quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Vitória no início da era pós-D’alessandro


O Inter estreou na temporada 2012 com vitória de 1x0 contra o Novo Hamburgo no Estádio do Vale. Vitória que valeu pelo resultado, visando dar moral ao time que busca o entrosamento necessário para a estreia na Pré-Libertadores diante dos colombianos do Once Caldas, além de iniciar positivamente uma nova era, que não terá mais o referencial do meia argentino D’Alessandro, em saída eminente para o mercado chinês.

O gol de Oscar aos 11 minutos de jogo, após uma falha grotesca do goleiro Eduardo Martini, deu a vitória pelo escore magro de 1x0. A jogada foi em um rápido contra-ataque puxado por João Paulo, que lançou Oscar e que ficou ao alcance de Martini, porém o ex-goleiro gremista ao afastar a bola chutou em cima do meia, que teve todo o espaço e tranquilidade para concluir ao gol vazio.

No mais, o Inter criou muito pouco ao longo dos 90 minutos. O time teve dificuldades para adentrar-se na área do Novo Hamburgo, mostrando ainda falta de entrosamento e um nível de preparo físico longe do ideal, nada anormal para um inicio de temporada, e que deverão ser aperfeiçoados ao longo dos dias de trabalho e com um número de jogos na bagagem.  No segundo tempo, o problema ficou ainda mais evidente, com o Noia mandando no jogo, mas sem o sucesso de conseguir o gol de empate.



Taticamente, Dorival Jr. escalou o time em seu famoso 4-2-3-1, com Josimar e Guiñazu formando a linha de volantes, enquanto Oscar, João Paulo e Dagoberto formavam uma linha mais ofensiva, enquanto Damião ficava mais à frente no comando do ataque. Na teoria, quando o time estivesse com a posse de bola e em vias de atacar, Oscar pela direita e Dagoberto pela esquerda deveriam avançar, formando um trio ofensivo com Damião, porém pela falta de treinamento e sequencia essa evolução não ocorreu de maneira satisfatória, deixando o goleador colorado isolado no comando do ataque.

Outro problema crônico e que fora apresentado contra o Noia foi a D’Alessandro dependência, porém o meia está em vias de se transferir para o futebol chinês, que acenou com uma proposta milionária para o jogador e também para o clube, já que o passe do meia argentino está vinculado a um investidor Colorado que deseja recuperar o investimento feito no jogador em 2008. Apesar do discurso político de Luigi, que fala em manutenção do jogador em quando a transferência não for efetivamente sacramentada, o vice-presidente de futebol Luís Anápio Gomes foi realista, praticamente confirmando o desfecho da negociação, que deverá ser formalizado na próxima sexta-feira.

Sem D’Alessandro, o Inter corre para o mercado e busca outro argentino, Dátolo, com grande passagem pelo Boca Juniores entre 2006 e 2008, mas que ainda não teve brilhantismo no futebol Europeu. O jogador não se firmou no Napoli e no Olympiakos, e atualmente ostenta a reserva do Espanyol, onde raramente é utilizado. Já são três temporadas sem ter uma sequencia de jogos, o que poderá ser perigoso ao Inter, além do jogador não ter as características de D’Alessandro, já que não é um armador, preferindo jogar nos flancos como um ponta. 

João Paulo não mostrou ter envergadura para substituir D’Alessandro, já que não tem a característica de armador.  Apesar de ter participado do lance do gol, o meia teve enormes dificuldades contra o Noia, e foi substituído por Gilberto na segunda etapa. Oscar deverá fazer a função mais centralizada que era de D’Alessandro, apesar de ter jogado atuado bem na ponta direita no jogo desta última quarta-feira. Os raros avanços dos laterais também prejudicaram a evolução ofensiva do time, já que a linha ofensiva tinha dificuldades para trabalhar a bola contra a marcação adversária.

As outras alterações de Dorival contra o Novo Hamburgo foram as entradas de Jõ e Bolatti nos lugares de Dagoberto e Josimar. Não consigo aceitar ver o argentino na reserva de Josimar, que fez apenas uma partida discreta, chegando atrasado a algumas jogadas, e que por pouco não deixou o time com um jogador a menos. Bolatti entrou bem e nos cerca de 15 minutos em que atuou, mostrou melhor volume de jogo do que os 75 apresentados por Josimar.  Jô também entrou bem no lugar do discreto Dagoberto, e por pouco não marcou um bonito gol, quando recebeu de Kléber na entrada da área, fintou o zagueiro e chutou no canto de Martini, que fez uma excepcional defesa.

As entradas de Gilberto e Jô mostram que Dorival quer o Inter com três atacantes quando está com a bola, porém dois destes devem recuar para formar uma linha de três meias quando o time não tem a posse de bola. Com Oscar e Dagoberto, a evolução para o ataque ficou comprometida pela insuficiência, enquanto que com Jô e Gilberto, o excesso acabou comprometendo o balanço do meio-campo, já que ambos tinham dificuldade para voltar. Com o tempo de trabalho, esse problema será resolvido.

No próximo domingo o Inter jogará com um time reserva contra o Avenida em seu segundo jogo pelo Gaúchão. Está certo o clube em poupar os jogadores para não haver desgaste excessivo e lesões, porém o time titular jogará contra o Once Caldas na próxima quarta-feira depois de apenas ter realizado apenas um jogo oficial. 

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