segunda-feira, 28 de julho de 2014

Grêmio rasgou planejamento ao demitir Enderson

A derrota em casa por 3x2 diante do Coritiba sacramentou a queda de Enderson Moreira. O treinador não aguentou a pressão pela série de atuações ruins e resultados decepcionantes e pediu demissão, logo no terceiro jogo após a volta da Copa do Mundo. 

A saída de Enderson significa que mais uma vez o planejamento do Grêmio falhou. A falha não foi na saída propriamente dita do treinador, mas sim em um momento imediatamente após uma parada de 45 dias para a Copa do Mundo que permitia mudanças mais consistentes no planejamento, como uma revisão da Comissão Técnica. 

Enderson teve um bom momento no início da temporada, mas não conseguiu confirmar nas decisões da Libertadores e do Gauchão, além de ter iniciado o Brasileirão com uma campanha regular. As derrotas para San Lorenzo e Internacional deixou-lhe sem respaldo para continuar o trabalho, sendo mantido apenas pela convicção da direção gremista e pelos 55% de aproveitamento nos nove primeiros jogos do Brasileirão, o que deixava o time perto do G4 e com possibilidades de se consolidar na faixa dos melhores. 

Enderson ganhou os reforços de Fernandinho e Giuliano para o meio-campo, além de Matías Rodríguez para a lateral direita, porém não soube usufruir do tempo extra de preparação paar entrosá-los ao time, além de propor soluções e inovações táticas que fizessem o Grêmio jogar mais, já que os resultados do time até então no Brasileirão eram bem melhores que as atuações.

Sem soluções e tendo a implicância do torcedor, a permanência do treinador ficou inviável, terminando até com a convicção da direção, que pôde demiti-lo na parada da Copa do Mundo, mas que por oportunidade e conveniência preferiu superestimar as contratações, que ainda levarão algum tempo para chegar à plenitude física e técnica.  

Os nomes de Tite, Sabella e Felipão são os mais especulados como substitutos. Tite é o preferido da torcida, porém tem pretensões de treinar no exterior e praticamente descartou a possibilidade, enquanto os outros nomes são caros e precisariam aceitar um contrato até o fim da temporada, já que ao final do ano haverá novas eleições presidenciais no clube, o que inviabilizaria um contrato mais longo. 

Já é certo que o novo treinador entrará para apagar incêndio e quiçá levar o time para uma conquista da Copa do Brasil ou um G4 no Brasileirão. Não haverá um planejamento de médio-longo prazo, o que já pesará na escolha do treinador e fará o seu trabalho tender ao insucesso. 

Sem ganhar um título relevante desde a Copa do Brasil de 2001, o Grêmio sucumbe na queda de braço entre uma tentativa de planejamento e os resultados de curto prazo. O clube perdeu o “timing” da mudança de treinador, o que faz com que convicções não existam na prática, e o clube fique em um círculo vicioso de mudança consecutiva de treinadores, onde desde Mano Menezes em 2007, nenhum conseguiu treinar o clube por uma temporada inteira. 

O Grêmio está conseguindo montar um grupo com opções qualificadas, embora alguns setores ainda estejam carentes. O problema será acertar um planejamento que englobe um técnico que consiga tirar o máximo deste grupo. Pelo jeito, ficará para o próximo ano. 

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