segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Brasileirão 2013 – R33

O Campeonato Brasileiro está chegando à reta final e ainda promete algumas disputas quanto ao G4 (que poderá ser G3 ou G5) para a Libertadores e o Z4, a temida zona de descenso.

O titulo já tem dono desde o início do segundo turno, com a arrancada do Cruzeiro sem que houvesse outro time capaz de acompanha-lo, e provavelmente será confirmado matematicamente nas próximas 2 rodadas, já que não descartaria um insucesso do time contra o bom Vitória para fazer festa em casa diante da Ponte Preta.

Além do Cruzeiro, o Náutico também destoou, só que de forma negativa, já decretando com muita antecedência o seu descenso. No mais, apenas destacaria o Atlético Paranaense. A campanha do time é diferenciada e se não fosse uma má jornada no início do campeonato, provavelmente já teria assegurado o vice-campeonato com uma vantagem mais folgada do que está hoje, mas sem conseguir acompanhar o Cruzeiro por ser tecnicamente inferior ao time mineiro.

No mais, o campeonato reserva muito perde e ganha, o que lhe faz nivelado por baixo. Uma prova é o terceiro colocado (Grêmio) ter apenas 54,5% de aproveitamento enquanto que o 16º (Vasco) tem 37%.

Grêmio e Botafogo ainda estão na zona da Libertadores, isto se contabilizarmo-la  como G4, já que o Brasil colocará uma equipe na final da Copa Sul-Americana, cujo campeão ganhará uma vaga para a Libertadores e tirará uma vaga do Brasileirão. Por outro lado, o Atlético-PR está na final da Copa do Brasil, e caso seja campeão, abrirá uma vaga via Campeonato Brasileiro para a Libertadores.  

A dupla só ainda está em 3º e 4º respectivamente devido a gordura acumulada ao longo do primeiro turno, que fez com que outros clubes tenham chegado, mas ainda sem conseguir ultrapassá-los. Enquanto Botafogo e Grêmio fizeram 36 e 34 pontos no primeiro turno em 2º e 3º lugares respectivamente, ambos fazem apenas campanhas modestas neste segundo turno, onde o Grêmio é o 9º com 20 pontos e o Botafogo é o 11º com 17 pontos. Para efeito de comparação, Vitória e Goiás marcaram 27 e 28 pontos nestes últimos 14 jogos, reduzindo a distancia que parecia definida entre os times que formavam o G4.
  
Vários são os motivos para explicar a queda drástica dos times. No Botafogo posso elencar como o acúmulo de jogos, que fez o elenco pouco numeroso do time carioca sentir com as lesões, suspensões e saídas, além do desgaste dos seus principais jogadores. O Grêmio teve uma impressionante ascensão com o esquema de três zagueiros de Renato Portaluppi, porém o esquema-surpresa tinha validade, e ao invés de aperfeiçoá-lo, o treinador acabou modificando constantemente o seu esquema de jogo para acomodar Vargas, e hoje vê o seu time em crise técnica e sem um esquema definido que possa convencer nesta reta final de campeonato. O time perdeu a consistência defensiva e não marca gols, e se não conseguir um fato novo, acabará apenas esquentando a vaga para outra equipe.

Vitória e Goiás me surpreenderam com as campanhas deste segundo turno, pois não botava fé nos seus times. O time baiano até começou surpreendendo, porém caiu drasticamente de produção e chegou e ficar perto da zona de descenso. Porém faz um grande segundo turno e está na luta para a vaga na Libertadores, apesar de considerar mínimas as suas chances. Já o Goiás eu tenho uma maior convicção que possa conquistar o feito. O time conseguiu desenvolver-se tendo o gorducho Walter como referência. O jogador se machucou, e a sua ausência impactou negativamente ao time nas semifinais da Copa do Brasil, onde o clube foi eliminado pelo Flamengo com duas derrotas. Não sei sobre as condições físicas do atacante, mas o seu retorno é imprescindível para que o time possa ultrapassar Grêmio e Botafogo.

Na luta contra o rebaixamento, temos sete equipes tentando fugir das três vagas para a série B. Coritiba, Portuguesa, Bahia, Vasco, Criciúma, Fluminense e Ponte Preta deverão lutar até o final para escapar da queda. O time de campinas parece estar condenado, sobrando duas vagas onde Fluminense e Vasco tentam evitar o maior fiasco da história do futebol carioca, com dois clubes grandes rebaixados no mesmo campeonato. A tarefa é dura para ambos, porém Criciúma, Bahia e Portuguesa poderão facilitar a permanência dos cariocas. Eu sinceramente não acredito em uma queda do Coritiba, apesar do time paranaense estar próximo ao olho do furacão.

Em função do esvaziamento da Copa Sul-Americana e tendo a Libertadores e Copa do Brasil como concorrentes nas etapas inicial e final respectivamente, somado com a paralisação em virtude da Copa das Confederações, o Campeonato Brasileiro não gerou a mesma empolgação pelos admiradores do futebol e ficou relegado a um segundo plano, fato que pode ser comprovado pelas baixas audiências, apesar da emissora detentora dos direitos de transmissão focá-lo em Corinthians e Flamengo como os protagonistas.


Vejo a fórmula dos pontos corridos como consolidada, não sendo o real motivo pelo desinteresse. O que está acontecendo é que quem comanda o futebol brasileiro (CBF e emissoras de TV) ainda não conseguiram transformá-lo em produto que traga retorno financeiro a todos, maximizando a arrecadação potencial, audiência e presença de público nos estádios.  O Brasileirão sofre por estar em meio a outros campeonatos, sem ter um ritmo de evolução definido. Se começasse em Fevereiro ou Março, com uma melhor distribuição dos outros campeonatos, não haveria a polarização em outros campeonatos, o que acabaria valorizando o nacional brasileiro.  

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Dupla Gre-Nal precisa urgentemente rever suas gestões

Com a eliminação do Grêmio na Copa do Brasil diante do Atlético-PR nesta última quarta-feira, a dupla Gre-Nal fracassou em 2013, ficando sem nenhum titulo relevante para celebrar. No entanto, os clubes gaúchos jamais gastaram tanto e terminarão a temporada com um déficit gigantesco, que comprometerá as finanças dos clubes em um curto e médio prazo.
  
Com políticas de administração semelhantes, baseadas na contratação de medalhões que geram um alto custo mensal, além de supervalorizar jogadores comuns, Grêmio e Inter marcaram passo mais uma vez, pois não tiveram competência para montar times competitivos e vencer clubes com orçamentos mais modestos, que conseguiram se organizar com as suas limitações e terminarão o ano em melhor situação. 

Se o resultado de todo investimento feito é um titulo (Gauchão pelo Inter) e a possibilidade de uma vaga na Libertadores (pelo Grêmio, que começa a ficar complicada), é sinal que o modelo de gestão do futebol de 2013 fracassou.

Vão-se as oportunidades de conquistar títulos relevantes e ficam-se os déficits, já que tanto Grêmio quanto o Internacional, terão que administrar pendências milionárias para o(s) próximo(s) ano(s), e provavelmente perderão muita competitividade caso não consigam organizar-se com elencos mais modestos. Segundo informações divulgadas pela imprensa gaúcha, o Internacional deverá terminar o ano com déficit entre R$ 35 a 40 milhões, enquanto que o do Grêmio terminará entre R$ 90 a 100 milhões de reais.

É bem verdade que ambos estão lidando com problemas em seus estádios. O Grêmio tenta renegociar o seu contrato com a OAS, que promete reduzir este déficit, enquanto o Internacional não teve a sua casa em 2013 e acusa perda de receitas, porém já é fato que a dupla acabou gastando muito mais do que deveria no futebol, principalmente em contratações com valores irresponsáveis e que não deram o resultado esperado.

Agora ambas as direções lidam com dilemas, tendo em vista que a maior parte dos contratos dos medalhões são longos, necessitando uma negociação/acordo para que possam desonerar suas folhas de pagamento e promover renovação de seus planteis. O pior é que a dupla se notabilizou por pagar salários em valores acima dos praticados pela média dos outros clubes, o que dificulta ainda mais eventuais negociações sem que o clube aumente o seu passivo. 

Tanto o Internacional quanto o Grêmio terão que reduzir os gastos com futebol, não somente em virtude do déficit, mas sim em função do custo x benefício que o alto investimento trouxe, passando a investir mais nas categorias de base e na contratação de jovens jogadores.

O futebol brasileiro necessita de uma gestão de clubes mais responsável e que limite os gastos ao valor orçado no início da temporada. Além disso, é necessário um dinamismo para obter receitas ordinárias e isso só ocorrerá com a profissionalização da gestão dos clubes, visando minimizar os erros e maximizar os acertos, de forma que o clube possa disputar títulos sem comprometer-se financeiramente. Hoje, no Brasil, poucos clubes possuem gestões racionais e, apesar do incremento de receitas devido às renegociações de contrato com a TV, grande parte encerrará o ano com déficit. 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Em final de temporada antecipado, Inter deveria projetar 2014

Nesta última semana aconteceu o que estava previsto: Inter seria eliminado da Copa do Brasil e a sua temporada 2013 encerrou-se antecipadamente. É bem verdade que o time ainda precisa de pelo menos 3 pontos nos 21 que ainda disputará para não correr riscos de rebaixamento, porém já é quase um fato que o clube não estará na próxima edição da Libertadores. Apenas a matemática e suas improváveis combinações ainda lhe dão vida.

Sendo realista e projetando que o clube termine o Campeonato Brasileiro no limpo (8º a 12º lugar), é razoável que a diretoria comece a planejar a próxima temporada, procurando garantir a prioridade na negociação com algumas das revelações deste campeonato e que poderiam acrescentar para a próxima temporada. Vários jogadores têm contrato se encerrando em dezembro e já poderiam assinar um pré-contrato.

Além de contratar, o clube precisará dispensar vários jogadores do atual elenco, seja por insuficiência técnica ou pela idade avançada, já que houve um grande erro na montagem/manutenção do plantel para esta temporada, que acabou levando o clube ao ostracismo nas competições, embora tenha uma das maiores folhas de pagamento do futebol brasileiro. O problema é que apenas os contratos de Índio, Gabriel, Kleber e Caio se encerram no final desta temporada, o que exigirá capacidade da direção em negociar ou rescindir contratos.

É aí que entra o primeiro dilema, já que a direção parece não ter notado que o ciclo vitorioso (2006-2010/11) se encerrou, e sempre busca manter referências a esta época gloriosa, mas que hoje corresponde a acomodação e jogadores experientes. O grupo de jogadores deste final de 2013 é formado basicamente pela continuidade do grupo de 2010 com alguns reforços do ciclo vitorioso. Para complicar, as contratações adicionais mesclaram jogadores com idade avançada e em franca decadência, além de outros jogadores que não eram unanimidade em seus clubes, e que mostram deficiência técnica para compor o grupo do Internacional.

Desde 2011 que o grupo de jogadores carece de uma sensível oxigenada, porém pouco foi feito, com a manutenção da base e as ditas contratações referidas no parágrafo anterior.  Como resultado, o time foi apenas um figurante nas grandes competições. Nem o torcedor parece ter se dado conta que o ciclo se encerrou, pois não cobram de uma forma mais consistente soluções para o grupo de jogadores do Colorado.

Além do grupo de jogadores, o clube precisará de um novo técnico para 2014, já que é sabido que Clemer continuará apenas até o final do ano, dando mostras que ainda precisa de mais um período de experiência nas categorias inferiores ou até mesmo em outros clubes para ter condições para se estabilizar no comando técnico do Inter futuramente. 

Abel Braga já manifesta publicamente as tratativas de negociações para ser o futuro técnico do Inter, porém, antes de contratá-lo, devem-se avaliar quais serão as suas ambições treinando o Inter, já que o treinador conquistou os títulos mais importantes do clube, e se não tiver a vontade de atingir novos desafios acabará não agregando valor, tendo em vista que o clube precisa de novos nomes dispostos a encarar novos desafios.

A próxima temporada será emblemática por ser o primeiro ano do “Novo Beira-Rio”. Se a direção não se der conta que está em 2014, acabará fracassando novamente, com um grupo cada vez mais necessitado em oxigenação.  

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Título e G4 definido; Rebaixamento concorrido

Quem é assíduo leitor do meu blog pôde notar que desde o ano passado, pouco venho escrevendo sobre campeonatos (na realidade tenho postado pouco também). É uma escolha pessoal, já que estava se tornando inviável conciliar as minhas ambições profissionais com o lazer, já que neste espaço procuro escrever sem comprometimento financeiro e profissional (não sou jornalista e não trabalho com mídia). Procuro escrever como uma paixão, mas nem sempre tenho disposição para fazer posts mais longos que os 140 caracteres do twitter (quem se interessar por uma maior gama de opiniões pode dar follow no twitter ou like na pagina do Facebook), pois lá acabo postando com maior frequência.

Depois de uma explicação em forma de comunicado (rs), começo a escrever sobre o objetivo do titulo do post, que é para comentar o Campeonato Brasileiro. Confesso que no início da temporada cheguei a me animar com esta edição, que prometia qualidade em virtude dos clubes manterem seus melhores jogadores, além de agregar alguns bons reforços. 

Porém, passadas poucas rodadas, veio a realidade, que mostrou um campeonato pior do que nos últimos anos. O Brasileirão 2013 se credencia a ser considerado a pior edição da era dos pontos corridos no que diz respeito à qualidade. Clubes com elencos irregulares, jogos fracos, pouco público, erros constantes de arbitragem, amadorismo dos dirigentes, falta de reciclagem dos treinadores e calendário desumano são os principais problemas que contribuíram para levar o futebol praticado no Brasil para a UTI.

Até a última rodada, não seria uma mentira afirmar que 15 times lutavam contra o rebaixamento em virtude da curta distância entre o 6º e o 17º, que acabou aumentando nesta rodada. Temos quatro times que dispararam no campeonato, enquanto que o Atlético-MG tenta recuperar os pontos perdidos do início do certame, onde privilegiou a vitoriosa campanha da Libertadores. Botafogo, Grêmio e Atlético-PR são gratas surpresas em relação ao que vinham jogando no início da temporada, enquanto que o Cruzeiro é o melhor time da competição, e fatalmente será premiado com o titulo daqui a algumas rodadas.

Tirando o Cruzeiro, os demais clubes apenas apresentaram lapsos de técnica e tática. Os treinadores de Botafogo, Grêmio e Atlético-PR conseguiram formar um time e estrutura-lo de maneira satisfatória, e como prêmio receberão vagas para a Libertadores do próximo ano. Estes quatro times foram os únicos que estão apresentando ao longo da competição uma regularidade digna de comentários, além de proporcionarem alguns bons jogos.

O Campeonato está sendo prejudicado pelo calendário, mais apertado em virtude da Copa das Confederações. Ao longo do ano, foram poucas as “semanas cheias” para trabalhos, com jogos somente em finais de semana. Como os principais jogadores de vários clubes são veteranos, estes sentiram a sobrecarga e acabaram caindo de rendimento, levando consigo os seus clubes. Foi uma tática utilizada pelos dirigentes para tentar valorizar os clubes e o campeonato, porém não funcionou devido às características do futebol brasileiro, que exige resistência. 

Por anos, a televisão acostumou o brasileiro a assistir e torcer pelo seu time, não importando a competição e as circunstâncias. Hoje o futebol no país paga um preço caro, tendo em vista que os campeonatos em si pouco importam, o que leva a uma desarmonia na exposição na TV,  que afeta diretamente a captação de recursos pelos clubes e uma grande dependência para quem transmite. 

Não são poucos os comentários nas redes sociais de torcedores revoltados em função da alta exposição do Corinthians, com transmissões em praticamente todas as rodadas na TV Aberta. Porém tento entender a situação formulando uma pergunta: Você gostaria de ver o seu time na TV Aberta ao longo de todas as rodadas? (imagino que a resposta seja obvia e certamente repercute na escolha dos jogos para transmissão) 

Esta mesma televisão acabou se tornando a principal fonte de receita dos clubes, e em meio à desunião destes, acabou impondo os seus interesses, já que visa o lucro e necessita de audiência. Os dirigentes dos clubes pensam somente no seu benefício próprio e acabam cedendo em troca de vantagens, o que acaba empobrecendo o Futebol Brasileiro como um todo, já que vale a lei da natureza, onde quem pode mais, pode menos e quem pode menos, não pode mais. Talvez a queda de audiência faça a própria televisão exigir melhorias, pois está investindo alto em um produto que não está dando o retorno esperado. 

Enquanto os dirigentes não entenderem que o futebol brasileiro como um todo é um grande e lucrativo produto, este tende a não evoluir significativamente, o que deixara-lo cada vez mais distante do praticado no resto do mundo.  Para isso é necessário uma conscientização do torcedor, que não poderá exigir mais do clube do que ele é capaz de financiar, além destes serem geridos por profissionais capazes e que tenham responsabilidade sobre seus atos praticados, isto é, nenhum clube poderia gastar mais do que ganha, sob pena de responsabilização civil/criminal do gestor. 

Atualmente, somente alguns jogadores perceberam que o futebol brasileiro está indo ao fundo do poço e que providencias precisam ser tomadas. Foi aí que surgiu o Bom Senso F.C., cujo objetivo principal é lutar por um calendário mais racional, além de outras ações que visariam uma melhoria no nosso futebol. Talvez dê resultado, porém bem menor do que o desejado. 

Pelo que pôde ser notado nas palavras, estou bastante desanimado com o futebol brasileiro. É necessário um choque visando uma evolução em um médio prazo, já que mudanças drásticas em um curto espaço de tempo são inexequíveis. 

domingo, 13 de outubro de 2013

Risco do Z4 afastado e Clemer efetivado

Em jogo válido pela 28ª Rodada do Brasileirão, o Internacional fez o dever de casa e venceu o Náutico por 4x1, no Estádio Centenário, em Caxias. A vitória deixou o time em 7º com 40 pontos, 8 distantes da Zona de Rebaixamento, que era a minha preocupação para o clube nesta temporada.

O confronto contra o pernambucano Timbu teve dois tempos distintos. No primeiro tempo, o Internacional teve dificuldades contra o Náutico em função da sua postura burocrática, descompactada e que cedia espaços ao adversário atacar e levar perigo. O time só foi para o intervalo em vantagem devido a D’Alessandro, autor de um golaço em chute da cabeceira da área, quase sem ângulo, e também de uma assistência para um gol não menos feio de Otávio, colocando no canto de Ricardo Berna. 

Clemer mostrou leitura de jogo ao substituir Scocco por Fabrício no intervalo, em uma alteração que desagradou grande parte da torcida, mas que foi necessária para a manutenção da vitória e construção do escore. Como resultado somado com a expulsão de Maranhão, o Colorado controlou o jogo e ainda ampliou com Williams e Kleber.

A vitória contra o Náutico era essencial para afastar as reais possibilidades de rebaixamento para o Inter, já que um tropeço em casa contra o lanterna seria catastrófico para a estima no clube, além de gerar crise e trazer pressão ao clube que o levaria ao fundo do poço, tendo em vista a tabela nada favorável. Agora faltam apenas cerca de cinco pontos em 10 jogos para o clube afastar-se definitivamente do risco, o que será facilmente alcançado. 

A direção tentou contratar um treinador já pensando na próxima temporada, porém com a negativa dos nomes preferidos (Abel Braga, Mano Menezes e Tite) e com a alta rejeição a Celso Roth, a solução mais sensata foi manter Clemer no comando técnico até o final da temporada. Ex-goleiro multicampeão pelo clube, Clemer dedicou-se nos últimos anos para ser treinador, passando pelas categorias de base do clube e empilhando títulos. Terá uma grande chance de amadurecer a sua carreira, além de levar ao grupo profissional alguns jovens que têm potencial para o grupo do próximo ano.

Neste confronto contra o Náutico, gostei da entrada do jovem volante João Afonso. O setor é um dos tantos que precisam ser reformulados para 2014 e o aparecimento de opções é um grande avanço. Do grupo atual, talvez só Williams seja suficiente para continuar para a próxima temporada. No mais, a defesa, mais uma vez, mostrou-se insuficiente e pede uma reformulação completa para a próxima temporada.

Não vejo grandes ambições ao clube no campeonato. Talvez a maior delas seja a de vencer o clássico do próximo domingo. Antes, o clube ainda enfrenta o Santos na Vila Belmiro. 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Internacional faz uma limpa na comissão técnica

A iminente queda de Dunga após a derrota contra o Vasco em Macaé tornou-se oficializada pelo Inter pouco após o meio-dia desta sexta-feira. O clube resolveu fazer uma limpa em toda a comissão técnica, anunciando via nota em seu site oficial a saída do treinador, em conjunto com o preparador físico Paulo Paixão, o auxiliar técnico Andrey Lopes, o preparador de goleiros Rogério Maia e o auxiliar da preparação física Mauro Cruz.

Ainda não há definição do substituto, cujo nome mais forte é o de Abel Braga. Enquanto não houver definição, o ex-goleiro e agora treinador Clemer assumirá o comando interino do time. Outros nomes também foram especulados: Tite, Mano Menezes e Celso Roth.

A situação atual do Inter no campeonato exigia mudanças, pois o clube estava em queda livre na tabela e o aproveitamento recente dos últimos 15 jogos sugeria uma luta contra o rebaixamento. Não se via mais condição anímica e tática para que Dunga se mantivesse no posto e conseguisse reverter essa tendência. Como o preparador físico Paulo Paixão mostrou-se fiel escudeiro do treinador, acabou saindo em conjunto com Dunga.

Considero preocupante a saída do preparador físico e seu auxiliar, pois não passava pela parte física o problema do time, e a mudança de profissional nesta altura da temporada poderá acarretar mais problemas para o time.  

Resta saber se a mudança será apenas na comissão técnica ou se respingará no departamento de futebol, responsável pela composição de um elenco envelhecido e que onera demasiadamente a folha de pagamento do clube, especulada em R$ 9 milhões/mês para o futebol profissional, cujos resultados são pífios. Como o vice-presidente de futebol do clube Marcelo Medeiros e o diretor executivo Newton Drummont já deram entrevistas a respeito da mudança da comissão técnica, imagino que seguirão prestigiados no clube.

Crédito: AI Inter
Dunga foi o quinto treinador em três anos da gestão de Luigi. Vão-se os treinadores e ficam-se jogadores acomodados, veteranos e que oneram a folha de pagamento do clube. A direção não se atentou a este detalhe e, para complicar, contratou mais jogadores veteranos como Juan, Gabriel, Jorge Henrique e Alex. A situação financeira do Inter já inspira cuidados, pois o clube já solicitou adiantamentos de suas cotas de TV e empréstimos para manter as suas despesas de caráter continuado em dia. 

A gestão de Luigi encontra a sua maior crise, pois o problema é maior que uma simples troca de treinador. Resta saber se o presidente terá competência para afastá-la. 

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Queda livre e mudanças a vista

Nesta quinta-feira, o Internacional somou a sua quarta derrota consecutiva no Brasileirão, que firma a tendência de queda livre do time na tabela. O insucesso dessa vez foi contra o Vasco em Macaé por 3x1, que deixou o time em uma situação delicada, tendo em vista que há uma redução da diferença para a parte de baixo da tabela.

Em campo, o Inter mostrou a desorganização tática que o acompanha ao longo do campeonato, além da disputa entre as falhas do sistema defensivo com esforço do sistema ofensivo em tentar equilibrar a situação. Porém as falhas defensivas falaram mais alto, e o time terminou derrotado no Rio de Janeiro. 

Para piorar a atuação, Dunga desmanchou o sistema ofensivo no intervalo ao tirar Otávio para colocar Forlán, abdicando da velocidade do garoto para deixar o setor burocrático com a entrada do uruguaio. O pior ainda estaria por vir, pois Dunga queimou as duas últimas substituições em uma verdadeira lambança que deverá sacramentar a sua saída, ao tirar Ygor para colocar Damião, e logo depois, tirar Caio para colocar Airton, recompondo o sistema de volantes. Mais uma vez a antiga dupla titular mostrou displicência e piorou o time no segundo tempo.

No mais, não há muito que falar sobre o jogo, pois os problemas são os mesmos das jornadas anteriores, só mudando o adversário beneficiado. 

O que deve ser debatido é a entrevista pós-jogo do presidente Giovanni Luigi que não garantiu a continuidade do treinador, afirmando que nesta sexta-feira haverá uma reunião em Porto Alegre que definirá os rumos do clube. Já deveria ser admitida a preocupação em relação a parte debaixo da tabela, pois o clube soma apenas 4 pontos em 18 no returno e se mantiver este retrospecto, será alcançado pelos clubes que hoje estão lutando diretamente contra o rebaixamento.

A situação de Dunga é insustentável, porém espero que a mudança se estenda à direção de futebol responsável por montar um time envelhecido e com um custo x benefício extremamente baixo para os cerca de R$ 9 milhões mensais investidos na folha de pagamento do futebol. Para piroar, o clube se desfez de jogadores importantes no meio da temporada como Moledo e Fred, não repondo o sistema defensivo, além de investir em jogadores veteranos que oneram demasiadamente as finanças do clube.


A sexta-feira promete ser de mudanças no Beira-Rio.