quinta-feira, 31 de março de 2011

Inter faz a sua parte e vence fácil o Wilstermann

Jogando contra um adversário semiamador no Beira-Rio, o Inter fez o que tinha que fazer, vencer e com saldo. Poderiam ter sido bem mais gols, porém os 3x0 foram frutos de uma razoável apresentação protagonizada por Oscar e D’Alessandro, com boa movimentação de ambos e um gol marcado por cada um.

Em campo, uns dizem que o Inter já entrou com Zé Roberto posicionado como atacante, porém eu vi esta movimentação efetivamente após os 10 minutos da primeira etapa, depois da equipe boliviana ter chegado com perigo e de o Inter ter dificuldades para atacar. Após isso, apareceu a movimentação de Oscar e D’Alessandro, além das escapadas de Kléber pela esquerda, surgindo as primeiras chances de gols do Inter. Quando o Inter já amassava o Wilstermann, que mal passava do meio-campo, saiu o primeiro gol Colorado, em um bate-rebate e que sobrou para Oscar chutar ao gol, com um defensor tocando na bola para cortá-la e a bola batendo novamente no meia colorado e entrando para se configurar no primeiro gol do Inter.

A nulidade do adversário e a boa movimentação dos meias colorados fizeram o jogo ficar unilateral, fácil, com o Inter chegando quando queria à frágil defesa boliviana. Perdeu chances com D’Alessandro, Oscar e até com Índio, em mais de uma vez na qual o zagueiro se aventurou ao ataque. Porém sempre continuava pressionando, e voltaria a marcar aos 12 minutos da segunda etapa com D’Alessandro, que recebeu livre na entrada da área um passe açucarado de Oscar, tendo espaço e tempo para ajeitar de canhota e chutar no canto esquerdo do goleiro Mauro Machado.

Do setor ofensivo, Damião esteve abaixo do que vinha rendendo anteriormente, enquanto Zé Roberto destoava dos demais. Porém foi o meia que escoraria de carrinho um cruzamento de Kléber para marcar o terceiro gol, saindo logo depois para a entrada de Sóbis. O meia-atacante, tanto sugerido pela torcida, teve alguns minutos em campo e a chance de marcar gols, sendo solidário com Leandro Damião em um lance em que entrava livre na área, e no outro chutando totalmente torto e sem direção. Falta um gol e um ganho maior de confiança para que Sóbis conquiste a titularidade, afinal o jogador tem mais futebol que Zé Roberto, porém ainda não fez uma grande partida que o credenciasse a titularidade em detrimento à Zé Roberto, que é o preferido de Roth.

Oscar confirmou com a grande atuação a sua titularidade no lugar de Tinga, enquanto D’Alessandro mais uma vez foi peça chave na vitória, forçando inclusive a expulsão do defensor Lucas Fernández. Porém a referencia não era das melhores, já que o Jorge Wilstermann é um time semiamador, inferior tecnicamente às equipes que disputam o Gauchao. De pontos negativos, mais uma atuação pragmática de Zé Roberto, além de Bolívar mostrar que está fora de forma, perdendo na velocidade em duas jogadas, na qual em uma o zagueiro conseguiu se recuperar, afastando de carrinho, enquanto na segunda o atacante conseguiu se livrar e chutou para fora da entrada da área.

Por fim, o Inter que jogou hoje não difere do que se apresenta no Gauchão. Apenas enfrentou um adversário bem mais fraco e contou com a individualidade de D’Alessandro, que este sim é um ponto de referencia importante e que faz a diferença. Porém mesmo aos saltos e sobressaltos o Inter tem tudo para fazer uma das melhores campanhas da primeira fase da Libertadores.

quarta-feira, 30 de março de 2011

SoundBlog: Top 15 de Março

O SoundBlog retorna com as melhores do mês, de acordo com o que está mais tocando nas paradas e com o gosto deste que vos fala. Neste mês há uma novidade, com a incorporação de um som considerado "clássico".

Top 15 - Março

15º - Diddy-Dirty Money Feat. Skylar Grey - Coming Home
14º - Chris Brown - Yeah 3x
13º - Chimarruts - Novo Começo
12º - Ke$ha - Blow
11º - Jennifer Lopez Feat. Pitbull - On The Floor
10º - Far East Movement - Rocketeer
9º - 30 Seconds To Mars Feat. Kanye West - Hurricane 2.0
8º - Rihanna - S&M
7º - Enrique Iglesias Feat. Pitbull - Tonight
6º - Kanye West - All Of The Lights
5º - Katy Perry - E.T. (Futuristic Lover)
4º - NX Zero - Onde Estiver
3º - Bruno Mars - Gernade
2º - Black Eyed Peas - Just Can't Get Enough
1º - Lady Gaga - Born This Way

Destaque do mês: Black Eyed Peas - Just Can't Get Enough

O destaque do mês fica para o novo single do Black Eyed Peas intitulado “Just Can't Get Enough”. Mal estreou, e já entrou na parada de sucessos, com o segundo lugar do mês aqui no SoundBlog e também estando presente na Billboard e nas grandes rádios norte-americanas e da Europa. Em 15 dias, o clipe teve quase 10 milhões de visualizações no youtube. É o segundo single do álbum The Beginning, que contou na estreia com o grande single "The Time (Dirt Bit)", que ainda é muito tocado nas emissoras.



O clipe foi construído em um formato de making of, montando um cenário de uma turnê, que acabam deixando-os longe das pessoas pelas quais mais amam. O cenário escolhido foi o Japão, mais precisamente em Tóquio. Como foi recém-lançado, há uma mensagem no inicio do clipe avisando que este foi filmado uma semana antes da tragédia no Japão, além de desejar força ao povo japonês e pedido de doação para a Cruz Vermelha ao fim do clipe.

SoundBlog Clássico: Blink-182 - What's My Age Again?

Incrementando o Top mensal do SoundBlog, este estreia hoje o quadro clássicos, que terá por objetivo resgatar um grande som. Como início, o som "What's My Age Again?" do trio Tom, Mark e Travis do Blink-182. O som é do álbum Enema of the State de 1999. A banda foi uma febre no inicio da década passada, e com um som punk, com letras criativas e clipes irreverentes acabou conquistando uma legião de fãs.


Depois de um inicio meteórico, e single após single no topo da parada da billboard, a banda começou a se desacertar e brigas internas a fizeram dar uma parada de quatro anos em 2005, retornando em 2009 e com previsão para lançamento de novo álbum neste ano. De bom, é que houve acerto entre o trio, e todos permanecem na banda. Resta saber se esta nova fase trará a banda novamente ao fervor conquistado no início da década passada.

Mês que vem tem mais.

domingo, 27 de março de 2011

Brasil volta a marcar e vence a Escócia

Neste domingo, jogando mais uma vez no Emirates Stadium, o Brasil voltou a jogar bem e a vencer, depois de duas derrotas consecutivas contra a Argentina e França, na qual o ataque não funcionou nenhuma vez. Desta vez um adversário inferior, porém um osso duro de roer: a Escócia.

O adversário é uma Seleção de segunda linha da Europa, onde grande parte da equipe titular atua na Inglaterra e se adequando à tática clássica inglesa de duas linhas de quatro, que é utilizada na seleção. E o Brasil para se livrar da marcação, tinha que fazer a bola girar trocando passes, até achar espaços e concluir.

Isso foi feito, porém depois de alguns minutos onde a Escócia até tentava pressionar. O Brasil então passou a jogar com a aproximação dos jogadores no chamado um-dois, que geravam espaços e geravam algumas conclusões, que não foram em grande número. Porém ainda na primeira etapa, Neymar faria o gol brasileiro ao receber com liberdade na entrada da área e concluir no canto direito do goleiro. O atacante teria outra grande oportunidade no inicio da segunda etapa em um chute raspando o travessão, e ainda sofreria um pênalti aos 30 minutos, cobrado por ele mesmo e marcando o segundo gol brasileiro.

Gostei da movimentação do meio-campo brasileiro, formado por Lucas, Ramires e Elano. São volantes com habilidade e que sabem sair jogando, deixando o meio do Brasil leve e com muita mobilidade. Jádson que estava abaixo dos demais, sendo substituído por Lucas, que entrou bem na partida.

Já Damião, que ganhou oportunidade com as lesões de Nilmar e Pato, mostrou boa movimentação e personalidade, quase marcando em cabeçadas. Vejo que ele aproveitou bem a chance, e deverá ser lembrado outras vezes, porém só faltou o gol para se afirmar no grupo. Jonas entrou em seu lugar, e teve a chance de marcar, perdendo um gol feito.

A defesa mostrou-se estável, com Júlio César pouco pegando na bola, enquanto Lúcio e Thiago Silva tiveram atuações seguras. O jogo contra a Escócia serviu para apagar a má impressão deixada contra a França e Argentina e serve de esperança para a Copa América, onde o trabalho de Mano Menezes será efetivamente testado. Creio que a continuidade do trabalho do treinador dependa da competição que começa em Junho.

Vettel vence na Austrália

Problemas de conexão em virtude de um forte temporal me fizeram retardar o post, mas antes tarde do que nunca. E não é que Vettel venceu de ponta-a-ponta na Austrália, confirmando a minha previsão de uma RBR forte, ou melhor, 50% dela, já que Mark Webber não acompanhou o desempenho de seu companheiro, terminando apenas no quinto lugar.

No mais, a Austrália foi uma corrida razoável, com muitas brigas por posição e algumas ultrapassagens, motivadas pelo desgaste dos pneus, KERS e principalmente pela Asa traseira móvel. Porém este último recurso mostrou-se insuficiente nesta primeira etapa, pois imaginei que fosse mais eficiente e proporcionasse a ultrapassagem em uma ou no máximo duas voltas. Um exemplo disso foi Button, que com um carro com bem mais desempenho que Massa, tentava por dentro, por fora, com o auxilio da asa, porém foi passar depois de 12 voltas, e ainda cortando caminho, o que lhe rendeu uma punição e lhe prejudicou na prova, terminando em sexto lugar. Ainda não vou criticar o recurso, pois a reta de Melbourne não é das maiores do circo, então fica em sobreaviso.

Os brasileiros não obtiveram um bom desempenho. Barrichello escapou na primeira curva, ao tentar se afastar de uma confusão, caindo para último. Recuperou-se, foi passando os adversários até tentar passar Roberg na briga pela oitava posição. Em uma manobra forçada de ultrapassagem, Barrichello acabou batendo em Rosberg, e além de rodar, teve que pagar uma punição. O brasileiro ainda teria problemas com o seu carro e abandonaria a prova. Já Massa teve uma boa largada, ganhando três posições e indo para o quinto lugar. Porém o desempenho do carro decaiu na medida em que o desgaste dos pneus se acentuava, obrigando-o a fazer três paradas e a terminar em sétimo. A equipe parece que ainda não se acertou com os pneus, pois se mostra inconstante durante a prova, tanto que massa fez a volta mais rápida da corrida,

Já as surpresas ficaram por conta da Renault e da Sauber. A primeira levou Vitaly Petrov ao pódio, um prêmio à constância do piloto, que soube economizar seus pneus e fez apenas duas paradas, assim como Vettel e Hamilton. Já a segunda escuderia conseguiu colocar os pilotos na zona de classificação com um sétimo e oitavo lugar, porém irregularidades na asa traseira a fizeram ser desclassificada da prova. Com isso, a Force India acabou herdando os pontos com Sutil e di Resta.

Na frente, Vettel abriu um pouco nas primeiras voltas, porém Hamilton conseguia virar um tempo similar. O inglês acabou saindo da pista quando seus pneus já estavam desgastados, o que comprometeu o assoalho do carro, não conseguindo mais acompanhar Vettel. Já Webber nunca conseguiu acompanhar os dois, ficando pra trás principalmente após o segundo jogo de pneus. Em ritmo de prova, aparece a superioridade da RBR sobre as demais, apenas com Hamilton conseguindo acompanhar boa parte da prova na base do seu esforço de andar mais que o carro, que, diga-se de passagem, vem crescendo.

Agora fica a expectativa para daqui a duas semanas, na Malásia, se o domínio da RBR continuará tão acentuado no fim de semana, ou se as outras escuderias já conseguirão diminuir a diferença. Também fica a expectativa para a Asa móvel, para ver se ela proporcionará mais ultrapassagens, pois até agora, não se viu muita coisa diferente da temporada passada, onde as RBRs andavam na frente, e enquanto ultrapassar era um parto.

sábado, 26 de março de 2011

RBR's mandam em Melbourne

Não vi o treino oficial por uma incompatibilidade de horários com outros compromissos, mas pude ver os três treinos livres, e então me baseio neles para tentar explicar este início de temporada.

Na maior parte dos treinos livres, assim como no treino oficial, o que se viu foi um incrível domínio das Red Bulls sobre as demais. Mais uma vez o mago Adrian Newey acertou a mão e vê seus pupilos andar praticamente um segundo na frente das demais. Ano passado a equipe já tinha o carro mais rápido, porém quase perdeu o mundial de pilotos por problemas de confiabilidade de seu RB6, além de crises de imaturidade de seu principal piloto, o alemão Sebastian Vettel. Já neste ano, o carro parece bem mais confiável, e Newey o projetou sem KERS, depois de um cálculo de peso x benefício, onde neste caso, o peso proporcionado pelo equipamento e suas pesadas baterias não compensaria em relação aos cavalos a mais adicionados durante pouco mais de 6 segundos por volta.

Quase um segundo atrás, estão as McLarens, que parecem ter afastado a má impressão da pré-temporada, onde uma série de problemas afetou a escuderia, trazendo um clima de insegurança e apreensão sobre o novo modelo MP4-26. Os engenheiros parecem ter tido tempo para corrigir os problemas e a equipe aparece como a segunda melhor dos treinos, um pouco na frente de Ferraris e Mercedes, porém muito longe das Red Bulls.

Já não pode se dizer o mesmo da Ferrari. Os pilotos ainda não tem o carro na mão, e estão enfrentando sérias dificuldades com os pneus. Alonso ficou com o quinto tempo, enquanto Massa ficou em oitavo. Mas as grandes surpresas deste início de temporada são as escuderias consideradas nanicas, como a Sauber e a Toro Rosso. As duas conseguiram chegar ao Q3, com a primeira alinhando Kobayashi em nono, enquanto a segunda colocou Buemi em décimo.

A corrida se resumirá a dois, ou melhor, a três pelotões. Na frente, as RBR’s dominando e abrindo vantagem em uma vitória que poderá ser de ponta-a-ponta caso não haja problemas no equipamento nem erros dos pilotos ou da equipe nos pitstops. Atrás, Lotus (genérica) e Virgin, que ainda estão anos luz de distancia das demais, enquanto a terceira novata, a Hispania, parou na barreira dos 107% e não largará com nenhum carro. E o terceiro, com as demais equipes, tentando colocar em prática o regime de ultrapassagens forçadas idealizado por Ecclestone.

Fica a expectativa pela corrida. As RBR’s ganharão de ponta-a-ponta? Quantas voltas os pneus macios irão durar? Quantas trocas de pneus serão necessárias? As asas traseiras móveis proporcionarão ultrapassagens?

São muitas outras questões, e hoje pela madrugada começam a ser esclarecidas, e então teremos a primeira visão sobre a Temporada 2011.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Temporada 2011 inicia sob clima de desconfiança

Neste fim de semana, finalmente começa a temporada 2011 da Formula 1. Não no Bahrein, como estava previsto, porém em Melbourne, na Austrália. Com os problemas políticos enfrentados pelo Bahrein, a categoria ficou impossibilitada de correr no último dia 12, devido ao clima de insegurança no país, causado pelas manifestações em prol da queda do regime de monarquia constitucional da nação. A corrida ainda poderá ocorrer nesta temporada, porém não se sabe quando, pois o país ainda ganhou um tempo para se organizar.



Porém em Melbourne o que se vê é uma intensa apreensão por parte de todos que compõem o circo, para ver como os carros irão se comportar com as novas regras impostas para esta temporada. Além de uma nova fornecedora de pneus, a categoria conta com a volta do KERS e também tem a Asa traseira móvel como inovação, de forma que haja ultrapassagens nos Grandes Prêmios.

Das novidades, o KERS é o velho conhecido. A tecnologia é um sistema de recuperação de energia cinética, na qual há um armazenamento de parte da energia gerada nas frenagens, e transformando-a em uma potencia extra para ser utilizada pelos pilotos a cada volta. Foi idealizada para a temporada 2009, onde poucas escuderias utilizaram até o final, e foi abandonada na temporada passada, vindo a regressar nesta. Em função do KERS, houve um aumento de 20Kgs no peso mínimo dos carros, passando para 640Kgs. Em 2009, muitas escuderias não viam vantagem em utilizar a tecnologia justamente pela diferença de peso a mais que esta impulsionava, tornando seu custo/beneficio baixo.


Outra inovação, na base da fórceps, foi a troca do fornecedor de pneus. A Bridgestone já havia avisado no inicio da temporada passada que deixaria a categoria, e então a escolhida foi a Pirelli, que volta à categoria após 20 anos de ausência. O chefão da F1 Bernie Ecclestone pediu para que a companhia desenvolvesse pneus menos resistentes, pois na temporada passada o pneu duro durava a corrida inteira, e as paradas eram meramente em função do regulamento que necessitava a utilização dos dois compostos.

A companhia então lançou seis compostos, onde quatro são para pista seca, um intermediário para chuva fraca e outro para chuva intensa. Ao contrário da temporada passada, onde o mais macio possuía listas verdes, este ano a Pirelli resolveu colorar cada um, onde todos terão uma cor fixa, representada no logo da empresa. Porém serão selecionados apenas dois compostos de pista seca, onde um será mais macio e outro mais duro para que haja um desnivelamento em relação aos compostos. Há a preocupação das equipes em relação à durabilidade dos pneus, devido ao alto desgaste que estes tiveram na pré-temporada. Várias paradas nos boxes não estão descartadas.

Já a novidade mais ousada e que trás desconfiança em relação à segurança é a Asa traseira móvel. Quando acionado pelo piloto, o flap traseiro fica em posição que dificulte o arrasto aerodinâmico, o que deixa o carro mais veloz e possibilita as ultrapassagens. Para que a novidade trouxesse alguma segurança aos pilotos e atingisse seu objetivo de ultrapassagens, a FIA limitou a sua utilização a uma área demarcada, onde o piloto que estiver atrás pode usá-la, desde que esteja há menos de 1seg atrás do adversário. Uma vez pressionada pelo piloto que esta atrás, o sistema do piloto da frente automaticamente será travado e este não poderá utilizá-lo, para que desta forma seja possível a ultrapassagem. Estabelece-se então uma zona de ultrapassagens, algo forçado e com resultado incerto, podendo gerar muita confusão e graves acidentes.

Há ainda a proibição do duto frontal e do difusor duplo, utilizados nas últimas temporadas. O primeiro foi desenvolvido pela McLaren e depois copiado pelos demais, onde havia aberturas no cockpit, e quando o piloto tapava com os joelhos ou com o braço, o ar desviava-se para outra parte do carro, diminuindo o arrasto aerodinâmico e aumentando a velocidade. Já o segundo apareceu com a BrawnGP em 2009, sendo o responsável pelo título da equipe de Ross Brawn. Até ser copiado pelas demais, a equipe era imbatível, conquistando os pontos necessários na primeira parte da temporada. O seu problema era um aumento da força aerodinâmica, justamente o que a FIA esta buscando banir para que haja alguma emoção nas provas.

Outras novidades foram a volta da imposição dos 107% do tempo marcado pelo melhor do Q1 para que os carros larguem, evitando carros excessivamente lentos como as Hispanias em 2010. As caixas de câmbio tem que durar agora cinco corridas consecutivas, caso contrário, o piloto perderá cinco posições no grid. E por fim, foram liberadas as ordens de equipe, formalizando o que ocorreu recentemente com a Ferrari na época Schumacher e Barrichello em 2002 e Alonso e Massa na temporada passada.

Equipes e Pilotos







Opinião

Para não cansar muito quem lê, já que escrevi uma Bíblia (risos), espero que tenhamos uma ótima temporada, assim como não foi em grande parte da temporada passada. As últimas temporadas foram um marasmo total, com o telespectador assistindo a largada, podendo fazer outra atividade e voltando a tempo de olhar o fim do GP, para saber quem ganhou ou quem acabou ficando pelo caminho.

Porém os problemas não estão somente nos carros. Tá certo que eles ficaram muito estáveis aerodinamicamente, porém as pistas novas criadas pelo arquiteto Hermann Tilke não proporcionam emoção. Tanto que pistas clássicas como Monza, Spa-Francorchamps e Interlagos são ansiosamente aguardadas, pois proporcionavam algum tipo de ação. Creio que isso só será melhor analisado quando se esgotarem todas as alternativas nos carros, e enquanto isso a categoria continuará engordando a conta bancária do arquiteto alemão.

Aposto nas RBR’s largando na frente, pois andaram muito rápido na pré-temporada. A Ferrari também deve se destacar, talvez ainda num estagio inferior que a RBR, porém superior à McLaren e Mercedes. Das grandes, por enquanto a McLaren parece ter o carro mais mal nascido, apresentando diversos problemas que a fazem andar abaixo das demais. A expectativa gira em torno da Williams com Rubens Barrichello buscando disputar um lugar no pódio, porém não acredito para este início de temporada. A equipe vem evoluindo, terá mais dinheiro com os petrodólares de Maldonado, porém deverá ter ainda um longo caminho de desenvolvimento para se estabilizar como a melhor das médias, cuja posição ainda está com a Renault, agora denominada Lotus Renault.



Vou acompanhar os treinos livres, perdendo o oficial, porém acompanharei a corrida.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Sorrisos, preocupações e lesão no Passo D’Areia

O jogo de hoje no Passo D’Areia contra o ilustre Zequinha pode ser considerado aquele que valeu apenas pelos três pontos, pois além do gol, poucas outras coisas viriam a ocorrer na sonolenta partida pelo Gauchão.

Roth finalmente colocou um esquema com dois atacantes. Eu digo finalmente, pois se o treinador tentou isso na última partida, como havia afirmado em entrevista coletiva em relação ao posicionamento de Sóbis, frustrou geral. Na ocasião, o atacante colorado recuava tanto, ficando à mesma linha dos demais meias que não poderia ser considerado um atacante, e sim um meia de ligação pela esquerda.

Contra o Zequinha, o treinador colocou Zé Roberto em linha com Cavenaghi, deslocando-o para o lado direito do ataque. Em contrapartida Oscar saiu da direita e foi para o lado esquerdo da ligação, onde geralmente caia nas variações táticas do esquema 4-2-3-1, porém via seu potencial técnico diminuir nesta localização. No mais, basicamente o mesmo time que havia enfrentado o Novo Hamburgo, e que havia tido dificuldades. Apenas a saída de um volante para a entrada de Oscar, além da entrada de Sorondo na zaga e de Zé Roberto no lugar de Sóbis no ataque.

Com os pseudo laterais Juan e Daniel, as dificuldades encontradas no Beira-Rio retornaram contra o Zequinha, porém neste jogo o Inter conseguiu aproveitar uma de suas únicas chances na primeira etapa, marcando em um chute colocado e rasteiro de Andrezinho da entrada da área. No início da partida, Cavenaghi havia perdido a até então grande oportunidade do Inter na partida.

No mais o que esta gerou foi sono, com pouca inspiração ofensiva colorada e da inoperância técnica do adversário. É bem verdade que a equipe melhorou com a entrada de Sóbis já na segunda etapa, passando a criar mais chances e perder alguns gols, porém a partida também serviu para perder o que considero o melhor zagueiro do plantel na atualidade. Em uma dividida com um adversário, o uruguaio caiu por cima do ombro contra o gramado sintético do Passo D’Areia, que é duro na queda nestas circunstancias. Tivesse sido em um gramado natural, a lesão poderia não ter tanta seriedade, porém só se sabe que o zagueiro deverá desfalcar o Colorado por algum tempo.

No mais, as mesmas observações do confronto contra o Novo Hamburgo. Daniel e Juan não tem condições de ser laterais do Inter. O primeiro não deveria vestir a camiseta colorada por tamanha deficiência técnica, enquanto o segundo é zagueiro, quer jogar na zaga, porém sempre é aproveitado como lateral esquerdo, podendo se queimar perante o torcedor. Não entendi o posicionamento de Oscar caindo pela esquerda, onde diminui seu potencial técnico, nem o de Zé Roberto na direita. Roth deveria ter deixado Zé Roberto na esquerda, enquanto Oscar cairia pela direita, apesar de considerar a sua melhor função como meia centralizado.

Outra observação é em relação ao gramado artificial. O Campeonato Gaúcho, sabe-se, que é de um maior vigor e embate físico entre os jogadores. Cair desajeitado em um campo duro é sentença de lesão, que poderá ser séria e desfalcar os times. Preferiria o investimento em um gramado tipo Desso GrassMaster, que é hibrido, isto é, a grama natural embasada por um tipo artificial de fibra, que assemelha-se a uma grama natural.

É utilizado em praticamente todos os estádios da Premier League, e outros clubes da Bélgica e o Real Madrid utiliza em seu estádio. Seu custo de implantação é mais alto, porém dura mais além de requerer uma menor manutenção. É próprio para estádios onde é uma parte do ano castigado pelo frio, como é aqui no Rio Grande do Sul com as Geadas naturais.

A vitória da Reação

O jogo de hoje contra o América do México foi emblemático para o Fluminense. Emblemático para que? Eu ainda não sei, porém o confronto mostrou duas imagens absurdamente distintas. Todos sabiam que a Libertadores poderia acabar nesta noite, em mais um fracasso contra o América no México, porém o sobrenatural de almeida apareceu nos dois lados, e o final acabou sendo feliz para os pó-de-arroz.

O retrato da partida poderia ser de indignação da torcida e resignação dos próprios jogadores, por uma derrota parcial por 2x1, onde o goleiro Ricardo Berna falhara bizarramente no primeiro gol, enquanto Digão confirmava contra o seu próprio gol, um tento inevitável de Sánchez . Ah, ainda teve tempo de Gum escorar um cruzamento de Conca empatando a partida quando ela ainda estava 1x0 para os mexicanos. Porém o segundo gol foi um golpe de água fria, o Fluminense ficou batido, deixando o América do México transformar o Engenhão em seu salão de festas, não marcando mais gols por pura falta de vontade.

Eis que quem resolveria a partida seria alguém propicio para isso, que entraria aos 6 minutos da segunda etapa e veria, assim como seus companheiros, o inacreditável segundo gol mexicano. Deco é reconhecido como craque por alguns, como grande jogador por outros, mas todos tem noção da sua grande qualidade técnica. Chamado de chinelinho pelas constantes lesões, o meia apareceria aos 26 minutos para servir Araujo, que cabeceou para empatar a partida.

Era o dinamite que o Fluminense precisava para explodir a emoção do Engenhão. Em campo a equipe transpirava bastante, e mostrava a garra que nem sabia que possuía, mas que estava escondida. Os gritos da torcida e a animação dos jogadores em busca de uma virada histórica o empurraram ao ataque, e eis que Deco, após um bate-rebate, se aproveitaria da indecisão do zagueiro e com um sutil toque encobrisse o goleiro Novarrete e marcasse a incrível virada do Fluminense. Comemoração justa pela entrega, pelo resultado e pelo inacreditável se tornar acreditável. O Fluminense reviveria que nem uma ave Fênix, ganhando condições matemáticas e motivação para continuar sonhando com uma improvável classificação.

Em campo, Ederson Moreira pode ter mexido com o brio dos jogadores, que entraram em campo mordendo. O ex-treinador do Inter B, colocou um Fluminense organizado, que buscou o ataque desde o início, porém foi penalizado por graves vacilo de seus jogadores. Buscou na raça, no heroísmo a virada que ainda lhe deixa vivo na competição.

Comemoração de título? Sim, pois o título do Fluminense hoje era continuar vivo na Libertadores.

terça-feira, 22 de março de 2011

Inter fará parceria, resta saber quem será a escolhida

Ontem na reunião do Conselho Deliberativo, o Inter escolheu o modelo de parceria para a continuidade das obras para o Beira-Rio 2014, de forma que possa dar as garantias financeiras para a FIFA para ser sede da Copa de 2014 no Brasil. Resta ainda saber quem será a parceira, visto que foi lançada uma licitação, na qual a construtora que oferecer a melhor proposta para o clube será a escolhida.

Como já havia dito em outros posts, não foi a melhor proposta escolhida, e sim a menos pior, pois em ambas, de certa forma, o clube acabaria perdendo alguma coisa, e como é deficitário, não teria como modernizar com recursos próprios sem depender de financiamentos com juros altos e com grande probabilidade de endividamento.

A parceira construtora ficará responsável por fornecer as garantias bancárias necessárias para a FIFA, além de reformar o complexo Beira-Rio de acordo com o projeto Gigante Para Sempre e das normas da entidade. Em troca, exploraria determinadas partes do complexo, como suítes, cadeiras VIP e o que vir a ser construído no entorno, por um período de tempo determinado.

Particularmente ficou de bom tamanho para o Inter, que irá investir apenas o recurso recebido com a venda dos Eucaliptos, e o restante necessário para as obras cabendo à construtora. O clube deixará de ganhar receitas importantes durante um bom tempo, porém a maior parte destas receitas ainda não existe e, portanto, o clube não se aproveita delas.

Porém algumas questões ficam em aberto, como por exemplo, em relação à manutenção. Atualmente os recursos vindos dos atuais camarotes e suítes são importantes para cobrir o déficit operacional que o Beira-Rio traz, em relação à sua utilização. Uma minuta de contrato bem elaborada protegeria o clube de ter prejuízos em relação ao seu estádio, já que as maiores fontes de renda estarão comprometidos à parceira.

Outro fator que gera até flautas entre torcidas é o fato de o Inter recorrer ao modelo de parceria, assim como o Grêmio havia recorrido para construir uma arena. Porém as histórias são diferentes, já que o tricolor está empregado em uma construção de um novo complexo, contendo a sua arena, enquanto no Inter, haverá uma remodelação do complexo Beira-Rio, portanto, uma reforma.

Hoje a parceria é muito superior ao lado do Inter, visto que este não desembolsará nada além dos recursos vindos da venda dos Eucaliptos, tendo seu complexo todo remodelado. Porém não existe almoço grátis, e a construtora deverá ter algumas preferencias, porém nada que prejudique o clube.

Já em relação ao Grêmio, haverá um empreendimento envolvendo valores muito mais altos, o que gera um maior comprometimento. A parceira terá que explorar mais áreas para que tenha o retorno esperado pelo tempo determinado, então o Grêmio terá que abrir mão de mais coisa e, tirando o fato de ter uma casa novinha em folha, não teria grandes vantagens financeiras.

Só fiquei com uma pulga atrás da orelha em relação ao futuro. Vamos supor que nas duas parcerias, haja o tempo de exploração por 20 anos. A nova arena, como será um estádio novo, deverá precisar de poucas reformas após este período, podendo ser utilizado por vários anos de forma que o clube lucre totalmente com a sua utilização. Um exemplo é a Amsterdam Arena, estádio do Ajax, cuja construção foi feita em 1996 e faltariam apenas 5 anos para completar os 20 anos de inauguração. Neste momento, a arena está muito bem conservada, servindo de parâmetro para estas arenas que estão sendo construídas atualmente. Para quem não o conhece, a Arena da Baixada do Atlético Paranaense segue o mesmo padrão do estádio do clube holandês.

Já em relação ao Beira-Rio, não se sabe como ficará o estádio daqui há 20 anos, quando terminara a parceria e o Inter teria a exploração total de seu complexo. O estádio já é obsoleto em relação ao seu formato para os tempos atuais, assim ficando por uma questão estrutural, já que é redondo enquanto o novo padrão é um retângulo com cantos arredondados, para que a torcida fique próxima do campo em todos os lados. Após este período, não se sabe como será a tendência de estádios e nem como estará a situação estrutural do novo Beira-Rio, sendo talvez necessária uma nova grande reforma ou até a construção de um novo estádio.

Eu já tinha a convicção que a parceria seria o melhor caminho para o Inter, porém já não tenho tanta certeza se a um longuíssimo prazo (após o período de contrato da parceria), a reforma com parceria seria melhor que a construção de um novo estádio. Eu preferiria a construção de um novo estádio desde já, com todos os incentivos que a copa oferece.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Sorteio ingrato para ingleses e espanhóis

Na manha desta sexta-feira, na sede da UEFA, foram sorteados os chaveamentos para a fase final da Champions League. E o sorteio acabou sendo ingrato com ingleses e espanhóis, já que a tão sonhada final entre Real Madrid e Barcelona poderá ocorrer precipitadamente, já nas semifinais. Enquanto isso, no outro lado da chave, o sorteio reeditará a decisão da Champions League 2007/08 entre Chelsea e Manchester, vencida pelos vermelhos nos pênaltis.

Teoricamente quem se deu melhor foi a Inter, que enfrentará o Shalke 04, na qual considero a equipe mais fraca dentre estas oito que ainda estão na competição. Chelsea e Manchester é um duelo aberto, onde a equipe londrina tem mais opções e qualidade técnica, enquanto o Manchester tem mais conjunto e o histórico de três títulos na liga, que pode ser decisivo no momento de decisão.

No outro lado da chave, o Real Madrid talvez tenha o duelo mais encardido, enfrentando o bom e consistente Tottenham, enquanto o Barcelona pega o Shakhtar Donetsk. Real Madrid e Tottenham será o jogo mais interessante para ver, pois o esquema 4-4-1-1 de Harry Redknapp deverá trazer enormes dificuldades à equipe merengue de Mourinho, que mesmo assim possui mais time e maiores chances de passar. Já o Barcelona pega um inexpressivo Shakhtar Donetsk em competições europeias. Os ucranianos possuem um bom time, cheio de revelações brasileiras, porém o Barcelona é imensamente superior e também terá o fator camisa que pesará a favor dos catalães.

Como palpite, aposto em Internazionale, Barcelona, Chelsea e Real Madrid. Não ficaria nem um pouco surpreendido se Manchester passasse, afinal é clássico inglês e as duas equipes regulam, assim como uma possível classificação do Tottenham sobre o Real Madrid. Quem assistiu aos jogos da equipe inglesa sabe que esta tem condições de parar a máquina do Real Madrid devido à sua extrema educação tática. Se Mourinho tiver a vacina, terá todas as condições de passar, pois possui mais time.

Já não acredito em classificações de Shakhtar Donetsk e Shalke 04. Encararia como zebras, pois mesmo tendo todos os méritos por terem chegado entre os oito melhores, possuem menos time que Barcelona e Inter, além de todo o histórico recente ser amplamente favorável a estes.

Ainda não há uma definição sobre os dias de cada jogo, com isso dependendo da TV. Porém se sabe que os jogos de ida serão nos dias 5 e 6 de abril, enquanto os de volta ficam para 12 e 13 de abril, utilizando o esquema de rodízio, isto é, quem jogar a ida na terça jogará a volta na quarta e vice-versa.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Grêmio encaminha a sua classificação, mas não convence

Problemas técnicos me impediram de postar antes o tópico sobre o Grêmio. Já estava em fase final de elaboração do post, quando deu um problema no computador, e como sou desprevenido, acabei perdendo as informações. Mas indo ao que interessa, o Grêmio encaminhou a sua classificação para a próxima fase no jogo de hoje diante do Léon, no Peru.

Afirmo isso, pois a equipe impediu que o adversário direto o alcançasse na tabela, ficando com três pontos de vantagem sobre ele nos dois jogos que ainda faltam. Porém o empate foi ruim para uma classificação como primeiro lugar, visto que o Junior tem um jogo a menos e dois pontos a mais. A equipe colombiana ainda joga hoje, em casa, contra o saco de pancadas do grupo, fatalmente chegando aos 12 pontos, matematicamente classificado e há um empate de garantir o primeiro lugar no grupo.

Mas hoje em Huanuco, no primeiro tempo as equipes fizeram tudo, menos jogar futebol. A bola foi maltratada, com poucos lances de qualidade e por consequência, chances de gols. Sem André Lima, Renato Portaluppi colocou Fernando no meio-campo, mantendo sua estrutura e deslocando Carlos Alberto para o ataque, funcionando como um homem de referência. A tática não deu certo, com o Grêmio pouco atacando, além de errar muitos passes.

O Léon tinha qualidade extremamente limitada, porém conseguia ainda chegar com perigo com as investidas pelo seu setor direito ofensivo com Orejuela, que ganhou praticamente todos os embates com o lateral gremista Gilson. Foi por este lado, que saíram as duas principais chances do Léon e do jogo. E ambas foram com Elias, que na primeira chutou por cima na entrada da área, porém na segunda, escorou um cruzamento de Ferrari, contando com a ajuda de Victor, que nem saiu e nem se posicionou para a defesa, sendo encoberto no lance.

Naquela altura, Portaluppi já havia modificado o Grêmio com a entrada de Viçosa em lugar de Fernando, o que acabou deslocando Carlos Alberto para o meio. A tática só teve eficácia na segunda etapa, quando o Grêmio passou a atacar mais e perder gols. Conseguiu empatar logo aos 9 minutos da segunda etapa, em uma grande jogada coletiva que passou por Borges, Douglas, e este lançando Carlos Alberto que limpou a zaga e chutou no canto direito de Flores.

O Grêmio passou a dominar a partida, perdendo duas chances claras de gols com Borges, que se precipitou nas conclusões quando tinha apenas o goleiro pela frente. Portaluppi colocou ainda Collaço e Diego Clementino nos lugares de Carlos Alberto e Borges, e o Grêmio tentava pressionar o Léon, e este explorava os contra-ataques. O adversário também teve algumas chances para marcar, porém pecou nas conclusões, colaborando para este empate justo pelo que as equipes mostraram na partida.

O enfrentamento contra o Caxias e as dificuldades nos jogos iniciais da Libertadores servem como alento. O Grêmio ainda não está pronto, e possui muitos defeitos que estão visíveis há tempos e que não foram sanados. Apesar do gol, Carlos Alberto ainda não correspondeu, parecendo um homem perdido e sem saber o que fazer no esquema gremista. A defesa falha constantemente, principalmente quando se tem bolas alçadas na área. Boa parte das jogadas de perigo são nas costas de Gilson, um lateral muito trivial ofensivamente, porém muito fraco defensivamente. E Victor é 8 ou 80, fazendo grandes defesas e salvando o Grêmio nos pênaltis, ou falhando no posicionamento e levando gols importantes.

Pode-se dizer que o resultado foi maior que a atuação. É incompreensível que uma equipe como o Grêmio seja pressionada na maior parte do tempo e quase perca para o Léon, que é uma equipe sem nenhum histórico na competição, além de pertencer a um país inexpressivo, que nunca ganhou um titulo sequer nas 51 edições do torneio. Respeito é sempre bom, porém quando a diferença de qualidade é absurda, não há explicações que convençam quando se tem uma postura muito conservadora. Tivesse tido maior qualidade e ousadia, e o Grêmio teria vencido a partida, além de ter seguido vivo na luta pelo primeiro lugar no grupo.

Quartas de Finais da Liga com novatos e velhos conhecidos

As oito melhores equipes da Europa na temporada 2010/11 já estão conhecidas. Além dos tradicionais Chelsea, Manchester United, Barcelona, Internazionale e do participativo Shalke 04, a liga contará com o retorno do Real Madrid e do Tottenham entre os oito primeiros, enquanto o Shakhtar Donetsk debutará na fase de quartas de finais.

O maior torneio de clubes do Mundo terá o sorteio nesta sexta-feira para definir o chaveamento até a final. A partir de agora não há restrições, podendo haver um confronto entre Real Madrid e Barcelona já nesta fase, assim como confronto entre ingleses.

O Real Madrid de José Mourinho regressou à fase de quartas de finais após a vitória de 3x0 diante do Lyon no Santiago Bernabéu. Desde a temporada 2003/04 quando eliminou o Bayern, que a equipe não passa das oitavas de finais. Agora o treinador português, apelidado de caça-fantasmas pelas façanhas conseguidas na carreira, terá a missão de tirar o maior vencedor da competição da fila, onde desde a temporada 2001/02 não levanta o troféu. A pressão é grande, pois a equipe já soma 9 títulos de Champions League, contra 7 do Milan que é o segundo maior vencedor, mas que já esta eliminado desta edição.

Considero Real Madrid, Barcelona e Chelsea os grandes favoritos. Por fora correm Internazionale e Manchester, por toda a trajetória recente e de competitividade entre os times. O Tottenham vem um degrau abaixo, enquanto pra mim um titulo de Shakhtar Donetsk e Shalke 04 seria uma grata surpresa.

Mais sobre a Libertadores...

Assisti ao confronto entre Colo-Colo do Chile e Santos, além de ficar atento ao confronto entre Cruzeiro e Tolima. Enquanto o Cruzeiro passeou com 6x1 em casa, o Santos perdeu por 3x2 e se complicou na competição. Fosse uma competição nacional e ambos os times estariam disputando um titulo, porém possuem características diferentes que os deixam em forças opostas na Libertadores.

Já havia elogiado o Cruzeiro em seus primeiros confrontos, e assim faço novamente. Dos quatro jogos, três foram em casa é verdade, porém foram 15 gols marcados enquanto sofreu apenas o primeiro nesta noite. É das cinco remanescentes, a equipe brasileira mais equilibrada. Se esse equilíbrio é o suficiente para um possível titulo eu não sei, porém é ate agora a equipe que mais dá gosto em se ver jogar na competição.

Mas ainda tenho a convicção que o Internacional será o melhor brasileiro. O critério é o seguinte: a equipe colorada ainda tem dois jogos em casa para disputar, enquanto o Cruzeiro já terminou a sua quota como mandante na primeira fase. Atualmente, ambas perderam apenas dois pontos, porém o Cruzeiro jogou uma a mais e tem 10 pontos contra 7 do colorado. A seu favor, o enorme saldo de gols de 14, contra 7 do Inter. Porém a equipe mineira ainda terá a dureza de enfrentar o Estudiantes lá na Argentina. Esse será o jogo chave, visto que se vencer, provavelmente será o principal brasileiro na competição.

Já em relação ao Santos, este parece ter entrado na UTI com a derrota frente o Colo-Colo no Chile. A equipe peca por não ter um time com as características da competição. Enquanto uma equipe campeã na Libertadores possui uma grande capacidade de embate e aguerrimento, o Santos é um time técnico, que carece deste algo a mais que separa uma grande equipe de uma campeã. Considero a geração Neymar/Paulo Henrique Ganso mais promissora que Diego/Robinho, porém aquele Santos era muito mais equilibrado e por pouco não foi campeão da Libertadores.

A equipe está na UTI, mas ainda não está morta, visto que ainda possui dois jogos em casa pela primeira fase, tendo totais condições de vencê-los e avançar. Mas o setor defensivo da equipe, que falha constantemente, o impede de sonhar em voos maiores. Creio que assim como o Fluminense, o Santos acabará sendo eliminado na primeira fase.

Por último o Grêmio. A equipe tem totais condições de avançar para a segunda fase e encaro isso como uma tendência. Porém talvez seja a única equipe (destas que acredito que irão passar) que será segundo em seu grupo. Para sonhar com uma liderança, uma vitória nesta quinta diante do Léon é fundamental.

Em relação às equipes de outros países, vi alguns jogos, porém nenhuma me chamou atenção tecnicamente/taticamente ainda. Há algumas equipes promissoras como o Libertad do Paraguai e o Junior Barranquilla que é 100% em seu grupo, porém muitas equipes, principalmente as argentinas, crescem na fase do mata-mata. Para os gringos, creio que coloquem o Cruzeiro e o Internacional como os grandes times na competição até agora, e é o que eu estou vendo. Há apenas outros destaques, porém os protagonistas são os brasileiros.

É uma edição equilibrada, e que será decidida nos detalhes. O título tem tudo para ficar novamente no Brasil, porém as equipes brasileiras precisam acertar os detalhes que faltam para tornarem-se competitivas.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Inter confirma a superioridade e vence na Bolívia

Jogando na altitude de 2500m de Cochabamba, o Internacional não deu chance ao azar e goleou o fraco Jorge Wilstermann por 4x1, tornando-se líder do Grupo 6. O Colorado levou um susto no inicio, porém se impôs em campo e fez valer a sua ampla superioridade técnica ao vencer o adversário de forma natural.

Roth não blefou ao colocar Oscar como titular no último treinamento. O meia seguiu no lugar de Mathias, mantendo o Inter no esquema 4-2-3-1. Mais uma vez o meia foi o grande destaque da equipe, participando das principais jogadas ofensivas do Inter. Como jogava em posição centralizada da ligação na maior parte do tempo, o meia foi capaz de se movimentar bastante, abrindo pelas pontas além de ajudar Guiñazu e Bolatti nas funções defensivas, e se projetando no ataque quando acionado.

A pressão inicial foi do Wilstermann, que logo no primeiro minuto já obrigou Lauro a fazer grande defesa em cabeçada de Toscanini. Para complicar, o Colorado ainda fazia várias faltas perto da área e em uma delas, cometida por Zé Roberto, Fernández levantou e Brown desviou de cabeça para marcar. O Inter não sentiu o gol, e quando colocou a bola no chão começou a ameaçar a fraca equipe boliviana. Porém o gol de empate só surgiria com uma contribuição do zagueiro Brown, que se antecipou precipitadamente em um cruzamento de Oscar, colocando contra o seu patrimônio. Dois minutos depois, Guinãzu cruzou da entrada da área para Damião marcar de cabeça o seu 13º gol na temporada.

A partir daí, o Inter dominou completamente o jogo, chegando ao terceiro gol logo após, com Damião aproveitando-se de uma tremenda vacilada do zagueiro Brown, lhe roubando a bola como se tira um doce de uma criança, e acionando Zé Roberto, que livre de marcação só teve o trabalho de tocar para as redes. A partida ficou fácil e sob o controle Colorado, e Roth acabou reforçando a marcação com a entrada de Wilson Mathias no lugar de Tinga, que se ressentia de problemas físicos.

Mathias não entrou em sua posição habitual de primeiro volante, e sim fazendo as vias de um zagueiro de sobra, deixando o Inter com um esquema 5-2-2-1. Tal estratégia fez com que o Wilstermann pudesse ficar mais com a bola e tentasse atacar, abrindo espaços aos contra-ataques colorados. Como era fraco ofensivamente, o Wilstermann acabava fornecendo muitas jogadas de ataque colorado, com Zé Roberto tendo várias chances de marcar, porém pecou nas finalizações. Roth promoveu a entrada de Cavenaghi e Andrezinho no lugar dos lesionados Damião e Oscar. E Andrezinho teve papel importante, participando da jogada do quarto gol, que começou com Zé Roberto, passou pelo meia e terminou em Kléber que finalizou rasteiro para marcar o quarto gol colorado.

Vitória da superioridade, pois o Inter fez valer a enorme discrepância técnica a seu favor para vencer com folga o adversário. O Wilstermann não serve de parâmetro em relação a uma possível evolução tática. É muito fraco, talvez o mais fraco dentre as 32 equipes que participam dessa fase. Porém a vitória serviu para manter o Inter com a melhor campanha brasileira na competição, ao lado do Cruzeiro com 7 pontos. O Inter perde no saldo para a equipe mineira, porém ainda tem dois jogos em casa, enquanto a equipe mineira tem apenas um, além de ter que ainda enfrentar o Estudiantes na Argentina.

Mourinho desencalha o Real Madrid na liga

O treinador português José Mourinho conseguiu mais uma de suas façanhas hoje, ao classificar o Real Madrid para as quartas de finais da UEFA Champions League. Não que classificar a equipe fosse algo épico ao maior vencedor da liga, porém havia um tabu a ser batido depois de seis temporadas consecutivas de eliminações em oitavas de finais de Champions League. Mas o treinador fez questão de quebrar este tabu, assim como outros em sua brilhante carreira recente de Porto, Chelsea e Inter.

O Real Madrid não precisava efetivamente vencer o Lyon no Santiago Bernabéu. Um empate sem gols já bastaria, porém a equipe merengue foi pra cima logo de início. Nos quatro primeiros minutos, duas chances madrilenas para marcar com Marcelo e Özil. O Lyon conseguiu equilibrar a partida, até aventurando-se ao ataque. Não criou grandes chances, porém conseguiu neutralizar o poderio ofensivo do Real, que abusava na jogada pela esquerda com Cristiano Ronaldo, que não estava em suas melhores condições físicas.

A equipe francesa se empolgava em alguns momentos, cedendo espaços para o contra-ataque do Real Madrid, fazendo Özil e Di Maria aparecer mais e criar jogadas. E foi em uma rápida jogada pela esquerda em um tabelamento de Marcelo com Cristiano Ronaldo, que sairia o primeiro gol merengue. O lateral brasileiro recebeu do craque português, limpou dois defensores e chutou com força, com Lloris tocando mas não conseguindo evitar o gol. O goleiro francês evitou um placar mais dilatado pro Real Madrid, fazendo grandes defesas em chutes de Cristiano Ronaldo e Benzema.

Já no segundo tempo, o panorama do jogo não mudou, com o Real Madrid jogando melhor e desperdiçando chances. O 1x0 era traiçoeiro, pois bastava um empate para o Lyon levar o jogo à prorrogação. Porém o ataque madrileno voltou a funcionar aos 20 minutos, quando Marcelo lançou de seu campo Benzema, que surgiu em velocidade ganhando da defesa e desviando do goleiro Lloris para fazer o segundo gol. Dez minutos depois, foi a vez de Özil dar uma assistência sensacional em cabeçada de costas para Di Maria dar um toquinho por cima de Lloris marcando o terceiro gol merengue.

Um placar de 3x0 com um Real Madrid altamente superior ao Lyon, merecendo a classificação pela qualidade técnica e imposição perante o adversário nos 180 minutos. Mais uma façanha de Mourinho, que já tirou o Porto da fila em competições europeias com os títulos da Copa da UEFA em 2002/03 e da Champions League em 2003/04. Também tirou o Chelsea da fila de títulos com um bicampeonato da Premier League, sendo demitido antes de levar a equipe a um titulo inédito europeu, além de tirar a Inter de uma fila de 45 anos de títulos europeus.

O Real Madrid não chegava às quartas de finais desde 2003/04, quando eliminou o Bayern. Depois foi eliminado pela Juventus (2004/05), Arsenal (2005/06), Bayern (2006/07), Roma (2007/08), Liverpool (2008/09) e o próprio Lyon (2009/10). Agora falta tirar o Real Madrid de uma fila que já dura 9 temporadas.

terça-feira, 15 de março de 2011

O milagre nerazzurri na Bavária

Nesta terça-feira na Baviera, a Internazionale tinha a ingrata missão de reverter o 1x0 desfavorável, que fora obtido no jogo de ida, em pleno Giuseppe Meazza. Em 90 minutos, a equipe conseguiu deixar o sonho possível, torna-lo quase impossível novamente, porém na dramaticidade conseguiu transformá-lo em realidade.

De inicio, parecia que o confronto seria favorável aos nerazzurris, pois no primeiro lance da partida, Pandev lançou Eto´o em velocidade, com o goleador desviando de Kraft e marcando em posição duvidosa o seu 31º gol na temporada, e o oitavo na competição, se tornando artilheiro isolado na liga. Mas foi apenas impressão, pois os alemães começaram a colocar a bola no chão e equilibrando a partida. A recuperação ainda foi facilitada por Júlio César, que bateu roupa em chute de Robben e que Mario Gomez aproveitou e marcou de puxeta o gol do empate.

A partir do gol, anotado aos 21 minutos, só deu Bayern. Os bávaros aproveitaram-se de uma das piores jornadas proporcionadas pela defesa da Inter nos últimos tempos que, diga-se de passagem, não é a mesma fortaleza da temporada passada. Além de perder bolas no setor intermediário, protagonizou um vacilo defensivo de Thiago Motta, que originou o segundo gol do Bayern, com o volante desviando para trás uma jogada de Ribéry e encontrando Thomas Muller livre, desviando sutilmente de Júlio César.

O Bayern tinha o controle da partida e do confronto, visto que naquela altura só uma virada classificaria a Inter. Porém abusou de perder gols, alguns incríveis como o de Mario Gómez que escorou aos 39 um cruzamento de Ribery, com a bola roçando lentamente em direção ao gol e Ranocchia ganhando a disputa de carrinho com Muller, e contando com a ajuda da trave para afastar. Júlio César também se redimiu, fazendo grandes defesas em chute de Ribery e Mário Gómez.

O gol foi a única coisa produtiva da Inter no primeiro tempo A maior explicação foi o posicionamento colocado por Leonardo, que deslocou Sneijder da posição centralizada de ligação para a esquerda, colocando Stankovic em seu lugar. Sneijder só foi aparecer quando o treinador se deu conta do grave erro tático, colocando o brasileiro Philippe Coutinho pela esquerda, e com Sneijder marcando em sua primeira jogada como meia centralizado.

Faltavam 27 minutos para o Bayern manter o empate que lhe servia ou a Inter conseguir uma espetacular virada. Os italianos foram pra cima, e Leonardo ousou, deixando a equipe aberta e com três atacantes, empurrando o Bayern. Do outro lado, van Gaal contribuiu com essa pressão, ao tirar uma de suas melhores figuras na partida (Robben). E foi aos 43 minutos que aconteceu o improvável: Eto´o ganha de Breno na entrada da área e encontra Pandev livre, que chutou no ângulo de Kraft e sacramentando a classificação nerazzurri. Algo inacreditável para quem viu o primeiro jogo e o primeiro tempo do segundo confronto. O Bayern havia jogado melhor ¾ dos 180 minutos, porém a Inter usou o regulamento e o oportunismo de Eto´o para avançar.

Todos falam de Messi e Cristiano Ronaldo, porém a temporada de Eto´o é sensacional. Hoje ele marcou o seu, e ainda serviu Snejder e Pandev para marcar na épica reação. São 31 gols e 11 assistências na temporada, além da artilharia da Uefa Champions League. Está em números absolutos abaixo dos dois, porém a liga italiana é bem mais competitiva que a espanhola. Porém a ressalva da classificação sua sobre os ombros de Leonardo. O treinador acabou inventando, tirando jogadores de seus lugares e prejudicando tecnicamente a equipe. Tivesse feito o básico, não teria feito os nerazzurris terem sofrido tanto.

Júlio César está em um momento de falta de sorte. Fez hoje grandes defesas, evitando uma eliminação da Inter, porém falhou pela segunda vez somente neste confronto. O goleiro parece estar sem confiança da defesa, que não é nem de perto a da temporada passada. A defesa era o melhor setor da grande Inter de Milão campeã de tudo na temporada passada, porém nesta tem sido o setor mais frágil da equipe.

Na frente, nenhuma produção ofensiva, visto que Leonardo modificou taticamente a Inter, deslocando Sneijder para a esquerda e colocando Stankovic centralizado, abrindo mão da jogada mais perigosa da equipe.

domingo, 13 de março de 2011

Empate com sabor de derrota

O que poderia ser o jogo de confirmação do esquema 4-2-3-1 acabou virando motivo de mais preocupação para os Colorados. O Inter poupou jogadores, foi surpreendido, conseguiu a virada, porém cedeu o empate no fim quando tinha a superioridade numérica. Mais uma vez, os velhos problemas de sempre apareceram, e como nunca são sanados, acabam interferindo nas atuações e nos resultados.

Roth começou a partida com um time misto, preservando jogadores para o confronto contra o Jorge Wilsterman na quarta, pela Libertadores. Em função disso, Kléber e Guiñazu nem se fardaram. Massari e Mathias entraram em seus lugares respectivamente, com Daniel permanecendo como titular, assim como Oscar, preservando o esquema 4-2-3-1 utilizado contra o Ypiranga.

Então apareceram os mesmos problemas de sempre. A entrada de Mathias serviu para deslocar Bolatti de sua função de primeiro volante. Como Mathias saí muito para o ataque e não tem vocação para ser o cabeça de área, abriu um buraco na frente da defesa que o Caxias sobre aproveitar logo aos 3 minutos, com Itaqui abrindo o placar. Além do meio, o lado esquerdo defensivo colocado também apresentava problemas, visto que Massari nem atacava e nem defendia, comprometendo o setor. Não sei até que ponto a juventude o atrapalhou, porém não demonstrou condições de atuar pelo time principal. Já Daniel é o mesmo de sempre, bom no apoio e ineficiente na defesa, pois leva muitas bolas nas costas, o deixando muito inferior à Nei, que nem goza de tanto prestigio assim em relação à titularidade.

Do meio pra frente, Damião era uma ilha no meio dos zagueiros caxienses, enquanto apenas Oscar tentava tramar jogadas na individualidade. Tinga ainda está muito abaixo do jogador que foi em sua primeira passagem, contribuindo pouco ofensivamente ao time. Já Zé Roberto, é um caso a ser estudado, pois geralmente a jogada acaba quando a bola passa pelos seus pés. Faz alguns gols, por ter uma impressionante liberdade tática, mas não o diferencio de Carlos Alberto, muito criticado pelas suas atuações no Grêmio. São iguais, ambos apresentam um futebol displicente e pouco objetivo, e caso jogassem em posições idênticas, produziriam a mesma coisa para seus times.

Hoje, além de ter a atuação de sempre, Zé Roberto ainda desperdiçou um pênalti cobrado displicentemente nas mãos do goleiro, minutos depois de o Inter ter empatado com Damião. Para piorar, logo depois o Inter sofreu o segundo gol do Caxias. As impressões do primeiro tempo colorado só não foram as piores, porque aos 45 minutos Damião empatou novamente a partida.

Roth mudou o time, mas não suas convicções. Trocou Massari por Juan, que já fora testado inúmeras vezes sem resposta. Também trocou Sorondo por Índio. Depois viria a colocar Sóbis no lugar de Zé Roberto, obrigando em sua primeira jogada o goleiro André a trabalhar e colocando para escanteio. Na jogada, Damião de cabeça faria o seu segundo hat-trick consecutivo. O Caxias se abateu, perdeu a cabeça com Lima que agrediu Índio e foi expulso, porém teve tempo de se recuperar contra os visíveis problemas defensivos do Colorado e empatou aos 40, com Everton entortando Juan e contanto com a ajuda de Lauro que não fechou corretamente o seu canto.

Empate, críticas e preocupações para quarta. Roth manterá Mathias, voltando aos três volantes? Continuará insistindo com Zé Roberto? Terá a petulância de colocar Oscar no banco? São questões que tenho definidas na minha cabeça, mas não tenho como responder na visão do treinador. Suas convicções são tão estapafúrdicas, que um pseudo treinador de 25 anos conseguiu equivaler seu time, organizado, porém inferior tecnicamente.

Roth tem em mãos um grande material humano, porém não consegue tirar dele o máximo que pode oferecer. Grande parte disso é em função de suas convicções. Ah se não fosse Damião ...

quinta-feira, 10 de março de 2011

Inter reestreia sistema com goleada

Roth aproveitou a estreia na Taça Farroupilha em casa contra o Ypiranga para modificar o esquema que vinha jogando nos últimos jogos. Saiu um volante e entrou um meia. Com as lesões de Nei, Índio, Bolívar e D’Alessandro, Roth colocou Daniel na lateral direita, Rodrigo como companheiro de Sorondo na zaga, além de um meio com dois volantes e três meias, formado pelos argentinos Guiñazu e Bolatti atrás, além de ter Tinga pela direita, Zé Roberto pela esquerda e Oscar pelo meio na linha ofensiva, com Damião no ataque.

Tal escalação e esquema colocou em campo um Internacional mais solto, equilibrado e que buscava a aproximação dos jogadores para tabelar e jogar pelos flancos. O futebol de Oscar começou a aparecer na que foi a sua melhor apresentação com a camisa do Inter. O meia participou das principais jogadas ofensivas do colorado, servindo Daniel que chutou cruzado e Damião de carrinho completou para o gol, abrindo o placar. Oscar também faria outra bela jogada pela direita, servindo Damião para marcar o segundo gol, desta vez de cabeça aos 30 minutos.

Se engana quem imaginava que os 2x0 no placar era fruto de uma blitz ofensiva colorada. O Inter estava organizado em campo, tramava jogadas, porém concluía pouco, jogando sem pressão e em ritmo de treino. Não sofreu grandes perigos defensivos, sendo que as principais jogadas do Ypiranga se deram nas costas do lateral Daniel. Tal organização seguiu no segundo tempo, com Zé Roberto ampliando logo no primeiro minuto, após mais uma assistência do menino Oscar. Ainda houve tempo de Damião se antecipar ao goleiro e de cabeça marcar o seu terceiro e o quarto do Inter em cruzamento de Kléber.

O Inter fez o jogo ficar fácil, tornando inofensivo o Ypiranga. Roth aproveitou e promoveu alterações, colocando Sóbis e Cavenaghi para montar o tão sonhado setor ofensivo pedido pela torcida Colorada. Sóbis fez honra ao esquema 4-2-3-1 jogando aberto pela esquerda, com o argentino fazendo seu papel de centroavante. O sistema 4-4-2 sonhado por mim durou apenas o intervalo de três minutos da entrada de Cavenaghi e da saída de Damião. Porém desta vez, Damião não ficou sozinho, tanto que a bola chegou e ele marcou três vezes, além de perder outras chances interessantes.

O esquema promoveu uma movimentação ofensiva grande, com tabelamentos e aproximações com os laterais. Houve o chamado um-dois, aparecendo as jogadas pelos flancos e os gols. Tal esquema deverá consagrar Damião, que hoje já é o artilheiro do campeonato Gaúcho com 9 gols. Boa parte desta movimentação deu-se a partir da atuação de luxo de Oscar, que ia para a direita, para a esquerda e ainda voltava para recompor o sistema defensivo com as suas aptidões de volante, aprendidas durante sua estagia pela Seleção Brasileira Sub20.

A perda de um volante não deixou o setor defensivo mais frágil. Ao contrário, Bolatti tomou conta do setor, com Guiñazu acompanhando-lhe, apesar de suas faltas bobas. Tinga ainda está aquém do que pode oferecer ao time, enquanto Zé Roberto, apesar do gol, não fez uma atuação que o credenciasse como titular indiscutível. A volta de D’Alessandro criará um problema, pois quem irá sair? Roth não pode ser covarde de tirar Oscar, que parece estar consolidando a sua titularidade. O meia tem um toque refinado, mostrando ser diferente dos demais. Sóbis deverá aparecer no lugar de Zé Roberto, com Damião garantido como titular devido ao seu grande inicio de temporada.

Lá atrás, Rodrigo fez uma partida segura juntamente com Sorondo. Índio parece estar perdendo lugar no time, e Roth terá que pensar em quem irá sair para a volta de Bolívar. Os antigos titulares são lideranças no vestiário, porém estão jogando menos que os atuais titulares. Nei deve regressar à lateral direita, chegando ao meu Inter ideal, formado por: Lauro; Nei, Rodrigo, Sorondo e Kléber; Bolatti, Guiñazu, Oscar, D’Alessandro; Sóbis e Damião.

A parada parece ter sido benéfica ao Inter. Basta Roth não inventar com as suas recaídas.