Nesta semana, alguns dos principais jogadores do futebol brasileiro se juntaram e oficializaram um manifesto contra o apertado calendário do futebol brasileiro e indo de encontro aos interesses de Federações, televisões e até de dirigentes.
A ideia é rediscutir o calendário nacional, tendo em vista que não há um período adequado de preparação adequada aos clubes, além de um calendário ininterrupto de jogos quartas e domingos, o que inviabiliza a recuperação física dos jogadores e, por consequência, determina a queda do nível técnico do futebol brasileiro.
Muito se discute o fato, inclusive com uma possível readequação do calendário brasileiro ao internacional, porém pouco foi levado à prática. Temos hoje um grande número de jogos na qual os clubes são forçados a escalar força máxima, o que inviabiliza uma preparação mais adequada, excursões internacionais e pausas nas datas-FIFA reservadas para as Seleções.
Não acredito que esta manifestação tenha grandes resultados práticos, mas já serviu para mostrar de uma forma clara o quanto os dirigentes e seus clubes estão amarrados aos interesses da Televisão e das Federações. São essas que facilitam a obtenção de cotas mais gordas, além de adiantamentos e empréstimos para os deficitários clubes, o que fazem com que estes sintam-se acomodados em não lutar por melhorias em função de interesses pessoais (pelos seus clubes). Há ainda o fato dos Estaduais serem a única possibilidade de título de alguns clubes na temporada, o que também evita que os dirigentes se manifestem a respeito de um calendário mais racional.
Há anos defendo o fim dos Estaduais para os grandes clubes, tendo em vista que é uma competição em que clubes da Série A só têm a perder, pois além de não se prepararem adequadamente para a temporada, os certames regionais servem para superestimar o real potencial do grupo de jogadores e também uma fonte potencial de desfalques por lesões em razão das péssimas condições da grande maioria dos campos dos interiores. Porém admito a possibilidade deste certame ser abreviado, com quatro ou cinco datas para os grandes clubes.
Os jogadores precisariam de um período entre três a quatro semanas como preparação para a temporada, além de algumas semanas-cheias ao longo de um ano para que um clube possa recuperar fisicamente os atletas e taticamente o time. Isso só seria possível com a diminuição do calendário, além de esticar o Brasileirão para toda a temporada, bem como a Copa do Brasil e as competições sul-americanas, que poderiam ser concomitantes como ocorre na Europa.
Assisto há pelo menos 10 anos as taças e ligas europeias e lá há jogos duas vezes por semana. A diferença é que um país como Espanha, Inglaterra ou Itália tem dimensões de um estado brasileiro, além de possuir toda uma infra-estrutura de locomoção de países desenvolvidos. No Brasil, para um clube do sul viajar até o nordeste para jogar uma partida, acaba perdendo praticamente dois dias em locomoção (um para a ida e outro para a volta), o que acaba criando um desiquilíbrio em relação aos clubes do sudeste, que fazem viagens mais curtas, além de (erroneamente) não haver a cultura de rotatividade no plantel, com a preservação de jogadores no banco de reservas em alguns jogos.
Uma forma de minimizar isso seria dirigir a tabela para que um clube de uma extremidade do país já possa fazer dois jogos seguidos na outra, como por exemplo, o Vitória da Bahia vir a Porto Alegre e já enfrentar Grêmio e Internacional na sequencia e a dupla Gre-nal poder jogar contra Vitória e Bahia fora de casa em rodadas consecutivas.
São estes pequenos ou grandes detalhes, que acabam fazendo a diferença. Os dirigentes poderiam deixar de atender apenas aos seus interesses clubísticos e passar a pensar na coletividade, fortalecendo os campeonatos que disputam. O futebol brasileiro está bastante desorganizado e a cada dia perde em audiência na TV e em público nos jogos, além de ser desinteressante fora do país.
Uma forma de minimizar isso seria dirigir a tabela para que um clube de uma extremidade do país já possa fazer dois jogos seguidos na outra, como por exemplo, o Vitória da Bahia vir a Porto Alegre e já enfrentar Grêmio e Internacional na sequencia e a dupla Gre-nal poder jogar contra Vitória e Bahia fora de casa em rodadas consecutivas.
São estes pequenos ou grandes detalhes, que acabam fazendo a diferença. Os dirigentes poderiam deixar de atender apenas aos seus interesses clubísticos e passar a pensar na coletividade, fortalecendo os campeonatos que disputam. O futebol brasileiro está bastante desorganizado e a cada dia perde em audiência na TV e em público nos jogos, além de ser desinteressante fora do país.
Se nada for feito, o futebol brasileiro tenderá a ficar cada vez pior até um ponto de tornar-se inviável para as televisões, que é a principal fonte de receita dos clubes, o que acarretaria na morte do principal esporte do país.
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