A edição 2010/11 da Liga Espanhola encerrou-se com o já consumado titulo do Barcelona, garantido na 36ª rodada com empate diante do Levante fora de casa por 1x1. Com a vitória diante do Málaga, o Barcelona encerrou sua campanha com 96 pontos, contra 92 do Real Madrid.
O Barcelona mostrou ter um elenco mais coeso apesar de ser em menor numero, tropeçando menos ao longo da temporada. Foram apenas duas derrotas em toda a competição, sendo uma inesperada derrota para o Hercules em casa logo na segunda rodada e outra para o Real Sociedad na 34ª Rodada.
Porém o diferencial foi os confrontos contra o Real Madrid, onde humilhou em uma por 5x0, enquanto na outra, ofuscado pelos futuros confrontos pela Copa do Rei e UEFA Champions League, houve empate em 1x1. Foi esta série de duelos, que acabou relegando o titulo catalão a um segundo plano, visto que o Barcelona também passaria pelo confronto da Liga dos Campeões, cuja decisão é neste sábado diante do Manchester.
Sobrou ao Real Madrid comemorar os recordes de Cristiano Ronaldo, que superou Hugo Sánchez e Telmo Zarra e tornou-se o maior goleador da história do campeonato espanhol, com 40 gols, dois a mais que os antigos recordistas. Tal marca foi possível, porque o português fez 7 gols nos últimos 3 jogos, ultrapassando inclusive Messi em numero de gols na temporada, com 53 gols contra 52 do argentino na briga pela bola de ouro do futebol europeu. Cristiano Ronaldo também fez o gol que deu o titulo ao Real Madrid na Copa do Rei, única fonte de comemoração merengue na temporada.
Com a negociação individual dos clubes com a televisão pelos direitos da TV, Barcelona e Real Madrid abocanharam metade de todas as receitas, além de terem maior torcida, e com isso, um maior consumo de produtos licenciados, sócios e uma maior captação de recursos em patrocínios. Esta diferença financeira pode ser vista na tabela final desta edição, com o terceiro colocado, o Valencia, há 21 pontos do Real Madrid e a 25 do Barcelona, sem nenhuma chance de lutar pelo titulo.
Valencia e Villareal acompanharão Barcelona e Real Madrid na próxima edição da Champions League, com destaque ao “submarino amarelo”, que montou um grande ataque com Rossi e Nilmar, conquistando a vaga para a fase preliminar da liga europeia, enquanto chegou até às semifinais da Europa League deste ano, sendo eliminado para o Porto, que viria a ser o campeão do torneio.
Ainda em competições europeias, garantiram-se Sevilla, Athletic Bilbao e Atlético de Madrid. Sevilla e Atlético de Madrid pela capacidade de investimento e pelos recursos técnicos não são nenhuma novidade estarem na faixa de competições europeias, porem o sexto lugar do Athletic foi uma grande surpresa, pois é talvez o clube mais regionalista do mundo, já que aceita que somente bascos (ou estrangeiros criados com a cultura basca) possam jogar com a camisa do clube, algo como se Internacional ou Grêmio só aceitassem gaúchos ou quem foi criado com a cultura gaúcha no clube, o que limita bastante a possibilidade de contratar reforços.
Já a surpresa negativa ficou por conta do rebaixamento do Deportivo La Coruña, que foi campeão na temporada 1999/00, porém caiu no ostracismo com o avanço da globalização e com a negociação de quotas individuais entre clubes e TVs. Se juntará ao recém promovido Hércules e ao Almería na segunda divisão espanhola, que trará o Bétis de volta na próxima temporada, já que a equipe rebaixada em 2008/09 conseguiu o acesso para a Série A.
Espera-se que haja um maior cuidado da federação espanhola com seus clubes, de forma que haja uma divisão mais harmônica dos recursos, pois Barcelona e Real Madrid têm outras fontes de captação de receitas. Um Exemplo é a Premier League, que tem uma liga forte, pois a divisão de receitas é mais racionalizada. Já na Espanha, a impressão é que o campeonato vive por Real Madrid e Barcelona.
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