A partida deste domingo, diante do Pelotas, serviu como um simulado para a estreia da Libertadores da América na próxima quarta-feira diante do Emelec em Guayaquil. Em função disso, o colorado entrou com força máxima e apresentando o time considerado ideal para a estreia na sua principal competição do semestre.
Celso Roth preteriu Bolatti em função da quota máxima de três estrangeiros, composta por Guiñazu, D’Alessandro e Cavenaghi, sendo que este último começou no banco. Em campo, o tradicional esquema 4-5-1 com desempenho pífio durante todo o segundo semestre de 2010, incluindo o fracasso no mundial, além de não começar bem 2011. Roth colocou Mathias e Guiñazu como volantes, e mais a frente Tinga pelo meio, D’Alessandro pela direita e Zé Roberto pela esquerda.
Como era de se esperar desta previsível formação, o Internacional apresentou fragilidades ofensivas e defensivas. Na primeira jogada aguda de ataque do Pelotas saiu o primeiro gol da partida, assinalado por Tiago Duarte, após receber um passe projetado de Makelele e contando com uma comum desatenção defensiva colorada. Não obstante, o sistema ofensivo colorado apresentava-se nulo e os únicos lances de perigo eram protagonizados através de jogadas individuais de D’Alessandro e de cruzamentos de Kléber. O lateral esquerdo colocou um cruzamento na cabeça de Damião para empatar a partida aos 24 minutos, em um dos raros lances ofensivos colorados da primeira etapa.
Depois de uma saída para o vestiário sob vaias por parte do torcedor, Roth mudou o time e o esquema no intervalo. Promoveu a estreia do argentino Cavenaghi no lugar de Tinga, que assim como Guiñazu, não fazia uma boa partida. Com 2 atacantes em um 4-4-2, o Inter voltou melhor, e passou a pressionar o Pelotas. Apareceram os espaços, possibilitando troca de passes, triangulações e finalizações. Como consequência, apareceram os gols, com Damião marcando mais dois, e completando seu “hat-trick”. O primeiro foi no oportunismo, após estar no lugar certo e arrematar um cruzamento rasteiro de D’Alessandro. Já o segundo, recebeu em profundidade de Índio, e teve toda a tranquilidade para driblar o goleiro e finalizar.
Porém a situação ainda não estava resolvida, visto que um minuto após o terceiro gol colorado, o Pelotas descontou, após mais um vacilo de posicionamento defensivo colorado, permitindo João Paulo receber livre um cruzamento e marcar o segundo gol pelotense. O Inter recuou, permitiu uma reação do Pelotas, que com todas as suas limitações ainda perderia uma grande chance de empatar a partida já aos descontos com Alan.
Vitória e classificação colorada, porém com muitos pontos de interrogação para a estreia da Libertadores. Roth finalmente se convenceu que o modelo de esquema 4-5-1 não serve? Onde está o futebol de Tinga e Guiñazu? Por que a defesa está tão mal posicionada? Aonde está a cobertura dos laterais?
São questões pertinentes e que devem ser respondidas e solucionadas o mais breve possível. O fato é que com o esquema atualmente utilizado, a defesa fica fragilizada, o ataque fica inoperante e o meio-campo não apresenta a evolução necessária para municiar estes dois setores. Uma mudança de esquema para o 4-4-2 resolveria esta inoperância ofensiva, porém o resto deve ser trabalhado a exaustão e Roth não tem se mostrado capaz de exercer tal atitude.
Para finalizar, gostei da estreia de Cavenaghi. O argentino apresentou boa movimentação no inicio da segunda etapa, mostrando ser capaz de exercer a titularidade ao natural. É técnico e aparenta ter uma boa conclusão. Participou de triangulações com os argentinos e mostrou ter um grande potencial de contribuição para este time colorado. Gostaria também de ter visto Bolatti, mas em função do limite da quota de estrangeiros, isso não foi possível nesta partida. Prevejo um 4-4-2 em Guayaquil, com Tinga sendo sacado para a entrada de um atacante.
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