Neste domingo, a dupla de Manchester esteve envolvida nos dois principais jogos da 22ª Rodada, onde ambos venceram seus jogos e acabaram distanciando-se na briga pelo titulo, alijando definitivamente o Chelsea da disputa e deixando o Tottenham necessitar de um binóculo para poder visualizá-los.
No primeiro jogo do dia, o Manchester City recebeu o Tottenham no Ettihad Stadium. Um jogo importante, já que se confrontavam o líder com o terceiro colocado, separados por cinco pontos.
Devido à importância do confronto, ambos os times entraram com uma postura mais conservadora, congestionando as ações no meio-campo. No início, o esquema 4-1-4-1 proposto por Harry Redknapp para o Tottenham deixava o time consistente no meio-campo, criando enormes dificuldades para o City, que foi encontrar espaços somente na parte final do primeiro tempo, quando Agüero achou espaços entre a linha de quatro jogadores do meio e de Parker, conseguindo jogadas de aproximação com David Silva e Nasri.
O Manchester City, mesmo não sendo indiscutivelmente superior na primeira etapa, conseguiu criar as melhores jogadas de perigo, porém foi na segunda etapa que os Citizens conseguiram impor a sua superioridade, abrindo o placar aos 10 minutos, quando David Silva lançou Nasri, que se projetou em diagonal da esquerda para a entrada da área, chutando forte na saída de Friedel.
O segundo veio logo depois, com Lescott empurrando no segundo pau uma cobrança de escanteio, que fora desviada por Dzeko no primeiro, representando o início de uma definição no placar, já que o Tottenham parecia ter sentido o gol. Porém o City sentiu os desfalques de Kompany e Kolo Touré, que abriram passagem para o jovem Savić, que vacilou na jogada do primeiro gol do Tottenham, ao não conseguir interceptar um lançamento de Kaboul para Defoe, que ficou livre e driblou Hart com tranquilidade para descontar, marcando o terceiro gol da partida em 5 minutos.
O City sentiu a indefinição defensiva e permitiu que o Tottenham empatasse a partida aos 19 do segundo tempo, em um lindo chute de Bale da entrada da área, após receber de Lennon e encobrir Hart com um chute de chapa. Aos 46, por pouco que Defoe não conseguiu uma incrível virada, depois de nova falha de Savić que permitiu uma jogada de Bale, que cruzou rasteiro para o centroavante, que se tivesse a envergadura de Adebayor, impedido de jogar por uma clausula contratual, teria marcado. Mas o castigo veio no lance seguinte, em um pênalti cometido por King em Balotelli, que havia entrado na segunda etapa no lugar de Dzeko, e que viria a fazer o gol da vitória na cobrança do penal.
A vitória Citzien deixou o Manchester United sob pressão, já que a diferença ficaria em 6 pontos em caso de tropeço diante do Arsenal. Porém o jogo era no Emirates, e a já desfalcada defesa dos “Red Devils” de Ferdinand e Vidic ficaria sem Phil Jones logo aos 15 minutos de jogo, obrigando a entrada do lateral direito brasileiro Rafael, que se juntou a Smalling, Evans e Evra no sistema defensivo.
O Arsenal dominou a posse de bola nos primeiros minutos, criando algumas jogadas de perigo, enquanto o Manchester só foi entrar literalmente na partida depois que os wingers Nani e Valência, do 4-4-2 britânico usado por Fergusson, aparecessem mais para o jogo. O português passou a levar vantagem sobreo improvisado Djourou na esquerda, e foi neste setor que encontrou Giggs para cruzar na cabeça de Valência, que se projetou em diagonal área adentro para escorar e abrir o placar aos 45 minutos.
Wenger corrigiu no intervalo o problema da sua lateral direita, colocando o jovem Yennaris no lugar de Djourou. O time voltou melhor, assim como fora na primeira etapa, chegando a encurralar o Manchester. Por ironia, veio a conseguir o gol de empate em uma espécie de contra-ataque do contra-ataque, já que o Manchester saia rápido, Vermaelen desarmou Welbeck no campo defensivo, e iniciou uma linda e rápida jogada que passou pelos pés de Oxlade-Chamberlain, que deu uma assistência açucarada para Van Persie empatar.
Para continuar o conjunto de ironias da partida, o treinador Wenger tirou Chamberlain logo após o gol, contrariando a torcida e os próprios companheiros, que pareciam não acreditar na desastrada troca do treinador francês. Para complicar ainda mais, o russo Arshavin que entrou em seu lugar não conseguiu manter o ritmo dado por Chamberlain, que até então era o melhor do Arsenal no jogo, e teve participação no gol da vitória do Manchester, ao ser fintado com enorme facilidade por Valência na direita, que concluiu para uma defesa parcial de Szczesny, e cujo rebote encontrou Welbeck, que escorou para a vitória dos “Red Devils”, que gerou uma sonora vaia da torcida gunner para Wenger tão logo o arbitro Mike Dean encerrou a partida.
A rodada deixou o City com 54 pontos, enquanto o United ficou com 51, em uma briga caseira que deverá ser resolvida na antepenúltima rodada, quando os times se enfrentarão. A vida do Tottenham em nível de titulo ficou complicada, e o time deverá focar no terceiro lugar, que dá uma vaga direta para a Champions League. O time de Harry Redknapp mostra a regularidade que Chelsea, Arsenal e Liverpool ainda não conseguiram impor, e vem, até então, merecendo com folga o terceiro lugar. Já a briga pela ultima vaga para a liga dos campeões promete ser acirrada, visto que o Chelsea não dá sinais que irá deslanchar, enquanto Arsenal e Liverpool tropeçam demais. O Newcastle está no bolo, porém não tem a mesma qualidade dos outros três times.