Dando prosseguimento à série que retrata os erros capitais cometidos pelo Inter em 2010, teremos hoje o tema esquema tático.
5- Insistência no esquema 4-2-3-1
Uma das grandes reclamações do Internacional do segundo semestre foi o baixo volume ofensivo, com o centroavante ficando ilhado em meio aos defensores adversários, tendo poucas chances de conclusão.
O problema foi causado pelo esquema, que Roth montou para a Libertadores e que fora bem sucedido, porém após a saída dos titulares Taison e Sandro mostrou-se insuficiente. Um esquema tático bem montado é aquele cujos jogadores tenham as características e consigam desempenhar as funções propostas por ele. Não foi o caso do Internacional pós Libertadores.
Roth não conseguiu achar no grupo alguém capaz de desempenhar a função que era de Taison com a mesma contribuição que o ex-jogador colorado obteve. Era o meia/atacante que puxava com velocidade as jogadas de ataque colorado, pegando os defensores desprevenidos e abrindo espaço para o ingresso do centroavante e/ou dos jogadores surpresas. Devido a esta insuficiência, cabia ao treinador mudar o esquema para outro que se adequasse melhor a realidade do grupo.
Na trajetória, ocorreram variações, como o 4-4-2, deslocando Sóbis para o ataque. O esquema fora utilizado no ultimo jogo do Inter no Brasileiro contra o Grêmio Prudente e nos treinamentos em Abu Dhabi. Porém misteriosamente contra o Mazembe, Roth voltou atrás ao esquema antigo, e que apresentara resultado pífio, demonstrando contra os africanos os mesmos problemas que foram vistos durante toda a trajetória do 4-2-3-1.
O esquema é hoje o mais utilizado no futebol europeu, com o meio sendo geralmente composto por wingers, que compõem o meio quando estão sem a bola, saindo em velocidade para o ataque. Resumindo: Quando a equipe está sem a bola fica um 4-2-3-1, e quando está com ela, os wingers abrem formando um 4-3-3 clássico Um exemplo clássico da utilização deste esquema é a Internazionale, que tem Milito como único atacante de oficio e Eto´o e Pandev, dois atacantes natos, formando o meio com Snejder, este centralizado. Porém para funcionar bem, precisa de peças a altura, o que não fora encontrado no Internacional do segundo semestre.
Procurei no meu arquivo do Analisador tático, e mostro como poderia ficar este esquema, levando em conta seu funcionamento ideal. Apresento a Internazionale e o Manchester da temporada 2009/10. Esta escalação da Inter era na época de Mourinho, quando o treinador utilizava Pandev e Eto´o como atacantes, com estes voltando quando a Inter não estava com a bola. Já no segundo exemplo é a equipe do Manchester quando Alex Ferguson utilizava 3 meias e alternava entre Berbatov e Rooney no comando do ataque.
Inter de Mourinho no 4-4-3
Manchester de Ferguson no 4-5-1
Em ambos os esquemas possuia-se wingers, que dependendo do adversário começavam como atacantes ou meias abertos. Para se ter uma ideia de qual sistema é utilizado, basta verificar a posição de largada de cada jogador, geralmente quando há a retomada de bola em um tiro de meta ou em outra parada de jogo.
Por isso, que não vejo como este esquema funcionar com o material humano atual que o Inter tem no plantel, com Roth devendo recorrer ao 4-4-2 brasileiro (4-2-2-2), que lhe traria bem mais benefícios.
Para ver:
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