quinta-feira, 29 de maio de 2014

Grandes começam a formar um grupo a parte

E o Brasileirão passou pela 8ª rodada, penúltima antes da parada para a Copa, que serviu para embolar a ponta da tabela. Foram marcados apenas 16 gols, baixando consideravelmente a média para 1,6 gols/jogo. 

Cruzeiro e Fluminense não tiveram sucesso nos confronto contra Corinthians e Atlético-MG na condição de visitante, embora que o mando de jogo não tenha sido um fator decisivo, tendo em vista que a grande maioria das equipes virou itinerante, em função de perderem seus Estádios para que a FIFA possa utilizá-los como sedes da Copa do Mundo ou campos de treinamento.

A Raposa foi penalizada com uma falha do goleiro Fábio, que não conseguiu defender um chute da intermediária de Guerrero, que foi rasteiro e despretensioso. Mesmo assim, o time mineiro seguiu na liderança, pois o Fluminense também saiu derrotado pelo Atlético-MG por 2x0, com o destaque negativo de a defesa carioca ter falhado nos dois lances, mostrando ser o calcanhar de Aquiles para a Campanha do Campeonato. O Goiás teve a chance de se tornar líder isolado caso batesse o Vitória em casa, porém ficou no 0x0 e não conseguiu sequer entrar no G4.

AI Corinthians
A rodada foi boa para o Corinthians, que assumiu o terceiro lugar, e para o Inter, que bateu a fraca Chapecoense e terminou em quarto. Porém o campeonato está tão equilibrado que é possível que até o Grêmio, hoje sétimo, consiga terminar esta primeira parte do Campeonato na liderança, se vencer e torcer por resultados paralelos. O Palmeiras, nono colocado, também conseguiria alcançar o G4.

Na parte de baixo, o Figueirense finalmente conseguiu um empate contra o Flamengo, saindo da lanterna, já que a vitória contra o Corinthians no Itaquerão lhe deu vantagem nos critérios de desempate contra o Coritiba, que ainda não venceu e que preocupa para o restante do campeonato. Celso Roth é um treinador conhecido por fazer milagres com elencos modestos, porém não conseguiu dar jeito na equipe paranaense, que precisará se reforçar expressivamente para conseguir escapar de um eventual rebaixamento, que é o seu destino mais provável em virtude da falta de qualidade do plantel.

AI Criciúma
O Criciúma está se aproveitando dos times mais fracos e está pontuando. Suas três vitórias foram contra Figueirense, Coritiba e Chapecoense, além de dois empates contra o Atlético-MG e o Internacional. Ainda tenho o time na condição de rebaixável, porém se continuar pontuando contra equipes irregulares, além de bater as mais fracas, que são concorrentes (jogo de seis pontos), é possível que consiga escapar do Z4. A tabela foi benéfica para o time do interior de Santa Catarina, que agora precisará pontuar contra Vitória, Bahia, Sport, Atlético Paranaense e até o Flamengo, que hoje pinta como um concorrente para a Zona de Rebaixamento. 

A tabela começa a se dividir entre equipes que vão brigar pela ponta e outras que vão ficar em condição intermediária ou lutar contra o Rebaixamento.  Já é perceptível a formação de dois grandes grupos, um formado pelos grandes do eixo RJ/SP/RS/MG e o outro formado pelos demais clubes, que não recebem tanta verba da TV. Vale ressaltar que as campanhas de Botafogo e Flamengo estão abaixo da média em função de seus problemas, enquanto que a do Goiás está acima das expectativas. Ainda acredito em recuperação do Botafogo e do Flamengo, pelo menos para não ficarem com baixas pontuações, porém o rubro-negro me preocupa, pois planejou se 2014 de forma totalmente equivocada. Precisará contratar e aproveitar bastante a parada da Copa do Mundo para entrosar o time e pontuar.

AI Cruzeiro
A tabela também me mostra que Cruzeiro, Fluminense e Corinthians pintam como postulantes ao título, pois o trio já tem um grupo de jogadores mais consistente, além de buscar contratações para o segundo semestre, e ainda têm conseguido vitórias expressivas e já possuem vantagem nos critérios de desempate em relação aos outros 4 times que colocaria na briga pela ponta, porém em uma eventual quarta vaga de G4: Grêmio, Internacional, Atlético-MG e São Paulo. Não vejo consistência nestes quatro clubes que me façam acreditar na disputa do título, porém vão efetuar um duelo interessante para o G4. Não acredito que Goiás e Palmeiras consigam acompanhar esses times, pelo menos com o elenco que cada um apresenta no momento.

Gostaria de ver a dupla Gre-Nal disputando o titulo, porém ambos não possuem elenco no mesmo nível de Corinthians, Cruzeiro e Fluminense, além de não terem ambição quando jogam fora de casa. Como visitante, o Inter se contentou com o empate contra o Criciúma e o Coritiba, enquanto que não soube segurar a vitória contra o Botafogo. Já o Grêmio não saiu do 0x0 contra o Sport, que o Corinthians havia enfrentado também fora de casa na rodada anterior sem ter tomado conhecimento do adversário (1x4). Ambos formulam suas campanhas com um aproveitamento próximo dos 100% em casa, enquanto que o empate é considerado ótimo resultado fora. Com isso, perdem muitos pontos em jogos que, se forçassem, conseguiriam a vitória. Ambos poderiam estar na liderança se tivessem mais ambição. 

Falando ainda em tabela, é importante um levantamento de jogos como mandante e visitante para que sejam analisadas eventuais distorções que a ordem dos jogos proporciona. Na 8ª Rodada, o normal seria cada clube ter quatro jogos em casa e quatro fora, porém em virtude do interesse prioritário da televisão, alguns clubes foram afetados e, ou jogaram mais em casa, ou jogaram mais fora. Isso faz com que Cruzeiro e Grêmio tenham uma situação mais confortável no momento, enquanto que Internacional e Atlético-MG terão que vencer fora de casa para compensar o fato de já terem atuado cinco vezes em casa. 

Acho injusto este desnivelamento de jogos, que acaba oferecendo desiquilíbrio técnico, tendo em vista que pode permitir a um time emendar vitórias em casa e disparar na liderança, bem como outro amargar tropeços na tabela e afetar todo o seu planejamento para o Campeonato, com pressão de torcida e eventual demissão de treinador. Neste ano, parece que não haverá esse problema, já que o desiquilíbrio entre os grandes clubes, com exceção de Flamengo e Botafogo, é tão grande, que já há a formação de dois blocos distintos no campeonato. 


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