segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Queda de Caio e o "planejamento" visando o torcedor

48 dias, 8 jogos e 54% de aproveitamento. 

Esse foi o tempo disponível para o treinador Caio Júnior teve trabalhar no Grêmio, bem como a quantidade de jogos necessária para que o clube rasgasse o planejamento (?) para a temporada 2012, abdicando do treinador e de seus reforços pedidos às vésperas de um clássico Gre-Nal decisivo, que vale a eliminação prematura de um dos times no primeiro turno do Gauchão.

A saída (e a chegada) do treinador dá-se em meio a um manancial de erros diretivos, presentes desde a tentativa frustrada de Ronaldinho Gaúcho no início de 2011, e reforçada pela contratação de vários treinadores neste período, entre eles o próprio, por onde suas características e métodos de trabalho não parecem ter sido levados em conta, em comparação com o desejado pela direção.

Caio Júnior não conseguiu impor um modelo de jogo satisfatório para o time do Grêmio, onde seu esquema tático de um ortodoxo 4-4-2 inglês, com uma linha de meios vertical, não condizia com as características dos jogadores do grupo, e que acabava deixando os atacantes Kléber e Marcelo Moreno órfãos de uma jogada de aproximação qualificada. Para complicar, a defesa também ficava desprotegida, o que aumentou o número de gols sofridos na primeira fase em comparação com anos anteriores, sendo muitos deles em jogos no Olímpico.

Nestes 48 dias de trabalho, o treinador presenciou o desmantelamento do esqueleto gremista de 2011, dado pela saída de jogadores como Douglas e Fábio Rochemback, além da perda dos contestados zagueiros Rodolfo e Rafael Marques, cujos substitutos apresentam um menor potencial técnico. Para o meio, Caio ficou refém de Marco Antônio e Marquinhos como suas melhores opções, sem ter nenhum outro jogador experiente e qualificado para escalar, já que ganhou apenas bons reforços para o ataque em condições de titularidade. 

A sua imediata saída reflete em uma desesperada tentativa gremista em criar um fato novo, para que desta forma consiga uma classificação milagrosa dentro do Beira-Rio, além de dar ao torcedor esperança de melhora com uma nova comissão técnica e dos reforços que estão sendo contratados, cuja maioria tem o aval do demitido treinador, por terem as características de utilização do esquema de jogo de Caio Júnior, o que complica ainda mais uma assimilação do termo “planejamento” da direção gremista.

O ex-jogador Roger deverá ser o treinador interino para o Gre-nal, enquanto que Luxemburgo é o nome mais forte para assumir o comando técnico, com os nomes de Dunga e Adilson Batista ficando em resguardo, caso não haja um acerto com o folclórico treinador.  

Restará saber se Odone terá com o novo treinador a paciência que não teve com Renato Gaúcho, Julinho Camargo, Celso Roth e Caio Júnior. Em pouco mais de um ano, são quatro treinadores utilizados, sendo que três foram contratados já na gestão Odone. 

Em busca de seu prestígio político, o dirigente procura não contrariar o torcedor, buscando rasgar suas convicções e atender todos os anseios dos gremistas, que não comemoram títulos relevantes desde a Copa do Brasil 2001. Foi assim com a dispensa dos contestados Fábio Rochemback e Douglas, ganhando pouco dinheiro em troca de jogadores com relativa importância, e que foram responsabilizados pela escassez de títulos em 2011.

Sem títulos, convicções e sem ter um planejamento sólido, que busca jogadores e treinadores sem ter um critério a ser seguido, o Grêmio da Gestão Odone perde a sua identidade,  ficando refém apenas da esperança de sua torcida, que ainda faz a direção agir em forma de atitudes impensadas como a contratação de jogadores caros e de forma descriteriosa, bem como a contratação e demissão de treinadores assim que haja o primeiro sinal de descontentamento da torcida.

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