domingo, 1 de setembro de 2013

Inter estabiliza-se em uma "Zona de Conforto"

Neste domingo, o Internacional empatou mais uma vez no Campeonato Brasileiro e chegou ao seu sétimo jogo sem vencer e o sexto empate consecutivo no certame. 

Dunga modificou o time no sistema defensivo, com o retorno de Gabriel na lateral direita e de Alan na zaga, ganhando o lugar do questionado Ronaldo Alves. Ambos trouxeram consistência para o setor, que não sofreu grandes dificuldades quanto a posicionamento. O problema foi os erros individuais de Fabrício e principalmente Williams, que originaram contra-ataques onde o Coritiba poderia ter ganhado o jogo.  

O problema desta vez foi o sistema ofensivo, incapaz de oferecer perigo aos paranaenses. No momento em que acompanho o jogo, uso as redes sociais, e nelas vejo muitos torcedores pedindo Scocco no time, bem como a saída de Forlán ou Leandro Damião. Não vejo por ai a solução, tendo em vista que muitos não se deram conta do grande problema ofensivo do time, principalmente quando joga contra defesas mais equilibradas.

O sistema ofensivo, formando por Jorge Henrique, D’Alessandro, Forlán e Damião é lento demais, para que o time possa surpreender o adversário em um contra-ataque, por exemplo. É necessário a todos os times um jogador com característica de contenção de bola, para criar jogadas, porém também é necessário outro com velocidade para equilibrar o setor e trazer alternativas de jogadas. Vejo ai um grande erro diretivo, que optou por contratar jogadores na faixa dos 30 anos que são tipicamente ou circunstancialmente (em função da idade) lentos. Faço apenas uma ressalva para Jorge Henrique, o mais veloz do quarteto, porém já não tem a mesma explosão de anos anteriores.

No grupo atual, vejo apenas Otávio com esta característica, capaz de se movimentar rapidamente pelo campo, criando alternativas e tirando o time da burocracia. Porém o jogador de apenas 18 anos está atrás de Jorge Henrique e Alex, e dificilmente seria escalado no momento. Acredito que a sua entrada para jogar ao lado de D’Alessandro daria um maior dinamismo ao time. 

A bola não chega ao ataque em função da previsibilidade do time. Damião é o maior refém, em virtude de ter o dom da finalização, porém sem a bola é obrigado a sair da área e mostrar uma habilidade que não tem, sendo facilmente desarmado. Com Scocco é a mesma coisa, e pelo que estou assistindo, a escalação simultânea de ambos só se daria em circunstâncias excepcionais, tendo em vista que ocupam tipicamente o mesmo espaço. O time não tem a característica do 2-1, isto é, dois toques na bola e passar para o companheiro em movimentação, que acaba surpreendendo-o em virtude da eficiência e mobilidade.  

Dunga está preocupado com a sua continuidade no time e aos poucos começa a efetuar as mudanças idealizadas por todos. Já tirou Muriel, Edinei e Ronaldo Alves do time, agora precisará acertar Fabrício e Williams. O primeiro vem de partidas sofríveis e há a opção de Kléber para substituí-lo. O segundo é uma incógnita, pois é um dos melhores desarmadores do campeonato, porém é o melhor puxador de contra-ataque do adversário, em virtude de seus errados passes atravessados.  

O time se estabilizou em uma zona de conforto no campeonato, e já está vendo o G4 distante, apesar do jogo a menos que ainda tem a realizar. Enquanto faz 1 ponto por rodada em virtude dos empates e para nos 24 pontos, os adversários vencem os jogos e já ultrapassam a barreira dos 30. Para busca-los, somente com uma sequencia de vitórias que dificilmente virá, pois apesar da qualidade técnica para isso, há um comodismo no clube privilegiando o empate, que no fim das contas não leva a lugar nenhum.

Dunga está fazendo o que pode para melhorar o time, porém o seu esforço está sendo insuficiente e não tem em seu currículo alguma referência que possa lhe fazer reverter essa situação. Há boas opções no mercado como Abel Braga e Muricy. Se o clube estiver preocupado em conquistar alguma coisa nesta temporada, principalmente uma vaga na Libertadores, terá que avaliar isso até o final do primeiro turno, senão será tarde demais.

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