segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Título e G4 definido; Rebaixamento concorrido

Quem é assíduo leitor do meu blog pôde notar que desde o ano passado, pouco venho escrevendo sobre campeonatos (na realidade tenho postado pouco também). É uma escolha pessoal, já que estava se tornando inviável conciliar as minhas ambições profissionais com o lazer, já que neste espaço procuro escrever sem comprometimento financeiro e profissional (não sou jornalista e não trabalho com mídia). Procuro escrever como uma paixão, mas nem sempre tenho disposição para fazer posts mais longos que os 140 caracteres do twitter (quem se interessar por uma maior gama de opiniões pode dar follow no twitter ou like na pagina do Facebook), pois lá acabo postando com maior frequência.

Depois de uma explicação em forma de comunicado (rs), começo a escrever sobre o objetivo do titulo do post, que é para comentar o Campeonato Brasileiro. Confesso que no início da temporada cheguei a me animar com esta edição, que prometia qualidade em virtude dos clubes manterem seus melhores jogadores, além de agregar alguns bons reforços. 

Porém, passadas poucas rodadas, veio a realidade, que mostrou um campeonato pior do que nos últimos anos. O Brasileirão 2013 se credencia a ser considerado a pior edição da era dos pontos corridos no que diz respeito à qualidade. Clubes com elencos irregulares, jogos fracos, pouco público, erros constantes de arbitragem, amadorismo dos dirigentes, falta de reciclagem dos treinadores e calendário desumano são os principais problemas que contribuíram para levar o futebol praticado no Brasil para a UTI.

Até a última rodada, não seria uma mentira afirmar que 15 times lutavam contra o rebaixamento em virtude da curta distância entre o 6º e o 17º, que acabou aumentando nesta rodada. Temos quatro times que dispararam no campeonato, enquanto que o Atlético-MG tenta recuperar os pontos perdidos do início do certame, onde privilegiou a vitoriosa campanha da Libertadores. Botafogo, Grêmio e Atlético-PR são gratas surpresas em relação ao que vinham jogando no início da temporada, enquanto que o Cruzeiro é o melhor time da competição, e fatalmente será premiado com o titulo daqui a algumas rodadas.

Tirando o Cruzeiro, os demais clubes apenas apresentaram lapsos de técnica e tática. Os treinadores de Botafogo, Grêmio e Atlético-PR conseguiram formar um time e estrutura-lo de maneira satisfatória, e como prêmio receberão vagas para a Libertadores do próximo ano. Estes quatro times foram os únicos que estão apresentando ao longo da competição uma regularidade digna de comentários, além de proporcionarem alguns bons jogos.

O Campeonato está sendo prejudicado pelo calendário, mais apertado em virtude da Copa das Confederações. Ao longo do ano, foram poucas as “semanas cheias” para trabalhos, com jogos somente em finais de semana. Como os principais jogadores de vários clubes são veteranos, estes sentiram a sobrecarga e acabaram caindo de rendimento, levando consigo os seus clubes. Foi uma tática utilizada pelos dirigentes para tentar valorizar os clubes e o campeonato, porém não funcionou devido às características do futebol brasileiro, que exige resistência. 

Por anos, a televisão acostumou o brasileiro a assistir e torcer pelo seu time, não importando a competição e as circunstâncias. Hoje o futebol no país paga um preço caro, tendo em vista que os campeonatos em si pouco importam, o que leva a uma desarmonia na exposição na TV,  que afeta diretamente a captação de recursos pelos clubes e uma grande dependência para quem transmite. 

Não são poucos os comentários nas redes sociais de torcedores revoltados em função da alta exposição do Corinthians, com transmissões em praticamente todas as rodadas na TV Aberta. Porém tento entender a situação formulando uma pergunta: Você gostaria de ver o seu time na TV Aberta ao longo de todas as rodadas? (imagino que a resposta seja obvia e certamente repercute na escolha dos jogos para transmissão) 

Esta mesma televisão acabou se tornando a principal fonte de receita dos clubes, e em meio à desunião destes, acabou impondo os seus interesses, já que visa o lucro e necessita de audiência. Os dirigentes dos clubes pensam somente no seu benefício próprio e acabam cedendo em troca de vantagens, o que acaba empobrecendo o Futebol Brasileiro como um todo, já que vale a lei da natureza, onde quem pode mais, pode menos e quem pode menos, não pode mais. Talvez a queda de audiência faça a própria televisão exigir melhorias, pois está investindo alto em um produto que não está dando o retorno esperado. 

Enquanto os dirigentes não entenderem que o futebol brasileiro como um todo é um grande e lucrativo produto, este tende a não evoluir significativamente, o que deixara-lo cada vez mais distante do praticado no resto do mundo.  Para isso é necessário uma conscientização do torcedor, que não poderá exigir mais do clube do que ele é capaz de financiar, além destes serem geridos por profissionais capazes e que tenham responsabilidade sobre seus atos praticados, isto é, nenhum clube poderia gastar mais do que ganha, sob pena de responsabilização civil/criminal do gestor. 

Atualmente, somente alguns jogadores perceberam que o futebol brasileiro está indo ao fundo do poço e que providencias precisam ser tomadas. Foi aí que surgiu o Bom Senso F.C., cujo objetivo principal é lutar por um calendário mais racional, além de outras ações que visariam uma melhoria no nosso futebol. Talvez dê resultado, porém bem menor do que o desejado. 

Pelo que pôde ser notado nas palavras, estou bastante desanimado com o futebol brasileiro. É necessário um choque visando uma evolução em um médio prazo, já que mudanças drásticas em um curto espaço de tempo são inexequíveis. 

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