quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Gre-Nal 391: Lições ao Inter e Esperanças ao Grêmio


O 391º clássico Gre-Nal não deu a lógica. Se não fosse um confronto da magnitude de um Gre-Nal e o termo zebra poderia ser atribuído. Poderia, mas não deveria, visto que um time com os jogadores que o Grêmio tem são tecnicamente qualificados, porém atuavam em um sistema totalmente desorganizado, que lhes faziam atuar abaixo de seus reais potenciais.

Há tempos um clássico não parecia ser tão desigual quanto foi o de hoje, na qual a soberania técnica do time Colorado e o seu retrospecto de resultados e atuações, o fazia um grande favorito, frente a um rival amedrontado pela má fase e desorganização do time, que fez Caio Júnior perder o emprego com 48 dias de trabalho, mas sem ter como empossar um novo treinador à tempo, necessitando utilizar-se de um técnico interino na figura do ex-jogador tricolor Roger.

Porém não foi, visto que Roger conseguiu fazer em quatro dias o que Caio Júnior não conseguiu realizar em 48. Escalou um time equilibrado, com um meio de campo mais condizente com as características dos jogadores, que formavam um losango, com Fernando no primeiro vértice, Souza na direita, Léo Gago na esquerda e Marco Antônio no vértice mais agudo. O treinador compactou e adiantou o time, marcando a saída de bola do Inter, que sem Guiñazu perdia grande parte de seu potencial de marcação. 

Pelo lado Colorado, talvez pela primeira vez, sentiu-se saudades de Nei, visto que Elton foi completamente envolvido na direita, enquanto que a dupla de volantes formada por Sandro Silva e Bolatti não funcionou, mostrando total desarmonia e arrancando suspiros de saudade do lesionado Guiñazu. Estas defecções eram aproveitadas pelo Grêmio, que faziam com que a zaga Colorada ficasse excessivamente vulnerável, desnudando fragilidades da defesa, e principalmente do goleiro Muriel, responsável pelo primeiro gol gremista de Léo Gago, em mais uma falha técnica de rebote para frente.

Ofensivamente, o Internacional mostrou-se desorganizado e incapaz de se desvencilhar da forte marcação do meio gremista, que em certos momentos usou-se da deslealdade para parar algumas jogadas. Em uma das únicas vantagens ofensivas, o time Colorado conseguiu marcar o que seria o gol de empate com Leandro Damião, além de perder duas grandes chances de empatar o jogo no final da partida, quando este estava 2x1 a favor do Grêmio. 

O Grêmio mostrou um feijão com arroz, capaz de se transformar futuramente em uma feijoada. Não mostrou nada de Luxemburgo, e um pouco de Roger, que procurou não inventar e escalou os melhores jogadores que tinha a disposição. Estudou o Internacional e contou com a animação do grupo, além da tradicional empolgação e garra em enfrentar o rival, ainda mais em estado de desvantagem. Não virou um super-time do dia para a noite, porém mostrou ter potencial para se apresentar de forma bem mais qualificada ao que vinha jogando até então. Necessitará de trabalho do novo treinador Luxemburgo.

O gremista Souza foi o melhor jogador do Gre-nal,  enquanto Kléber Gladiador teve importante atuação por ter marcado o gol da vitória já na segunda etapa, quando se ressentia de um problema muscular. O Grêmio teve seus méritos, porém há de se ter cautela em reavalia-lo, pois foi apenas uma vitória, diante de um rival que sentiu o peso que o  favoritismo traz nos saltos.

Mais uma vez comprova-se que as palavras Internacional e favoritismo não se conjugam. O time sentiu a falta de Nei e Guiñazu, porém entrou mole, sem vibração e consciente que uma vitória viria ao natural, contra um adversário já batido pela opinião pública e sem precisar de nenhum esforço extra. Se enganou, mostrou seus problemas, foi reprovado e tem uma lição de casa para aprender até o jogo do próximo dia 07/03 contra o Santos, pela Libertadores.

Nem tudo são flores para o Grêmio, nem espinhos para o Inter. Basta cada um buscar entender o que representa esse resultado, para que ambos não tenham ingratas surpresas futuramente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário