domingo, 20 de fevereiro de 2011

Inter é um caso inverossímil de desrespeito para com o seu torcedor

Nem bem começou a temporada 2011 e um principio de crise já se instaurou no Beira Rio. Uma crise ainda branca, que poderá ser intensificada com um fracasso na próxima quarta-feira diante do Jaguares Chiapas do México, pela segunda rodada da Libertadores da América. Crise não responsabilizada somente pela eliminação precoce do Time B na Taça Piratini ou do empate do Time A na estreia da Libertadores.

A insatisfação por Roth é somente a ponta de um iceberg, que para dimensiona-lo na totalidade precisa-se recorrer a analogias da política e suas histórias. O fato é que as constantes vaias deste início de temporada são destinadas a um determinado CEP e entregue via correios, pois ainda falta coragem de haver o embate pessoal, sob pena de o remetente ser reconhecido por quem cuspiu no prato que comeu. Tudo isso porque há no Beira Rio a vontade de criar um mundo altruísta, composto por convicções e verdades nem tão verdadeiras assim, que se sobressaem através da forma como é feita a relação do clube com a torcida.

Esta relação é um caso inverossímil, composto por uma direção com altas conquistas e decepções, porém agindo com empáfia e autoridade em um sistema monarquia absolutista; e uma torcida, cega de amor e eternamente agradecida pelo fim do período ofuscado de sua razão de viver. Em função deste sentimento, tudo perdoa e tudo compreende para que este sentimento feliz de amor eterno continue, por mais que já haja o sentimento de ódio de ser tão rejeitado e maltratado.

Este sentimento já foi percebido por membros da ala monárquica, cujo receio é perder o que há de mais precioso em uma relação para com seu povo: a confiança. Porém quem pensa em mudança de postura está em menor numero e totalmente alijado dos interesses da maioria, devendo calar-se sob pena de ser engolido e expulso. Do outro lado, ainda não há uma união consistente para um processo de democratização e destituição deste absolutismo. Há a acomodação com a filosofia do pão e circo globalizado.

Não sei por quanto tempo esta sistemática ainda irá durar, provavelmente até quando for suportada pela massa de manobra ou quando o estoque de pão e circo milionário acabar. Esta soberba também pode ser registrada nas atuações, na forma como o clube se comporta perante aos adversários e também em relação às convicções de contratações, de técnico e dos jogadores do time. Quando perde é porque simplesmente perdeu e faz parte, já quando ganha é a solidificação do trabalho feito pela direção e seus comandados.

Só sei que estou preocupado com o ponto em que isso poderá chegar. A fadiga dos metais é fatual, prolongada apenas pelo título de 2010 da Libertadores, vindo com a ajuda dos céus. Porém o período de vacas gordas continua, e não se tem noção exata do real peso delas e nem da idade da manada. Elas poderão morrer ou se subnutrir, nos deixando em mais um grande período ocioso. Por isso todo o cuidado é pouco e não se deve esperar todo o estoque de leite derramar para agir.

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