quinta-feira, 29 de maio de 2014

Grandes começam a formar um grupo a parte

E o Brasileirão passou pela 8ª rodada, penúltima antes da parada para a Copa, que serviu para embolar a ponta da tabela. Foram marcados apenas 16 gols, baixando consideravelmente a média para 1,6 gols/jogo. 

Cruzeiro e Fluminense não tiveram sucesso nos confronto contra Corinthians e Atlético-MG na condição de visitante, embora que o mando de jogo não tenha sido um fator decisivo, tendo em vista que a grande maioria das equipes virou itinerante, em função de perderem seus Estádios para que a FIFA possa utilizá-los como sedes da Copa do Mundo ou campos de treinamento.

A Raposa foi penalizada com uma falha do goleiro Fábio, que não conseguiu defender um chute da intermediária de Guerrero, que foi rasteiro e despretensioso. Mesmo assim, o time mineiro seguiu na liderança, pois o Fluminense também saiu derrotado pelo Atlético-MG por 2x0, com o destaque negativo de a defesa carioca ter falhado nos dois lances, mostrando ser o calcanhar de Aquiles para a Campanha do Campeonato. O Goiás teve a chance de se tornar líder isolado caso batesse o Vitória em casa, porém ficou no 0x0 e não conseguiu sequer entrar no G4.

AI Corinthians
A rodada foi boa para o Corinthians, que assumiu o terceiro lugar, e para o Inter, que bateu a fraca Chapecoense e terminou em quarto. Porém o campeonato está tão equilibrado que é possível que até o Grêmio, hoje sétimo, consiga terminar esta primeira parte do Campeonato na liderança, se vencer e torcer por resultados paralelos. O Palmeiras, nono colocado, também conseguiria alcançar o G4.

Na parte de baixo, o Figueirense finalmente conseguiu um empate contra o Flamengo, saindo da lanterna, já que a vitória contra o Corinthians no Itaquerão lhe deu vantagem nos critérios de desempate contra o Coritiba, que ainda não venceu e que preocupa para o restante do campeonato. Celso Roth é um treinador conhecido por fazer milagres com elencos modestos, porém não conseguiu dar jeito na equipe paranaense, que precisará se reforçar expressivamente para conseguir escapar de um eventual rebaixamento, que é o seu destino mais provável em virtude da falta de qualidade do plantel.

AI Criciúma
O Criciúma está se aproveitando dos times mais fracos e está pontuando. Suas três vitórias foram contra Figueirense, Coritiba e Chapecoense, além de dois empates contra o Atlético-MG e o Internacional. Ainda tenho o time na condição de rebaixável, porém se continuar pontuando contra equipes irregulares, além de bater as mais fracas, que são concorrentes (jogo de seis pontos), é possível que consiga escapar do Z4. A tabela foi benéfica para o time do interior de Santa Catarina, que agora precisará pontuar contra Vitória, Bahia, Sport, Atlético Paranaense e até o Flamengo, que hoje pinta como um concorrente para a Zona de Rebaixamento. 

A tabela começa a se dividir entre equipes que vão brigar pela ponta e outras que vão ficar em condição intermediária ou lutar contra o Rebaixamento.  Já é perceptível a formação de dois grandes grupos, um formado pelos grandes do eixo RJ/SP/RS/MG e o outro formado pelos demais clubes, que não recebem tanta verba da TV. Vale ressaltar que as campanhas de Botafogo e Flamengo estão abaixo da média em função de seus problemas, enquanto que a do Goiás está acima das expectativas. Ainda acredito em recuperação do Botafogo e do Flamengo, pelo menos para não ficarem com baixas pontuações, porém o rubro-negro me preocupa, pois planejou se 2014 de forma totalmente equivocada. Precisará contratar e aproveitar bastante a parada da Copa do Mundo para entrosar o time e pontuar.

AI Cruzeiro
A tabela também me mostra que Cruzeiro, Fluminense e Corinthians pintam como postulantes ao título, pois o trio já tem um grupo de jogadores mais consistente, além de buscar contratações para o segundo semestre, e ainda têm conseguido vitórias expressivas e já possuem vantagem nos critérios de desempate em relação aos outros 4 times que colocaria na briga pela ponta, porém em uma eventual quarta vaga de G4: Grêmio, Internacional, Atlético-MG e São Paulo. Não vejo consistência nestes quatro clubes que me façam acreditar na disputa do título, porém vão efetuar um duelo interessante para o G4. Não acredito que Goiás e Palmeiras consigam acompanhar esses times, pelo menos com o elenco que cada um apresenta no momento.

Gostaria de ver a dupla Gre-Nal disputando o titulo, porém ambos não possuem elenco no mesmo nível de Corinthians, Cruzeiro e Fluminense, além de não terem ambição quando jogam fora de casa. Como visitante, o Inter se contentou com o empate contra o Criciúma e o Coritiba, enquanto que não soube segurar a vitória contra o Botafogo. Já o Grêmio não saiu do 0x0 contra o Sport, que o Corinthians havia enfrentado também fora de casa na rodada anterior sem ter tomado conhecimento do adversário (1x4). Ambos formulam suas campanhas com um aproveitamento próximo dos 100% em casa, enquanto que o empate é considerado ótimo resultado fora. Com isso, perdem muitos pontos em jogos que, se forçassem, conseguiriam a vitória. Ambos poderiam estar na liderança se tivessem mais ambição. 

Falando ainda em tabela, é importante um levantamento de jogos como mandante e visitante para que sejam analisadas eventuais distorções que a ordem dos jogos proporciona. Na 8ª Rodada, o normal seria cada clube ter quatro jogos em casa e quatro fora, porém em virtude do interesse prioritário da televisão, alguns clubes foram afetados e, ou jogaram mais em casa, ou jogaram mais fora. Isso faz com que Cruzeiro e Grêmio tenham uma situação mais confortável no momento, enquanto que Internacional e Atlético-MG terão que vencer fora de casa para compensar o fato de já terem atuado cinco vezes em casa. 

Acho injusto este desnivelamento de jogos, que acaba oferecendo desiquilíbrio técnico, tendo em vista que pode permitir a um time emendar vitórias em casa e disparar na liderança, bem como outro amargar tropeços na tabela e afetar todo o seu planejamento para o Campeonato, com pressão de torcida e eventual demissão de treinador. Neste ano, parece que não haverá esse problema, já que o desiquilíbrio entre os grandes clubes, com exceção de Flamengo e Botafogo, é tão grande, que já há a formação de dois blocos distintos no campeonato. 


quarta-feira, 28 de maio de 2014

Inter joga mal, vence e retorna ao G4

O Inter bateu a Chapecoense por 2x0 em Caxias, com dois gols de Wellington Paulista, chegando aos 15 pontos e voltando ao G4 em virtude dos resultados paralelos.

No entanto, de positivo na partida foram apenas os gols e a vitória, já que o time mais uma vez não jogou bem, tendo dificuldades contra um dos times mais fracos do Campeonato. Os gols saíram no oportunismo do centroavante substituto de Rafael Moura, que no primeiro tempo aparou um cruzamento de Fabrício, enquanto que no segundo tempo, a jogada foi do jovem Leandro, que foi promovido por Abel e fez a sua primeira partida como titular, mostrando alguma qualidade e destaque na partida.

No mais, o Inter teve o domínio da posse de bola, principalmente na primeira etapa, quando a Chapecoense jogava retrancada e procurava explorar o contra-ataque nas costas dos laterais colorados. O modesto time catarinense conseguiu poucas chances de perigo, principalmente no segundo tempo, quando o time já estava atrás no marcador e o treinador Celso Rodrigues o deixou mais ofensivo, participando mais da partida e chegando até a ameaçar a vitória Colorada em alguns momentos da partida, antes do segundo gol do time gaúcho. 

Ainda sofrendo com vários desfalques em virtude da política errada de contratações, que apostou em velhos dispensáveis e que possuem uma maior probabilidade de lesões, além do grupo não conseguir suprir as deficiências, o Inter fez mais um jogo burocrático, e nem D’Alessandro, seu principal jogador, se salvou. O meia argentino reclamou demasiadamente ao longo da partida, e por pouco não acabou expulso pelo árbitro Felipe Gomes da Silva. 

AI Inter
Sasha não aproveitou a sua chance e mostrou-se pouco participativo, errando em praticamente todos os seus lances, assim como também foi a atuação do lateral Diogo, que deveria ser preservado por Abel Braga, já que teve sequencia e mostrou-se insuficiente para jogar como titular do Inter. 

O único alento foi a entrada do jovem Leandro, já na segunda etapa, e em um momento difícil para o Inter no jogo, já que a Chapecoense estava gostando do jogo e até criava chances. O jogador mostrou movimentação e velocidade, participando do gol que assegurou a vitória ao time. Só o fato de mostrar um diferencial em meio a um burocrático ambiente do time, já faz com que o jogador mereça uma atenção principal e mais chances no time. Leandro é jovem e não pode ser colocado em responsabilidades maiores do que receber mais chances, porém se mantiver a atuação como a de estreia, deverá figurar com maior frequência no time titular.

Na próxima rodada o Inter enfrentará o Fluminense em Macaé, em um jogo de seis pontos pela parte de cima da tabela. O time já falou publicamente na projeção de 4 pontos nestes dois jogos, o que significaria um empate no Rio de Janeiro. Porém não gosto deste sistema de projeções do clube, que já escala o time predisposto ao resultado, conformando-se desde o início da partida em manter a igualdade, pois se der para buscar a vitória, o time deveria ter a ambição para busca-la.  

A tabela ainda está desfavorável ao Inter. Além de ter enfrentado adversários mais modestos, o clube ainda tem o fato de ter disputado 5 jogos em casa, enquanto como visitante foram 3. Vários clubes que estão nas primeiras colocações possuem hoje mais jogos fora de casa, o que dá vantagem na continuidade do Campeonato, já que tendem a fazer mais pontos em casa. Para complicar, o fato de o time ter empatado demasiadamente, já lhe faz ficar em desvantagem contra outros times pelo critério de vitórias, além do fato de o Inter não ter um grande saldo de gols, o que também conta como desvantagem. 

Grêmio encerra sua jornada forasteira com empate

O Grêmio foi até a Ilha do Retiro e ficou no empate em 0x0 pela 8ª Rodada do Campeonato Brasileiro contra o Sport. Com isso, o tricolor perdeu a chance de se garantir no G4, mas encerra a sua sequencia de jogos fora de casa antes da parada para a Copa do Mundo com 5 pontos em 5 jogos, o que é razoável, mas que poderia ter sido melhor.

Para o jogo, Enderson contou com problemas para escalar o segundo volante, já que Ramiro e Riveros estavam fora de combate, e a solução foi colocar Zé Roberto na função, que é conhecida do jogador por tê-la desempenhado por um bom tempo na carreira, mas que hoje seria difícil em virtude da sua idade avançada e da necessidade de mobilidade para recompor o time e atacar.

E foi o que aconteceu. No início do jogo, Zé Roberto era bastante participativo ao ataque e contribuía com os demais meias Alan Ruíz, Rodriguinho e Dudu, porém o Sport conseguia explorar o espaço gerado pelos seus avanços e criava problemas, principalmente no seu setor direito ofensivo, nas costas do lateral Breno. Grande parte do jogo foi assim, com o Grêmio dominando a posse de bola em virtude de ter mais qualidade técnica, chegando até a intermediária ofensiva, mas sem conseguir uma grande quantidade de chances.

O Sport teve as melhores oportunidades da primeira etapa, sempre com a vantagem de Érico Junior na direita, enquanto que o ex-colorado Augusto comandava a transição do time. Estranhamente o treinador Eduardo Baptista retirou ambos ao longo da segunda etapa, quando nenhum apresentava problema físico ou clinico. Isso ajudou o Grêmio a manter o empate, apesar de Grohe ter feito várias defesas no final da partida, quando o Sport teve chances reais de conseguir a vitória.

AI Grêmio
Já o Grêmio fez mais uma partida abaixo do futebol mostrado na primeira fase da Libertadores, quando apresentou o potencial do time de Enderson Moreira. Até agora, ainda não convenceu no Brasileirão, apesar de estar na ponta de cima da tabela. Contra o Sport, Dudu e Rodriguinho não fizeram boa partida, sendo que o último chegou a ser substituído pelo treinador, em mais uma ação que considerei um equivoco, pois o meia o melhor do setor nos últimos jogos do tricolor. Nesta substituição, Enderson tentou recompor a volância com a entrada de Matheus Biteco, adiantando Zé Roberto. Até Kléber Gladiador recebeu chance na parte final da partida, porém o Grêmio não conseguiu sequer um lance agudo de perigo, e teve que comemorar o empate, graças às defesas de Grohe.

No fim das contas, faltou ambição ao Grêmio. Time poderia ter agredido mais o Sport e conquistado os três pontos. Mesmo assim, a campanha fora de casa não é ruim, apesar considerar insuficiente a média de um ponto por jogo fora de casa para um eventual título e até o G4, já que o ponto de corte esse ano deverá ser alto, em virtude da desigualdade econômica entre os clubes, que possibilitam o aparecimento de sacos de pancadas, em razão de clubes com orçamento modestos nem sempre conseguirem otimizar seus grupos de jogadores com a baixa receita.

Serve de alento o fato de o Grêmio ter apenas três jogos em casa até então, enquanto que o rival Internacional já possui cinco. Fazendo o dever de casa, o time voltará ao G4. Porém, pensando em um longo prazo, terá que jogar melhor para se manter entre os primeiros.  

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Grupo deficiente e apego a projeções que não funcionam

A derrota para o Cruzeiro deixou a impressão que o Inter não possui bala na agulha para disputar o título. Embora haja a justificativa dos desfalques, o time perdeu muito desempenho com a saída de alguns titulares, e que somado com a estratégia de projetar resultados, fez com que o time caísse da liderança para o oitavo lugar em poucas rodadas.

Sobre o grupo de jogadores, já escrevi ontem (leia aqui). Em síntese, o Colorado possui um time titular razoável, longe da perfeição, mas que conseguiria disputar a ponta de um Campeonato formado por clubes imperfeitos. Nas primeiras rodadas, que se realizaram de forma semanal, o time já apresentou problemas na transição ofensiva pela falta de um atacante veloz, um meio lento e burocrático e a ausência de qualidade dos laterais. A zaga mostrou-se segura nos jogos com Ernando e Paulão, porém começou a decair de rendimento com a volta do titular Juan.

Nas últimas semanas, o Inter começou a ter uma maratona de jogos quartas/domingos em virtude dos confrontos pela Copa do Brasil e do Brasileiro, mostrando a fragilidade física dos atletas, que somada com as convocações para a seleção e as suspensões, deixaram o time com apenas dois titulares no segundo tempo contra o Coritiba. Não sou especialista em preparação física nem em fisiologia, porém não acho normal tantas lesões em tão pouco tempo. O fato de o Inter ter muitos trintões contribui para o acúmulo de desfalques, porém a situação fica ainda pior com outro fato de o Inter ser um dos clubes da Série A que menos utilizaram seu time principal na temporada. Se analisarmos adversários, cuja maioria jogou mais vezes, não veremos tantas lesões.  
  
Fotos: AI Inter
O fato é que os substitutos não estão no mesmo nível que os titulares e reduziram consideravelmente o poder de fogo do time em jogos decisivos, como contra o Cruzeiro, que também contava com alguns desfalques. Abel escalou o que tinha de melhor, porém não foi o bastante. Mais uma vez o time se viu dependente de jogadores como Wellington Paulista e Jorge Henrique, que em nada acrescentaram ao time. No jogo contra o Coritiba, o quarentão Índio sequer aguentou os 90 minutos, enquanto que Dida começa a mostrar através de sucessivas falhas que não possui o mesmo reflexo de antigamente, e mostra segurança apenas nas bolas defensáveis. 

Tomo cuidado em poupar jovens como Otávio e o lateral Diogo, pois poderão evoluir. Mas quanto aos reforços, não vou poupar criticas, pois é resultante da política de contratações do clube nas últimas rodadas, que aposta em jogadores com algum renome, mas que em função de estarem na fase descendente da carreira, já são dispensáveis pelos clubes onde passaram. Entram ai Dida, Juan, Wellington Paulista, Jorge Henrique, Alex, Rafael Moura, Forlán, Cavenaghi, dentre outros. Alguns já deixaram o clube, enquanto Abel Braga teve méritos em recuperar Alex e Rafael Moura, porém a grande maioria joga o que se espera deles pelo histórico recente em outros clubes: nada. E em um campeonato longo como o Brasileirão, pensar apenas no time titular é uma heresia, tendo em vista que há a necessidade de usar o grupo.

Mesmo com todos esses problemas, o Internacional poderia estar melhor na tabela, talvez até na liderança ou segundo lugar. Aí entra o segundo problema, que é o apego às projeções. Após o jogo contra o Atlético-PR que deixou o Inter em uma liderança circunstancial, em virtude de ter jogado 3 dos 4 jogos em casa contra adversários mais fracos, Abel projetou 10 pontos nos cinco jogos restantes (15 pontos). Só conseguiu 2 até então, podendo chegar a 8 se vencer a Chapecoense em Caxias e o Fluminense no Rio de Janeiro. Porém em uma visão realista, chegará a apenas 5 ou 6, já que uma vitória contra o Fluminense no Rio de Janeiro seria muito improvável.. 

Sei da importância da matemática, por ter formação na área das exatas, porém vejo que o Inter a utiliza de forma errada, pois coloca a projeção dentro de campo para formular resultados, enquanto que estes números deveriam servir apenas como uma análise ulterior aos confrontos. Um clube com ambições não pode entrar em campo para empatar somente pelo fato de jogar fora de casa, procurando manter o aproveitamento de 66% (vitória em casa e empate fora, 4 pontos a cada 6 jogos). Admito apenas a exceção de utilizar estes números em uma eventual decisão de seis pontos contra um concorrente ao titulo fora de casa, por onde o empate se tornaria interessante caso o time esteja em vantagem em relação ao concorrente.

Se tivesse um pouco mais de ambição, provavelmente o Inter conseguiria segurar a vitória contra Botafogo e Coritiba, além de buscar a vitória contra o Criciúma. Hoje, mesmo com a derrota contra o Cruzeiro, o time estaria na liderança, apesar de todos os problemas que está enfrentando com lesões. 

Porém, mesmo assim, seria uma liderança enganosa, já que o time enfrentou apenas dois adversários que está entre os 10 primeiros e tem um maior número de jogos em casa (4) do que fora de casa (3). O Inter terá ao longo de 12 rodadas restantes do 1º turno sete confrontos mais difíceis, e hoje já está aquém do esperado para que termine o primeiro turno no G4. Para complicar, o time em função da sua errônea projeção, está com um saldo de gols mínimo e já perde no número de vitórias para a maioria de seus concorrentes, pois é um dos times que mais empataram até agora (Só perde para o Santos, que está embaixo na tabela.)

A tendência é que o time caia ainda mais na tabela, ficando ainda mais longe de uma eventual briga pelo G4, já que o titulo eu já acho praticamente impossível, em virtude dos tropeços contra times mais fracos. Vejo Cruzeiro e Fluminense com times mais fortes e grupos amis consistentes, e ainda colocaria o Corinthians na possibilidade de brigar pelo título, em função dos reforços que o clube terá na volta da Copa. Já para o G4 há uma possibilidade, porém o time já começa a ficar atrás de Grêmio e São Paulo não só na pontuação, como nos critérios de desempate e na relação de jogos da tabela.

Para que o Inter reverta essa tendência, precisará rever conceitos e qualificar o elenco na parada da Copa. 

domingo, 25 de maio de 2014

Balanço da 7ª Rodada do Brasileirão

A primeira parte do Brasileirão, realizada antes da Copa do Mundo, está chegando ao fim, e mostra Cruzeiro e Fluminense como os melhores times e que possuem elencos mais numerosos e homogêneos. Ainda teremos mais duas rodadas, e apesar da pequena distância entre os times, já seria possível traçar o tricolor carioca e a Raposa como favoritos ao título, se não tivéssemos uma enorme parada para a Copa do Mundo, que quebrará o ritmo e poderá oferecer novidades para o Campeonato.

Na sétima rodada, tivemos 19 gols marcados, o que dá uma média de 1,9 gols/partida. Mais de 1/4 destes gols saiu do confronto entre Sport 1 x 4 Corinthians, onde o time Paulista se recuperou após dois insucessos em casa e está na cola do G4. Do outro lado, Alético-MG x Criciúma e Santos x Flamengo foram os 0x0’s da rodada. O nível continua ruim e não tenho mais expectativas de melhoras, já que é necessário uma mudança de visão e revolução para que o futebol disputado no Brasil melhore. 

As campanhas fora de casa começam a fazer a diferença, e ensaiam um duelo entre Cruzeiro e Fluminense pela liderança da parada da Copa do Mundo. Ambos possuem cinco vitórias em sete jogos, sendo que os mineiros conquistaram três fora de seus domínios, enquanto que o Fluminense conquistou duas. O time mineiro realizou mais jogos fora de casa (3x4) enquanto que os cariocas jogaram mais em casa (4x3), o que dá uma vantagem ao Cruzeiro, além deste já estar na liderança por um ponto. 

Fotos: UOL
Não vejo o Brasileirão num todo como equilibrado, já que há vários times abaixo da critica e que deverão fazer poucos pontos na tabela, aumentando o nível de exigência.  O que temos são vários times na disputa entre os primeiros, que poderão ser sete ou oito. Nessa disputa é necessário analisar a pontuação fora de casa, que está fazendo a diferença já que os clubes tendem a um aproveitamento próximo do máximo nos jogos em casa, além da proporção de jogos, tendo em vista que há um grande erro na tabela para favorecer a transmissão da TV, fazendo com que algumas equipes joguem duas partidas consecutivas em casa, o que faz com que algumas tivessem 3 jogos em casa nas 4 primeiras rodadas.

O terceiro lugar ficou com o Goiás, que venceu fora de casa o pior time do campeonato. A equipe goiana também possui mais jogos fora de casa até agora no campeonato (3x4), conseguindo duas vitórias e um empate.  Em casa o time também se saiu bem, com duas vitórias e um empate, o que lhe dá conforto neste início de campeonato, já que não projeto os esmeraldinos entre os postulantes ao G4 neste momento.

Os paulistas estão formando um bloco próximo ao G4, já que Palmeiras, Corinthians e São Paulo estão respectivamente entre o 5º e 7º lugar. Ambos os times apresentam deficiências e em virtude delas perderam pontos, porém São Paulo e Corinthians poderão fazer um bom Brasileiro. O Palmeiras eu já projeto uma condição intermediária, a não ser que Gareca consiga melhorar expressivamente o futebol do time com basicamente o elenco mediando na qual os outros treinadores não conseguiram, tendo em vista que o clube passa por dificuldades financeiras e não deverá efetuar grandes investimentos. Acredito que dificilmente não tenhamos um paulista no G4 ao fim do Brasileirão, já que os times tem poder de investimento e contarão com reforços na parada do Campeonato.  

A cada rodada, Flamengo e Botafogo confirmam-se como grandes decepções, pois não conseguem superar seus problemas e estão atolados na parte de baixo da tabela. Ambos possuem elencos fracos, e se não contarem com reforços, deverão ter problemas até o final do Campeonato na luta para manterem-se na Série A, embora não sejam os quatro piores times do campeonato. 

Vejo o Brasileirão com três grandes grupos, que ficarão ainda mais evidentes na medida em que o campeonato for se desenrolando e a pontuação dos times for diferenciando-os. Temos o bloco os ponteiros, que na minha visão são sete ou oito dependendo do Atlético-MG (além de Cruzeiro, Fluminense, Grêmio, Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Internacional), o dos intermediários que vencem um ou outro jogo e empatam bastante, além de conseguirem tirar alguns pontos dos ponteiros, enquanto que temos os sacos de pancadas, que tendem a perder para os ponteiros, conseguindo arrancar poucos pontos da turma do meio. Atualmente, os três catarinenses e o Coritiba estão nesse grupo, porém ainda tenho a esperança que os paranaenses consigam se reforçar e evoluir no campeonato. 

O Coritiba é o único que não venceu no campeonato, e por isso não é surpreendente o fato de estar no 19º lugar. O Figueirense é o mais fraco do Campeonato e só venceu o jogo da estreia do Itaquerão em condições circunstanciais. Depois de sete rodadas, perdeu seis, enquanto que o histórico gol de Giovanni Augusto foi o único do time até agora.  A Chapecoense ensaia uma recuperação com a vitória por 2x0 contra o Palmeiras, porém não tem bala na agulha para ir longe, e dificilmente escapará do descenso. O Criciúma ocupa circunstancialmente o 12º lugar, já que suas duas vitórias até agora foram contra os seus rivais catarinenses, além de dois empates contra Inter e Atlético-MG, que servirão para complicar as pretensões de ambos os times.

A temática do post foi usar a matemática e a tabela para deixar coerente a condição das equipes, já que a tabela de jogos faz diferença em uma medição rodada a rodada, gerando distorções e trazendo falsas esperanças para os desavisados torcedores. 

Inter perde em casa e expõe fragilidades

Neste domingo, o Inter enfrentou o Cruzeiro na 7ª Rodada do Brasileiro. Duelo que servia para medir forças e mostrar a pretensão do time no Campeonato, porém a derrota de virada por 3x1 expuseram deficiências no elenco, que não é capaz de suprir os desfalques.

Sem vários jogadores lesionados ou em serviço de suas seleções, Abel Braga escalou o que tinha de melhor, com Otávio e Valdívia como companheiros de D’Alessandro no meio e a manutenção de Wellington na volância ao lado de Williams. Na frente, Wellington Paulista no lugar de Rafael Moura, que se lesionou em treinamento. Porém, era o melhor time que Abel poderia escalar, o que não quer dizer que a equipe pudesse medir forças com o Cruzeiro, melhor time do Brasil, e que possui um elenco capaz de suprir os desfalques, além de acrescentar na partida.

No primeiro tempo, Inter tomou a iniciativa do jogo, porém aos poucos este ficou equilibrado, com um pequeno número de conclusões. O Inter arriscou mais, e teve uma bola na junção da trave com D’Alessandro em chute de média distância, porém viria a marcar em uma grande jogada coletiva, envolvendo o craque argentino, Otávio e o lateral Diogo, que cruzou para Wellington aparecer como surpresa e mandar para as redes. 

Fotos: AI Inter
O Cruzeiro esperou o Inter ao longo de boa parte da primeira etapa, apostando nos contra-ataques. Porém viria a empatar o jogo no final da primeira etapa, com uma de suas especialidades: a bola parada. Em uma cobrança de escanteio, a zaga do Inter e Dida se atrapalharam, sobrando para o ex-colorado Ricardo Goulart igualar o marcador. Gol bizarro, mas que não trazia injustiça ao placar, tamanha era a igualdade entre os times no jogo.

No segundo tempo, Marcelo Oliveira soltou mais o time Mineiro, que passou a atacar mais e, ao mesmo tempo, oferecer espaços no seu sistema defensivo. O jogo ficou mais aberto e os times passaram a criar chances, principalmente o Inter, que teve a possibilidade de vencer a partida, porém pecou nas conclusões. O Cruzeiro precisou apenas de uma grande chance para virar, quando William, que entrou no lugar de Dagoberto no intervalo, recebeu em velocidade e desviou de Dida. No final da partida, quando o Inter era todo ataque, Marcelo Moreno ainda marcaria o terceiro gol da Raposa, também originado em jogada de velocidade, matando o jogo e definindo a primeira derrota do Inter no campeonato.

O Inter poderá culpar os desfalques pela derrota, porém todos os times no Brasileirão estão apresentando problemas com seus elencos, e alguns mostram soluções e estão levando vantagem. O próprio Cruzeiro não tinha nenhuma opção defensiva no banco, sendo que Tinga era o jogador com características mais defensivas que Marcelo de Oliveira tinha para colocar em campo. Mayke, Samúdio, Dedé, Nilton (que está se transferindo) não puderam compor o banco.

A derrota mostra que o Inter não possui um elenco para ir longe no Campeonato, onde há uma grande necessidade de reposição em virtude do acúmulo de jogos que causam desfalques. O Colorado mostrou ter apenas um time titular em condições de disputar o campeonato, muito em função de ter poupado jogadores ao longo de praticamente todo o semestre. Como jogavam menos, estavam disponíveis na maioria dos confrontos decisivos, dando a impressão que o time poderia disputar os primeiros lugares no Brasileirão.

Porém bastou perder alguns jogadores importantes, que o time Colorado visivelmente decresceu poder de fogo. A zaga não é mais a mesma desde a lesão de Paulão, enquanto que o meio perdeu muita mobilidade sem Aránguiz, e criatividade sem Alex e Alan Patrick. Como opções, restam jogadores contestados e que dificilmente acrescentam ao time, já que não há uma política de valorizar a categoria de base. 

Abel tem responsabilidades por escalar o time, porém não tinha grandes opções, em virtude da política de contratações do time. Com exceção de Aránguiz, o clube apostou em dispensáveis de outros clubes, e que dificilmente acrescentariam ao time. Alguns conseguiram ser recuperados pelo treinador, como Rafael Moura, porém a maioria costuma resultar exatamente no que se espera: nada. 

Os últimos jogos mostraram que Dida, de bom início, sucumbiu com o aumento de exigência. O goleiro falhou no lance do pênalti do Coritiba, e hoje teve participação no primeiro e no terceiro gols do Cruzeiro, quando ficou indeciso e demorou a sair do gol, permitindo que Ricardo Goulart empatasse a partida, e ao rebater para a frente no chute de Marcelo Moreno, permitindo que o atacante pudesse concluir novamente e marcar o terceiro gol, que selaria a vitória do time mineiro.

Uma derrota para o Cruzeiro em qualquer condição já seria ruim, ainda mais com a sequencia de empates fora de casa. Nos últimos três jogos, o Inter marcou apenas dois pontos, saindo da Liderança para o oitavo lugar. Se tivesse vencido os batíveis Criciúma e Coritiba, um empate contra o time mineiro não seria ruim. 

O Campeonato Brasileiro mostra muito equilíbrio, e com alguns reforços é possível que o Inter consiga disputar uma vaga na Libertadores, porém titulo é uma heresia. Fluminense e Cruzeiro possuem elencos muito mais fortes, além de serem desdemidos quando jogam fora de casa. Não há uma postura de se contentar com o empate. Se podem vencer, buscam a vitória. Não é atoa que conquistaram 3 dos últimos 4 Brasileirões. 

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Forasteiros começam a dominar o Brasileirão

O futebol no Campeonato Brasileiro continua pobre, porém a sexta rodada bateu o recorde de gols (29), que deixaram a média de gols em invejáveis 2,9.  Praticamente 25% destes gols saíram no melhor jogo da rodada, onde o Fluminense saiu atrás e se recuperou contra o São Paulo, vencendo por 5x2.

A sexta rodada também marcou a mudança da liderança e do G4, mostrando a ascensão do Palmeiras, além da chegada de Cruzeiro e Grêmio no topo e da queda do Internacional, de líder para o 5º lugar. Três pontos separam o Cruzeiro (1º) do Atlético-MG (7º), o que mostra o equilíbrio do Campeonato, onde os jogos têm deixado a desejar em termos de qualidade e até de emoção, salvo raras exceções.

Como escrevi no título, o campeonato está sendo marcado pelos forasteiros, já que todos os times que compõem o G4 venceram fora de casa e conseguiram vantagem importante. Embora o Inter seja o único time invicto no campeonato, com 3 vitórias em casa e 3 empates fora, a falta de ambição do time em buscar ou segurar os três pontos começa a pesar, tendo em vista que o Colorado já é superado por dois times no número de vitórias, primeiro critério de desempate, além de ter um saldo de gols mínimo em virtude de suas vitórias apertadas.

AI Palmeiras
O campeonato está desfazendo as previsões pessimistas dos Estaduais e da Libertadores para alguns clubes. Fluminense, Palmeiras e Atlético-MG não tiveram um bom início de ano, mas sofreram intervenções diretivas com alterações em seus comandos técnicos, que passaram a dar resultado. Desses, o que me surpreende é o Palmeiras, que não tem feito grandes atuações, porém tem conseguido vencer seus adversários. Mesmo com técnico interino, já que o argentino Ricardo Gareca (ex-Vélez Sarsfield) assumirá o comando somente nesta sexta-feira, não devendo nem treinar o time no jogo de domingo contra a Chapecoense.  

O Alviverde é o melhor paulista, já que São Paulo e Corinthians são irregulares e têm perdido vários pontos em virtude de suas deficiências que não foram sanadas pelos treinadores. Enquanto Mano Menezes já sabe que contará com reforços após a parada da Copa, Muricy ainda não tem essa certeza, e terá que conviver com um ataque poderoso com Ganso, Pato e Luís Fabiano, enquanto que a defesa tem sido o grande problema do time. O Santos é a grande decepção dos paulistas, pois foi o único que mostrou bom futebol no inicio do ano, porém caiu drasticamente de produção e possui apenas uma vitória no Brasileirão.

O Brasileirão começa a se desenhar.  Temos sete a oito times que lutarão pelas primeiras posições. Tenho convicção em Cruzeiro, Grêmio, Inter, Corinthians, São Paulo e Atlético-MG, apesar de alguns apresentarem graves problemas. O oitavo time é o Palmeiras, que pelo material humano não veria um futuro tão promissor, porém Gareca poderá trazer inovações táticas para o futebol brasileiro, e fazer com que o time passe a render mais, apesar da limitação técnica.

Porém sigo insistindo que o título depende mais do Cruzeiro do que dos demais clubes. Se a Raposa voltar a apresentar o bom futebol de 2013 de forma regular, ganhará o campeonato com uma confortável vantagem. No entanto, isso não acontece no momento, e mesmo assim, o Cruzeiro é líder do campeonato no saldo de gols, tendo o Grêmio na cola, este também não apresentando o bom futebol do início da temporada. Gostei da atuação do Fluminense contra o São Paulo no segundo tempo, porém espero que o tricolor carioca consiga repeti-la.

AI Cruzeiro
Além do desempenho, o G4 e quiçá o titulo dependerão dos confrontos contra o catarinenses, que estão fadados a serem os sacos de pancadas desta edição. Nos últimos anos, com o aumento da diferença de receita dos clubes em virtude das Cotas de TV e patrocínios mais rentáveis aos grandes, a disparidade aumentou, permitindo o aparecimento dos sacos de pancadas.

Se voltarmos para as edições da década passada, veremos que esse fato era uma exceção, como foi em 2007 com o América de Natal. Porém atualmente é um fenômeno comum e sem volta, tanto que nesta edição três times despontam como sacos de pancadas: Criciúma, Figueirense e Chapecoense. Com exceção do Figueirense, que bateu circunstancialmente o Corinthians no jogo de estreia do Itaquerão, todas as outras vitórias (Criciúma) foram em duelos caseiros, enquanto que os adversários marcam pontos. É grande a tendência de os primeiros times marcarem de 15 a 18 pontos contra os catarinenses,  o que poderá fazer a diferença para uma vaga na Libertadores ou até mesmo o título.


quarta-feira, 21 de maio de 2014

Desfalcado, Inter empata mais uma no Brasileirão

O Inter somou mais um ponto fora de casa pelo Brasileirão ao empatar em 1x1 contra o Coritiba. Poderia ter sido vitória, se não fosse um pênalti discutível assinalado a favor do time da casa, somado com a falta de objetividade ofensiva do time Colorado, que preferiu garantir o empate a buscar a vitória.

O jogo foi ruim tecnicamente, já que o Inter estava muito desfalcado e o Coritiba ostenta apenas a 19ª colocação no Brasileirão. Do 11 ideal colorado, apenas Dida, Fabrício, Alan Patrick e Alex começaram a partida, porém os dois últimos sofreram lesões musculares e tiveram que deixar o jogo, aumentando ainda mais a lista de desfalques do time, impressionante pela quantidade de lesões musculares, apesar de o time ter poupado jogadores ao longo do Gauchão. 

O Coritiba mostrava a cada lance o porquê de não deslanchar no campeonato, mesmo tendo o “talismã” Celso Roth no comando técnico. O treinador é conhecido por conseguir levar longe elencos limitados, porém ainda não conseguiu vencer no campeonato com o time do Coritiba, que é muito frágil tecnicamente e dependente do veterano Alex, cada vez mais decadente fisicamente, apesar de ter lampejos técnicos. Apesar de toda a sua capacidade nos lances de bola parada, seus companheiros não conseguiram sequer uma jogada próxima a área para que o Camisa 10 pudesse fazer a diferença, limitando-se a lançamentos para a área e uma chance com Zé Eduardo, que estava livre e com Dida batido, mas desperdiçou.

O Inter foi chutar a gol somente aos 21 minutos com Alan Patrick, porém Wellington Paulista, sem querer, acabou desviando a bola e enganou o goleiro Vanderlei, abrindo o placar para o Colorado. O Coritiba tentava em vão reagir, enquanto que o Inter, apesar de não conseguir manter a posse de bola no campo de ataque e ser controlado pelo adversário, teve com Otávio a chance de matar o jogo, porém o jovem Colorado desperdiçou. 

AI Inter
Na segunda etapa, o Inter conseguiu aliviar a pressão do adversário, ao manter a posse de bola mais no campo de ataque. O Coritiba ainda tinha algumas chances no desespero de quem ouvia vaias da torcida e era limitado tecnicamente, porém o Inter se segurava. Até que em um chute à média distância de Jajá Coelho, Dida falhou ao bater-roupa e chegou atrasado em Keirrison, que usou a malandragem para cavar a penalidade, assinalada pelo árbitro Elmo Alves Resende Cunha. Alex cobrou e empatou: 1x1. 

O Inter teria chances para retomar a vantagem, porém desperdiçou vários lances em velocidade, já que o adversário buscava a vitória e estava todo aberto. Porém era nítido que o time Colorado fazia cera, procurando valorizar o empate, chegando até perder o domínio da posse de bola para o adversário, que devido à sua limitação não conseguia criar chances claras para virar. 

Mais um empate, e o time soma 12 pontos em 6 jogos, ficando com 66% de aproveitamento. Há uma convicção pública no clube que esse aproveitamento é o ideal, por isso o clube bateu na trave várias vezes em Campeonatos passados em virtude de valorizar empates, quando poderia se esforçar ao buscar vitórias fora de casa. Se olharmos o retrospecto do brasileiro, veremos que em poucas vezes o campeão teve este aproveitamento, configurando-se exceção. Porém a média de uma vitória em casa e um empate fora garante a Libertadores (G4).

Quanto ao pênalti, não achei que houve a infração. Como olho bastante futebol europeu e vejo que lances cavados são abomináveis para a cultura do continente, também não marcaria a penalidade, e ainda puniria o jogador por simulação. Porém, o Brasil abrasileirou a sua arbitragem, permitindo este tipo de lance, que seria marcável pela maioria dos seus juízes. É essa falta de critério que faria com que a marcação ou não marcação do lance fosse considerada um “escândalo” para os clubes atingidos.  Infelizmente não deveria haver entendimentos diferentes, em virtude de o futebol ter regras uniformes e deveria ter o entendimento também uniforme em todos os centros, coibindo este tipo de jogada.

Na próxima rodada o Inter pegará o Cruzeiro em Caxias, já que o Beira-Rio está cedido pra a FIFA. O time deverá jogar desfalcado contra um grande concorrente ao título/G4.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Liderança com tempo de vida?

O Internacional terminou a quinta rodada na Liderança, com 11 pontos. Foram três jogos em casa, com 100% de aproveitamento, enquanto nos dois fora a equipe empatou, ambos com circunstâncias que deixaram o resultado amargo, já que contra o Botafogo, o Colorado vencia por 2x0, enquanto que contra o Criciúma jogou contra um adversário com um a menos desde a primeira etapa.

Após o quinto jogo, já é possível uma melhor analise do time, embora este ainda não tenha enfrentado um adversário forte no Brasileirão. O Internacional ainda não conseguiu repetir as boas atuações contra o Grêmio na final do Gauchão, no segundo tempo da primeira partida e ao longo da segunda partida contra o rival. Em todos os jogos, mesmo nos que jogou em casa, o Colorado apresentou problemas e em nenhum confronto apresentou uma vitória consistente. 

Com exceção do confronto contra o Atlético-PR, onde o time colorado conseguiu se recuperar e virar o jogo, contra Vitória, Sport e Botafogo o Inter caiu drasticamente na segunda etapa, dando a chance ao adversário se recuperar na partida. Felizmente para o lado vermelho, apenas o Botafogo conseguiu. Trata-se apenas de um relaxamento dos jogadores ou a queda também se passa por razões físicas? 

Fotos: AI Inter
Em campo, o Inter tem uma transição lenta e burocrática em virtude da característica dos seus meias, onde nem Alan Patrick, nem Alex e muito menos D’Alessandro tem na velocidade a sua virtude. Não é atoa que o clube é um dos que mais trocam passes no campeonato e que mantém a maior percentagem de posse de bola, embora isso não signifique necessariamente que o time seja perigoso e que jogue bem. 

Quando o adversário procura sair para o jogo, este problema não é tão visível e determinante, porém contra adversários que jogam recuados, o Inter tem apresentado muitas dificuldades. O time de Abel Braga fica dependente do avanço dos laterais ou de Aránguiz, para servir como opção aos meias e tabelamentos ou de infiltrações atrás da defesa adversária. Porém nem sempre isso acontece, deixando o time completamente previsível e dependente de um lance de individualidade que deixe um atleta em posição e espaço para o arremate, ou em lances de bola parada ou bola aérea na área do adversário.

Falta uma peça ofensiva de velocidade que possa criar uma alternativa nessas situações, ausente hoje no grupo em virtude de Otávio ainda não se confirmar como profissional, e que poderá ser o contratável Carlos Luque do Cólon. A contratação do jogador se arrasta em virtude da reta final do Campeonato Argentino e não são especulados outros nomes que tenham na velocidade a característica.

O Campeonato Brasileiro é caracterizado pelo equilíbrio entre os times, que gera muito perde e ganha e diminui o aproveitamento dos postulantes ao título. Porém isso não pode ser colorado em relação ao Inter, que enfrentou dois adversários batíveis fora de casa em razão da qualidade das equipes e das circunstâncias dos jogos, que foram amplamente favoráveis ao time, o que deixou uma sensação de dever não cumprido, pois o time poderia ter 13 ou até os 15 pontos neste início. 

A liderança do Internacional é circunstancial em virtude de ter jogado mais vezes em casa, e só se tornará real em caso de vitória contra o Coritiba no Paraná pela sexta rodada, onde todos os clubes terão o mesmo número de jogos em casa e fora. Em caso de outro resultado, Cruzeiro e Grêmio deverão ultrapassá-lo em virtude de suas campanhas fora de casa, onde ambos os times já contam com vitórias. Haverá ainda a dificuldade da segunda metade do primeiro turno, onde o Inter enfrentará equipes mais fortes, e provavelmente haverá o ressentimento dos pontos perdidos neste início de campanha, no caso de ocorrerem os resultados prováveis. 

domingo, 18 de maio de 2014

Balanço da 5ª Rodada do Brasileirão 2014

A 5ª Rodada do Campeonato Brasileiro ainda não pode ser dada como encerrada, em virtude de o jogo entre Sport x Bahia ter sido adiado para o dia 05/06, em virtude de uma paralisação da Polícia Militar no Estado de Pernambuco, que já foi contornada, porém não a tempo de evitar o adiamento.

Porém nos nove jogos restantes tivemos 17 gols, que deixaram a média em 1,89 gols por partida. Cinco destes gols foram do confronto entre Cruzeiro 3 x 2 Coritiba, enquanto Criciúma x Internacional foi o único 0 x 0 da rodada. Os colorados continuam na liderança isolada da competição com 11 pontos, contra 10 de Cruzeiro, Grêmio e Goiás. Em um campeonato de tanto perde e ganha, os Colorados são os únicos invictos além do São Paulo.

O número tão baixo de gols é explicado pelo baixo tempo de bola rolando nos jogos, onde dificilmente passa dos 50 minutos (em 90). A FIFA estipula um mínimo de 60 minutos e recomenda 70 para que haja uma boa partida, porém os jogadores mais se preocupam em cair e atrasar o jogo do que buscar o jogo. No fim, o torcedor paga caro por lebre e os jogos simplesmente não fluem, o que dificulta boas partidas. É necessária uma reflexão quanto a isso, porém não serão somente os jogadores que teriam que mudar de mentalidade, já que os próprios torcedores reclamam de falta em qualquer lance de contato, e não haveria arbitragem perfeita que pudesse acomodar todos os interesses difusos.

O grande destaque da jogada foi o primeiro jogo oficial na Arena Corinthians, popularmente chamada de Itaquerão. E o primeiro contato do torcedor do Corinthians com a sua nova casa não foi dos melhores, pois o time foi derrotado para o Figueirense por 1x0, gol de Giovanni Augusto. Os pouco mais de 36 mil torcedores viram o meia marcar o primeiro gol oficial da história do Itaquerão e o primeiro tento do time catarinense no campeonato, já que até então, o time de Florianópolis saíra derrotado nos seus primeiros quatro jogos sem ter marcado nenhum gol sequer. Para piorar a imagem do Estádio, centro das atenções mundiais por ser a abertura da Copa daqui a 25 dias, um fotógrafo foi furtado dentro de uma área reservada, e a chuva acabou molhando quem estava na arquibancada VIP, em virtude da cobertura estar inacabada (e não será finalizada para a Copa).

AI Grêmio
Em Porto Alegre, o Grêmio subiu na tabela com a vitória por 1x0 contra o Fluminense, gol de Rodriguinho, meia recém contratado, mas que entrou no time e já conquistou a titularidade absoluta. O tricolor gaúcho não fez uma boa partida, sendo controlado em boa parte do jogo pelo Fluminense, porém aproveitou a sua grande oportunidade, além de contar com a exagerada expulsão de Fred no início da segunda etapa, que comprometeu a possibilidade de reação da organizada equipe carioca, agora treinada por Cristóvão Borges. Impressionou-me a organização do time carioca, que merecia melhor sorte hoje, porém está bem na tabela e deverá lutar pelo título ou por vaga no G4. 

No outro jogo que assisti, o Cruzeiro teve dificuldades, porém superou a ressaca da eliminação na Libertadores e bateu o Coritiba por 3x2 no Mineirão. O time mineiro saiu na frente com Éverton Ribeiro e parecia que iria conseguir uma vitória tranquila, porém o time treinado por Celso Roth buscou o empate duas vezes, uma com Alex, e outra com Norberto (Éverton Ribeiro havia marcado seu segundo). A vitória só veio aos 24 do segundo tempo com Borges e deixou o time na segunda colocação na tabela. Os mineiros carecem de maior regularidade, pois alternam altos e baixos. Mesmo com toda essa oscilação, o time é um dos favoritos, porém se retomar a regularidade de 2013, o time será o grande favorito para a conquista do Campeonato. Já o Coritiba é bastante organizado por Celso Roth, porém é um time tecnicamente limitado. O treinador já fez alguns milagres na carreira, porém acho difícil que consiga recuperar o time paranaense.

AI São Paulo
São Paulo, Palmeiras e Atlético-MG se recuperaram na tabela com vitórias fora de casa contra Flamengo, Vitória e Santos. O trio teve um início irregular, porém está conseguindo subir na tabela, principalmente ao buscar fora de casa a reação. Flamengo e Santos me preocupam e devem repensar seus rumos na parada para a Copa, senão correrão riscos na parte de baixo da tabela. O Rubro-negro carioca mostrou que o problema não é apenas Jayme de Almeida, demitido de forma vergonhosa após uma sequencia de maus resultados. Após o título da Copa do Brasil que trouxe um novo horizonte para o clube em 2014, a diretoria superestimou o grupo, que ficou enfraquecido com a saída do seu principal jogador, Elias, e os resultados não estão aquém da capacidade técnica do time.

A partir de agora teremos quatro rodadas em 15 dias, com jogos quarta e domingo. A sexta rodada será disputada entre os dias 21 e 22 de maio, com grandes chances de termos um novo líder, tendo em vista que o Internacional pegará o Coritiba fora de casa, enquanto que Cruzeiro, Grêmio, Goiás e Fluminense jogarão em casa, podendo ultrapassar o time Colorado. 


Inter fica no empate em Criciúma

O Internacional enfrentou o Criciúma no Heriberto Hulse e ficou no 0x0 contra o não mais que esforçado time catarinense, e que não ostenta a ponta de baixo da tabela por acaso. Além de enfrentar uma equipe mais fraca, o Colorado teve um jogador a mais ao longo de boa parte do jogo, porém não conseguiu transformar o favoritismo e vantagem numérica em campo em resultado.  Mesmo assim, time continua na liderança do Brasileirão.

O jogo em Criciúma foi fraco, com pouco tempo de bola rolando. Segundo dados do SporTV, foram apenas 44 minutos. O time da casa sabia da sua desvantagem técnica em relação ao líder do campeonato e propôs um jogo feio, oferecendo poucos espaços ao jogar recuado e praticamente abdicando do ataque. O time conseguiu encaixar alguns contra-ataques ao longo do jogo, principalmente na segunda etapa, quando o Inter foi com tudo em busca da vitória, porém não teve nenhuma grande chance de gol.

Já o Internacional teve o controle de jogo desde o início, oscilando entre 60 e 70% de posse de bola, porém com pouca objetividade, já que o time não encontrava soluções para driblar uma retranca. Como não tinha Aránguiz e o avanço dos laterais era tímido, o time ficou sem opções ofensivas. Mais uma vez faltou velocidade ofensiva ao Inter, carência já percebida em outras ocasiões contra adversários que propuseram o mesmo estilo de jogo ao retrancar suas equipes, deixando o Inter refém da bola parada ou de um lance de individualidade que desse espaço para uma conclusão de fora da área.

AI Inter
As circunstâncias ficaram ainda mais favoráveis ao Inter em virtude da expulsão por agressão do lateral direito Eduardo Oliveira no final da primeira etapa. Abel fez o certo na segunda etapa, ao tirar Williams, que já tinha amarelo, para colocar Otávio. O jovem meio ainda não teve uma boa atuação em 2014, porém a sua escolha deu-se pela velocidade que o time não tinha. Abel ainda colocou Wellington Paulista e Valdívia nos lugares de Alex e D’Alessandro, porém sem resultado. Apenas no final da partida que o Inter foi para ao abafa e destacou o goleiro Galatto, que fez ótimas intervenções.

No fim, o ponto manteve o Inter na liderança isolada, porém diante das circunstâncias faltou um pouco mais de ambição ao time para vencer. Eu isento Abel Braga deste problema, pois o treinador tentou vencer e mostrou ousadia nas suas alterações, porém a sua vontade não foi assimilada em campo pelos jogadores. O treinador sofreu com o desfalque de Aránguiz e não teve grandes opções que pudesse alterar a dinâmica do jogo, mostrando que o Inter necessita de reforços. 

Na próxima rodada, o Internacional pegará o Coritiba em Curitiba. Em um planejamento desejável projetando título, necessitará da vitória para voltar com 4 pontos em seus dois jogos fora de casa. Se empatar ou perder, deverá perder a liderança, em virtude de Cruzeiro, Grêmio, Fluminense e Corinthians jogarem em casa. É o fato de ter feito 3 dos 5 jogos em casa que mantém o Inter na ponta, pois seus adversários já venceram fora de casa e possuem menos jogos em casa, e empatarão esta condição na próxima rodada, onde todos os times terão 3 jogos em casa e três fora.