Roth aproveitou a estreia na Taça Farroupilha em casa contra o Ypiranga para modificar o esquema que vinha jogando nos últimos jogos. Saiu um volante e entrou um meia. Com as lesões de Nei, Índio, Bolívar e D’Alessandro, Roth colocou Daniel na lateral direita, Rodrigo como companheiro de Sorondo na zaga, além de um meio com dois volantes e três meias, formado pelos argentinos Guiñazu e Bolatti atrás, além de ter Tinga pela direita, Zé Roberto pela esquerda e Oscar pelo meio na linha ofensiva, com Damião no ataque.
Tal escalação e esquema colocou em campo um Internacional mais solto, equilibrado e que buscava a aproximação dos jogadores para tabelar e jogar pelos flancos. O futebol de Oscar começou a aparecer na que foi a sua melhor apresentação com a camisa do Inter. O meia participou das principais jogadas ofensivas do colorado, servindo Daniel que chutou cruzado e Damião de carrinho completou para o gol, abrindo o placar. Oscar também faria outra bela jogada pela direita, servindo Damião para marcar o segundo gol, desta vez de cabeça aos 30 minutos.
Se engana quem imaginava que os 2x0 no placar era fruto de uma blitz ofensiva colorada. O Inter estava organizado em campo, tramava jogadas, porém concluía pouco, jogando sem pressão e em ritmo de treino. Não sofreu grandes perigos defensivos, sendo que as principais jogadas do Ypiranga se deram nas costas do lateral Daniel. Tal organização seguiu no segundo tempo, com Zé Roberto ampliando logo no primeiro minuto, após mais uma assistência do menino Oscar. Ainda houve tempo de Damião se antecipar ao goleiro e de cabeça marcar o seu terceiro e o quarto do Inter em cruzamento de Kléber.
O Inter fez o jogo ficar fácil, tornando inofensivo o Ypiranga. Roth aproveitou e promoveu alterações, colocando Sóbis e Cavenaghi para montar o tão sonhado setor ofensivo pedido pela torcida Colorada. Sóbis fez honra ao esquema 4-2-3-1 jogando aberto pela esquerda, com o argentino fazendo seu papel de centroavante. O sistema 4-4-2 sonhado por mim durou apenas o intervalo de três minutos da entrada de Cavenaghi e da saída de Damião. Porém desta vez, Damião não ficou sozinho, tanto que a bola chegou e ele marcou três vezes, além de perder outras chances interessantes.
O esquema promoveu uma movimentação ofensiva grande, com tabelamentos e aproximações com os laterais. Houve o chamado um-dois, aparecendo as jogadas pelos flancos e os gols. Tal esquema deverá consagrar Damião, que hoje já é o artilheiro do campeonato Gaúcho com 9 gols. Boa parte desta movimentação deu-se a partir da atuação de luxo de Oscar, que ia para a direita, para a esquerda e ainda voltava para recompor o sistema defensivo com as suas aptidões de volante, aprendidas durante sua estagia pela Seleção Brasileira Sub20.
A perda de um volante não deixou o setor defensivo mais frágil. Ao contrário, Bolatti tomou conta do setor, com Guiñazu acompanhando-lhe, apesar de suas faltas bobas. Tinga ainda está aquém do que pode oferecer ao time, enquanto Zé Roberto, apesar do gol, não fez uma atuação que o credenciasse como titular indiscutível. A volta de D’Alessandro criará um problema, pois quem irá sair? Roth não pode ser covarde de tirar Oscar, que parece estar consolidando a sua titularidade. O meia tem um toque refinado, mostrando ser diferente dos demais. Sóbis deverá aparecer no lugar de Zé Roberto, com Damião garantido como titular devido ao seu grande inicio de temporada.
Lá atrás, Rodrigo fez uma partida segura juntamente com Sorondo. Índio parece estar perdendo lugar no time, e Roth terá que pensar em quem irá sair para a volta de Bolívar. Os antigos titulares são lideranças no vestiário, porém estão jogando menos que os atuais titulares. Nei deve regressar à lateral direita, chegando ao meu Inter ideal, formado por: Lauro; Nei, Rodrigo, Sorondo e Kléber; Bolatti, Guiñazu, Oscar, D’Alessandro; Sóbis e Damião.
A parada parece ter sido benéfica ao Inter. Basta Roth não inventar com as suas recaídas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário