terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Péssima atuação “presenteada” com vitória


Na estreia da temporada 2012, o Brasil voltou a mostrar o mais do mesmo, com uma atuação digna de dar sono ao telespectador. Porém foi presentado com uma vitória no fim do jogo, com um gol contra, que pelo menos dará pontos para que a Seleção suba do inconveniente, mas real sétimo lugar do Ranking da FIFA.

Mano começou o jogo com uma surpresa chamada Hernanes, enfiado bem na ponta direita de um esquema 4-2-3-1 torto, que era facilmente confundível com um meio em losango,  visto que Sandro ficava centralizado, Fernandinho mais para a esquerda, enquanto Ronaldinho Gaúcho ficava centralizado bem no meio-campo, melhor posição possível para se assistir a um jogo, como fez o atual ex-jogador em atividade, que parecia nem ligar que estava defendendo a Seleção Brasileira, fazendo apenas número para a Súmula até aos 18 do segundo tempo, quando Mano Menezes se deu conta de sua (in)existência. 


Até estes primeiros 62 minutos de jogo, o Brasil havia aberto o placar logo aos 3 minutos em uma jogada de laterais. Primeiro Daniel Alves, que recebeu de Neymar, trombou à vontade com um zagueiro bósnio, levando vantagem e conduzindo em direção ao meio até encontrar a penetração de Marcelo para chutar cruzado e marcar. Pode-se dizer que esta jogada foi uma das raras jogadas do Brasil em todo o jogo. 

O Brasil dominou desde o início a posse de bola, porém era aquele toque intermediário improdutivo, que pouco perigo oferecia ao adversário. A Bósnia mostrava maior organização, e quando queria, chegava fácil ao ataque, conseguindo o empate na primeira jogada, aos 12 minutos, quando Ibišević recebeu na entrada da área, foi conduzindo sem resistência de David Luiz, que deu todo o espaço para o meia-atacante concluir rasteiro e contar com frangaço de Júlio César, que perdeu o tempo da bola e deixou ela passar sobre o seu corpo.

A Bósnia poderia ter virado o jogo ainda na primeira etapa, em conclusões perigosas de Misimovic e Pjanic, enquanto que o Brasil limitou-se a duas conclusões de Damião em cima do goleiro, sendo que em uma delas quase que Hernanes marcou no rebote. No mais, era o toque improdutivo, e quando a bola chegava à Neymar, ou o atacante levava vantagem e era caçado sem piedade, ou acabava desarmado e armava o contra-ataque do adversário.

O Brasil mostrou alguma evolução somente após as entradas de Elias e Ganso nos lugares de Sandro e Ronaldinho Gaúcho aos 12 e 18 minutos da segunda etapa. O toque de bola ficou mais consistente no campo de ataque, com o time conseguindo chegar com maior facilidade à área adversária.  Depois o treinador colocou Hulk e Lucas nos lugares de Hernanes e do sumido Damião, que teve uma atuação condizente ao que vem atuando no Internacional. À rigor, em toda a segunda etapa, o Brasil teve apenas uma finalização de Neymar nas mãos do goleiro, oriunda de uma jogada individual do atacante já dentro da grande área, e quando o jogo parecia que iria terminar empatado, o zagueiro Papac escorou um chute cruzado de Hulk contra seu próprio patrimônio, dando um presente de grego ao seu torcedor a ao Brasil, já que esta vitória mascará a péssima atuação na Suíça.

Entra e sai temporada, e segue o dilema na Seleção Brasileira. Mano Menezes conseguirá resistir até a Copa do Mundo? O treinador tem o direito de se lamentar em não ter jogadores afirmados, com exceção de Thiago Silva, Neymar e Marcelo, porém parece não se esforçar para tentar formar um time, com um esquema tático definido e utilizando os melhores jogadores do momento. 

Já não havia compreendido a não convocação de Oscar e Kaká, além de Ganso ser preterido e lembrado apenas em meio ao segundo tempo. Ronaldinho gaúcho teve quase 65 de jogo para enganar e conseguir arrancar vaias dos frios suíços em sua saída. O contestado Robinho, que voltou a gastar a bola no Milan não é sequer lembrado em seu melhor momento, enquanto era bancado quando está em má fase. A defesa preocupa, visto que Thiago Silva ainda não ganhou um companheiro à altura, enquanto o meio-campo é muito burocrático, fazendo a inexpressiva seleção Bósnia fazer frente ao Brasil.

Vitória mais para se lamentar do que para ser celebrada, visto que a visível falta de evolução será mascarada por um gol contra, que deu a quinta vitória consecutiva da Seleção Brasileira. Alguém se lembra quem eram os outros quatro adversários? 

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Virada para entrar para a história


No maior clássico de Londres, não havia duvidas que neste jogo a qualidade e o desempenho recente do Tottenham o transformava em favorito em pleno Emirates Stadium, contra o desorganizado Arsenal, que parecia fadado à condição de coadjuvante.


Com van der Vaart ainda longe das melhores condições de jogo devido a uma lesão, o treinador do Tottenham Harry Redknapp manteve a formação 4-4-2, com Louis Saha repetindo com Adebayor a dupla de centroavantes que vem dando certo.  Já Wenger parecia preocupado com o ótimo meio-campo dos Spurs formado por Parker, Kranjcar, Modrid e Bale, ao escalar uma formação mais consistente com Song, Arteta, Benayoun, Rosicky e Walcott, que trabalhava muito pelas pontas, principalmente com a dupla Rosicky/Walcott.

Porém o Tottenham deu o cartão de visitas logo aos 4, com a dupla Adebayor/Saha funcionando novamente. Adebayor lançou Saha, que dentro da área concluiu de forma despretensiosa em meio a vários jogadores do Arsenal, porém com a bola encontrando Vermaelen no caminho para desviar e matar Szczesny, abrindo o placar para os Spurs.  

O Arsenal mostrou mais volume de jogo após o gol, porém estava desorganizado e parecia sem confiança. O time rondava a grande área do Tottenham, e só Van Persie teve duas grandes chances para marcar. O Tottenham aproveitava a desorganização tática os buracos defensivos para contra-atacar, quase marcando com Walker, após uma escapada pela esquerda de Adebayor, enquanto na segunda grande chance, Bale foi lançado por Modric, e caiu ao se chocar com Gibbs, em um lance onde o árbitro Mike Dean marcou o penal sem ter convicção, necessitando consultar seus assistentes. Adebayor cobrou no canto esquerdo de Szczesny e marcou o segundo.

O Arsenal, naquela altura, não merecia estar perdendo pelo volume de jogo apresentado, com algumas chances não resultando em gol por capricho, quando Van Persie acertou a trave de Friedel na sua terceira grande conclusão, e na continuidade do lance Arteta cruzou para o lateral direito Sagna fechar na grande área e se antecipar a Bale para descontar de cabeça aos 39. Quatro minutos depois, os Gunners incrivelmente conseguiriam o empate, desta vez em conclusão de Van Persie, que não desperdiçou a sua quarta chance, buscando o empate para o Arsenal, caracterizado na base da raça.

A reação do Arsenal deu uma nova cara ao jogo, obrigando Redknapp a alterar o seu desprotegido meio, promovendo as entradas de Sandro e Van der Vaart, e colocando o time no seu tradicional 4-4-1-1. Não deu certo, pois o Arsenal ganhou a confiança que faltava, e partiu pra cima no início do segundo tempo, virando o jogo aos 5, quando Rosicky tabelou com Sagna, que cruzou para o meia de carrinho se antecipar ao goleiro, deixando os Spurs ainda mais perdidos no jogo. 

Aí foi o caminho para uma goleada, já que o Arsenal seguiu atacando na base da raça e empolgação, não encontrando resistências do adversário. Walcott marcou o quarto e o quinto, ambos em contra-ataques rápidos, sendo o primeiro uma assistência de Van Persie para o meia-atacante surgir livre na direita e deslocar Friedel, enquanto que no quinto, recebeu  um lançamento longo de Song, para em velocidade desviar do goleiro. E caberia mais, se não fosse a administrada final do time da casa, ao som do “olé” de seu extasiado torcedor.

A vitória serviu para recolocar o Arsenal no quarto lugar, ganhando do Chelsea no saldo de gols. Como foi um clássico contra um time teoricamente superior, poderá trazer um novo ânimo ao time durante a reta final da Premier League, já que seria um verdadeiro milagre a desvantagem de quatro gols diante do Milan na Champions League.  Já pelo lado do Tottenham foi o adeus à disputa pelo titulo, que ficará com um dos times de Manchester. O time terá que assegurar o terceiro lugar, que já colocaria o time na fase de grupos da próxima edição da Champions League. Ainda tem sete pontos de vantagem para Arsenal e Chelsea, porém terá que tomar cuidado nesta reta final. 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Gre-Nal 391: Lições ao Inter e Esperanças ao Grêmio


O 391º clássico Gre-Nal não deu a lógica. Se não fosse um confronto da magnitude de um Gre-Nal e o termo zebra poderia ser atribuído. Poderia, mas não deveria, visto que um time com os jogadores que o Grêmio tem são tecnicamente qualificados, porém atuavam em um sistema totalmente desorganizado, que lhes faziam atuar abaixo de seus reais potenciais.

Há tempos um clássico não parecia ser tão desigual quanto foi o de hoje, na qual a soberania técnica do time Colorado e o seu retrospecto de resultados e atuações, o fazia um grande favorito, frente a um rival amedrontado pela má fase e desorganização do time, que fez Caio Júnior perder o emprego com 48 dias de trabalho, mas sem ter como empossar um novo treinador à tempo, necessitando utilizar-se de um técnico interino na figura do ex-jogador tricolor Roger.

Porém não foi, visto que Roger conseguiu fazer em quatro dias o que Caio Júnior não conseguiu realizar em 48. Escalou um time equilibrado, com um meio de campo mais condizente com as características dos jogadores, que formavam um losango, com Fernando no primeiro vértice, Souza na direita, Léo Gago na esquerda e Marco Antônio no vértice mais agudo. O treinador compactou e adiantou o time, marcando a saída de bola do Inter, que sem Guiñazu perdia grande parte de seu potencial de marcação. 

Pelo lado Colorado, talvez pela primeira vez, sentiu-se saudades de Nei, visto que Elton foi completamente envolvido na direita, enquanto que a dupla de volantes formada por Sandro Silva e Bolatti não funcionou, mostrando total desarmonia e arrancando suspiros de saudade do lesionado Guiñazu. Estas defecções eram aproveitadas pelo Grêmio, que faziam com que a zaga Colorada ficasse excessivamente vulnerável, desnudando fragilidades da defesa, e principalmente do goleiro Muriel, responsável pelo primeiro gol gremista de Léo Gago, em mais uma falha técnica de rebote para frente.

Ofensivamente, o Internacional mostrou-se desorganizado e incapaz de se desvencilhar da forte marcação do meio gremista, que em certos momentos usou-se da deslealdade para parar algumas jogadas. Em uma das únicas vantagens ofensivas, o time Colorado conseguiu marcar o que seria o gol de empate com Leandro Damião, além de perder duas grandes chances de empatar o jogo no final da partida, quando este estava 2x1 a favor do Grêmio. 

O Grêmio mostrou um feijão com arroz, capaz de se transformar futuramente em uma feijoada. Não mostrou nada de Luxemburgo, e um pouco de Roger, que procurou não inventar e escalou os melhores jogadores que tinha a disposição. Estudou o Internacional e contou com a animação do grupo, além da tradicional empolgação e garra em enfrentar o rival, ainda mais em estado de desvantagem. Não virou um super-time do dia para a noite, porém mostrou ter potencial para se apresentar de forma bem mais qualificada ao que vinha jogando até então. Necessitará de trabalho do novo treinador Luxemburgo.

O gremista Souza foi o melhor jogador do Gre-nal,  enquanto Kléber Gladiador teve importante atuação por ter marcado o gol da vitória já na segunda etapa, quando se ressentia de um problema muscular. O Grêmio teve seus méritos, porém há de se ter cautela em reavalia-lo, pois foi apenas uma vitória, diante de um rival que sentiu o peso que o  favoritismo traz nos saltos.

Mais uma vez comprova-se que as palavras Internacional e favoritismo não se conjugam. O time sentiu a falta de Nei e Guiñazu, porém entrou mole, sem vibração e consciente que uma vitória viria ao natural, contra um adversário já batido pela opinião pública e sem precisar de nenhum esforço extra. Se enganou, mostrou seus problemas, foi reprovado e tem uma lição de casa para aprender até o jogo do próximo dia 07/03 contra o Santos, pela Libertadores.

Nem tudo são flores para o Grêmio, nem espinhos para o Inter. Basta cada um buscar entender o que representa esse resultado, para que ambos não tenham ingratas surpresas futuramente.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Mandantes deram as caras no complemento das oitavas


Nos dois últimos jogos de ida, válidos pelas oitavas-de-finais da Champions League, os teoricamente favoritos Bayern e Internazionale saíram derrotados pelo placar mínimo, sofrendo as derrotas com gols nos últimos minutos, que lhes complicarão para o jogo da volta.

Geralmente acompanho apenas um jogo, porém como não gostei nenhum pouco do primeiro tempo de Olympique x Internazionale, acabei mudando no intervalo para o confronto entre Basel x Bayern München, que segundo relatos estava melhor, e que desta forma me fizeram ver metade de cada jogo.


Comecei com o confronto do Vellodrome, em um duelo de dois times que não fazem boas campanhas em seus respectivos campeonatos nacionais, mas que vivem momentos distintos, já que os franceses vêm de uma sequencia invicta de nove jogos no certame, enquanto que a Internazionale vem de quatro derrotas nos últimos cinco jogos, que praticamente inviabilizaram uma classificação para a Champions League via Calcio.

A postura conservadora do Olympique, somada com a má fase da Internazionale, proporcionaram um primeiro tempo ruim de assistir, com poucas chances de gols e apatia de ambos os lados. Os muitos erros de passes e a marcação forte deixavam o jogo truncado no meio-campo, com cada time construindo apenas uma grande chance, com o goleiro do time francês Mandanda pegando um chute colocado de Forlán, enquanto que os franceses perderam um gol feito quando Diarra e Brandão se enrolaram na cara de Júlio César, após um cruzamento de Valbuena que os deixaram em condições de marcar. 

No mais, a Inter tinha maior posse de bola e estava mais bem postada, porém não tinha articulação com a sonolência de Sneijder, enquanto que Záratefez uma partida para esquecer e Forlán não está em uma boa fase. No fim, desisti do jogo, que ainda contaria com uma animação final dos franceses, que aproveitaram-se de um encolhimento da Internazionale para apertar no final da partida na base da raça, e conseguindo o gol da vitória já aos 48, com Ayew aproveitando uma falha da zaga da Internazionale em uma cobrança de escanteio para marcar de cabeça.


Mudando de jogo, Basel e Bayern fizeram um bom primeiro tempo na fria Basiléia, que foi palco da eliminação precoce do Manchester United na fase de grupos, no primeiro fato histórico do time suíço nesta aventura de Champions League. Segundo relatos, o Bayern começou melhor, com o Basel equilibrando o jogo ao longo do primeiro tempo, que fez com que ambos os times chegassem bastante ao ataque, criando várias chances de gols. A mais perigosa foi um chute no travessão de Frei, pelo lado suíço. 

No segundo tempo, que foi onde eu passei a assistir, vi um Bayern München conservador, com o treinador Jupp Heynckes preterindo Thomas Müller, para compor um meio campo com Alaba, Kroos, Tymoshchuk, Robben e Ribéry, este sendo sacado ao longo da segunda etapa, para a entrada de Müller. O time procurava deter uma maior posse de bola, usando a maior qualidade para arrematar, tanto que chegou a 19 conclusões ao longo da partida, das quais oito foram em direção ao gol, grande parte defendidas pelo goleiro Sommer, novato selecionável suíço, e que mostrou a sua qualidade fechando o gol. 

Porém o também alemão Heiko Vogel, treinador do Basel, viu a postura bávara de satisfação com o empate, e foi para o tudo ou nada, empilhando soluções ofensivas, com as entradas de Zoua e Stocker. Acabou premiado aos 40 minutos, quando Zoua levou vantagem sobre a zaga alemã, achando o também promovido Socker livre na esquerda, para tirar deslocar Neuer e marcar o gol da vitória e construir o segundo marco histórico do time na temporada, que pode terminar com o sonho bávaro de ver o time jogando em casa a final da Liga, que será no dia 19 de maio, na Allianz Arena. 

Porém os bávaros terão a chance de reverter o placar no jogo da volta na Allianz Arena. O time tem maior qualidade, precisando driblar o forte esquema defensivo do Basel para continuar sonhando. 

Real dificultou uma classificação encaminhada


Na gelada Moscow, com cinco graus negativos no Estádio Luzhniki, o Real Madrid perdeu a chance de encaminhar com maior tranquilidade a classificação para as quartas-de-final, ao permitir o empate do time da casa no último minuto. 

Para pegar os Russos, Mourinho montou uma escalação mais forte e marcadora, preterindo Kaká para o lugar do lesionado Di Maria, bem como o lateral esquerdo Marcelo. Em seus respectivos lugares jogaram Callejón e Fábio Coentrão, com Sergio Ramos sendo deslocado para a zaga, para que Arbeloa pudesse entrar, após um longo tempo parado. Logo aos 15 minutos, perderia Benzema, tendo que colocar Higuaín, mostrando total qualidade de banco.

No jogo, o limitado time do CSKA pouco conseguia produzir, ficando encaixado na defesa madrilena, enquanto a formação merengue truncava bastante o jogo, com o time ficando refém de uma jogada de aproximação de Khedira ou Özil com Cristiano Ronaldo.  Foi o volante alemão que participou do primeiro lance de perigo da partida aos 17, quando tabelou com Cristiano Ronaldo que serviu o recém-promovido Higuaín, obrigando o goleiro a fazer duas grandes defesas, já que Chepchugov também pegou o rebote do chute do jogador argentino, que fora pego por Khedira.

No segundo grande lance, já aos 28, que sairia o gol do Real Madrid, a partir de uma jogada pela esquerda com Fábio Coentrão, cujo cruzamento fora mal interceptado pelo meia Tosic, que fazia a cobertura, e que serviu como uma assistência para Cristiano Ronaldo, que da entrada da área, chutou no canto do goleiro russo para abrir o placar.

O Real Madrid poderia ter matado o jogo, principalmente na segunda etapa, onde Callejón, e depois Cristiano Ronaldo duas vezes, tiveram chances para ampliar o marcador, enquanto o time russo tentava na base do abafa alguma coisa, ainda mais depois que o treinador Leonid Slutsky empilhou o time de soluções ofensivas, como as entradas de Necid e Honda. 

Mourinho procurou até dar uma melhor consistência com a entrada de Kaká no lugar de Callejón, porém logo após acabou retrancando o time com a entrada de Albiol no lugar de Özil. Nos últimos minutos o time merengue só se defendia, enquanto que o time russo tentava na base da superação algum perigo, sendo presenteado com um gol no último lance da partida, já aos 48 minutos, quando Dzagoev leva vantagem em uma bola alçada na área, servindo Wernbloom  para marcar o gol de empate para os russos.

O empate com gols fora de casa ainda dá uma grande vantagem ao Real Madrid, apesar deste ter uma equipe muito superior à Russa. Porém o time merengue não terá Xabi Alonso, suspenso, e possivelmente Di Maria e Benzema lesionados, o que acaba reduzindo o roll de opções de Mourinho. O time russo não dá mostras que poderá tirar algum coelho da cartola, porém todo o cuidado é pouco aos merengues.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Banho de bola do Napoli assistido de camarote


Napoli e Chelsea começaram no Stadio San Paolo, na Itália, o duelo pelas oitavas-de-final da Champions League. Vitória do Napoli por 3x1, em um resultado, de certa forma, injusto para a equipe italiana, que jogou muito mais bola, enquanto o adversário falhou bastante defensivamente, mostrou pouco poderio ofensivo, e ainda foi presenteado com um gol, que ainda lhe dá esperanças de classificação com uma vitória por 2x0 em Stamford Bridge. 

O mais do que ameaçado André Villas-Boas tinha plena convicção que a sua continuidade no comando técnico do Chelsea passaria por este confronto de dois jogos, que poderia ser apenas um, caso o time levasse uma goleada irreversível do bom ataque do Napoli, formado pelo tripé Hamsik, Lavezzi e Cavani, que mete medo em qualquer defesa, quanto mais na desorganização “em forma de setor” que é a marca defensiva do time londrino nesta temporada.

Para reforçar a minha afirmação, Villas-Boas escalou o lateral direito Bosigwa na esquerda, no lugar do ainda baleado Ashley Cole, que estava no banco, ainda sem 100% de condições, e deslocando o zagueiro Ivanovic para a lateral direita, onde o sérvio hora ou outra atua.  Não foi atoa que a primeira jogada do Napoli foi pela na sua direita ofensiva, com Cavani aproveitando-se de uma “ratiada” de Bosigwa para exigir uma grande defesa de Cech com o pé.

Villas-Boas ganhou uma chance divina com a lesão de seu improvisado lateral esquerdo logo depois, tendo que colocar Ashley Cole, esse sim, nativo da função. Porém era o Napoli que continuava apertando e Cech salvou uma conclusão à queima-roupa de Maggio, mostrando a força do ataque italiano, porém com a defesa não inspirando a mesma confiança. Foi em uma grande falha defensiva que os Blues abriram o marcador com Juan Mata aos 27, após uma rosca indescritível de Paolo Canavarro, que serviu de assistência para o espanhol inaugurar o marcador, mostrando a total sorte que parecia estar pairando sobre o time londrino. 

Só parecia, pois dez minutos de um total domínio do Chelsea pós-gol, o Napoli finalmente estabeleceria justiça no placar, após um tabelamento entre Cavani e Lavezzi, não devolvido pelo argentino, que preferiu carregar a bola e aproveitar-se da desatenção de Meireles e dos demais defensores que foram atrás de Cavani, para concluir no cantinho de Cech para empatar. Exatamente dez minutos depois, o Napoli viraria o jogo com Cavani ganhando na imposição da defesa inglesa, e empurrando com o ombro um cruzamento de Inler. 

O Chelsea tentou reagir na segunda etapa, mostrando maior ação na intermediaria ofensiva, porém abria espaços para o mortal contra-ataque do Napoli, deixando o jogo aberto e com chances de os ingleses buscarem o empate ou dos italianos ampliarem. E quem levou a melhor foi o Napoli, após mais uma falha defensiva do Chelsea, desta vez de David Luiz, que perdeu o tempo da bola e deixou Cavani se projetar após um lançamento da intermediária, para servir novamente Lavezzi para marcar o terceiro. 

Villas-Boas tentou reagir com os já batidos Malouda e Lampard, porém só o que conseguiu foi salvar o emprego nesta jornada, depois de uma tocada rápida de Cavani com Hamsik, que achou Maggio que concluiu rasteiro para o gol, porém em cima de Ashley Cole, que de carrinho evitou o que seria o quarto gol napolitano, que simbolizaria em uma classificação virtual do time italiano.

No fim das contas, show do Napoli assistido de camarote pelo Chelsea, que pode comemorar um gol ganho de presente e que ainda não inviabilizou totalmente uma classificação para as quartas-de-final, mantendo ainda o emprego de Villas-Boas. Um placar de 2x0 no Stamford Bridge não é nenhum absurdo, porém se for levado em conta o que o time inglês vem jogando, há poucas esperanças devido à desorganização do time e de uma defesa que não inspira nenhuma confiança tendo que se defrontar com um time que detém um contra-ataque mortal. 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Queda de Caio e o "planejamento" visando o torcedor

48 dias, 8 jogos e 54% de aproveitamento. 

Esse foi o tempo disponível para o treinador Caio Júnior teve trabalhar no Grêmio, bem como a quantidade de jogos necessária para que o clube rasgasse o planejamento (?) para a temporada 2012, abdicando do treinador e de seus reforços pedidos às vésperas de um clássico Gre-Nal decisivo, que vale a eliminação prematura de um dos times no primeiro turno do Gauchão.

A saída (e a chegada) do treinador dá-se em meio a um manancial de erros diretivos, presentes desde a tentativa frustrada de Ronaldinho Gaúcho no início de 2011, e reforçada pela contratação de vários treinadores neste período, entre eles o próprio, por onde suas características e métodos de trabalho não parecem ter sido levados em conta, em comparação com o desejado pela direção.

Caio Júnior não conseguiu impor um modelo de jogo satisfatório para o time do Grêmio, onde seu esquema tático de um ortodoxo 4-4-2 inglês, com uma linha de meios vertical, não condizia com as características dos jogadores do grupo, e que acabava deixando os atacantes Kléber e Marcelo Moreno órfãos de uma jogada de aproximação qualificada. Para complicar, a defesa também ficava desprotegida, o que aumentou o número de gols sofridos na primeira fase em comparação com anos anteriores, sendo muitos deles em jogos no Olímpico.

Nestes 48 dias de trabalho, o treinador presenciou o desmantelamento do esqueleto gremista de 2011, dado pela saída de jogadores como Douglas e Fábio Rochemback, além da perda dos contestados zagueiros Rodolfo e Rafael Marques, cujos substitutos apresentam um menor potencial técnico. Para o meio, Caio ficou refém de Marco Antônio e Marquinhos como suas melhores opções, sem ter nenhum outro jogador experiente e qualificado para escalar, já que ganhou apenas bons reforços para o ataque em condições de titularidade. 

A sua imediata saída reflete em uma desesperada tentativa gremista em criar um fato novo, para que desta forma consiga uma classificação milagrosa dentro do Beira-Rio, além de dar ao torcedor esperança de melhora com uma nova comissão técnica e dos reforços que estão sendo contratados, cuja maioria tem o aval do demitido treinador, por terem as características de utilização do esquema de jogo de Caio Júnior, o que complica ainda mais uma assimilação do termo “planejamento” da direção gremista.

O ex-jogador Roger deverá ser o treinador interino para o Gre-nal, enquanto que Luxemburgo é o nome mais forte para assumir o comando técnico, com os nomes de Dunga e Adilson Batista ficando em resguardo, caso não haja um acerto com o folclórico treinador.  

Restará saber se Odone terá com o novo treinador a paciência que não teve com Renato Gaúcho, Julinho Camargo, Celso Roth e Caio Júnior. Em pouco mais de um ano, são quatro treinadores utilizados, sendo que três foram contratados já na gestão Odone. 

Em busca de seu prestígio político, o dirigente procura não contrariar o torcedor, buscando rasgar suas convicções e atender todos os anseios dos gremistas, que não comemoram títulos relevantes desde a Copa do Brasil 2001. Foi assim com a dispensa dos contestados Fábio Rochemback e Douglas, ganhando pouco dinheiro em troca de jogadores com relativa importância, e que foram responsabilizados pela escassez de títulos em 2011.

Sem títulos, convicções e sem ter um planejamento sólido, que busca jogadores e treinadores sem ter um critério a ser seguido, o Grêmio da Gestão Odone perde a sua identidade,  ficando refém apenas da esperança de sua torcida, que ainda faz a direção agir em forma de atitudes impensadas como a contratação de jogadores caros e de forma descriteriosa, bem como a contratação e demissão de treinadores assim que haja o primeiro sinal de descontentamento da torcida.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Futebol inglês em choque de realidade

O sinal amarelo, acesso nas precoces eliminações das equipes de Manchester na primeira fase da Champions League, ganhou coloração vermelha, após a constrangedora goleada de 4x0 aplicada pelo Milan no Arsenal no jogo de ida, e que virtualmente sacramentou o confronto.

 Na primeira fase, a dupla de Manchester havia ficado pelo caminho, com o United mostrando incompetência no Grupo C ao perder a vaga para o Benfica (Portugal) e o Basel (Suíça), enquanto que o rival City mostrou imaturidade na competição ao ficar pelo caminho no Grupo A, contra o bom time alemão do Bayern Munich e os italianos do Napoli, coincidentemente o adversário do Chelsea nas oitavas-de-final, que é o único inglês ainda virtualmente vivo, e que tem grandes chances de ficar pelo caminho.

Mas foi a humilhante derrota do Arsenal que transformou o que seria um fato isolado em um choque de realidade, mostrando uma tendência de regressão técnica por parte do futebol inglês, que pela primeira vez, desde a temporada 1995/96, tem chances reais de não ter nenhum representante entre os oito melhores, quando na época apenas o campeão nacional (Blackburn) participou por uma questão de regulamento, sendo eliminado na fase de grupos.

Entre as edições 2006/07 e 2008/09, o país colocou três entre os quatro semifinalistas, chegando a protagonizar a final de 2007/2008 em Moscou com Manchester United e Chelsea. Porém nas duas edições seguintes, apenas o Manchester United conseguiu ir longe, chegando ao vice-campeonato da edição 2010/11. 

Paralelo a isso, a Seleção Inglesa não conseguiu se classificar para a Eurocopa 2008, e quando parecia estar arrumando a casa com classificações para o Mundial 2010 e Euro 2012 com facilidade, além de vencer amistosos importantes, viu a saída do técnico Fabio Capello, depois de perder a queda de braço com o então capital Terry. Apesar de crescer com Capello, a Seleção continua não empolgando, ainda mais com a má fase de Gerrard e Lampard, que encaminham-se para o fim de suas carreiras sem que hajam nomes prontos para substituí-los no posto de referência técnica.

Em meio a uma grave crise econômica no continente, os clubes mostram-se incapazes para buscar soluções criativas, tendo que recorrer à pausa da Major League Soccer para buscar nomes como Donovan, Robbie Keane e Henry, além de o Manchester United chegar  a “desaposentar” (perdão da palavra) o meia Paul Scholes, no lugar de contratar outro jogador para a função. 

Dos elencos, os times de Manchester mostram pela vantagem na ponta da tabela da Premier Legue um poderio técnico maior, porém na competição europeia não conseguiram se sobressair a adversários que não apresentavam um histórico vencedor recente na liga. O City tem tecnicamente o melhor elenco da Inglaterra, porém ainda tem um time sem sal, dependente das individualidades de Agüero e David Silva, enquanto que o United está em uma fase de envelhecimento acentuado do elenco, precisando contratar jogadores prontos para vestir imediatamente a camisa titular e cobrir a lacuna da geração Giggs/Scholes, que ainda é muito útil tamanha a situação, além de ter substitutos a altura de Ferdinand e Vidic, que estão fadados as lesões. 

O Chelsea apresenta um desgaste de elenco, que fora “galáticamente” montado por Abramovich no meio da década passada, e que hoje necessita renovação.  O time alterna altos e baixos na temporada, com o trinador André Villas-Boas não justificando os 15 milhões de euros depositados ao Porto para a rescisão de seu contrato junto ao clube português, para treinar o Chelsea. Os blues perderam a identidade de Mourinho, e só uma volta do treinador português poderia retomar o rumo de crescimento que o clube vinha tendo, e que fora paralisado pela falta de paciência de Abramovich.

Já para o Arsenal, a solução mesmo seria terminar o casamento de mais de 15 anos com o treinador Arséne Wenger. A direção dá aval para o treinador contratar, porém Wenger prefere nomes ainda pouco conhecidos no cenário internacional, servindo como uma espécie de barriga de aluguel de jogadores, desenvolvendo-os para que estes quando estiverem no auge, resolvam deixar o clube em busca de títulos, salário e maior prestígio internacional. A tática vem reduzindo a cada ano o poderio do Arsenal, que chegou a ser campeão invicto da Premier League em 2003/04.

O Tottenham surge como a grande surpresa do futebol local, porém não conseguiu se classificar para esta edição da Champions, e provavelmente garantirá uma vaga para a fase de grupos da próxima temporada. Os Spurs têm um time equilibrado e um elenco numeroso, e se não perder o treinador Harry Redknapp e o craque Gareth Bale ao fim da temporada, poderão fazer um belo papel na próxima edição do torneio continental

Neste cenário atual, será difícil ver alguma equipe inglesa conquistar a Liga pelos próximos anos, visto que a diferença para Real Madrid e Barcelona é absurda, além de no continente haver outros times mais organizados, como Milan e Bayern Munich, que pela grandeza em seus países, poderão manter a base, ao contrário do Napoli, que parece estar apenas em uma grande fase. Ou os ingleses se reciclam, revendo conceitos e procurarem montar times em condições de vencer um torneio europeu, ou a fila será longa para os times do país do futebol. 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Classificação virtual Rossonera com sabor de chocolate


O Milan precisou apenas de 90 minutos para garantir uma classificação virtual para as quartas-de-final da Champions League. Precisará apenas de mais 90 minutos no Emirates Stadium para formalizar a condição, a menos que o Arsenal consiga a proeza de vencer por cinco gols de diferença no jogo da volta.


O time italiano comandado por Massimiliano Allegri aplicou uma verdadeira surra no Arsenal, que viu uma grande atuação de Robinho, autor de dois gols, além de Ibrahimovic, que marcou um e deu assistência para mais dois. Já pelo lado Gunner, Arsène Wenger optou por um sistema de pontas que não funcionou, além de deixar o prodígio Oxlade-Chamberlain no banco, e só coloca-lo quando já estava 3x0 a favor dos italianos.

O Arsenal até conseguiu ter uma maior posse de bola ao longo de grande parte do jogo, porém era o tipo de domínio inútil, já que o time tinha dificuldades para ultrapassar a linha intermediária. O Milan jogava mais recuado, buscando o seu jogo de contra-ataques rápidos, e desde o início da partida mostrou perigo. 

Nos dez primeiros minutos, o time Rossonero havia chegado duas vezes com perigo, e nem a lesão muscular de Seedorf aos 10 minutos prejudicou o time, já que logo depois aos 14, Prince Boateng receberia na entrada da área um lançamento primoroso de Nocerino, dominando a bola no peito e acertando o ângulo de Szcesny em um chute “sem-pulo”. 

O gol desnorteou ainda mais o Arsenal, e a má jornada defensiva dos ingleses o tornavam presa fácil ao Milan. Aos 37, Ibrahimovic levou vantagem na esquerda e cruzou na cabeça de Robinho para marcar o segundo, na segunda finalização em direção ao gol do time italiano na primeira etapa, mostrando 100% de aproveitamento. Se alguma outra das demais oito conclusões tivessem ido em direção ao gol, o Milan provavelmente teria definido o confronto ainda no primeiro tempo.

Wenger  perdeu ainda na primeira etapa Koscielny por lesão, logo seu melhor defensor, e ainda apostou na entrada de Henry no intervalo, para que o atacante mostrasse o estrelismo de oito temporadas atrás e buscasse uma reação.  Não só não deu resultado, como atrás a zaga continuou vazando, e Ibrahimovic em uma jogada pela esquerda tocou para Robinho chutar no canto direito e marcar o seu segundo, ao olhar desesperado de Vernaelen, que escorregou no lance e deixou caminho aberto para o brasileiro. 

Diante de tanta superioridade ainda cabia o quarto aos 33, depois de mais uma dentre tantas saídas erradas do sistema defensivo do time inglês,  que permitiu a liberdade para Ibrahimovic invadir a área e cavar um pênalti à lá brasileira, pois a meu ver não foi nada no lance. O sueco que não tem nada a ver com isso bateu e marcou o seu primeiro e fechou o constrangedor placar de 4x0 contra o Arsenal. 

Além do Barcelona, o Milan também garante a classificação virtual para a segunda fase. Ambos estavam no Grupo H na primeira fase, onde celebraram dois bons duelos, sendo um 2x2 no Camp Nou e um 3x2 a favor do Barcelona no San Siro. O Milan mostrou futebol e organização para chegar longe na liga. Precisa ter a sorte de não pegar um Barcelona, Real Madrid ou Bayer Munich logo de cara, pois chegando a uma eventual final, teria condições de disputar de igual para igual o titulo da liga contra os espanhóis.