Os torcedores do Arsenal,que foram ao Emirates Stadium, não tinham em mente apenas uma vantagem no confronto das oitavas de finais. Era algo a mais, uma vontade de fazer valer a revanche do confronto decisivo de 2006, perdido de virada contra um forte Barcelona sedento de títulos internacionais.
Desde então ocorreu um confronto decisivo na temporada anterior, com o Barcelona deitando e rolando no Camp Nou e se classificando para as semifinais da competição. Esta impotência em vencer o Barcelona tornou-se uma obsessão pelo lado dos gunners, e hoje o destino os colocaram frente-a-frente, porém contra um Barcelona superpotente encabeçado por Lionel Messi.
Em campo, equipes desfalcadas, mas sempre com a essência ditada pelos treinadores Wenger e Guardiola, priorizando o futebol rápido e com alta movimentação e troca de passes. Enquanto o técnico catalão pode colocar a sua formação máxima ofensiva e improvisando Abiol na defesa ao lado de Piqué, Wenger contou com a volta de Nasri e o colocou para movimentar-se com Van Persie, Walcott e o grande craque da equipe, o espanhol Cesc Fábregas, criado na base do Barcelona.
O jogo evoluiu de maneira esperada, com muita velocidade e situações. O Arsenal começou pressionando, porém o Barcelona equilibrou o jogo, e aproveitando-se dos espaços oferecidos pelo Arsenal, conseguiu desempenhar o futebol que apresenta e que encanta os admiradores do esporte. Um dos cuidados defensivos do Arsenal foi o adiantamento da marcação, comprimindo o espaço entre os setores e investindo em uma linha de impedimento.
A tática de Wenger estava contendo as jogadas ofensivas do Barcelona, porém pelo seu alto nível de periculosidade poderia vazar em algum momento, ocorrendo aos 14 minutos, quando Messi abriu espaço na defesa inglesa e lançou David Villa, que apenas teve o trabalho de desviar do jovem goleiro Szczesny. A partida então ficou ao alcance do Barcelona, que perdeu a chance de liquidar a partida e o confronto com Messi, recebendo livre na entrada da área e com um toque sutil desviando do goleiro e do gol.
O Arsenal foi reagir somente na segunda etapa, promovendo uma correria e pressionando o Barcelona. Esta tática movimentou a partida, abrindo também espaços aos contra-ataques catalães, que viriam perder outra oportunidade com Messi. O Arsenal cansa, passa a ser dominado pelo Barcelona, e Guardiola estranhamente tira Villa para colocar Keita, aumentando o poder de marcação. Wenger respondeu com as entradas de Bendtner e Arshavin, abrindo ainda mais o Arsenal e indo para o tudo ou nada.
A tática era tudo que o Barcelona queria, porém a equipe catalã parecia satisfeita com a vitória parcial e não forçou em busca de um escore maior, enquanto o Arsenal, batido e conformado com a derrota, iria achar um gol quase impossível com Van Persie, recebendo umlançamento preciso de Clichy e na linha de fundo, sem ângulo, conseguiu chutar cruzado no contrapé de Valdés.
O gol transformou o Arsenal, que empurrado pelos gritos de guerra de sua torcida partiu pra cima do Barcelona, conseguindo a virada que parecia impossível cinco minutos depois, com Nasri escapando pela direita e cruzando para Arshavin chutar no canto direito de Valdés. Virada histórica, primeira vitória do Arsenal frente ao Barcelona, e aquele sentimento de revanche por 2006.
Pode-se dizer que o resultado veio do banco, com Wenger pressentindo a situação desvaforavel, trocou peças de lugar e promoveu alterações cirúrgicas, que surpreenderam o Barcelona. Pelo lado catalão, Guardiola foi um pouco covarde ao desfazer o esquema que estava pressionando o Arsenal e que a qualquer momento poderia aumentar a vantagem no escore. Porém o Barcelona continua mais do que favorito para o confronto da volta, no Camp Nou. Uma vitória de 1x0 dá Barcelona.
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