 edições do campeonato no sistema de pontos corridos tivemos seis clubes campeões, sendo que cinco destes pertencem ao eixo Rio-São Paulo. Somente o Cruzeiro na primeira edição (2003) fugiu a regra, e consolida-se como o único campeão brasileiro neste sistema que é fora do eixo RJ-SP.

Um dos fatores que mascara um pouco isso eram as competições paralelas (Copa do Brasil e Libertadores), que estavam em momentos decisivos e que tirava o foco de alguns clubes tidos como favoritos, por optarem pelas competições e atuando nas primeiras rodadas do Brasileirão com reservas, e cujos pontos perdidos faziam falta no final. Porém para esta temporada, a Copa do Brasil já não é mais desculpa, tendo em vista que foi alongada ao longo do ano, enquanto que Libertadoes conta apenas com dois clubes brasileiros, tendo em vista e incompetência dos demais em prosseguir na competição.

Apesar da mudança no calendário, não se pode afirmar que teremos um campeonato competitivo de início ao fim, tendo em vista que haverá após a quinta rodada uma parada para a Copa das Confederações, que fará com que muitos clubes devam perder pontos importantes nestes primeiros jogos, tendo em vista que jogarão desfalcados e com a possibilidade de muitas transferências para o exterior na janela de Agosto. 

A negociação individual entre televisão e clubes está proporcionando uma disparidade econômica jamais vista no futebol nacional, e que atinge a competitividade do campeonato, tendo em vista que este premia a regularidade e quem tem maior poderio econômico consegue montar um grupo mais forte e coeso, e com isso está mais preparado para enfrentar uma competição de 38 rodadas.

Hoje: Corinthians, Fluminense e Atlético-MG pintam como favoritos, porém apenas o primeiro poderá se dedicar exclusivamente a competição, já que as equipes carioca e mineira ainda estão na disputa da Libertadores. Pior para estes clubes será a perda de jogadores importantes para a Copa das Confederações a partir da segunda rodada, que trará um decréscimo técnico. Outros clubes como Grêmio, Internacional, Cruzeiro, São Paulo e Santos aparecem como coadjuvantes e, se nada de diferente ocorrer, deverão lutar por vaga a Libertadores. Porém muita coisa irá se alterar até a 6ª rodada, e deverão surgir mudanças nesta lista.

Estou desanimado com o início deste campeonato, assim como grande parte dos torcedores e da mídia também deve estar, tendo em vista que este só deveria começar após a Copa das Confederações.  Na realidade, sou a favor da mudança do calendário do Futebol Brasileiro para atender-se à necessidade global e não enfraquecer o futebol local como um produto, que hoje conta com transferências em meio ao campeonato e que o desvalorizam. Mas estou resignado que isto dificilmente ocorrerá, tendo em vista que nem os famigerados estaduais tiveram a sua inoportunidade constatada pelos cartolas.

Dentro de campo, vemos salários milionários, porém sem muita evolução técnica/tática. O futebol nacional minguou, e hoje temos poucos jogadores capazes de fazer a diferença, além de poucos técnicos que teriam condições de montar times capazes de surpreender. Como não há uma gestão profissional na maioria dos clubes, o aumento exponencial da arrecadação destes serviu apenas para cobrir o aumento exponencial dos salários dos atletas, que antes se contentavam com um salário “x” e hoje só admitem um salário “x+y”, sem oferecer nada a mais em troca, contando somente com a benevolência dos irresponsáveis cartolas brasileiros.

A liga brasileira já é a sexta em arrecadação no mundo, porém a fama de cachorro vira-lata permanece no futebol brasileiro, que somado com a esperteza dos intermediadores e incompetência dos cartolas ajudam a levá-la cada vez mais próximo ao fundo do poço. Em breve, jogadores vão negociar os seus salários na casa dos milhões mensais, enquanto que a dívida dos clubes só aumenta, apesar da arrecadação destes ser cada vez maior. A paixão dos torcedores é lembrada no preço dos ingressos, cada vez maior, o que dificulta uma maior taxa de ocupação nos estádios, enquanto que a TV tem preferência pelos clubes de maior torcida e que trazem maior audiência em um circulo vicioso. (TV Aberta -> Necessidade de Audiência -> Clubes de Massa -: Maiores Patrocínios).

A curiosidade recai sobre o nível deste campeonato, e se começará na primeira ou na sexta rodada.

Chegou a hora de dizer adeus

Nas próximas horas, Neymar deverá anunciar o seu futuro, ou no Real Madrid ou no Barcelona. A transferência para o futebol espanhol é iminente, tanto que o Santos já anunciou, na noite desta sexta-feira, que aceitou as duas propostas e deixou a decisão nas mãos do jogador.

A proposta do time catalão é conhecida: 28 milhões de euros, enquanto o valor que o time merengue está disposto a investir no jogador é maior, o que lhe fez balançar na escolha, mas seu destino deverá ser realmente o Barcelona, tendo em vista que o jogador já havia assinado um acordo prévio com o time catalão.

A transferência é ótima para Neymar e boa para a Seleção Brasileira, tendo em vista que o jogador terá um ano de time catalão e tende a crescer no futebol europeu. Talento o jogador mostrou que tem, e o clube catalão poderá lhe aperfeiçoar, além de ter um maior contato com o modelo de jogo europeu e se ambientar com os fortes e compactos sistemas defensivos do velho continente. 

Ao ir para o futebol espanhol, Neymar não sentirá uma abrupta diferença, tendo em vista que dos principais mercados do continente, o espanhol é o que melhor vislumbra o talento e o jogo bonito, além do futebol ofensivo praticado pelas “potências” caseiras Barça e Real, oferecendo a possibilidade de lapidá-lo.

Já para o Santos, é melhor ficar com alguns milhões dos 55% do passe do jogador a que tem direito na conta, do que perdê-lo de forma gratuita na próxima temporada, tendo em vista que o contrato de Neymar com o clube santista era válido até a Copa do Mundo. Porém mostra que o projeto da sua permanência acabou falhando, tendo em vista que o clube não conseguiu  atingir os seus objetivos, apesar de o jogador ter arrecadado muitos milhões com a sua imagem.

A tão sonhada permanência de Neymar no Brasil era vislumbrada pelo clube como uma oportunidade para crescer, arrecadando mais, aumentando a torcida e conquistando um maior prestigio frente à televisão, que ainda é a mina de ouro do futebol brasileiro. 

De fato a arrecadação santista aumentou, devido a participação em alguns contratos publicitários envolvendo o jogador e do programa sócio torcedor, enquanto que o número de admiradores do clube santista também cresceu, contudo não se sabe se a maioria destes novos fãs irá acompanhar Neymar no seu novo clube ou continuarão vinculados ao Santos como sócios.

Porém o grande objetivo do clube não foi atingido, que era um espaço maior na televisão, que hoje se restringe basicamente a Flamengo e Corinthians. A televisão ainda é a principal fonte de receitas para os clubes e uma maior exibição, além de projetar uma maior verba frente à detentora dos direitos de transmissão, ainda é capaz de atrair investimentos mais voluptuosos de patrocinadores e atrair novos torcedores. 

Durante o período de permanência de Neymar, o Santos teve uma exposição bem menor na TV aberta que o esperado, tanto que sempre foi preterido pelos times da capital, ou na falta destes, até por filmes direcionados ao público paulista. A campanha do time na Libertadores de 2011, o grande titulo conquistado pela geração Neymar,  foi praticamente fantasma em termos de TV aberta, e que ajudou a vincular a imagem do craque mais a Seleção Brasileira do que ao Santos.

Para o jogador a permanência foi ótima no ponto de vista financeiro e artístico, pois jamais um jogador faturou tanto atuando em solo brasileiro, além de ganhar notoriedade na Seleção Brasileira, principalmente pela necessidade de uma maior identificação da Seleção com os brasileiros. Soma-se a isso, gols espetaculares que rodaram o mundo, a ponto de Neymar já chegar ao continente europeu com status de menino prodígio, que pode escolher o clube que deseja e que certamente terá um acompanhamento diferenciado em relação a maioria dos brasileiros que se arriscam, e acabam não engatando no futebol europeu devido a falta de ambientação.  

Para se esforçar e manter o jogador, o Santos viu um time promissor ser desmontado, sobrando apenas Neymar, que virou nos últimos anos a única individualidade capaz de criar algo diferente no time da baixada. Agora o presidente Luis Álvaro Ribeiro terá a ingrata missão de montar um time forte com os milhões da transferência, pois o futuro do clube sem Neymar preocupa o torcedor santista.

Barcelona ou Real Madrid. Não importa. O que importa é que a saída de Neymar deixará o futebol brasileiro mais pobre.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Projeto não mostra a sua identidade e Grêmio sucumbe mais uma vez


O Grêmio sucumbiu diante dos colombianos do Independiente Santa Fe e deu adeus a Libertadores 2013. O gol de Medina acabou com o grande projeto da temporada do clube, que pretendia o título da competição sul-americana para iniciar uma nova era de títulos ao comando de seu presidente mais vencedor da história: Fábio Koff.

Motivações não faltaram para um 2013 diferente. Primeiro foi toda a apoteose criada pela nova casa, uma moderna Arena que pretendia uma nova forma de relação entre torcedor e o jogo do seu clube. Depois, a vitória de Fábio Koff nas eleições presidenciais, que esteve no comando do clube durante as conquistas das duas Libertadores do clube, um mundial, além de vários títulos nacionais.  Por último, um elenco milionário montado pelo presidente e sua direção, que se aproveitou de negócios de ocasião e montou um time caro e invejável no papel, devido à trajetória mundial de vários jogadores como André Santos, Cris, Vargas, Welliton, etc...

Apesar da vontade em ter Felipão no comando técnico, Koff manteve Luxemburgo, respaldado por 99,9% dos gremistas que queriam a permanência do treinador, após uma boa campanha no Brasileirão do ano anterior, e que renovou o contrato por dois anos com uma razoável valorização salarial. 

Tamanho esforço fez o mandatário gremista adiantar receitas e proporcionar um temerário endividamento que, somado com as obrigações relativas a Arena, chegou aos R$ 28 milhões no primeiro trimestre.  Tudo era válido para ver o clube conquistar um título relevante depois de 12 anos. 

Porém nem tudo saiu como planejado. Uma série de questões internas e externas impediu que o tricolor pudesse ir longe ao seu principal objetivo da temporada. Começou com a dificuldade de transição para a Arena, que além de ser inaugurada antes do tempo, não teve todas as questões contratuais devidamente esclarecidas no momento do acordo, e cujos vultosos valores envolvidos e não devidamente planejados até hoje exige trabalho de negociação do clube, e que contribuiu para tirar o foco do time na competição. Depois entrou no futebol quando o atacante Marcelo Moreno foi preterido pelo treinador e, por meio de seu pai, não poupou críticas ao clube. 

Neste meio tempo, o clube havia preterido o Campeonato Gaúcho em detrimento de uma preparação total para a Libertadores. Durante praticamente todo o campeonato regional, o Grêmio não utilizou força máxima, chegando a escalar um time reserva em todo o primeiro turno da competição, quando as esparsas datas da Libertadores permitiam a escalação do time titular para ganhar entrosamento e ritmo de jogo. 

Luxemburgo não aproveitou como deveria todo o tempo que teve a disposição para treinar o time, pois o Grêmio não evoluía em campo. Tirando os confrontos contra o Fluminense e o Caracas na primeira fase, o time gremista jogou apenas o suficiente para não ser eliminado, tanto que por pouco não ficou na pré-Libertadores além de ter terminado a fase de grupos com a 15ª melhor campanha entre os 16 classificados.

A eliminação para o Juventude na Taça Farroupilha e, por consequência no campeonato, foi sentida, apesar deste não ser prioridade, e o clube se despediu da competição sem chegar a uma final de turno, algo inédito no formato do campeonato. O presidente gremista chegou a utilizar o seu prestigio perante os dirigentes da Conmebol para adiar o segundo jogo das oitavas-de-final contra o Santa Fé para que o clube pudesse disputar a final da competição gaúcha em um provável Gre-nal, além de recuperar jogadores lesionados.

Diante da eliminação sumária no Gauchão, a direção fez todo um planejamento para o jogo da volta, onde o grupo ficou por oito dias em Bogotá para se ambientar com os 2600 metros de altitude da cidade.  Mas o esforço foi em vão, pois o time entrou medroso, querendo desde o primeiro minuto que o jogo acabasse 0x0.

O Grêmio pouco produziu e não foi capaz de suportar a forte pressão do tímido ataque colombiano, que de tão pobre tecnicamente, precisava de falhas explicitas da defesa gremista para ter chances reais de gol.  De tanto insistir, o Santa Fe acabou chegando ao seu gol com Medina, após passar com facilidade por Werley e Bressan para apenas deslocar de Dida. Mesmo com 15 minutos para tentar fazer alguma coisa e com alterações que lhe tornaria mais ofensivo, o Grêmio aceitou a derrota e pouco lutou em campo. 

Os jogadores mostraram um total descomprometimento, cujo lance mais flagrante foi a isolada de Vargas, que estava livre na pequena área e com o goleiro batido, terminando com qualquer chance gremista. Descomprometimento é a palavra que define o time gremista na temporada, algo totalmente diferente do que a história impôs como filosofia para o clube nos seus momentos de glória.

Foi-se o sonho e aparece uma realidade cheia de dívidas e problemas para serem resolvidos. A questão de parceria com a OAS ainda é tema de discussão, e o futuro é muito nebuloso para o clube em termos financeiros. Luxemburgo está a perigo, e o que lhe salva são as minguadas opções do mercado e a sua milionária multa, que se especula atingir os R$ 7 milhões em caso de rescisão. Alguns jogadores vieram com contratos curtos e é provável que deixem o clube no meio do ano, até como forma de aliviar a folha de pagamento.

Os fracassos só se acumulam no clube, que não sabe mais o que é levantar uma taça. Não há mais uma identidade e o único elo do torcedor com o clube vitorioso está em Fábio Koff, um senhor de 82 anos e que mostra as fragilidades oriundas de sua idade avançada. Koff está fazendo o possível e o impossível para reconduzir o clube aos tempos de glória, porém até agora todo o esforço está sendo em vão. 

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Inesperada final alemã celebra o fim de uma era no futebol europeu


Pelo menos nas últimas três temporadas, Barcelona e Real Madrid foram considerados os melhores times do mundo, devido a todo o poderio financeiro e a presença de Messi na equipe catalã e Cristiano Ronaldo na merengue, melhores jogadores disparados e únicos concorrentes reais ao título de melhor do mundo.  

Ao longo destes anos, uma inédita final de Champions League disputada pelos espanhóis foi esperada, e só não ocorreu em 2010/11 devido ao enfrentamento entre os times na semifinal. Na temporada 2011/12 ambos os times vacilaram e ficaram pelo caminho, porém nesta temporada não se pode atribuir única e exclusivamente ao azar a eliminação de ambos nas semifinais da UCL, onde os alemães do Borussia Dortmund e do Bayern München mostraram um futebol diferenciado, e merecem protagonizar a final do próximo dia 25 de maio em Wembley.

O Barcelona foi o precursor, na temporada 2008/09, com a chegada de Guardiola no comando técnico, dispensando medalhões e montando um time basicamente formado pelas categorias de base, ofensivo, organizado e comandado por Messi, menino prodígio que se consagraria e viria a ganhar quatro prêmios de melhor jogador do mundo. O Real Madrid buscou imitar o modelo e trouxe Cristiano Ronaldo e Kaká, ambos premiados com o titulo de melhor do mundo em 2008 e 2007 respectivamente, sob o comando de Mourinho, com a promessa de evitar um amplo domínio catalão. Missão fracassada, pois o time merengue não foi páreo para o Barcelona, que ganhou praticamente todos os títulos que disputou na era Guardiola.

Porém este domínio caseiro espanhol inflacionado pelo faturamento milionário de ambos os times teve fim nesta edição da Champions League, pois ambos foram batidos pelos alemães Bayern e Borussia, que mostraram os seus recursos e estabeleceram um futebol diferenciado, composto por um conjunto de bons jogadores, muito bem organizados em um esquema e que se contagiam pelo espírito “torcedor” de seus adeptos, mostrando um algo a mais em campo que nós brasileiros chamamos de raça ou garra.

É evidente que um grupo aguerrido e organizado dificilmente chegaria longe se não tivesse qualidade, e tanto o Bayern de Jupp Heynckes quanto o Borussia de Jürgen Klopp mostraram ao longo da temporada e, principalmente, contra Barcelona e Real Madrid respectivamente, quebrando o reino absolutista dos espanhóis na competição europeia. Os dois times alemães formam a base da sua seleção nacional.

Algumas constatações ficam deste histórico acontecimento. Uma é a qualidade da Seleção alemã, que chegará favorita para a Copa do Brasil de 2014. 


Outra, e mais importante, é o êxito no processo de reformulação no futebol alemão, iniciado com a Copa de 2006 no país e que foi capaz de resgatar a paixão do torcedor local pelo futebol, além de estimular o desenvolvimento das categorias de base nos times. Houve uma maior competitividade no futebol local influenciada por quotas de TV mais bem divididas entre os clubes, além do surgimento de vários jogadores, que acabaram contribuindo para o ressurgimento da seleção.

O futebol ainda é o grande entretenimento, o que exige um maior cuidado em relação à capitalização dos clubes. É inadmissível que dois clubes fiquem com mais de 50% das quotas de TV, o que acaba polarizando a disputa e deixando os campeonatos cada vez mais pobres e menos atraentes.