terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Péssima atuação “presenteada” com vitória


Na estreia da temporada 2012, o Brasil voltou a mostrar o mais do mesmo, com uma atuação digna de dar sono ao telespectador. Porém foi presentado com uma vitória no fim do jogo, com um gol contra, que pelo menos dará pontos para que a Seleção suba do inconveniente, mas real sétimo lugar do Ranking da FIFA.

Mano começou o jogo com uma surpresa chamada Hernanes, enfiado bem na ponta direita de um esquema 4-2-3-1 torto, que era facilmente confundível com um meio em losango,  visto que Sandro ficava centralizado, Fernandinho mais para a esquerda, enquanto Ronaldinho Gaúcho ficava centralizado bem no meio-campo, melhor posição possível para se assistir a um jogo, como fez o atual ex-jogador em atividade, que parecia nem ligar que estava defendendo a Seleção Brasileira, fazendo apenas número para a Súmula até aos 18 do segundo tempo, quando Mano Menezes se deu conta de sua (in)existência. 


Até estes primeiros 62 minutos de jogo, o Brasil havia aberto o placar logo aos 3 minutos em uma jogada de laterais. Primeiro Daniel Alves, que recebeu de Neymar, trombou à vontade com um zagueiro bósnio, levando vantagem e conduzindo em direção ao meio até encontrar a penetração de Marcelo para chutar cruzado e marcar. Pode-se dizer que esta jogada foi uma das raras jogadas do Brasil em todo o jogo. 

O Brasil dominou desde o início a posse de bola, porém era aquele toque intermediário improdutivo, que pouco perigo oferecia ao adversário. A Bósnia mostrava maior organização, e quando queria, chegava fácil ao ataque, conseguindo o empate na primeira jogada, aos 12 minutos, quando Ibišević recebeu na entrada da área, foi conduzindo sem resistência de David Luiz, que deu todo o espaço para o meia-atacante concluir rasteiro e contar com frangaço de Júlio César, que perdeu o tempo da bola e deixou ela passar sobre o seu corpo.

A Bósnia poderia ter virado o jogo ainda na primeira etapa, em conclusões perigosas de Misimovic e Pjanic, enquanto que o Brasil limitou-se a duas conclusões de Damião em cima do goleiro, sendo que em uma delas quase que Hernanes marcou no rebote. No mais, era o toque improdutivo, e quando a bola chegava à Neymar, ou o atacante levava vantagem e era caçado sem piedade, ou acabava desarmado e armava o contra-ataque do adversário.

O Brasil mostrou alguma evolução somente após as entradas de Elias e Ganso nos lugares de Sandro e Ronaldinho Gaúcho aos 12 e 18 minutos da segunda etapa. O toque de bola ficou mais consistente no campo de ataque, com o time conseguindo chegar com maior facilidade à área adversária.  Depois o treinador colocou Hulk e Lucas nos lugares de Hernanes e do sumido Damião, que teve uma atuação condizente ao que vem atuando no Internacional. À rigor, em toda a segunda etapa, o Brasil teve apenas uma finalização de Neymar nas mãos do goleiro, oriunda de uma jogada individual do atacante já dentro da grande área, e quando o jogo parecia que iria terminar empatado, o zagueiro Papac escorou um chute cruzado de Hulk contra seu próprio patrimônio, dando um presente de grego ao seu torcedor a ao Brasil, já que esta vitória mascará a péssima atuação na Suíça.

Entra e sai temporada, e segue o dilema na Seleção Brasileira. Mano Menezes conseguirá resistir até a Copa do Mundo? O treinador tem o direito de se lamentar em não ter jogadores afirmados, com exceção de Thiago Silva, Neymar e Marcelo, porém parece não se esforçar para tentar formar um time, com um esquema tático definido e utilizando os melhores jogadores do momento. 

Já não havia compreendido a não convocação de Oscar e Kaká, além de Ganso ser preterido e lembrado apenas em meio ao segundo tempo. Ronaldinho gaúcho teve quase 65 de jogo para enganar e conseguir arrancar vaias dos frios suíços em sua saída. O contestado Robinho, que voltou a gastar a bola no Milan não é sequer lembrado em seu melhor momento, enquanto era bancado quando está em má fase. A defesa preocupa, visto que Thiago Silva ainda não ganhou um companheiro à altura, enquanto o meio-campo é muito burocrático, fazendo a inexpressiva seleção Bósnia fazer frente ao Brasil.

Vitória mais para se lamentar do que para ser celebrada, visto que a visível falta de evolução será mascarada por um gol contra, que deu a quinta vitória consecutiva da Seleção Brasileira. Alguém se lembra quem eram os outros quatro adversários? 

Nenhum comentário:

Postar um comentário