Neste fim de semana, finalmente começa a temporada 2011 da Formula 1. Não no Bahrein, como estava previsto, porém em Melbourne, na Austrália. Com os problemas políticos enfrentados pelo Bahrein, a categoria ficou impossibilitada de correr no último dia 12, devido ao clima de insegurança no país, causado pelas manifestações em prol da queda do regime de monarquia constitucional da nação. A corrida ainda poderá ocorrer nesta temporada, porém não se sabe quando, pois o país ainda ganhou um tempo para se organizar.
Porém em Melbourne o que se vê é uma intensa apreensão por parte de todos que compõem o circo, para ver como os carros irão se comportar com as novas regras impostas para esta temporada. Além de uma nova fornecedora de pneus, a categoria conta com a volta do KERS e também tem a Asa traseira móvel como inovação, de forma que haja ultrapassagens nos Grandes Prêmios.
Das novidades, o KERS é o velho conhecido. A tecnologia é um sistema de recuperação de energia cinética, na qual há um armazenamento de parte da energia gerada nas frenagens, e transformando-a em uma potencia extra para ser utilizada pelos pilotos a cada volta. Foi idealizada para a temporada 2009, onde poucas escuderias utilizaram até o final, e foi abandonada na temporada passada, vindo a regressar nesta. Em função do KERS, houve um aumento de 20Kgs no peso mínimo dos carros, passando para 640Kgs. Em 2009, muitas escuderias não viam vantagem em utilizar a tecnologia justamente pela diferença de peso a mais que esta impulsionava, tornando seu custo/beneficio baixo.
Outra inovação, na base da fórceps, foi a troca do fornecedor de pneus. A Bridgestone já havia avisado no inicio da temporada passada que deixaria a categoria, e então a escolhida foi a Pirelli, que volta à categoria após 20 anos de ausência. O chefão da F1 Bernie Ecclestone pediu para que a companhia desenvolvesse pneus menos resistentes, pois na temporada passada o pneu duro durava a corrida inteira, e as paradas eram meramente em função do regulamento que necessitava a utilização dos dois compostos.
A companhia então lançou seis compostos, onde quatro são para pista seca, um intermediário para chuva fraca e outro para chuva intensa. Ao contrário da temporada passada, onde o mais macio possuía listas verdes, este ano a Pirelli resolveu colorar cada um, onde todos terão uma cor fixa, representada no logo da empresa. Porém serão selecionados apenas dois compostos de pista seca, onde um será mais macio e outro mais duro para que haja um desnivelamento em relação aos compostos. Há a preocupação das equipes em relação à durabilidade dos pneus, devido ao alto desgaste que estes tiveram na pré-temporada. Várias paradas nos boxes não estão descartadas.
Já a novidade mais ousada e que trás desconfiança em relação à segurança é a Asa traseira móvel. Quando acionado pelo piloto, o flap traseiro fica em posição que dificulte o arrasto aerodinâmico, o que deixa o carro mais veloz e possibilita as ultrapassagens. Para que a novidade trouxesse alguma segurança aos pilotos e atingisse seu objetivo de ultrapassagens, a FIA limitou a sua utilização a uma área demarcada, onde o piloto que estiver atrás pode usá-la, desde que esteja há menos de 1seg atrás do adversário. Uma vez pressionada pelo piloto que esta atrás, o sistema do piloto da frente automaticamente será travado e este não poderá utilizá-lo, para que desta forma seja possível a ultrapassagem. Estabelece-se então uma zona de ultrapassagens, algo forçado e com resultado incerto, podendo gerar muita confusão e graves acidentes.
Há ainda a proibição do duto frontal e do difusor duplo, utilizados nas últimas temporadas. O primeiro foi desenvolvido pela McLaren e depois copiado pelos demais, onde havia aberturas no cockpit, e quando o piloto tapava com os joelhos ou com o braço, o ar desviava-se para outra parte do carro, diminuindo o arrasto aerodinâmico e aumentando a velocidade. Já o segundo apareceu com a BrawnGP em 2009, sendo o responsável pelo título da equipe de Ross Brawn. Até ser copiado pelas demais, a equipe era imbatível, conquistando os pontos necessários na primeira parte da temporada. O seu problema era um aumento da força aerodinâmica, justamente o que a FIA esta buscando banir para que haja alguma emoção nas provas.
Outras novidades foram a volta da imposição dos 107% do tempo marcado pelo melhor do Q1 para que os carros larguem, evitando carros excessivamente lentos como as Hispanias em 2010. As caixas de câmbio tem que durar agora cinco corridas consecutivas, caso contrário, o piloto perderá cinco posições no grid. E por fim, foram liberadas as ordens de equipe, formalizando o que ocorreu recentemente com a Ferrari na época Schumacher e Barrichello em 2002 e Alonso e Massa na temporada passada.
Equipes e Pilotos
Opinião
Para não cansar muito quem lê, já que escrevi uma Bíblia (risos), espero que tenhamos uma ótima temporada, assim como não foi em grande parte da temporada passada. As últimas temporadas foram um marasmo total, com o telespectador assistindo a largada, podendo fazer outra atividade e voltando a tempo de olhar o fim do GP, para saber quem ganhou ou quem acabou ficando pelo caminho.
Porém os problemas não estão somente nos carros. Tá certo que eles ficaram muito estáveis aerodinamicamente, porém as pistas novas criadas pelo arquiteto Hermann Tilke não proporcionam emoção. Tanto que pistas clássicas como Monza, Spa-Francorchamps e Interlagos são ansiosamente aguardadas, pois proporcionavam algum tipo de ação. Creio que isso só será melhor analisado quando se esgotarem todas as alternativas nos carros, e enquanto isso a categoria continuará engordando a conta bancária do arquiteto alemão.
Aposto nas RBR’s largando na frente, pois andaram muito rápido na pré-temporada. A Ferrari também deve se destacar, talvez ainda num estagio inferior que a RBR, porém superior à McLaren e Mercedes. Das grandes, por enquanto a McLaren parece ter o carro mais mal nascido, apresentando diversos problemas que a fazem andar abaixo das demais. A expectativa gira em torno da Williams com Rubens Barrichello buscando disputar um lugar no pódio, porém não acredito para este início de temporada. A equipe vem evoluindo, terá mais dinheiro com os petrodólares de Maldonado, porém deverá ter ainda um longo caminho de desenvolvimento para se estabilizar como a melhor das médias, cuja posição ainda está com a Renault, agora denominada Lotus Renault.
Vou acompanhar os treinos livres, perdendo o oficial, porém acompanharei a corrida.
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