Jogando contra um adversário semiamador no Beira-Rio, o Inter fez o que tinha que fazer, vencer e com saldo. Poderiam ter sido bem mais gols, porém os 3x0 foram frutos de uma razoável apresentação protagonizada por Oscar e D’Alessandro, com boa movimentação de ambos e um gol marcado por cada um.
Em campo, uns dizem que o Inter já entrou com Zé Roberto posicionado como atacante, porém eu vi esta movimentação efetivamente após os 10 minutos da primeira etapa, depois da equipe boliviana ter chegado com perigo e de o Inter ter dificuldades para atacar. Após isso, apareceu a movimentação de Oscar e D’Alessandro, além das escapadas de Kléber pela esquerda, surgindo as primeiras chances de gols do Inter. Quando o Inter já amassava o Wilstermann, que mal passava do meio-campo, saiu o primeiro gol Colorado, em um bate-rebate e que sobrou para Oscar chutar ao gol, com um defensor tocando na bola para cortá-la e a bola batendo novamente no meia colorado e entrando para se configurar no primeiro gol do Inter.
A nulidade do adversário e a boa movimentação dos meias colorados fizeram o jogo ficar unilateral, fácil, com o Inter chegando quando queria à frágil defesa boliviana. Perdeu chances com D’Alessandro, Oscar e até com Índio, em mais de uma vez na qual o zagueiro se aventurou ao ataque. Porém sempre continuava pressionando, e voltaria a marcar aos 12 minutos da segunda etapa com D’Alessandro, que recebeu livre na entrada da área um passe açucarado de Oscar, tendo espaço e tempo para ajeitar de canhota e chutar no canto esquerdo do goleiro Mauro Machado.
Do setor ofensivo, Damião esteve abaixo do que vinha rendendo anteriormente, enquanto Zé Roberto destoava dos demais. Porém foi o meia que escoraria de carrinho um cruzamento de Kléber para marcar o terceiro gol, saindo logo depois para a entrada de Sóbis. O meia-atacante, tanto sugerido pela torcida, teve alguns minutos em campo e a chance de marcar gols, sendo solidário com Leandro Damião em um lance em que entrava livre na área, e no outro chutando totalmente torto e sem direção. Falta um gol e um ganho maior de confiança para que Sóbis conquiste a titularidade, afinal o jogador tem mais futebol que Zé Roberto, porém ainda não fez uma grande partida que o credenciasse a titularidade em detrimento à Zé Roberto, que é o preferido de Roth.
Oscar confirmou com a grande atuação a sua titularidade no lugar de Tinga, enquanto D’Alessandro mais uma vez foi peça chave na vitória, forçando inclusive a expulsão do defensor Lucas Fernández. Porém a referencia não era das melhores, já que o Jorge Wilstermann é um time semiamador, inferior tecnicamente às equipes que disputam o Gauchao. De pontos negativos, mais uma atuação pragmática de Zé Roberto, além de Bolívar mostrar que está fora de forma, perdendo na velocidade em duas jogadas, na qual em uma o zagueiro conseguiu se recuperar, afastando de carrinho, enquanto na segunda o atacante conseguiu se livrar e chutou para fora da entrada da área.
Por fim, o Inter que jogou hoje não difere do que se apresenta no Gauchão. Apenas enfrentou um adversário bem mais fraco e contou com a individualidade de D’Alessandro, que este sim é um ponto de referencia importante e que faz a diferença. Porém mesmo aos saltos e sobressaltos o Inter tem tudo para fazer uma das melhores campanhas da primeira fase da Libertadores.