Contra o time do Qatar, apenas Valdés, Puyol, Abidal, Iniesta e Messi haviam começado a partida diante do Real Madrid. Daniel Alves, Piqué, Busquets, Xavi, Fábregas e Sánchez deram lugar a Adriano, Mascherano, Keita, Thaigo Ancântara, Pedro e Villa, cuja maioria nem pode ser considerada reserva, pois até pouco tempo figuravam no time ideal, e seguem um processo natural de rotatividade do elenco, normal no cenário europeu, e que visa preservar a integridade física dos jogadores ao poupá-los do excesso de partidas.
Porém Guardiola mantém o esqueleto do time, formado pelo goleiro Valdés, um zagueiro, que neste caso foi Puyol, um lateral-zagueiro (Abidal), um meio-campista (Iniesta) e Messi, que é fominha e joga praticamente todas as partidas. Devido ao adversário e a característica dos jogadores que entraram, Guardiola proporciona variações em seu esquema, mas que sempre acabam no seu 3-4-3, implementado como esquema tático oficial do Barcelona para a temporada 2011/12.
A primeira vez que notei claramente o esquema foi na estreia do time catalão contra o Villareal. Na época o treinador não tinha Dani Alves, e optou por escalar um 3-4-3 genuíno, com os três zagueiros que nem geralmente não são todos originalmente da posição, enquanto o meio utiliza um losango, e os três atacantes, sendo dois pontas e, geralmente, Messi centralizado.
O esquema foi projetado para aproveitar os avanços qualificados de Daniel Alves, que há muito tempo não pode ser considerado lateral direito, chegando a ser utilizado como ponta no clássico espanhol. Com isso, Abidal ganhou a condição de titular no time, por ser mais eficiente nas questões defensivas e poder fechar o trio de zagueiros com Puyol e Piqué, apesar de Mascherano e Busquets já terem sido utilizados no setor devido à falta de zagueiros reservas no elenco. O treinador até utiliza essa característica dos substitutos para recuá-los conforme a necessidade, formando uma linha de quatro defensores com a abertura de Puyol na direita e Abidal na esquerda, como foi no jogo contra o Real Madrid.
Contra o Al-Sadd, Puyol não precisou virar lateral direito, enquanto Adriano foi um ponta direito genuíno, assim como Daniel Alves havia sido contra a equipe Merengue. Como Pedro e Villa estavam escalados e ocupavam respectivamente a ponta esquerda e o comando de ataque, sobrou para Messi jogar na posição de armador.
Como o Barcelona detinha mais de 70% da posse de bola, o reposicionamento do time catalão ficava disponível a poucos momentos. Neles, Adriano fechava o meio campo, formando uma linha com Thiago e Iniesta, enquanto Messi caia como ponta direita. Uma vez retomada a bola, Adriano avançava para a ponta, enquanto o craque argentino centraliza-se na armação, participando ativamente do terceiro gol, onde assistiu a Keita, que apareceu como homem surpresa para marcar.
Ter um padrão tático é um dos grandes trunfos do Barcelona versão Guardiola, que a cada temporada busca se aperfeiçoar como treinador, implementando suas novas descobertas no time Catalão. Como o time joga junto ha pelo menos duas temporadas, é fácil ao treinador aperfeiçoar o seu esquema, deixando-o transparente para todo o grupo, que sabe o que fazer em campo, de acordo com a sua designação.
Tenho curiosidade para ver como Muricy trabalhará o Santos para a decisão. A expectativa é que o treinador utilize a mesma postura mostrada contra o Kashiwa, onde o peixe “entregou” a bola ao adversário. Como o Barcelona já tem por tradição um alto tempo de posse de bola, resta saber se o treinador conseguirá consertar os problemas defensivos apresentados contra os japoneses. Uma chance dada para Messi e companhia deverá ser fatal.
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