terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Nível do futebol brasileiro preocupa para 2014

Se nada de relevante ocorrer nos próximos dias, esse deve ser o último post de 2013. O tema em questão é a projeção do futebol brasileiro para 2014, já que os clubes prometem uma nova realidade de salários mais baixos e as contratações tenderão ser modestas. 

Com altos e milionários salários, os campeonatos em 2013 mostraram um baixíssimo nível técnico, que comprovam o atraso do futebol brasileiro em relação a outros mercados, e até servindo de explicação para o fracasso do Atlético-MG no mundial de clubes contra o Raja Casablanca. Chegou-se a conclusão que nem com aporte financeiro o futebol brasileiro evoluiu.

Já é de domínio público que os melhores jogadores atuam na Europa, porém nestes últimos anos o fator Copa de 2014 trouxe significativos investimentos da televisão e investidores em busca de fortalecer o futebol no país, com transferências em nível europeu como a de Alexandre Pato, além de postergar a saída de Neymar para o exterior, algo que fatalmente ocorreu no meio desta temporada.

Os clubes não souberam gerir o recurso a mais que receberam, e acabaram gastando fortunas em jogadores medianos e que acabaram valorizando-se expressivamente e inflacionando o mercado, algo que foi irresponsavelmente aceito pelos dirigentes. O fato é que a conta não fechou e a maioria dos clubes terminou 2013 altamente endividados, o que exigiu uma política imediata de retração para a próxima temporada.

Para 2014 a média de salários deverá cair, bem como os valores das transferências. A primeira reação já está acontecendo nestes últimos dias de 2013, com os clubes negociando contratações modestas, enquanto que aqueles jogadores com mercado no exterior estão sendo negociados para cobrir os rombos.  A única exceção é o Santos, que está amparado pelo obscuro fundo de investimentos chamado Doyen Sports.

Para a sorte do telespectador e o azar dos clubes, a janela de Janeiro é modesta no futebol europeu, já que são efetuadas apenas contratações pontuais, pois os campeonatos do velho continente estão na sua metade. A tendência mesmo é a de transferências internas com jogadores que não vingaram em seus clubes indo para outros por valores menores, ou aqueles com baixo custo x benefício e cujos clubes não desejaram suas permanências.

Nesta tarde, assisti na ESPN Brasil o confronto entre Alemanha 3 x 4 Itália pelas semifinais da Copa de 1970. Foi um grande confronto, com 5 gols nos 30 minutos da prorrogação, onde os jogadores estavam extenuados e havia muitos espaços. No entanto, o que me chamou a atenção foi a lentidão da partida desde o início, algo que já pude constatar em jogos de outras copas (58, 62, 66 e 70) que havia assistido previamente. Era outro futebol e torna impossível uma comparação entre jogadores daquela época com os da atualidade. Só em simulações de computadores, seria possível estimar como seriam confrontos de seleções atuais com as de tempos passados. 

Porém o que me chamou a atenção nestes jogos era a lentidão da partida, comparado aos tempos atuais, apesar de ser algo que ainda vemos no futebol brasileiro. Há mudanças táticas e diferenças, como maior vigor físico e menor qualidade técnica, mas a intensidade é basicamente a mesma. Se olharmos atualmente um jogo de Champions League ou confrontos entre grandes seleções, podemos notar a diferença de intensidade, que dá a impressão de estar se jogando uma versão 2.0 do futebol.

Para piorar, além da abissal diferença em campo, há uma profunda desorganização do futebol tupiniquim, com o Campeonato acabando no tribunal, além de brigas entre torcidas que acabam sendo noticiadas no mundo todo. O campeonato nunca conseguiu chamar a atenção de expectadores estrangeiros, e talvez esta tenha sido a última grande oportunidade para mudar este cenário.  Eu sinceramente acreditei que a Copa iria deixar um bom legado no nosso futebol, porém o tempo tratou de minimizar qualquer possibilidade de melhoria, pois não há conscientização dos comandantes que um campeonato forte se faz com clubes e uma marca forte. 

Para que o Brasileirão 2014 não seja tão inferior ao dos últimos anos, os clubes na figura de seus dirigentes terão que se reinventar e assumir as dificuldades que o esporte está passando no país. A Seleção Brasileira é favorita ao Mundial, porém é basicamente um time europeu, enquanto que o futebol no Brasil continua precário essa dificuldade precisa ser assumida para haver uma assimilação que vise melhorá-lo. 

O Campeonato Brasileiro está perdendo até o rótulo de mais disputado, que fora forçadamente utilizado para a publicidade em detrimento do melhor campeonato do mundo, algo que há muito tempo fugia da realidade. Porém é só olhar a tabela de classificação da Premier League, e se vê Liverpool e Arsenal com 36 pontos, Manchester City com 35 e Chelsea e Everton com 34. Qual foi a última vez que o Brasileirão mostrou tanto equilíbrio, sem ser nivelado por baixo?

O futebol brasileiro ainda tem uma reserva de mercado (nacional) em virtude das emissoras de TVs abertas pouco explorarem o futebol europeu, salvo a Champions League.  Ainda há a possibilidade de fomentar o fanatismo que muitas vezes cega os torcedores, e talvez essa seja a salvação do futebol brasileiro, pois se houvesse um livre mercado de transmissões do futebol europeu, sobretudo a Premier League, Bundesliga e os grandes clubes da Itália, França e Espanha, o futebol brasileiro seria engolido e teria um investimento de futebol semiamador. 

Até o final do ano, veremos o rebaixamento da Portuguesa na esfera esportiva na sessão do dia 27, além da confirmação de alguns reforços modestos. Porém quanto a estrutura, planejamento e mudanças de rumo, provavelmente nada ouviremos.   

domingo, 22 de dezembro de 2013

Inter assusta seu torcedor para 2014

O Natal está se aproximando e o torcedor Colorado ainda não tem nenhum motivo para comemorar. Quinze dias se passaram do emblemático confronto contra a Ponte Preta pela 38ª Rodada do Campeonato, onde o clube tinha chances de ser rebaixado e, até o momento, muito pouco foi feito para planejar um 2014 melhor.

Neste período, o clube conseguiu negociar para um rival brasileiro o centroavante Leandro Damião, que apesar de não estar em boa fase, era o melhor atacante do time, enquanto que nenhum reforço ainda foi formado, apenas a provável contratação do zagueiro Hernando, que estava no Goiás. Fora das quatro linhas, a política do clube está fragmentada, o que fez a direção continuar praticamente a mesma, com exceção da saída de César Souto de Moura do departamento de futebol, enquanto que Abel Braga foi contratado como treinador, contratação mais do que esperada e que só não ocorreu ao longo do Campeonato Brasileiro por opção (e prevenção) do próprio treinador.

No elenco de jogadores, o clube preferiu renovar com o veterano zagueiro Índio, que já há algum tempo não consegue ter uma sequencia de jogos em virtude de uma série de lesões devido a sua idade, enquanto que Gabriel e Kléber não tiveram o contrato renovado. No mais, somente especulações. Nomes como o centroavante Wellington Paulista, o goleiro Dida, o lateral direito Sueliton e os volantes Ibson e Araguíz.

Na prática, a diretoria acredita que o fator Beira-Rio e o retorno de Abel Braga serão suficientes para que o clube dê a volta por cima e comece a lutar por títulos, já que o grupo de jogadores é, atualmente, mais fraco em relação a aquele que estava em queda livre no Campeonato Brasileiro de 2013. No entanto, sabe-se que o estádio não poderá ser usado pelo clube por um bom tempo, devido a FIFA requisitá-lo com antecedência para o Mundial, enquanto que a contratação do treinador não passa de um saudosismo em virtude dos títulos da Libertadores e Mundial de 2006, já que Abel retornou ao clube em 2007-08 sem conquistar nenhum titulo.

O mercado brasileiro acordou para os altos salários dos jogadores, cuja ausência de custo x benefício ultrapassou o aceitável e alguns clubes já enfrentam problemas para quitar salários. No entanto, em virtude da política de contratos longos e sem ter tido um planejamento adequado, o clube seguirá amarrado a vários jogadores com salários altíssimos, e que oneram a folha de pagamento. A tendência é que o grupo do Inter não se renove para a próxima temporada, ficando com aqueles jogadores inegociáveis, isto é, aqueles que o mercado não deseja em virtude da baixa relação custo x benefício.

Serve de alento para o clube o titulo do time Sub-20 no Brasileiro da categoria, que revelou alguns valores como PV, Andrigo, Alex Santana e Leandro.  Porém, pelas primeiras declarações da diretoria, nenhum será aproveitado de imediato no time principal.

O fim de ano está chegando e com ele o início da temporada 2014, e até agora, o Inter assusta o seu torcedor, pois poderá começar o próximo ano mais enfraquecido que em 2013. A contar pelas especulações, nenhum nome empolga. O clube seguirá a política ineficiente de contratar apostas com pouco ou nenhum destaque em clubes grandes, além de revestir-se ex-personalidades campeãs.  

Ainda há tempo para uma grande revolução, mas sinceramente não acredito, em virtude da forma de gestão da atual direção. Sem capacidade de se reinventar e de pelo menos reconhecer os erros de gestão nos últimos anos, hoje é fácil afirmar que: O Internacional entra como um dos postulantes ao Rebaixamento para a Série B em 2014.

Atualização (24/12/2013 - 12:30)
A imprensa chilena e o próprio Universidad de Chile apontam o volante Aránguiz como reforço do Inter, embora a direção continue negando. Uma vez confirmada, a contratação já daria uma nova cara ao meio-campo do Inter.

Atualização (26/12/2013 - 13:00)
O Internacional anunciou em seu site oficial as contratações do atacante Wellington Paulista, atacante de 30 anos, e do goleiro Dida, 40 anos. Dida acrescentará em relação a Muriel, porém um contrato por 2 anos é temerário, já que este se findará quando o jogador estiver prestes a completar 43 anos. Já Wellington Paulista é uma mera aposta para o lugar de Damião. 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Hora de rever conceitos [parte 2]

A derrota do Galo na estreia do Mundial de Clubes no Marrocos contra o anfitrião Raja Casablanca é tão emblemática, que me forçou a escrever uma continuação do post anterior, pois continuei pensando a respeito e cheguei à conclusão que não escrevi tudo o que queria.

Em 2010, quando o Internacional perdeu para o Mazembe, imaginou-se que seria um retumbante fracasso isolado, na base da soberba e da má preparação, e que dificilmente seria repetido. No entanto, em 2013 o Galo repetiu a façanha do Inter e perdeu para outro time africano, o que reacende a polêmica de qual o valor atual do futebol brasileiro no cenário mundial, afinal já são duas eliminações nas semifinais nas últimas quatro competições, onde sempre se projeta uma final entre o representante europeu com o sul-americano.

A partir de 2011, em função do fator Copa do Mundo e de uma política de negociação individual de quotas de TV com a principal emissora do país, os grandes clubes da Série A jamais ganharam tanto recurso de forma abundante, que permitisse a manutenção dos grandes jogadores e melhorasse a estrutura dos clubes. Projetou-se um grande Campeonato Brasileiro pelo menos até a Copa, com revelações como Neymar permanecendo no país e outros “Neymares” surgindo para que o futebol brasileiro começasse a ganhar maior relevância no exterior. 

O ano de 2013 ficará marcado como aquele na qual os clubes tiveram os maiores orçamentos da história, porém nota-se que o nível técnico do futebol brasileiro não acompanhou o ganho exponencial de faturamento dos clubes, o que já acende o sinal vermelho em quem se dispôs a investir milhões nos clubes, pois tivemos 95% dos jogos da temporada com nível técnico sofrível, o que faz a audiência de quem transmite cair em virtude do desinteresse pela mesmice.

O fato de os clubes terem os maiores orçamentos da história ainda não é tudo, tendo em vista que grande parte dos clubes, em virtude de suas gestões amadoras, extrapolou a quantidade orçada e terminará a temporada em déficit, o que exigirá uma nova política orçamentária já para 2014, com razoáveis cortes de gasto.  Os clubes chegaram a conclusão que os jogadores estavam recebendo muito para a pouca qualidade mostrada em campo, porém esta nova política de cortes de gastos farão com que jogadores com razoável qualidade técnica acabem saindo do país para outros centros, como o futebol mexicano, dos Emirados Árabes, do asiático e do leste europeu. 

O futebol brasileiro têm, atualmente, vícios desde a formação dos jogadores até a escalação dos times titulares. Nas categorias de base, há uma preferência por jogadores com maior vigor físico e que, em tese, seriam prediletos pelo futebol europeu.  No entanto, o futebol brasileiro nunca foi abastecido por brutamontes, cuja maioria tem limitações técnicas, e que somado com a falta de cultura tática do nosso futebol, deixa a maioria dos jogadores sem serventia para o futebol europeu, por não ter a técnica e tática esperada, além de deixar o futebol brasileiro feio. 

Outro “fator problema” das categorias de base é a necessidade de conquistar competições, o que faz com que esquemas mais defensivos e que não desenvolvem todo o potencial dos jogadores sejam utilizados, o que faz com que hoje haja muitas posições com problemas de reposição, como as laterais, o famoso camisa 10 e o segundo atacante. Já no profissional, há todo um descritério dos clubes em subir jogadores, além da política de contratações que muitas vezes não contemplam o melhor jogador em qualidade técnica, cuja responsabilidade está na relação dos dirigentes com os empresários de jogadores. 

No quesito tático, o futebol brasileiro não evolui muito em função do endeusamento dos treinadores brasileiros, que se sentem a vontade para sair de um clube e assumir imediatamente outro, sem passar por um processo de readaptação. Há a necessidade de conscientização dos treinadores em passar por um intercâmbio na Europa, em busca de atualização profissional. O futebol brasileiro parece ter parado nos conceitos dos anos 80 e 90, e somente resumir-se a tratar esquemas como números (4-4-2, 4-2-3-1, 4-1-4-1) não resulta em mudanças significativas.  Os clubes continuam sem grandes soluções para a transição defensiva  ofensiva, além da falta de compactação, que deixa um futebol mais espaçado permite uma quantidade maior de erros, além de deixar os jogos lentos. 

Para piorar ainda mais a lambança do futebol nacional, há um descritério em relação ao calendário, formado por muitos jogos desinteressantes para agradar Federações e a grade de programação das TVs. As autoridades do país privam pela quantidade e não pela qualidade. Há ainda toda uma desorganização fora das quatro linhas, com clubes financiando torcidas organizadas e que estão maculando o futebol pela violência através da guerra de interesses e que não é coibida pela segurança pública, além de sucessivamente campeonatos acabarem nos tribunais. 

O título do Corinthians em 2012 era um alento ao futebol brasileiro, porém um ano depois, pode-se afirmar que por tudo que aconteceu neste final de temporada, pode-se afirmar que o futebol disputado no Brasil chegou ao fundo do poço, clamando por providências urgentes para não perder o que ainda detêm, como a supremacia técnica e econômica na América Latina. Com um produto cada vez pior, a audiência e a procura de anunciantes será menor e como consequência teremos um futebol cada vez mais fraco no país. 

Para que esta tendência não se torne uma realidade, é imprescindível que todos envolvidos no futebol nacional abram mão de seus interesses particulares e pensem num melhor futebol brasileiro, que em um curto ou longo prazo será bom para todos, inclusive para aqueles que ganham dinheiro com ele.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Futebol brasileiro precisa urgente de uma revisão de conceitos

Assisti nesta quarta-feira à semifinal do Mundial de Clubes FIFA, onde o Atlético-MG saiu derrotado contra o anfitrião Raja Casablanca, que em virtude de ser o campeão nacional do país sede da competição, acabou ganhando a vaga para disputa-la. 

O time marroquino foi melhor na partida e mereceu a vitória, pois dominou as ações durante 75% do jogo. Perdeu gols no primeiro tempo e abriu o placar logo na segunda etapa, somente sendo ameaçando após o gol de empate na metade da segunda etapa, em uma cobrança de falta sensacional de Ronaldinho Gaúcho. No final da partida, quando o jogo estava aberto, o time mineiro acabou cometendo um pênalti com Réver, permitindo o segundo do Raja Casablanca. O terceiro surgiu já nos acréscimos, quando as favas já estavam contadas.

Desde o início da partida, o Galo mostrou-se apático e apresentou muitos problemas no seu sistema defensivo, que começava com um meio-campo desligado e que nem se aproximava daquele que levou a equipe mineira ao título da Libertadores. Cuca optou por Josué ao lado de Pierre como volante, preterindo Leandro Donizete, que só foi lembrado na segunda etapa.  A defesa nem lembrava o grande sistema de referência, com dois bons laterais e zagueiros. Os maiores lances de perigo do adversário saiam nas costas de Marcos Rocha e Lucas. Ambos acabaram sendo substituídos ao longo do jogo, com o lateral direito chegando a xingar o treinador em um momento extremo de indisciplina.

Ronaldinho Gaúcho, apesar do golaço marcado, mostrou a apatia reconhecida de outros momentos de decisão, onde o craque acabou sucumbindo. R10 foi o jogador que mais errou passes na partida, contribuindo para os contra-ataques gerados pelo adversário. A transição defensiva foi ineficiente, com muitos erros na saída de bola, que motivaram o crescimento do time da casa, que sabia das suas limitações e postou-se defensivamente, com a pretensão de explorar os contra-ataques. 

A impressão que fiquei é que o Galo estava sem ritmo de jogo, contra um adversário que já havia atuado duas vezes na competição. Sinceramente não conheço o calendário marroquino, mas o Raja Casablanca estava mais bem preparado que o time brasileiro. Em todos os mundiais pós 2005, o representante brasileiro sempre teve dificuldades na estreia e isso pode ser motivado por uma preparação deficiente, que não inclui um planejamento com amistosos e jogos-treino em solo europeu ou asiático, além de todo um descompromisso do time após a conquista do titulo continental. 

O calendário brasileiro dificulta um melhor planejamento, porém seria possível que uma equipe classificada ao mundial pudesse planejar um segundo semestre diferenciado, com um período de recondicionamento físico e programar amistosos na Europa/Ásia antes do torneio.  Para isso, escalaria um time Sub-23 por algumas rodadas no Brasileirão, e depois, já com a equipe principal, buscaria a maior pontuação possível para viajar antes para a Europa/Ásia em busca de amistosos. Na Europa, seriam possíveis confrontos contra equipes precipitadamente eliminadas das Copas nacionais.  

O Bom Senso FC ganhou mais um argumento em busca de seus ideais de uma melhor organização do futebol brasileiro. Com exceção da Seleção Brasileira, formada basicamente por jogadores que atuam na Europa, o futebol brasileiro vem definhando em termos globais. Ainda consegue supremacia na América Latina em virtude da situação econômica favorável que se encontra o Brasil, onde é possível contratar revelações latinas, enquanto que outras rumam diretamente a Europa. 

Com a derrota do Galo, que se iguala ao Internacional como únicas equipes da América Latina / Europa que não chegaram a tão esperada final entre os representantes de ambos os continentes na competição. Pior ainda para o futebol brasileiro é o fato do Brasileirão ser discutido na justiça, além de brigas entre as torcidas organizadas que geram noticias de proporções internacionais, já que o país sediará a Copa em pouco mais de seis meses. 

Ainda há o aspecto financeiro dos clubes, cuja maioria está com dividas e alguns clubes tiveram dificuldades para honrar seus salários, o que provocará uma queda de orçamentos e de uma piora técnica no curto prazo, tendo em vista que revelações não surgem da noite para o dia, e jogadores medianos preferirão atuar em outros locais. 

Enfim, tudo que está ruim poderá piorar....

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Brasileirão 2013 deverá ser mais um com o famoso asterisco

A Portuguesa já está rebaixada. 

Começo o texto com esta frase em virtude de tudo que li a respeito do caso envolvendo a Lusa e a suposta irregularidade na última rodada do Campeonato Brasileiro contra o Grêmio, quando o jogador Héverton, que estaria suspenso, atuou por dez minutos, o que de acordo com o regulamento acarreta a perda dos pontos da partida (1 = empate) mais três pontos de penalização, o que deixaria a Lusa atrás do Fluminense e, portanto, rebaixada para a Série B.

O julgamento será apenas na segunda-feira, porém, até agora, membros do STJD e da própria CBF já condenaram a equipe paulista por meio de discursos à imprensa, o que deixa o evento de segunda-feira meramente declaratório. Por mais que a Lusa reúna provas para a sua inocência, elas serão insuficientes para salvá-la. 

O ano de 2013 será mais um onde haverá o famoso asterisco na classificação final do campeonato. Este ano não será propriamente uma virada de mesa, porém só o fato de o resultado de campo ter um peso menor que os dúbios e incertos artigos do CBJD, fará o futebol nacional perder a mínima credibilidade conquistada nestes últimos anos, já que a escolha será meramente política. 

O próprio procurador-geral do órgão, Paulo Schmitt, ao formar a sua opinião condenando a Portuguesa, já teve uma visão contrária em 2010, a favor do próprio Fluminense. Se naquele ano, ao referir-se ao caso do jogador Tartá, manter o resultado obtido em campo era manter a moralidade do campeonato, hoje manter o resultado significaria a “falência” do tribunal.

Em uma era de Tecnologia da Informação forte, chega a ser espantoso o fato do regulamento não exigir uma comunicação oficial do resultado de seus julgamentos, o que dá a anuência da pena de efeito imediato ao representante do clube no julgamento, que pelo fato de ser um ser humano, pode errar e prejudicar de forma fatal o seu clube num campeonato. Isso está sendo discutido a respeito do advogado Oswaldo Sestário e da suposta falha de comunicação com a Portuguesa quanto ao resultado do julgamento. Teria o advogado se equivocado? Qual interesse teria a Portuguesa em escalar um jogador irregular já que este era um mero reserva e o clube estava salvo do rebaixamento?

Diante de fatos incoerências, não descarto que o campeonato pare na justiça comum, o que provavelmente forçará uma nova “Copa João Havelange”, tendo em vista que Portuguesa, Fluminense, Vasco e até o Icasa, quinto colocado da Série B, postularão a sua vaga na primeira divisão. 

É por esta eterna desorganização com regulamentos subjetivos, que o futebol brasileiro vai perdendo adeptos e batendo recordes de audiência negativa, afinal qual expectador em sã consciência abriria mão do seu tempo para assistir jogos, que no fim das contas não terão valor algum? 

Também a isso se explica o pequeno impacto que o futebol brasileiro leva ao exterior, já que é possível importar a matéria-prima do espetáculo, no caso os jogadores. Na Europa, pouco importa quem ganhou o Campeonato Brasileiro, porém a violência das torcidas organizadas que não é coibida e a interferência extracampo é notícia, já que o país seriará a Copa do Mundo em poucos meses.

O STJD poderá não ir à falência, porém o mesmo não se pode dizer do Futebol Brasileiro.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Inter precisará reavaliar seu 2013 para não repeti-lo em 2014

Neste domingo, o Internacional terminou a sua participação no Campeonato Brasileiro com um deprimente empate em 0x0 contra o time reserva da Ponte Preta, composto inclusive por alguns juniores. O resultado foi suficiente para que o clube escapasse da Série B, porém serviu para mostrar que por pouco o pior não aconteceu.

O Colorado terminou a temporada na 15ª colocação com 48 pontos, dois a mais que o rebaixado Fluminense. Para ter uma ideia, se o clube não tivesse empatado ao menos dois de seus 15 empates e terminasse com os mesmos 46 pontos de Fluminense (17º) e Criciúma (16º), o time seria rebaixado pelo número de vitórias. 

Eu já escrevi em posts anteriores que o clube somente escapou do rebaixamento em virtude de ter emendado 4 vitórias consecutivas no primeiro turno, pois retirando esta sequencia e efetuando uma média de aproveitamento entre os 34 jogos restantes, o Inter teve apenas um aproveitamento superior ao do Náutico e da Ponte Preta. 

Antes de projetar a próxima temporada, é necessário buscar as razões para o péssimo ano, já que o clube conquistou apenas o Gauchão e falhou nas demais competições, além de deixar um déficit financeiro considerável e incertezas quanto ao elenco para o próximo ano, tendo em vista que muitos jogadores que não deram resposta possuem contratos longos e dificilmente o clube conseguiria repassá-los sem ter um ônus significativo.

Encontrei pelo menos cinco razões que fizeram o clube fracassar tanto em 2013. 

Estádio 

A ausência do Beira-Rio fez diferença  negativa na temporada 2013, porém não pode ser apontada como a única causa para a péssima temporada. A direção colorada bateu o ano todo nesta tecla como forma de se eximir de um eventual fracasso, porém nem todos os clubes contaram com a sua casa ao longo da temporada, pois as arenas da Copa das Confederações não foram utilizadas regularmente antes do início da competição de seleções. 
Há ainda o caso do Atlético-PR, que sequer jogou no seu estádio em 2013, o que acaba rebatendo a tese de que a falta do Beira-Rio foi o motivo determinante para o fracasso na temporada. Além disso, houve uma falta de planejamento para a definição da casa alternativa do clube ao longo deste tempo, o que escreverei no item planejamento.
Direção 

Desde que entrou efetivamente na gestão do Internacional, Giovanni Luigi acumula uma série de fracassos, seja como dirigente responsável pelo futebol, seja como presidente do clube. Em 2007, Luigi passou a comandar o futebol do então Campeão da Libertadores e do Mundo, porém fracassou e teve que pedir ajuda a Fernando Carvalho para reduzir o vexatório ano com apenas uma Recopa conquistada e voltar a ganhar títulos em 2008. No final de 2010, assumiu como presidente, com o clube ostentando o titulo de bicampeão da Libertadores, porém o máximo que conseguiu foram conquistas de Campeonatos Gaúchos e uma classificação para a Libertadores de 2012, onde não fez uma boa campanha. No Campeonato Brasileiro, foi apenas o 10º em 2012 e 15º em 2013.
Para esta temporada, Luigi contou com o apoio de Marcelo Medeiros e Souto de Moura como responsáveis pelo futebol, mesmo que estes não tivessem experiência no departamento. O trio não foi capaz de renovar o elenco do Inter nesta temporada, além de perder jogadores para o futebol europeu (Moledo e Fred) e não repor adequadamente. Para complicar, até as contrações tidas como certeiras (por envolver jogadores de renome) foram um temendo fracasso em campo, como Scocco, Jorge Henrique e Alex.


Planejamento
Esse talvez seja o item com mais peso em um eventual fracasso ou sucesso de um clube. O Internacional sentiu a falta de um planejamento adequado, tanto em termos logísticos quanto em termos financeiros e futebolísticos. 

O clube não planejou o tempo que ficaria sem o seu estádio para achar a melhor casa possível. O tempo fora do Beira-Rio foi subestimado, pois a direção achava que o clube iria passar pouco mais de 6 meses fora do estádio. Primeiro falou-se na arena do Cruzeiro de Porto Alegre, que acabou não ficando pronta. Depois o estádio Centenário, onde o clube mandou boa parte de seus jogos na temporada, apenas abrindo espaço a um desastroso hiato no Estádio do Vale, em Novo Hamburgo.  Se tivesse planejado, o clube poderia ter melhorado o estádio Passo da Areia para jogar, o que reduziria problemas de logística.  
O Internacional superestimou a força do grupo, pois acreditava que o problema do final de temporada ruim estava apenas no comando técnico e na zona de conforto de Bolívar, o então capitão do time. O jogador saiu e foi para o Botafogo, aonde chegou a se destacar, enquanto que para o comando técnico vieram Dunga e Paulo Paixão, que fizeram uma temporada mediana enquanto estiveram no clube.  O clube não planejou as eventuais perdas do meio da temporada em virtude da necessidade de obter recursos, superestimando alguns jogadores que já estavam no grupo, além de contratar medalhões caros e velhos, que não renderam o esperado. No fim das contas, o grupo envelheceu 1 ano, e alguns jogadores que já davam sinais de esgotamento continuaram.  
No aspecto financeiro, o clube gastou muito mais do que ganhou ao longo desta temporada. Não houve um cuidado com a logística de jogar sempre fora de Porto Alegre (com exceção do confronto contra o Grêmio na Arena), e o clube acabou subestimando os gastos e a queda de receita pelo fato de não jogar em casa. O clube também não se livrou de medalhões “cavalos-cansados” que oneravam a folha de pagamento, além de precisar gastar milhões em contratações para tentar agradar a torcida, como o caso de Alex e Scocco. No final das contas, mesmo com as vendas de Moledo e Fred, o clube deverá terminar a temporada com um gigantesco déficit, especulado entre 30 e 40 milhões.  


Descomprometimento 
Esta palavra serve tanto para Direção quanto para os Jogadores, e tem relação com a falta de planejamento. 
Em relação à direção, cai o fato de não haver preocupações com o rumo pela qual o clube estava tomando ao longo da temporada. Era visível a queda de produção do time do Inter, porém a direção preferia atentar a outros problemas, como a falta do Beira-Rio e o titulo do Campeonato Gaúcho, para explicar o que estava se tornando um vexame. Um dirigente chegou até dar-se por satisfeito em figurar na primeira metade da tabela (1º ao 10º) no Campeonato Brasileiro, mesmo com todo o investimento do clube no grupo de jogadores. A direção somente assumiu publicamente que o objetivo era evitar o rebaixamento faltando três rodadas para o final, na véspera do decisivo jogo contra o Coritiba, onde uma derrota poderia ter complicado o Inter na sua permanência para a Série A.  
A falta de comprometimento diretivo em relação a campanha do clube deve ter chegado ao grupo de jogadores, já que eventuais fracassos eram sempre rebatidos com a conquista do campeonato estadual e a falta do Beira-Rio para os jogos. Sem a cobrança necessária, alguns jogadores nitidamente se relaxaram, caindo drasticamente de produção, enquanto outros, com vontade, mas sem estar na primazia técnica até tentavam, o que acabou gerando alguns rumores de discussões internas entre os grupos. Apenas D’Alessandro teve um ano regular, saindo como o grande destaque do time no ano. 


Política
 O Internacional vive uma um período de divisão política, fruto de interesses difusos de vários grupos que até então haviam fechado com Fernando Carvalho em busca de uma trégua política para que com união o clube voltasse a conquistar títulos importantes. Depois das conquistas dos títulos e das gestões sucessoras, foram surgindo outros grupos descontentes com o rumo que o clube passou a tomar com as gestões sucessoras, além da dissociação do grande conglomerado que formava a situação. Como Carvalho não tem planos para retornar, o clube sofre com a falta de novas lideranças políticas dispostas a assumi-lo e fazer mais do que a atual direção está fazendo.

Com vários problemas, dentro e fora de campo, o Internacional caminha para tentar planejar um 2014 melhor, já que não tenho tanta certeza assim se haverá este planejamento ou se este será efetuado de forma adequada. 

O time precisará de renovação em todos os setores, principalmente do meio para trás. O grande desafio será livrar-se de jogadores que não corresponderam ou que não correspondem mais, devido à idade ou por estar em uma zona de conforto. Porém a maioria possui contratos de longa duração, o que inviabiliza uma deserção em massa. No entanto, a contratação de reforços é essencial para que o time não entre 2014 como figurante ao rebaixamento para a Série B.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Brasileirão termina em tragédia de repercussão internacional

Neste domingo foi realizada a rodada final do Brasileirão 2013, que acabo definindo o seu G4 com Atlético-PR e Botafogo acompanhando Grêmio e o campeão Cruzeiro, além de Vasco e Fluminense acompanhar Ponte Preta e Náutico na segunda divisão em 2014.

Dentro de campo, o destaque ficou por conta da má campanha de Cariocas e Paulistas no campeonato.  O Santos foi o melhor paulista com o 7º lugar e uma animadora arrancada na reta final, que poderá dar esperanças para a próxima temporada, sem o treinador Claudinei Oliveira. 

Já o Botafogo foi o melhor carioca, recuperando o seu lugar no G4 com a vitória contra o Criciúma, mas sem vaga garantida a Libertadores, já que o clube terá que torcer contra a Ponte Preta na final da Copa Sul-Americana contra o Lanús. No entanto, Fluminense e Vasco caíram para a Série B, colocando dois grandes cariocas na divisão de acesso como um prêmio pelas más administrações. O caso mais emblemático é o do Fluminense, que foi Campeão Brasileiro na temporada passada.

Foi um campeonato de nível técnico ruim, onde apenas o Cruzeiro se sobressaiu. O time mineiro liderou de ponta a ponta, só sendo ameaçado no primeiro turno, enquanto o Botafogo teve fôlego. Garantiu o seu título na 34ª rodada (4 de antecedência) e mesmo sem vencer nos seus últimos quatro jogos, terminou 11 pontos na frente do Grêmio, segundo colocado.  Com exceção de grande parte dos jogos do Cruzeiro, o campeonato reservou apenas alguns bons jogos isolados.  

Porém o que marcará o futebol brasileiro será o extracampo, com as sucessivas confusões entre torcedores organizados, que geralmente se confundem com a apologia a bandidagem. É evidente que uma coisa não é sinônima de outra, já que tem torcedores de bem em meio às torcidas organizadas, porém e falta de fiscalização e a impunidade quanto à baderna e vandalismo está levando este tipo de torcida à extinção, já que hoje ninguém mais acredita que será possível a existência delas para fins pacíficos, que visam exclusivamente apoiar os seus respectivos clubes.

Confesso que senti vergonha de ser adepto do futebol brasileiro quando via torcedores(?) agredindo-se mutualmente, como se o estádio fosse uma praça de guerra. Naquele momento, perdi o tesão em assistir aos jogos, tanto que se tivesse que fazer um relato das partidas, este seria muito mal feito.  Sabia-se com pelo menos 2 dias de antecedência, que por determinação judicial a Policia Militar de Santa Catarina faria o policiamento apenas fora dos estádios, em virtude de haver um entendimento  que em locais privados deveriam ser cuidados com segurança privada. Havia segurança privada no estádio, porém em número insuficiente para evitar qualquer problema, além destes não possuírem todo o aparato e know-how da polícia ostensiva para agir em situações de emergência. Como cidadão, defendo que a PM faça um policiamento ostensivo nas ruas, porém alguma atitude precisa ser tomada dentro dos campos esportivos. 

A selvageria na Arena Joinville deixou o futebol brasileiro como manchete nos principais países do mundo esportivo (Itália, Portugal, Inglaterra, Argentina, França, Espanha), já que tecnicamente este não chama atenção, com exceção da Seleção Brasileira que é praticamente uma seleção europeia. Daqui a pouco mais de 6 meses o país estará sediando a Copa do Mundo e o ambiente que sai do país é desanimador, trazendo temeridade ao gringo que deseja fazer turismo no país para a Copa do Mundo.  O Brasil não se preparou para a Copa do Mundo e não dá a mínima certeza que aquele que deseja fazer turismo pelo país sairá intacto no bolso ou fisicamente. 




E é com sangue e descrença que se acaba a temporada no Futebol Brasileiro....

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Brasileirão 2013 – R37

O Brasileirão chega à última rodada e vários clubes estão lutando contra o Rebaixamento, algo que comprova o baixo nível técnico da competição.  

Internacional (14º), Criciúma (15º), Coritiba (16º), Vasco (17º) e Fluminense (18º) ainda lutam contra as duas vagas indesejadas e remanescentes para a Série B, sendo que o Fluminense só poderá ultrapassar Vasco e Coritiba, o que já confirma matematicamente a queda de um Carioca: Vasco ou Fluminense. A dupla Carioca já não depende mais de si, e é grande a possibilidade de os dois clubes serem rebaixados, o que fortaleceria a segunda divisão no próximo ano no quesito visibilidade. 

Na penúltima rodada, com exceção de Internacional e Fluminense, todos os outros que ainda lutavam contra a ameaça do rebaixamento venceram, o que fez com que Bahia e Portuguesa escapassem do risco de rebaixamento (a Portuguesa ainda não escapou matematicamente, porém o Vasco precisaria descontar 11 gols, além de sucessos de Inter, Criciúma, Coritiba e o próprio Vasco), o que provavelmente decretará a queda de dois grandes, ou de um grande e um recorrente em Séries A. Somente o Criciúma, que ainda não tem um grande cartel na primeira divisão, poderá reverter esta tendência. 

No G4, que poderá ser G3 em caso de título da Ponte Preta na Copa Sul-Americana, o Grêmio garantiu a sua vaga para a Libertadores com a vitória no duelo direto contra o Goiás, que o colocou em segundo lugar e a um ponto do vice-campeonato devido a derrota de virada do Atlético-PR (1x2 Santos) que complicou a equipe paranaense. Botafogo tropeçou e não aproveitou a possibilidade de entrar no G4, enquanto que o Vitória venceu a sua partida e entrou na luta, porém com chances menores de conquistar a vaga, já que teria que torcer contra o Botafogo e o Goiás.

Chega a ser impressionante a quantidade de tropeços dos times da parte de cima da tabela, o que mostra a falta de qualidade do campeonato. Sinceramente, dá para contar nos dedos a quantidade de bons jogos que tivemos nesta edição do Brasileirão, o que fez com que jogos de times de cima da tabela fossem tão fracos a pontos de surgir o questionamento: “Como estes times chegaram onde estão?”.

Essa falta de qualidade é capaz de fazer com que times mal planejados e que lutam contra o rebaixamento consigam o gás final e vençam seus jogos. Provavelmente este campeonato baterá o recorde de pontuação do último rebaixado na era de pontos corridos com 20 times, já que em 2009 o Coritiba fez 45 pontos e caiu. Em 2013, um time com 47 poderá ser rebaixado. 

O futebol brasileiro nunca arrecadou tanto e ao mesmo tempo nunca foi tão fraco tecnicamente, com jogadores e treinadores recebendo fortunas em relação a suas baixas produtividades.  Os clubes caíram na cilada da inflação, que deixou a maioria com déficits e incapaz de aumentar seus patrimônios. No entanto, a situação financeira dos clubes é tão grave que estes começam a se dar conta que é necessário estourar a bolha salarial do futebol brasileiro, e alguns já projetam a próxima temporada com orçamentos mais modestos. Provavelmente teremos uma razoável deserção de jogadores, tento em vista que dificilmente a maioria aceitaria reduzir seus salários imediatamente, preferindo testar a sorte no futebol europeu.