Ontem na reunião do Conselho Deliberativo, o Inter escolheu o modelo de parceria para a continuidade das obras para o Beira-Rio 2014, de forma que possa dar as garantias financeiras para a FIFA para ser sede da Copa de 2014 no Brasil. Resta ainda saber quem será a parceira, visto que foi lançada uma licitação, na qual a construtora que oferecer a melhor proposta para o clube será a escolhida.
Como já havia dito em outros posts, não foi a melhor proposta escolhida, e sim a menos pior, pois em ambas, de certa forma, o clube acabaria perdendo alguma coisa, e como é deficitário, não teria como modernizar com recursos próprios sem depender de financiamentos com juros altos e com grande probabilidade de endividamento.
A parceira construtora ficará responsável por fornecer as garantias bancárias necessárias para a FIFA, além de reformar o complexo Beira-Rio de acordo com o projeto Gigante Para Sempre e das normas da entidade. Em troca, exploraria determinadas partes do complexo, como suítes, cadeiras VIP e o que vir a ser construído no entorno, por um período de tempo determinado.
Particularmente ficou de bom tamanho para o Inter, que irá investir apenas o recurso recebido com a venda dos Eucaliptos, e o restante necessário para as obras cabendo à construtora. O clube deixará de ganhar receitas importantes durante um bom tempo, porém a maior parte destas receitas ainda não existe e, portanto, o clube não se aproveita delas.
Porém algumas questões ficam em aberto, como por exemplo, em relação à manutenção. Atualmente os recursos vindos dos atuais camarotes e suítes são importantes para cobrir o déficit operacional que o Beira-Rio traz, em relação à sua utilização. Uma minuta de contrato bem elaborada protegeria o clube de ter prejuízos em relação ao seu estádio, já que as maiores fontes de renda estarão comprometidos à parceira.
Outro fator que gera até flautas entre torcidas é o fato de o Inter recorrer ao modelo de parceria, assim como o Grêmio havia recorrido para construir uma arena. Porém as histórias são diferentes, já que o tricolor está empregado em uma construção de um novo complexo, contendo a sua arena, enquanto no Inter, haverá uma remodelação do complexo Beira-Rio, portanto, uma reforma.
Hoje a parceria é muito superior ao lado do Inter, visto que este não desembolsará nada além dos recursos vindos da venda dos Eucaliptos, tendo seu complexo todo remodelado. Porém não existe almoço grátis, e a construtora deverá ter algumas preferencias, porém nada que prejudique o clube.
Já em relação ao Grêmio, haverá um empreendimento envolvendo valores muito mais altos, o que gera um maior comprometimento. A parceira terá que explorar mais áreas para que tenha o retorno esperado pelo tempo determinado, então o Grêmio terá que abrir mão de mais coisa e, tirando o fato de ter uma casa novinha em folha, não teria grandes vantagens financeiras.
Só fiquei com uma pulga atrás da orelha em relação ao futuro. Vamos supor que nas duas parcerias, haja o tempo de exploração por 20 anos. A nova arena, como será um estádio novo, deverá precisar de poucas reformas após este período, podendo ser utilizado por vários anos de forma que o clube lucre totalmente com a sua utilização. Um exemplo é a Amsterdam Arena, estádio do Ajax, cuja construção foi feita em 1996 e faltariam apenas 5 anos para completar os 20 anos de inauguração. Neste momento, a arena está muito bem conservada, servindo de parâmetro para estas arenas que estão sendo construídas atualmente. Para quem não o conhece, a Arena da Baixada do Atlético Paranaense segue o mesmo padrão do estádio do clube holandês.
Já em relação ao Beira-Rio, não se sabe como ficará o estádio daqui há 20 anos, quando terminara a parceria e o Inter teria a exploração total de seu complexo. O estádio já é obsoleto em relação ao seu formato para os tempos atuais, assim ficando por uma questão estrutural, já que é redondo enquanto o novo padrão é um retângulo com cantos arredondados, para que a torcida fique próxima do campo em todos os lados. Após este período, não se sabe como será a tendência de estádios e nem como estará a situação estrutural do novo Beira-Rio, sendo talvez necessária uma nova grande reforma ou até a construção de um novo estádio.
Eu já tinha a convicção que a parceria seria o melhor caminho para o Inter, porém já não tenho tanta certeza se a um longuíssimo prazo (após o período de contrato da parceria), a reforma com parceria seria melhor que a construção de um novo estádio. Eu preferiria a construção de um novo estádio desde já, com todos os incentivos que a copa oferece.
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