domingo, 3 de agosto de 2014

Inter vence Santos e se consolida no G4

O Internacional bateu o Santos no Beira-Rio pela 13ª Rodada do Brasileirão e conquistou a sua terceira vitória consecutiva na competição, subindo para o terceiro lugar com 25 pontos e já abrindo quatro pontos de distância para o  quinto colocado, o Sport.

O jogo foi bom e disputado, levando em conta o padrão de mediocridade do futebol brasileiro. O Inter foi superior durante boa parte do jogo, controlando a partida principalmente no primeiro tempo, onde teve as melhores oportunidades do jogo. Apesar de o time Colorado ter mostrado suas deficiências ofensivas em virtude de faltar velocidade na transição, o Inter conseguiu conclusões através de jogadas individuais, lançamentos diretos e chutes de fora da área, chegando a acertar a trave duas vezes, uma com Wellington e outra com D’Alessandro.

D’Alessandro foi, mais uma vez, o melhor jogador do Inter na partida, criando as principais jogadas ofensivas conscientes do time. Faltou uma melhor parceria para o argentino, já que havia pouca movimentação do meio para frente, que facilitava a recomposição do Santos, uma das melhores defesas do Brasileirão. 

Na segunda etapa o ritmo do time caiu, e o nervosismo tomou conta, fruto do legado do DVD sobre erros de arbitragem publicado pelo ex-presidente colorado Fernando Carvalho em 2009, que até hoje reflete negativamente no time quando os jogadores discordam de decisões dos árbitros nas partidas. Hoje, foi a vez de o zagueiro Paulão perder o controle e ser expulso por reclamação. Justo neste momento, que era o pior do time na partida, foi que o Inter conseguiu o gol da vitória com Rafael Moura em lance de bola parada.  Após o gol, o Inter recuou e atacou pouco, mesmo quando o adversário também ficou com um jogador a menos. 

O Inter entra animado na semana do Gre-Nal, que será disputado no Beira-Rio no próximo domingo. Uma vitória manterá o time na caça contra o Cruzeiro e ainda inviabilizaria uma boa campanha gremista, já que o clássico será marcado pela estreia de Felipão e o desejo de revanche pelos 4x1 sofridos na final do Gauchão.

Porém o Inter terá que jogar mais, já que as atuações do time ainda não sustentam a ótima posição no Campeonato. O mais difícil é pontuar, algo que o time de Abel está conseguindo, porém boas atuações respaldariam a campanha e garantiriam regularidade ao time ao longo do campeonato.  

terça-feira, 29 de julho de 2014

E o escolhido foi Felipão

E o Grêmio não surpreendeu na escolha do novo treinador. Felipão foi o nome escolhido para assumir a comissão técnica do tricolor gaúcho, retornando dezoito anos depois a um reduto onde foi multicampeão, para reproduzir uma dobradinha de sucesso com Koff.

O passado vitorioso com títulos da Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, Libertadores e Recopa Sul-Americana entre 1993-96 garante o respeito da torcida, que aprovou a sua contratação, já que o treinador ficou manchado pelo fim desastroso na sua passagem recente pelo Palmeiras, além de comandar a Seleção Brasileira no maior vexame da sua história, nos 7x1 contra a Alemanha.

Ainda não há detalhes sobre o contrato, que deverá ser até o final do ano, porém o casamento é bom para ambos os lados, já que dos nomes especulados, apenas Tite poderia dar melhor resposta levando em conta seus recentes trabalhos. Felipão é ídolo gremista, o que garantirá respaldo do torcedor, que terá paciência caso os resultados não apareçam imediatamente.

Felipão precisava retomar suas origens, para que possa dar prosseguimento a sua carreira, e nada melhor no clube onde foi feliz. Pelo lado do clube, o treinador ainda poderá ser útil nas eleições, já que a sua contratação e posterior continuidade dará vantagem à tentativa de manutenção da situação, que poderá ser encabeçada por uma reeleição de Fábio Koff. 

Já nas quatro linhas ainda olho com restrição a sua contratação, tendo em vista que o treinador mostrou estar desatualizado e enfrentou problemas até no futebol brasileiro com o Palmeiras, embora tenha conquistado com a equipe alviverde o título da Copa do Brasil. Para ter sucesso no Grêmio, Felipão terá que ir além de fatores motivacionais e emocionais, pois terá em mãos um grupo razoavelmente qualificado, que precisa de organização tática e um estilo de jogo bem definido, que possa tirar o máximo de cada peça. 

O retorno do treinador será no clássico Gre-Nal dia 10/08 no Beira-Rio. Um insucesso seria minimizado pelo fator estreia, porém um sucesso já consagraria o treinador. 

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Grêmio rasgou planejamento ao demitir Enderson

A derrota em casa por 3x2 diante do Coritiba sacramentou a queda de Enderson Moreira. O treinador não aguentou a pressão pela série de atuações ruins e resultados decepcionantes e pediu demissão, logo no terceiro jogo após a volta da Copa do Mundo. 

A saída de Enderson significa que mais uma vez o planejamento do Grêmio falhou. A falha não foi na saída propriamente dita do treinador, mas sim em um momento imediatamente após uma parada de 45 dias para a Copa do Mundo que permitia mudanças mais consistentes no planejamento, como uma revisão da Comissão Técnica. 

Enderson teve um bom momento no início da temporada, mas não conseguiu confirmar nas decisões da Libertadores e do Gauchão, além de ter iniciado o Brasileirão com uma campanha regular. As derrotas para San Lorenzo e Internacional deixou-lhe sem respaldo para continuar o trabalho, sendo mantido apenas pela convicção da direção gremista e pelos 55% de aproveitamento nos nove primeiros jogos do Brasileirão, o que deixava o time perto do G4 e com possibilidades de se consolidar na faixa dos melhores. 

Enderson ganhou os reforços de Fernandinho e Giuliano para o meio-campo, além de Matías Rodríguez para a lateral direita, porém não soube usufruir do tempo extra de preparação paar entrosá-los ao time, além de propor soluções e inovações táticas que fizessem o Grêmio jogar mais, já que os resultados do time até então no Brasileirão eram bem melhores que as atuações.

Sem soluções e tendo a implicância do torcedor, a permanência do treinador ficou inviável, terminando até com a convicção da direção, que pôde demiti-lo na parada da Copa do Mundo, mas que por oportunidade e conveniência preferiu superestimar as contratações, que ainda levarão algum tempo para chegar à plenitude física e técnica.  

Os nomes de Tite, Sabella e Felipão são os mais especulados como substitutos. Tite é o preferido da torcida, porém tem pretensões de treinar no exterior e praticamente descartou a possibilidade, enquanto os outros nomes são caros e precisariam aceitar um contrato até o fim da temporada, já que ao final do ano haverá novas eleições presidenciais no clube, o que inviabilizaria um contrato mais longo. 

Já é certo que o novo treinador entrará para apagar incêndio e quiçá levar o time para uma conquista da Copa do Brasil ou um G4 no Brasileirão. Não haverá um planejamento de médio-longo prazo, o que já pesará na escolha do treinador e fará o seu trabalho tender ao insucesso. 

Sem ganhar um título relevante desde a Copa do Brasil de 2001, o Grêmio sucumbe na queda de braço entre uma tentativa de planejamento e os resultados de curto prazo. O clube perdeu o “timing” da mudança de treinador, o que faz com que convicções não existam na prática, e o clube fique em um círculo vicioso de mudança consecutiva de treinadores, onde desde Mano Menezes em 2007, nenhum conseguiu treinar o clube por uma temporada inteira. 

O Grêmio está conseguindo montar um grupo com opções qualificadas, embora alguns setores ainda estejam carentes. O problema será acertar um planejamento que englobe um técnico que consiga tirar o máximo deste grupo. Pelo jeito, ficará para o próximo ano. 

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Inter decepciona na volta do Brasileirão

O Internacional mostrou pouco futebol e decepcionou na retomada do Brasileirão ao ser derrotado pelo Corinthians por 2x1 na Arena Corinthians, em São Paulo.  O desapontamento não foi nem tanto pelo placar, já que o Corinthians preferiu administrar o escore favorável desde o primeiro tempo e pouco se arriscou ao ataque, porém o Internacional jogou muito pouco e sequer apresentou oportunidades para ambicionar algo melhor no jogo.

Sem Aránguiz, Abel Braga preferiu colocar João Afonso como volante, enquanto Jorge Henrique seguiu prestigiado no meio-campo e a lateral direita contou com a estreia de Wellington Silva, vindo do Fluminense a pedido do treinador. O lateral direito mostrou muitas limitações e começou muito mal o jogo, tanto que os dois gols do Corinthians surgiram ou se desenrolaram no seu lado.

Aos sete minutos, Guerrero receberia um passe açucarado de Jadson para abrir o placar, enquanto que dois minutos depois, o Timão faria o segundo com Fágner entrando livre pela direita depois de jogada de Luciano na esquerda, nas costas de Wellington Silva, que naquele momento tinha uma atuação constrangedora. O lateral até conseguiu superar o trágico início de jornada e contribuiu para que o time descontasse no segundo tempo, porém deixou muitos no seu setor, por onde o Corinthians teve as melhores chances da partida, apesar do time paulista ter chegado pouco ao ataque.

O Corinthians praticamente desistiu do jogo após os gols, e basicamente administrou a partida por 80 minutos. Levando em conta as duas conclusões certas dos gols antes dos dez minutos, o time concluiu apenas mais quatro vezes ao longo do restante da partida, onde somente um foi em direção ao gol, mostrando inoperância ofensiva que fez com que a vitória não tenha sido brilhante.

Foto: AI Inter
Abel Braga percebeu ainda na primeira etapa que errou ao colocar João Afonso, que não vinha contribuindo no meio-campo além de já estar amarelado e perigando ser expulso, e colocou Claudio Winck na função. O time passou a ter mais posse de bola, porém mostrou-se burocrático e previsível, criando poucas chances. 

O Inter só viria a melhorar com a entrada de Valdívia no lugar de Jorge Henrique em meio a segunda etapa, quando efetivamente conseguiu criar chances de gols, onde a primeira foi com o próprio jovem meia, que recebeu um cruzamento e de cabeça obrigou o goleiro Cássio a fazer grande defesa. O time ainda encontrou forças para descontar já nos acréscimos, com Winck marcando de cabeça e confirmando a sua boa entrada, além de injustificar a opção de Abel em ter começado com João Afonso. Um dos motivos para o equivoco do treinador foi ter realizado apenas dois coletivos ao longo de toda a intertemporada.

O saldo da derrota foi que o Inter não aproveitou o período da parada da Copa do Mundo para reforçar o seu grupo, bem como entrosar mais o time com opções de jogadas e movimentações. O time colorado foi muito dependente do jogo direto e de cruzamentos, não conseguindo uma única vantagem ofensiva em lance de aproximação e tabelamento. Para complicar, a defesa mostrou-se deficiente principalmente no início da partida, onde o Corinthians teve todos os espaços do mundo. A análise defensiva do restante da partida ficou prejudicada em virtude do Corinthians ter atacado pouco. 

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Grêmio fica no 0x0 em reestreia do Brasileirão

E na volta do Campeonato Brasileiro depois da pausa para a Copa do Mundo, o Grêmio não saiu do 0x0 contra o Goiás na Arena, marcando passo na tabela e desanimando seus torcedores que esperavam uma vitória com boa atuação.

Sem ainda contar com todos os reforços, como o lateral Matías Rodríguez e o meia Fernandinho, mas contando com o grande reforço para o restante da temporada, o meia Giuliano, o Grêmio continuou apresentando deficiências ofensivas, que lhe fizeram perder dois pontos importantes na luta pela parte de cima da tabela. 

Enderson escalou o time no 4-2-3-1, com o zagueiro Saimon atuando na lateral esquerda, Riveros e Ramiro como volantes e um Giuliano comandando o trio de meias formado juntamente com Alan Ruíz e Luan, que tinham a função de abastecer Barcos. O time mostrou muito desentrosamento e problemas na transição e aproximação dos meias, que detinham a exclusividade de movimentação, já que não havia a chegada dos laterais e a presença dos volantes para o tabelamento ou infiltração era rara. Porém houve pouca profundidade, o que reduziu as chances de vantagem ofensiva contra a bem postada defesa do Goiás. 

Mesmo assim, o Grêmio conseguiu criar algumas chances, basicamente em lances individuais, com Barcos tendo pelo menos três chances para marcar, enquanto que Luan teve a outra grande chance do time na primeira etapa. Giuliano foi participativo principalmente na primeira etapa, conseguindo criar jogadas, enquanto que Luan foi o único jogador que mostrou movimentação e velocidade na frente. Ambos cairiam de produção na segunda etapa em virtude do cansaço.

Foto: Gremio.NET
Na segunda etapa, o Grêmio até teve momentos de pressão no início do jogo, conseguindo duas conclusões com Alan Ruíz, uma em tabelamento com Giuliano, porém o time caiu de desempenho principalmente após as alterações de Enderson Moreira, que retirou Ramiro para entrada de Dudu, Barcos para a entrada de Lucas Coelho e Ruíz para a entrada de Zé Roberto. O time perde ainda mais qualidade na transição, o que fez com que a bola chegasse quadrada no setor ofensivo, facilitando a marcação do Goiás.  Com isso, o time dependeu exclusivamente das individualidades e de chutes de fora da área, onde Lucas Coelho acabou acertando a trave aos 35 minutos, na melhor chance do Grêmio na partida.

 O Goiás foi conservador ao longo do jogo, e praticamente apenas se defendeu. O time passou a se arriscar mais ao ataque na parte final da segunda etapa, aproveitando-se da desorganização gremista para incomodar o adversário, porém o time parecia satisfeito com o empate em Porto Alegre e preferiu não se esforçar para buscar a vitória. Mesmo assim, a equipe esmeraldina mostrou deficiências defensivas do Grêmio, que mesmo tendo um zagueiro na lateral esquerda e Riveros jogando praticamente como um zagueiro quando o time se defendia, o tricolor gaúcho correu riscos, e Marcelo Grohe teve que efetuar algumas intervenções importantes ao longo do jogo. 

O placar de 0x0 trará muitos questionamentos ao Grêmio, em virtude de o time não apresentar uma atuação satisfatória, além de continuar com alguns problemas ofensivos que eram vistos antes da Copa, como por exemplo, a pouca contribuição de Barcos. O pirata foi substituído nos segundo tempo diante de muitas vaias, e o seu período de titularidade poderá estar chegando ao fim. Uma solução seria Enderson abrir mão do tradicional centroavante de referência para colocar mais um meia, que pode ser Dudu ou Rodriguinho, criando a alternativa do “falso 9”. 

Volta à realidade: Brasileirão recomeça hoje

Depois de 32 dias desfrutando a “Copa das Copas” no seu território, a partir de hoje o brasileiro admirador do futebol terá que voltar à dura realidade do Brasileirão com seus jogos ruins, de precariedade técnica e de pouco tempo de bola rolando, apesar do ingresso cobrado na maioria dos palcos ser maior do que o que o valor pago para assistir aos maiores jogadores do mundo em um evento singular realizado a cada quatro anos.

O Brasileirão deveria recomeçar em clima de desconfiança, depois do povo brasileiro presenciar uma intensa competição de qualidade contrastante ao que estava acostumado a assistir, porém o fanatismo pela sua equipe driblará problemas como ingressos caros, desperdícios de recursos por parte do seu amado clube, falta de qualidade e métodos e táticas obsoletas dos treinadores. O assunto mudança no Futebol Brasileiro será esquecido em detrimento ao famoso “bamu apoiar”, que não se importa com jogos ruins, péssima arbitragem e pouca qualidade de suas equipes.

Alguns clubes aproveitaram a parada da Copa do Mundo para reformular seus plantéis,  trocando peças que não obtiveram rendimento esperado para promissores reforços, dentro das limitações técnicas que o futebol brasileiro oferece.  São os casos de Cruzeiro, Fluminense, Corinthians e Grêmio, que melhoraram seus elencos em relação à primeira parte do Campeonato. 

O Cruzeiro, atual líder do Brasileirão trouxe o zagueiro Manoel, destaque do Atlético-PR, o atacante Neílton, tido como revelação do Santos e Marquinhos, outra revelação do Vitória. O time acabou perdendo o volante Souza (Santos) e o atacante Luan (Al Sharjah-EAU), mas o elenco ganhou qualidade e o time seguirá como favorito para o bicampeonato. O Corinthians foi o segundo que melhor se reforçou, com as chegadas de Elias (que finalmente poderá ser escalado) e Lodeiro para o meio-campo, além do zagueiro Anderson Martins e de Ángel Romero para o ataque. Mano Menezes terá um elenco forte a disposição, e o Corinthians surge como o grande adversário do Cruzeiro para a conquista do título.

Outro que se reforçou muito bem foi o Grêmio, que trouxe duas grandes opções para o meio-campo: Giuliano (ex-jogador do Internacional) e Fernandinho, que estava no Galo. Ambos deverão acrescentar no sistema ofensivo tricolor, enquanto que as contratações de Felipe Bastos e Matías Rodríguez ainda são incógnitas. Eu não conheço o futebol do lateral direito argentino, porém não precisará de muita qualidade para desbancar Pará na lateral direita.

O Fluminense também se reforçou bem, trazendo o zagueiro Henrique (Bordeaux-FRA) e o meio-campista Cícero (Santos). O tricolor ainda conta com o retorno de  Martinuccio (Cruzeiro), e foi outro time que acrescentou qualidade em relação à primeira parte do campeonato. O grande problema do tricolor é o sistema defensivo, ainda carente e que dependerá do bom entrosamento do zagueiro Henrique para evoluir e torna-lo competitivo, já que o time carioca sofreu muitos gols em virtude de falhas defensivas.

O São Paulo trouxe Kaká para jogar o restante do Campeonato Brasileiro. Muricy terá uma dor de cabeça, já que terá que escalar um quarteto: Kaká, Ganso, Pato e Luís Fabiano. Imagino que o quarteto se escalará no carteiraço, deixando o problema de transição lenta e recomposição adequada para o treinador, que terá que descascar abacaxi para contorná-lo, qualificando o meio e deixando o sistema defensivo seguro. O time paulista terminou no G4 e, na minha ótica, disputará duas vagas para a Libertadores com Fluminense, Grêmio e Internacional, já que considero Corinthians e Cruzeiro equipes superiores que tenderão a abrir vantagem na classificação e deverão assegurar as duas primeiras vagas.

Dos times da ponta, o que se reforçou de forma mais modesta foi o Internacional, que trouxe apenas o lateral Wellington Silva e o atacante Luque, sendo o lateral direito uma aposta enquanto que o atacante argentino é uma promessa. No mais, seguirá o mesmo grupo que alternou altos e baixos no Brasileirão, e não ofereceu grandes expectativas para o seu torcedor.  Como o tempo de preparação na pausa para a Copa foi marcado por problemas de relacionamento entre jogadores e por atuações e resultados fracos nos amistosos, o time deverá apresentar muita dificuldade para manter-se na disputa pelo G4. 

Pelo que o Brasileirão mostrou nas primeiras rodadas, grande parte dos times estará envolvida na parte de baixo da tabela, lutando contra a ameaça da Zona do Rebaixamento, o que mostra a falta de qualidade do futebol brasileiro.  

Apesar de não acreditar em melhorias no esporte praticado no Brasil, eu ainda sonho em ver o futebol brasileiro melhorando, com gestores mais comprometidos na qualidade e no espetáculo, com dirigentes se responsabilizando e a redução do poder dos empresários, além de melhores métodos de trabalho e atualização tática dos treinadores. Só assim para que possamos ver um Brasileirão melhor, o que acabará interferindo e melhorando a Seleção Brasileira futuramente.  

domingo, 13 de julho de 2014

Planejamento venceu: Alemanha é tetracampeã


A final da Copa do Mundo do Brasil coroou o planejamento da Alemanha, que começou a se preparar em 2000 e depois de bons resultados nas duas últimas Copas chegou a gloria com o gol de Gotze aos sete minutos da segunda etapa da prorrogação.

Como toda grande final, o jogo não foi emocionante do ponto de vista técnico, já que a história da Copa do Mundo promoveu, em sua grande parte, com finais equilibradas e caracterizada por muita marcação, estudo e decisão no detalhe. 

A Argentina começou um pouco melhor o jogo, já que a marcação em linhas compactadas de Sabella funcionava, enquanto que o time argentino havia encontrado uma deficiência defensiva do time alemão no setor esquerdo de defesa, nas costas de Höwedes, que a Argentina conseguiu criar duas grandes chances de gols, onde em uma delas Higuaín acabou desperdiçando uma chance incrível.

A Alemanha só viria a reagir na parte final da primeira etapa, após a primeira substituição de Löw, que teve que substituir o lesionado Kramer por Schürrle. Kramer não iria jogar inicialmente, porém foi escalado após o titular Khedira sentir lesão no aquecimento, porém o jogador não teve sorte, e levou uma pancada no rosto de Garay, que o deixou grogue e sem condições de jogo. A entrada do camisa 9 trouxe maior mobilidade ao time alemão, que conseguiu criar chances nos minutos finais, chegando a acertar a trave com  Höwedes na bola parada. 

Fotos: @fifaworldcup_pt
Na segunda etapa, o jogo caiu drasticamente em função do desgaste físico dos times. Sabella voltou com Agüero no lugar de Lavezzi, que havia feito um bom primeiro tempo, e acabou reduzindo a mobilidade ofensiva do time, que praticamente não incomodou a Alemanha. A Argentina se restringiu a apenas uma chance com Messi logo no primeiro minuto, onde o craque recebeu livre e não conseguiu acertar o gol. A Alemanha fazia partida discreta, com problemas na transição e na criação, e só conseguiu vantagem ofensiva na parte final do tempo regulamentar, onde a Argentina já não conseguia competir fisicamente.

O jogo foi para a prorrogação, onde a vantagem física era uma aliada da Alemanha. O time alemão continuou controlando o jogo, porém foi a Argentina que teve mais uma grande chance de marcar, com Palacio aos seis da primeira etapa, quando o atacante que substituiu Higuaín na segunda etapa tentou encobrir o goleiro Neuer, porém errou o alvo. Na segunda etapa, o time alemão finalmente conseguiria o gol que lhe daria o tetracampeonato aos sete minutos, quando Schürrle levou vantagem na esquerda e cruzou para Gotze ter a tranquilidade e liberdade para dominar no peito e finalizar para as redes. Gol merecido não só pela campanha alemã, mas por toda a preparação que o país enfrentou nestes últimos 14 anos para voltar a ter competividade no futebol sem fazer planos mirabolantes.

O crescimento alemão foi sustentável, através de uma forte política de valorização das categorias de base, garimpando jovens jogadores e treinadores e procurando dar toda a infraestrutura para crescimento e evolução destes jovens, para formar jogadores mais fortes, fortalecer a Bundesliga e a Seleção Alemã. Na Copa de 2006, realizada na Alemanha, tivemos a primeira leva de jogadores deste projeto, porém ainda era necessário um maior tempo de desenvolvimento para que houvesse efetivamente um crescimento sustentável. Em 2010 a Seleção continuou evoluindo, apesar de terminar novamente em terceiro lugar, porém desta vez foi coroada campeã, mostrando o sucesso do projeto que ajudou a transformar a Bundesliga na segunda liga nacional mais rentável da Europa. Como ideia de projeto em longo prazo, o atual treinador e tetracampeão Joachim Löw fazia parte da comissão técnica do grupo de 2006, e assumiu o comando técnico após a saída de Klinsmann em 2006, permanecendo até hoje. 

A Argentina não se entregou e fez uma boa partida, tendo momentos de superioridade ao longo da partida. Sabella sabia que não conseguiria jogar de igual para igual com a Alemanha, e bolou um time mais consistente defensivamente, que complicou o adversário, além de quase conseguir surpreender o adversário com chances reais. Se tivesse ganhado o torneio, seria a premiação de Messi, que nesta final não fez uma grande partida, e ganhou até de forma injusta o prêmio de melhor jogador da Copa, que na minha visão deveria ter ido para Robben.

E tivemos o fim da “Copa das Copas”, que deixará muitas saudades pelo bom futebol mostrado e alegria de ver o país recebendo um torneio importante, com milhares de turistas e uma espécie de workshop local para que o futebol brasileiro possa evoluir. Foram 32 dias bem vividos de bom futebol, que