Quisera o destino, e o Colorado estreara na Libertadores 2011 contra o Emelec, assim como fora na temporada anterior. A equipe equatoriana, que está presente em praticamente todas as recentes edições da Libertadores, não apresentou grandes inovações em relação às ultimas temporadas, permanecendo previsível e com uma qualidade técnica limitada.
Contra estas características, e projetando uma boa pontuação na primeira fase, tudo indicava um Inter mais ousado em relação a ele mesmo, de forma que um esquema padrão de dois atacantes fosse possível. A lesão de Tinga abriu caminho para esta possibilidade, imediatamente rechaçada por Roth, colocando Bolatti e três volantes por consequência, deixando um Inter excessivamente defensivo.
Mesmo com o esquema, o Inter foi superior ao Emelec na maior parte do tempo, tamanha a diferença técnica entre ambos. Porém este domínio transformou-se em chances de gols apenas na parte final da primeira etapa, depois que Zé Roberto juntou-se ao exilado Damião, que perderia duas chances de gol em cabeçadas após cruzamentos precisos de Kléber. Zé Roberto também perdeu uma chance clara de gol, ao receber livre de D’Alessandro um passe açucarado na entrada da área, isolando a bola por cima do gol.
Na segunda etapa o panorama da partida não mudou, com o Inter criando e desperdiçando chances. O Emelec, que na primeira etapa só arriscou alguns chutes de fora da área sem perigo, continuava tímido, tornando-se uma presa fácil ao Inter. Damião teve quatro grandes chances, fazendo o goleiro Klimowicz trabalhar e tornar-se um dos destaques da partida. Quando fora superado em uma grande jogada individual do centroavante colorado que encobriu o goleiro, Klimowicz contou com o seu companheiro Baguí, que evitou o que seria um golaço de Damião ao tirar em cima da linha.
O Inter continuava tentando, e foi abençoado aos 34 minutos, em escanteio cobrado por D’Alessandro na cabeça de Bolatti, que nem precisou se impulsar para abrir o placar em Guayaquil. O volante argentino logo seria sacado pelo zagueiro Rodrigo, em uma plena atitude Rothiana de segurar o resultado. Roth também tirou Zé Roberto para colocar Cavenaghi, enfraquecendo bastante o meio-campo com a perda de dois jogadores, transformando um 4-5-1 em um 5-3-2 e desiquilibrando todo o sistema colorado.
Tal atitude, fez com que o Emelec passasse a ganhar o setor, empurrando o Inter para o seu campo. Foi aí que começaram as faltas desnecessárias e bolas alçadas para a área. O destino quis e no último lance da partida em uma destas bolas alçadas na área, a bola encontrou a cabeça de Gimenez, livre de marcação, para empatar a partida. Falha da defesa e principalmente do goleiro Lauro, que fazia uma partida boa e segura, mas não saiu para abafar a jogada, configurando-se em uma punição divina à covardia de Roth.
Placar injusto por tudo que as duas equipes criaram, porém servirá como reflexão para esse excesso de defensivismo que o Internacional pratica. Tivesse um esquema mais equilibrado, e o colorado sairia com uma goleada de Guayaquil. Está mais do que na hora de Roth trabalhar um esquema de jogo mais equilibrado, com dois volantes, dois meias e dois atacantes. Neste momento, o maior adversário do Inter é ele mesmo, na figura de seu treinador.
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