quarta-feira, 31 de outubro de 2012

E o tapetão volta sete anos depois...


Em 2005 o Futebol Brasileiro respirava o maior escândalo da sua história, com a confissão do então árbitro Edilson Pereira de Carvalho de que havia participado de um sistema de manipulação de resultados. 

Pouca coisa foi feita, a não ser a anulação de 11 jogos pelo STJD via Luiz Zveiter, que acabaram alterando o resultado final daquele certame e que fora de campo sua investigação teve vistas grossas e até hoje não se sabe quem esteve efetivamente envolvido e qual dano material foi obtido.

Passados sete anos, a anulação de uma partida está novamente na pauta do tribunal, agora sobre comando  de seu filho Flávio Zveiter, que julgará no próximo dia 22 se a forma como foi anulado o gol de mão de Barcos foi legal ou não. 

Aviso! Não escrevi errado! É esse mesmo o motivo de tamanha discussão.

Que o gol foi ilegal isso todo mundo sabe, pois Barcos tentou malandramente ludibriar a arbitragem ao estilo “La mano de Dios” de seu compatriota Maradona. O arbitro Francisco Carlos Nascimento inicialmente havia caído na malandragem do argentino ao assinalar o gol, porém diante das veementes reclamações dos jogadores colorados e de várias consultas com seus assistentes voltou atrás, anulando o gol.

E é essa anulação o motivo da discórdia, pois de acordo com a versão palmeirense, o árbitro teria se utilizado de uma fonte externa para promulgar a sua decisão, o que não seria permitido por não estar nas regras da FIFA. Embora não haja a convicção da veracidade do fato, o STJD aceitou a denuncia do time paulista e impugnou o resultado do jogo até o dia do julgamento, por onde se definirá pela anulação ou não da partida.

Na prática é a palavra de uma repórter respaldada pela questão política do Palmeiras contra os membros de arbitragem. Não há nenhuma prova cabal ou material que o fato teria efetivamente acontecido, o faz soar como incompreensível tamanha atmosfera que o caso está tendo, e não há que se duvidar que a condição do Palmeiras ao fim da 36ª rodada pesará para a decisão dos auditores do tribunal mais polêmico do futebol mundial e que nem deveria existir, pois assim como as capitanias hereditárias o STJD passa de pai para filho.  

Não discuto o mérito da questão, mas não é de hoje que o futebol utiliza-se de meios externos para corrigir grandes equívocos, vide a cabeçada de Zidane em Materazzi na final da Copa de 2006, que teria sido vista pelo quarto arbitro através das imagens do jogo que eram mostradas no telão do Estádio Olímpico de Berlim. Outros casos menos visíveis e que também devem ter ocorrido, sem qualquer anulação de resultados e com punição ao jogador que por má-fé tentou ludibriar a arbitragem em benefício do seu clube ou seleção, algo que pelo visto não acontecerá com Barcos. 

Só o fato de se discutir um lance completamente ilegal já é motivo de vergonha para o futebol nacional. Já a anulação da partida, corroborando com a imoralidade de ludibriar a arbitragem com um gol de mão sem se ter provas, mostraria mais uma vez que quem faz o campeonato não são os jogadores, treinadores e torcedores, e sim mimados dirigentes que usam o seu poder de influência para tentar conseguir alguns pontinhos que são necessários para encobrir só uma parte de suas incompetências. 

Considero-me atualmente um crítico do futebol, porém já passei pela fase de torcedor apaixonado. Hoje tenho pena de quem abre mão do seu tempo, profissão, família e inclusive de bens materiais para poder ficar mais perto do seu time do coração. Foram tantas arbitrariedades nestes últimos anos beneficiando ou prejudicando alguns clubes, que o futebol brasileiro é levado na brincadeira e na camaradagem por aliados políticos, que usam do esporte como forma de obter favorecimento pessoal, deixando a essência do esporte para trás.

Quando tiver um filho e se esse puxar ao pai e vier a gostar de futebol, torcendo por algum clube, como poderei explicar os famosos tapetões do futebol brasileiro?  É duro reconhecer, mas aos poucos vem à tona os motivos que estão colocando o nosso futebol cada vez mais no fundo do poço.

Atualização:
Embora Flávio Zveiter, presidente do STJD, ter assinalado o dia 22 como data do julgamento, o mesmo conseguiu entrar na pauta do dia 08/11, o que resolverá este embrolho de forma breve.

domingo, 28 de outubro de 2012

Mais uma de virada e o quinto lugar


Neste sábado, o Internacional venceu o Palmeiras no Beira-Rio por 2x1, pela 33ª Rodada do Campeonato Brasileiro. Vitória de virada, que lhe rendeu o quinto lugar no Brasileirão, já que o Vasco vem de cinco derrotas consecutivas e foi ultrapassado no certame, e que só não foi mais produtiva em virtude da vitória do São Paulo no Recife contra o Sport por 4x2, que deixa uma diferença de sete pontos em 18 possíveis.

O jogo não foi tecnicamente brilhante, pois o Internacional não fez um bom jogo, enquanto que o Palmeiras fez o que pôde, isto é, um futebol de quem merece estar na 18ª posição no campeonato. O time paulista começou recuado, permitindo ao Inter tomar a iniciativa, porém quando se soltou ao longo da primeira etapa trouxe perigo a Muriel, que efetuou três grandes defesas, mas atrapalhado por Guiñazu não conseguiu defender a cabeçada de Luan, que ganhou de Josimar no jogo aéreo e completou o escanteio cobrado por Marcos Assunção e que fora desviado no primeiro pau pelo zagueiro Henrique.

Após sofrer o gol, o Inter entrou novamente na partida, deu um “graças a Deus” por estar apenas 1x0, e começou a aumentar a sua produção ofensiva. Rafael Moura, que substituiu Damião e Dagoberto (ambos lesionados) no comando de ataque teve duas oportunidades, enquanto D’Alessandro obrigou o goleiro Bruno a trabalhar em uma cobrança de falta, porém  foi com Fred que saiu o primeiro gol, após um contra-ataque puxado por Moura, que lançou Guiñazu na esquerda e que cruzou, contando com um desvio de Forlán para chegar redondinha para Fred marcar.

O time colorado também começou bem a segunda etapa, quando perdeu duas chances incríveis antes de marcar com Rafael Moura o gol da virada, após jogada envolvendo Forlán e D’Alessandro, este com a sua terceira assistência em dois jogos, mostrando que quando está focado e fisicamente integro decide a favor do Inter. E essa foi a contribuição do time no jogo, pois a equipe de Fernandão recuou e possibilitou ao Palmeiras pressionar em busca do empate.

O time paulista até conseguiu colocar a bola na rede aos 16 minutos, no lance mais polemico do jogo e provavelmente do campeonato. Em um escanteio cobrado por Marcos Assunção, o argentino Barcos usou a mão para desviar para as redes. O árbitro Francisco Carlos Nascimento inicialmente atendeu a solicitação do bandeirinha e assinalou o gol, sob áspero protesto dos jogadores Colorados. Porém Francisco Nascimento recebeu via sistema de comunicação a informação da irregularidade, e após seis minutos de indefinição acabou voltando atrás e marcando a falta na jogada, o que invalidou o gol que seria o empate palmeirense. No jogo, o Palmeiras pressionou, mas não conseguiu efetivamente criar nenhuma chance clara para empatar, o que lhe significou mais uma derrota no certame, praticamente lhe rebaixando.

Voltando ao assunto do gol corretamente invalidado, várias informações surgiram ao longo das transmissões da imprensa, de que fôra o delegado da partida que orientou a anulação ou que o quarto árbitro teria recebido a informação por alguém que viu o replay da jogada. 

Defendo a introdução de tecnologia de câmeras no futebol para que algumas jogadas capitais da partida possam ser analisadas por replay, porém caso isso tenha acontecido nesta tarde no Beira-Rio, houve irregularidade, tendo em vista que a utilização deste recurso não está prevista nas regras da International Board, e que portanto lhe invalidaria. O STJD, que tanto pune, deveria abrir uma sindicância para averiguar a questão, porém apesar de ter acertado bom bem ou por mal, a forma como Francisco Nascimento conduziu o lance foi vexatória, acrescentando a farta lista de constrangimentos que a despreparada arbitragem está fazendo o Campeonato passar.

Dentro do campo, acho pouco provável que o Internacional consiga reverter a distância para o São Paulo. A última cartada será na próxima rodada, onde o tricolor paulista enfrentará o carioca, líder do campeonato e em um jogo onde poderá perder pontos, apesar de atuar no Morumbi. Porém o Internacional vai sem Forlán, D’Alessandro e Fred, reduzindo drasticamente a qualidade técnica para o confronto diante do Náutico. 

Essa situação Colorada de quinto lugar após um monte de equívocos e crises me faz refletir sobre a qualidade do Brasileirão, que prova que dinheiro dá resultado, apesar de rodeado por uma série de equívocos. Não é segredo que o time colorado tem uma das maiores folhas de pagamento do futebol nacional, com salários em dia, e com grupo formado por numero demasiado de veteranos, cuja maioria está descompromissada em virtude de estarem na “zona de conforto” denominada pelo treinador Fernandão. Não estranho treinador e grupo terem aparado as arestas e feito um pacto para estes últimos jogos, porém é fato que o time nem precisa se esforçar para vencer alguns jogos, enquanto parece se esforçar para tropeçar em outros. 

Espero que esse quinto lugar não mascare os problemas enfrentados ao longo do ano e que contribuíram para que o time não fosse mais longe na Libertadores ou que lhe permitisse a conquista do Brasileirão que não vem desde 1979.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Inter volta a vencer nos pés de D’Alessandro

Pelo complemento da 32ª Rodada do Brasileirão, o Internacional venceu o Vasco em São Januário de virada por 2x1, encerrando com uma sequencia de maus resultados, além de manter um pingo de esperanças de tentar se classificar para a Libertadores

O jogo em si não foi grandes coisas, já que ambos os times estão em um momento ruim, o que acabou refletindo no futebol apresentado. Ambos os times sofrem de problemas internos, que acabaram minando as suas campanhas no certame, e este encontro serviu para que um destes times pudesse vencer para recuperar a confiança e sonhar com o que restou de objetivo para o campeonato.

A vitória colorada saiu nos pés de D’Alessandro, que colocou brilhantemente Forlán duas vezes na cara do gol aos 33 e 45min da segunda etapa, com o uruguaio mostrando oportunismo para marcar o escore e virar a partida, já que o time colorado saiu perdendo com um gol do ex-colorado Jonas aos 21 minutos, em uma falha de posicionamento de Moledo, que foi envolvido com facilidade pelo lateral direito vascaíno. 

Na segunda etapa, o time colorado teve a chance de ampliar, porém foi o Vasco que pressionou até o fim em busca do empate, mas conseguiu apenas a revolta do seu torcedor, que chegou a protestar usando Ipad, como ocorreu com um indignado torcedor que estava em meio à massa de revoltados torcedores. 

A revolta dos torcedores vascaínos tem alvo: Roberto Dinamite. Ídolo como jogador, Dinamite assumiu o clube como presidente e neste ano não vem fazendo um bom trabalho, já que negociou os principais jogadores em meio ao campeonato e não conseguiu saldar dividas importantes, como o salário dos jogadores. Paralelo a isso, tentou acalmar os ânimos demitindo Cristóvão Borges, que vinha fazendo um bom trabalho e que fora prejudicado pelos fatores externos, o que ajudou ao time descer ladeira abaixo com duas vitórias nos últimos oito jogos, que tiraram o time do G4.

Já pelo lado vencedor do Internacional, a grande atuação de D’Alessandro poderá ter lhe credenciado a permanência para a próxima temporada, bem como a de Forlán. D’Alessandro ainda é de forma disparada o melhor jogador do time, enquanto que o uruguaio precisa iniciar uma pré-temporada junto ao time, para efetivamente mostrar o seu potencial que o levou a ser eleito melhor jogador da copa de 2010. 

O time colorado ficou há sete pontos do São Paulo. Sinceramente não acredito que consiga ameaçar o clube paulista na briga pelo G4, pois a diferencia é muito grande e faltam apenas seis jogos para o fim do certame. Ficará apenas a impressão que o time jogou quando quis, e mostrou que tem potencial no papel para formar um grande time, apesar de necessitar renovação no plantel para 2013.  

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Campeonato está na UTI, mas ainda não está morto


Neste ano de 2012 decidi priorizar a minha vida profissional, o que acabou me afastando do convívio com o futebol e refletiu nos poucos posts que escrevi ao longo deste ano, já que tenho pouco tempo livre para acompanhar e escrever sobre o esporte, que é o principal carro-chefe do blog.

Ao contrário dos últimos quatro ou cinco anos, tenho acompanhado por cima esta edição do Brasileirão, o que me impede de fazer muitas análises específicas (como fazia até o ano passado), e me faz ter uma microanálise do certame. Escrever que neste campeonato há muito perde e ganha bem como times favorecidos pela arbitragem é como chover no molhado, tendo em vista que estas são características do nosso futebol.  

Esta edição tem na baixa competitividade uma característica singular, explicada pela ausência de classificações para a Copa Sul-Americana (até o ano anterior tinha oito representantes oriundos do certame) e que deixa metade dos times sem ter nada a fazer a não ser esperar o fim do campeonato, enquanto que outros times já selaram seus destinos na competição, casos de Fluminense, Galo e Grêmio para o G4 e Atlético-GO e Figueirense para o rebaixamento.

Caracterizo o Brasileirão 2012 como um paciente em coma profundo, já desenganado pelos médicos, mas que cisma em contrariar o seu provável destino com sinais de pequenas melhoras. Vejamos: Até duas rodadas, a única fonte de esperança era a disputa entre Vasco e São Paulo pelo G4, onde o time paulista finalmente conseguia ultrapassar o adversário, enquanto que os quatro rebaixados e o titulo e demais classificados para a Libertadores pareciam estar definidos.  

Eis que depois desta 32ª rodada, uma aparente consolidação do São Paulo no G4, do Fluminense no título e dos quatro rebaixados sofreu uma expectativa de revés, pois Palmeiras e Sport acordaram no Z4 e esboça uma reação; o Vasco poderá acordar e beliscar o G4, depois do tropeço são-paulino; e o Galo mineiro colocou fogo no campeonato ao bater o Fluminense no confronto direto e diminuir a distância para o líder. Estes times ainda ostentam uma razoável desvantagem para os objetivos ambicionados, o que deixa o campeonato pouco atraente, apesar de toda a vontade da emissora que detém os direitos de transmissão em vendê-lo como sensacional e muito disputado. 

Espero que tenhamos alguma reviravolta nesta reta final, porém a estratégia da CBF em retirar do campeonato as vagas para a sul-americana em troca manter os longos estaduais não parece uma boa solução, tendo em vista que a média de publico e a audiência, motivada pelo desinteresse dos torcedores, tende a cair, criando um efeito drop-down negativo por onde todos saem perdendo, além de desvalorizar o principal produto do futebol brasileiro.

Por último, a edição 2012 de nosso campeonato nacional pede uma profissionalização dos árbitros, com uma preparação adequada tanto em termos físicos quanto técnicos, além de uma reorganização no sistema de justiça desportiva, com decisões de forma igualitária aos clubes, independente de seu centro e sem interferir-se em decisões conscientes tomadas pelos árbitros nas partidas. 

O futebol brasileiro precisa de uma reciclagem geral, tanto dentro quanto fora do campo, para poder retomar a posição de destaque do cenário mundial.  

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Inacreditável... Inverossímil...

Confesso que, apesar de gostar de escrever, há horas em que ficar quieto e não escrever nada parece ser a melhor solução. Mas vamos lá, o Inter conseguiu a proeza de não só ceder o empate como a virada para o Figueirense, penúltimo colocado do Brasileirão em pleno Beira-Rio.

Depois da derrota contra o Atlético-GO no Serra Dourada, também de virada e com três gols sofridos, o Inter levou 3x2 do time catarinense, terminando a sua jornada desastrosa frente os piores times do campeonato com duas derrotas e seis gols sofridos, com direito a pedido de demissão do treinador Fernandão e que fora rechaçado pela direção entre os jogos, e com alguns medalhões esquentando o banco, casos de Kléber e D'Alessandro. 

No jogo desta noite, F9 escalou o time com três atacantes (Dagoberto, Cassiano e Damião) e apenas Fred na ligação, em um problema que fora contornado somente na segunda etapa com a entrada de D'Alessandro no lugar de Ygor. Na defesa, o promissor Jackson deu espaço para Juan, que entrou aparentemente no carteiraço, e não formou uma boa dupla com Moledo, tendo em vista que os gols do Figueirense foram em vacilos defensivos  colorados, que possibilitaram que Aloísio (duas vezes) e Ronny marcassem com certa liberdade dentro da grande área.  

Na frente, o time tinha dificuldades para articular, e só conseguiu “achar” o primeiro gol através da individualidade de Dagoberto, que roubou a bola do lateral direito, avançou driblando um zagueiro e deu um toquinho encobrindo o goleiro Wilson. Dagoberto também participou do segundo gol do Inter ao escorar de cabeça para Rafael Moura contar com a falha do goleiro catarinense e apenas desviar para as redes no que até então era uma vitória parcial do Inter por 2x1, mas que se transformaria em derrota após os gols do Figueirense aos 42 e 44 da segunda etapa. Mais uma vez time desorganizado, desarrumado, mostrando a inexperiência do treinador. 

E de análise tática ficamos por aqui, já que não é apenas treinador o problema colorado.  F9 tem a sua parcela de culpa, porém alguns jogadores estão muito aquém do esperado, e é notável a apatia e dissimulação de alguns jogadores, tidos como medalhões, que parecem entrar em campo apenas por mera formalidade, mostrando total desconformidade com o discurso do treinador, que os enquadrou em uma “zona de conforto”, caracterizando um conflito de interesses.

Sinceramente não sei mais o que esperar do time nesta reta final da competição. Não me surpreenderia se o time vier a perder os últimos jogos, até em função do clima incontornável que se encontra o treinador com o grupo. O vestiário entrou em rota de colisão, tanto que Fernandão com toda a sua experiência pediu para sair, mas a direção negou, o que soou como uma afronta a alguns jogadores, experientes em derrubar técnicos e que desta vez não tiveram seu pedido atendido. 

Também temo as eleições e suas consequências, pois a atual situação mostrou despreparo com a condução do futebol, carro-chefe do clube, e tem total respaldo da maioria do Conselho Deliberativo para continuar comandando. Se a reforma do Beira-Rio está sendo tratada com o a maior competência, o futebol precisa ser reciclado, tanto em nomes, com uma renovação quase que completa do plantel, quanto em técnico, já que Fernandão mostrou não estar preparado para ser treinador de um clube profissional da grandeza do Inter.  Paralelo a isso, é sabido que o time jogará a maior parte de 2013 longe do Beira-Rio. 

Promessa de tempos difíceis...  

sábado, 13 de outubro de 2012

Mais um vexame e Go 2013!


Neste sábado, no Serra Dourada, o Inter despediu-se virtualmente e moralmente da Libertadores 2013 ao perder de virada por 3x1 para o Atlético-GO, lanterna do campeonato e virtual rebaixado, sob os olhares de 1.476 pagantes, cuja maioria era composta por colorados.

Qualquer sinônimo referente a vexame, vergonha poderia caracterizar a atuação e resultado do jogo de Goiânia. O Inter foi inferior ao time mandante do inicio ao fim da partida, porém teve a sorte de sair na frente com um gol de Fred na primeira etapa, após um lançamento primoroso de Ygor para a jovem revelação apenas desviar do goleiro Márcio. 

Esse lance foi o único motivo de alegria para o torcedor Colorado na partida, visto que no primeiro tempo time goiano teve maior posse de bola, volume ofensivo e conclusões. O time não conseguia segurar a bola na frente e pouco ameaçava o gol goiano. 

Rafael Moura, Dátolo e principalmente Bolatti fizeram uma péssima partida, sendo que este último quase entregou um gol de graça ao time goiano no primeiro tempo em um de seus vários passes errados. Dátolo não justificou o fato de ter começado como titular e ter deixado D’Alessandro no banco, produzindo muito pouco e saindo no intervalo para a entrada de seu compatriota, enquanto que Rafael Moura visivelmente fora de forma não conseguiu acertar uma jogada no ataque, chegando sempre atrasado ou adiantado, nos seus constantes lances de impedimento.

Apesar dos problemas, o primeiro tempo ainda deu para o gasto, pois o grande problema foi no segundo, quando o time levou a virada, com os gols de Adriano, Ricardo Bueno e Luciano. O primeiro foi com sorte, pois o meia chutou e a bola desviou no zagueiro Jackson e no rosto do atacante Felipe, enganando Muriel. No segundo, falha defensiva dos laterais colorados que deram espaços para o lateral Carlos surgir na direita e cruzar para Ricardo Bueno aparecer livre na esquerda para completar para as redes, enquanto que no terceiro, Luciano aproveitou um chutão do goleiro Márcio e com liberdade desviou de Muriel. 

Fernandão tentou colocar Dagoberto no lugar de Moura na segunda etapa e Otavinho no lugar de Bolatti, porém na prática não surtiu efeito algum. Na minha visão, Dagoberto deveria ter iniciado o jogo como titular no lugar do He-man, enquanto que não culpo a troca de D’Alessandro por Dátolo promovida por F9, já que este não estava bem. Porém a forma como o time perdeu mostra que o furo com o vestiário é bem maior que o imaginado, pois os poucos medalhões que ainda restaram no time foram os que apresentaram as piores atuações.  

Um momento emblemático da partida foi quando o áudio do Pay-Per-View captar uma bronca dada pelo goleiro Muriel no lateral Kléber, que além de não acatar, ainda respondeu com palavras de baixo calão, no sentido de Muriel ser jovem e que por isso teria que ficar quieto. Já não é a primeira do lateral esquerdo, que há poucos dias esteve envolvido em uma confusão com um torcedor em uma chegada do time do aeroporto após uma de suas más atuações. Kléber é um dos que precisam ser dispensados no final da temporada.

No mais, penso que esta derrota foi emblemática para se verificar que nenhum medalhão merece continuar no grupo para a próxima temporada. A reformulação terá que ser total, com apenas os jovens permanecendo, enquanto que outros jogadores deverão ser contratados para completar o grupo. 

O vestiário atual mostra-se viciado, e qualquer tentativa de manter um destes caros e experientes jogadores será um erro, pois muitos são da geração Mazembe, que já deveriam ter sido dizimados do grupo, mas que por uma estratégia diretiva acabaram permanecendo, além de ganhar outros jogadores experientes e sem ambição como companheiros, o que acabou caracterizando a “Zona de Conforto” anunciada por Fernandão. 

Ao contrário do Brasil, Argentina mostra a sua cara para 2014


Enquanto o Brasil de Mano Menezes engana o torcedor brasileiro ao golear Chinas e Iraques da vida, a Argentina de Alejandro Sabella mostrou a sua força ao vencer com naturalidade o Uruguai por 3x0 no Estádio das Malvinas, com direito a dois gols de Messi. 

Na partida, o time de Sabella não deu chances à Celeste uruguaia, se impondo desde o início da partida e ganhando com naturalidade. Destaque para a movimentação ofensiva da equipe, sobretudo do trio Di Maria, Agüero e Messi. O trio mostra um entrosamento capaz de fazer o time argentino jogar por música e aumentar a cotação da Seleção para a Copa de 2014. Enquanto isso, Sabella parece ter encontrado soluções para a sua defesa, setor mais deficiente da Argentina nos últimos anos, e que agora dá razoável segurança para a equipe, principalmente com os guardiões Mascherano e Fernando Gago. 

Recentemente o time argentino venceu o Brasil por 4x3 e a Alemanha por 1x0, em uma mostra de força de um trabalho de pouco mais de um ano, mas que já é mais efetivo que todo o processo de Mano Menezes, que se iniciou após a derrocada do Brasil na Copa de 2010. Além da participação nas eliminatórias sul-americanas, o time argentino conseguiu encaixar no período amistosos contra seleções mais fortes, o que vem consolidando o amadurecimento da seleção para a Copa do Mundo.

A Argentina encaminha-se como a mais forte seleção sul-americana para a Copa do Brasil na figura de Messi, atual melhor jogador do mundo pelo terceiro ano consecutivo e que com Sabella finalmente encontrou seu futebol na seleção. O Uruguai, melhor seleção do continente em 2010 e atual campeã da Copa América , está na fase decadente e ainda é uma incógnita para 2014, apesar de ter praticamente os mesmos nomes da última Copa. Colômbia e Equador mostram-se como surpresas, deixando o próprio Uruguai e o Chile para trás nas eliminatórias. 

O Brasil também é uma incógnita. Mano Menezes aposta em uma formação sem um centroavante de ofício, promovendo a volta de Kaká para o grupo e para o time titular como companheiro de Oscar, deixando Hulk e Neymar mais avançados. Contra o Iraque deu certo, porém só me convencerei em um confronto de mais respeito, uma palavra que parece não existir para o Brasil, que se submete a adversários medíocres e a situações constrangedoras como a de Resistência em troca de mil-réis.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Querendo ou não, um novo Inter está surgindo


Na última quarta-feira, o Internacional goleou o Atlético-MG no Beira-Rio por 3x0, gols de Jackson, Fred e Cassiano. Três nomes da nova geração e que ganharam espaço com a imposição do destino, que fez com que o agora treinador Fernandão necessitasse de soluções para os constantes desfalques do time ao longo do Brasileirão.

A boa vitória contra o então vice-líder do certame trouxe a ideia de um novo Inter, fruto de um necessário processo de renovação na qual as figuras clássicas e caras deverão (ou, pelo menos, deveriam) dar lugar a jovens jogadores, que ainda tem um longo caminho a trilhar e, que por isso, mostram muita vontade, disposição, qualidade e maturidade, este um elemento necessário para tornarem-se base no processo de renovação para 2013. 

Geralmente sou muito cético para avaliar um time conforme um jogo, porém posso afirmar que o confronto contra o Galo poderá ser considerado um “marco” do processo de renovação, necessário desde a derrocada contra o Mazembe, no Mundial FIFA de 2010, e que fora varrida para debaixo do tapete pela então direção do clube, que dramatizou ainda mais a situação ao negociar os jovens valores do grupo e repor com jogadores experientes, sem grande ambição no futebol. Não é atoa que Fernandão foi pontual ao caracterizá-los como membros de uma “Zona de Conforto”, com uma baixa relação de custo x benefício, já que oneram a milionária folha salarial do clube. 

O time de F9 terá uma sequencia contra os dois piores times do campeonato, além da oportunidade dar continuidade para Jackson e Cassiano, além de poder contar com Lucas Lima, outra grata surpresa deste grupo. Faltando 9 rodadas, o time está há 5 pontos do G4, o que ainda lhe dá alguma possibilidade de sonhar com a vaga para a Libertadores. Para isso, é necessário que Fernandão mostre o seu pulso firme e mantenha a formação mais renovada nesta reta final. 

Para 2013, além de promover a renovação definitiva do time titular com a saída de alguns jogadores do clube e algumas contratações pontuais, é necessário ao Internacional investir em um treinador experiente, que possa retomar a sequencia de títulos do clube.

sábado, 6 de outubro de 2012

Mais um empate no Brasileirão


Neste sábado, pela 28ª Rodada do Campeonato Brasileiro, o Internacional conquistou seu 12º empate na competição, desta vez contra o Santos na Vila Belmiro. 

Fernandão montou uma escalação mais ofensiva, comparado com os outros jogos fora de casa, com Dátolo e Fred no meio e Rafael Moura como companheiro de Forlán, já que tanto Damião quanto D’Alessandro estavam lesionados e não puderam atuar. Neste jogo, desfalque não era desculpa para o Inter, visto que o Santos também estava desfalcado, inclusive da principal peça ofensiva, Neymar, que é o melhor jogador em atividade no futebol brasileiro. 

O jogo começou morno, com o Inter tomando a iniciativa, mas sem ter grandes chances. Aos 15 minutos, na primeira grande chegada do Santos, o time da vila abriu o placar em uma tabela envolvendo Miralles e André, que sobrou para Bernardo chutar colocado e abrir o marcador, apesar de Muriel ter tocado na bola e quase conseguiu evitar o gol. 

O Santos passou a criar situações e quase marcou o segundo. Muriel teve muito trabalho e evitou um escore maior. Já o Inter desandou com os espaços dados pelo sistema ofensivo, além da baixa volúpia ofensiva, dependente da movimentação de Fred, já que Rafael Moura era uma peça nula, enquanto que Dátolo e Forlán se movimentavam pouco , o que facilitava a marcação santista.  

O time até terminou o primeiro tempo com maior posse de bola, porém era muito pouco produtivo. De registo, apenas algumas chegadas nos últimos minutos da primeira etapa em um momento de pressão, que chegou a ter um chute sem pulo de Ygor na trave direita do goleiro Rafael.

Para a segunda etapa, o treinador colorado colocou o atacante Cassiano, porém retirou Fred, que até então era o jogador mais produtivo do time colorado. Não compreendi a opção, pois F9 poderia ter retirado qualquer outro elemento ofensivo. Apesar desta divergência, a alteração surtiu efeito, pois Cassiano trouxe uma melhor movimentação e viria a marcar o gol de empate aos 5 minutos, após cruzamento de Dátolo.   

A melhora foi tão satisfatória que Dátolo e Forlán passaram a se movimentar mais, e o time empilhava chances para virar a partida, obrigando Muricy a mexer no time. Uma das mexidas foi a entrada do argentino Pato Rodríguez, que também entrou bem no jogo, melhorando o Santos e deixando o duelo aberto. Porém foi o Inter que tentou a pressão final, mas sem sucesso, pois o time não teve nenhuma grande chance para marcar o gol da vitória.

O Inter até tentou, mas não conseguiu vencer o limitado time do Santos. Cassiano foi o destaque do time, e pelo menos evitou mais uma derrota jogando fora de casa. No mais, o time não fez um grande jogo, rendendo um misto de aplausos e vaias dos torcedores colorados presentes na Vila Belmiro. Como Vasco e São Paulo venceram na rodada, o time praticamente deu adeus à vaga para a Libertadores e já deve começar a projetar o seu 2013 sem a competição. 

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

E a Resistência apagou...


Depois de muito tempo sem comentar nada no blog por pura falta de tempo, volto a atualizá-lo com um dos maiores micos de 2012. 

O Superclássico das Américas, uma competição que envolve Brasil x Argentina com times formados por jogadores que atuam em seus respectivos países, não foi realizado em virtude de uma insuficiência de energia elétrica no acanhado estádio Centenário, que abriga um clube da quarta divisão argentina.  

A competição é tida no Brasil, pela emissora promotora do evento, como um espetáculo que vale Taça/Título, porém na Argentina não goza do mesmo prestígio, já que razões políticas forçaram a realização do jogo na província de Chaco, que é governada por um dos principais aliados políticos da presidente argentina Cristina Kirchner, que vem dando uma grande mão aos clubes argentinos, assolados por enormes dívidas. 

Segundo informações extraoficiais o problema de energia elétrica foi causado por um choque do ônibus brasileiro em um dos postes de energia elétrica nas proximidades do estádio, que comprometeram a geração de energia do local da partida. O árbitro da partida esperou sem sucesso por cerca de uma hora a possibilidade de restabelecer a energia, o que o levou a cancelar o confronto, completando o grande mico desta noite em Resistência.

Mano Menezes escalaria um time “sem pé e sem cabeça”, composto por três volantes e tendo apenas Lucas e Neymar como figuras mais ofensivas, já que o centroavante do Internacional Leandro Damião ficaria no bando de reservas. Esta formação tinha tudo para dar errado, porém pode-se dizer que o Motorista do ônibus da seleção o salvou ao causar o incidente na chegada do Brasil.

Não importa se é apenas um selecionado alternativo de Brasil x Argentina. É um clássico que chama a atenção da imprensa mundial, e que certamente será noticiado negativamente nos principais jornais mundiais. São fatos como estes que mostram a disparidade entre o futebol sul-americano com o praticado na Europa. 

Sou contra a realização deste “Superclássico das Américas” pelo fato de já haver um número grande de jogos no calendário nacional, ainda mais com a tentativa desesperada dos promotores em transformá-lo em um grande evento, já que é necessário justificar o investimento.