O jogo de hoje contra o América do México foi emblemático para o Fluminense. Emblemático para que? Eu ainda não sei, porém o confronto mostrou duas imagens absurdamente distintas. Todos sabiam que a Libertadores poderia acabar nesta noite, em mais um fracasso contra o América no México, porém o sobrenatural de almeida apareceu nos dois lados, e o final acabou sendo feliz para os pó-de-arroz.
O retrato da partida poderia ser de indignação da torcida e resignação dos próprios jogadores, por uma derrota parcial por 2x1, onde o goleiro Ricardo Berna falhara bizarramente no primeiro gol, enquanto Digão confirmava contra o seu próprio gol, um tento inevitável de Sánchez . Ah, ainda teve tempo de Gum escorar um cruzamento de Conca empatando a partida quando ela ainda estava 1x0 para os mexicanos. Porém o segundo gol foi um golpe de água fria, o Fluminense ficou batido, deixando o América do México transformar o Engenhão em seu salão de festas, não marcando mais gols por pura falta de vontade.
Eis que quem resolveria a partida seria alguém propicio para isso, que entraria aos 6 minutos da segunda etapa e veria, assim como seus companheiros, o inacreditável segundo gol mexicano. Deco é reconhecido como craque por alguns, como grande jogador por outros, mas todos tem noção da sua grande qualidade técnica. Chamado de chinelinho pelas constantes lesões, o meia apareceria aos 26 minutos para servir Araujo, que cabeceou para empatar a partida.
Era o dinamite que o Fluminense precisava para explodir a emoção do Engenhão. Em campo a equipe transpirava bastante, e mostrava a garra que nem sabia que possuía, mas que estava escondida. Os gritos da torcida e a animação dos jogadores em busca de uma virada histórica o empurraram ao ataque, e eis que Deco, após um bate-rebate, se aproveitaria da indecisão do zagueiro e com um sutil toque encobrisse o goleiro Novarrete e marcasse a incrível virada do Fluminense. Comemoração justa pela entrega, pelo resultado e pelo inacreditável se tornar acreditável. O Fluminense reviveria que nem uma ave Fênix, ganhando condições matemáticas e motivação para continuar sonhando com uma improvável classificação.
Em campo, Ederson Moreira pode ter mexido com o brio dos jogadores, que entraram em campo mordendo. O ex-treinador do Inter B, colocou um Fluminense organizado, que buscou o ataque desde o início, porém foi penalizado por graves vacilo de seus jogadores. Buscou na raça, no heroísmo a virada que ainda lhe deixa vivo na competição.
Comemoração de título? Sim, pois o título do Fluminense hoje era continuar vivo na Libertadores.
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