Um GP quase histórico. É assim que pôde ser encarada a corrida espetacular de Mônaco até a volta 72, quando houveram erros no pitstop, ultrapassagens, acidentes, safety car e uma briga tripla no final pela liderança, que só não coroou a vitória de Vettel, Alonso ou Button, pois viria a ocorrer um grande acidente envolvendo Petrov, obrigando a entrada de safety-car, bandeira vermelha, e com a FIA maculando a história da corrida com seu regulamento mal elaborado, transformando-a em previsível e desinteressante.
A emoção já foi vista desde a largada, com Alonso pulando para o terceiro lugar, enquanto Vettel manteve a ponta e Button o segundo lugar. Hamilton largou em nono com pneus macios, que em Mônaco são os compostos mais duros, levando uma ultrapassagem de Schumacher no grampo do Grande Hotel na primeira volta, e nem por isso não aprontou, ao devolver a ultrapassagem em Schumacher na Sainte Devote 10 voltas depois.
O alemão da Mercedes já estava com os pneus acabados, e antes de ir para os boxes ainda levaria uma grande manobra de Barrichello. Seu companheiro Rosberg também estava com o mesmo problema, levando ultrapassagem dupla de Massa e Maldonado.
Então vieram os pitstops, com os erros das equipes criando mais um elemento que prometia um grande final. A infalível RBR errou tanto no pit de Vettel quanto no de Webber, tirando do alemão a liderança que ficou com Button, que havia feito um bom pitstop na volta anterior a do alemão. Erros também seriam vistos nos pitstops de Hamilton e Alonso (no seu segundo pitstop).
O brasileiro Felipe Massa que vinha fazendo uma corrida constante na quarta colocação, e que estava fazendo uma estratégia de parada a menos, começou a levar pressão de Hamilton, chegando a tocar com o inglês da McLaren na curva do grampo na volta 35, o que acabou afetando seu carro e fazendo-lhe se chocar com o guardrail do túnel e obrigando a entrada do safety-car pela primeira vez na corrida.
Alonso aproveitou a bandeira amarela e fez o seu segundo pit (em 9,5s), enquanto Button já havia feito duas paradas, porém não havia colocado os compostos mais duros, o que é uma obrigação do regulamento e que lhe fez perder o segundo lugar na volta 49, quando efz a terceira parada. Vettel optou por não fazer um novo pitstop, pois o realinhamento dos carros lhe colocaria no pelotão intermediário.
Vettel aproveitou o fraco desempenho pneu de Button antes da terceira parada para abrir vantagem, que Alonso passaria a descontar quando assumisse o segundo lugar. Button voltou em terceiro com a parada, porém girava 2s mais rápido que Vettel e 1s mais rápido que Alonso. Alonso chegou em Vettel, e voltas depois foi a vez de Button chegar nos dois, com um fim sensacional que se desenhava, até que na volta 72 aconteceu o acidente que mudou esta história.
Os três ponteiros estavam na eminencia de dar volta em um pelotão intermediário com vários carros, onde Hamilton estava no meio tentando ultrapassar Sutil, que acabou esfolando no guardrail e propiciando um acidente em cascata envolvendo Alguersuari e Petrov, este batendo de bico na entrada da Nouvelle Chicane, e obrigando a entrada do safety-car e da ambulância de atendimento, o que obrigou a direção de prova a dar bandeira vermelha para não terminar a corrida em safety-car.
Quase 30 minutos depois, houve a relargada em safety-car, para então nas cinco voltas finais, houvesse o desfecho da corrida que coroaria o vencedor. Coroou Vettel, porém em uma coroa de plaquê, tudo por conta da liberação da FIA que as equipes modificassem seus carros, com Vettel e Alonso colocando novos pneus, e Hamilton que ficou sem asa traseira no acidente da volta 72 podendo consertar seu carro.
Com todos com pneus novos, a vitória ficou fácil para Vettel, com Alonso em segundo e Button completando o pódio, maculando a emoção que foram as 72 primeiras voltas do GP. Vale ressaltar que estas modificações estavam no regulamento, que diga-se de passagem foi mal elaborado neste quesito, porém o mundo todo pedia que não fosse levado em questão, o que acabou não acontecendo e estragando o GP que tinha tudo para ser um dos melhores de todos os tempos.
A vitória em Mônaco era uma das únicas que faltava para Vettel na carreira, o que lhe levou a 143 pontos no campeonato, contra 85 de Hamilton. Uma lavada em apenas seis provas. A briga ficará restrita ao vice-campeonato, pois não haverá jeito de tirar Vettel e a RBR de um mundial de pilotos consolidado.
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