Depois de um periodo de pausa em virtude do final de ano e questões profissionais, vou terminar um tópico que havia aberto sobre os erros capitais do Inter em 2010. Faltaram dois assuntos, que serão esmiuçados abaixo.
6- Insistência em jogadores que não estavam em boa fase
Durante os jogos Colorados na temporada, muito se discutiu a titularidade deste ou daquele jogador. De todos os jogadores que foram titulares ou ficaram temporariamente entre os 11, apenas Sandro, Guiñazu, D’Alessandro e Kléber poderiam se considerar efetivamente titulares. Nei, Bolívar e Índio passaram por um período de contestações, mas conseguiram se firmar como titulares. Já os outros jogadores, ou não conseguiram se firmar, alternando titularidade e reserva, ou tiveram a sua titularidade bancada no carteiraço.
Este é o caso de jogadores como Renan, Wilson Mathias e, principalmente Alecsandro, que foram “bancados” pelo treinador com respaldo da diretoria, irritando a torcida, e contribuindo para a derrocada colorada na temporada. É bem verdade que seus substitutos não se mostraram suficientemente mais eficazes, porém estes não tiveram uma das coisas primordiais no futebol que é a sequencia.
Neste ponto houve um erro do treinador e da diretoria. Do primeiro por não permitir sequencia a outros jogadores, enquanto a direção é responsável por supervalorizar o grupo e não fornecer titulares considerados absolutos.
7- Cenário Político e extracampo
O cenário colorado de 2010 não se restringiu apenas ao futebol, atividade fim do clube. Ocorreu um impasse politico, com guerra de interesses e dissolução da grande situação que o clube conseguiu adquirir através de parcerias politicas e o principal, que são os resultados dentro de campo. A fase de “vacas gordas” absorveu vários grupos políticos com ideais diferentes em prol da continuidade do projeto vencedor colorado.
Porém há uma hora em que essa heterogenia politica é colocada à prova, em virtude de sucessões políticas, e com o Inter não foi diferente. A situação acabou rachando em dois grandes grupos, com um encabeçado por Giovani Luigi, considerado o natural sucessor, e Pedro Alfatato, com função importante nos bastidores desta atual gestão. A vitória viria a ser de Luigi, porém até que as eleições efetivamente ocorressem, houve uma preocupação gigante com o futuro político e o presente futebolístico, que datava um Mundial FIFA, ficou relegado a um segundo plano.
Além da política, o Colorado enfrentou problemas com alguns atletas no extracampo. O maior caso foi de Índio, que ficou enfermo após uma suposta briga em uma obscura festa protagonizada por um atleta do Grêmio, que é até hoje mal explicada e que fora colocada para debaixo do tapete. Também houveram reclamações publicas de descontentamento em função do esquema e titularidade de alguns jogadores, o que acabou gerando um clima de intranquilidade, principalmente durante a gestão de Fossati.
Um clube com um vestiário homogêneo dificilmente perde a motivação nas competições. Este termo refere-se a treinador, diretoria e atletas terem o mesmo pensamento em relação ao futebol. Porém isso não se vê no Internacional já há alguns anos. Hora e outra aparece algum jogador mostrando publicamente o seu descontentamento em relação a alguma coisa, principalmente em relação à reserva. É evidente que isso é normal em um vestiário, porém é resolvido dentro do mesmo, com a torcida e imprensa não sabendo de tal fato. Talvez isso possa ser explicado pelo grande número de atletas com característica de liderança, mas é de certo modo preocupante em termos de andamento de vestiário.
Conclusão
Esta série de posts teve apenas o objetivo de aprofundar algumas questões que ficaram relegadas durante a temporada e que de certa forma contribuíram para a derrocada colorada no Mundial. Não foi exatamente um motivo que culminou no fracasso, porém vários fatores, sendo alguns em maior importância e outros em menor.
Muitas coisas dirigidas de forma ineficiente ou errada, e elenca-las foi o proposito do post para que isto sirva de aprendizado e não prejudique o Inter nas próximas temporadas.
Agora é focar no Inter de 2011, com posts a respeito da preparação colorada.