Finalmente hoje, 09 de fevereiro, Grêmio e Inter mostraram a que vieram para a temporada 2014 no primeiro grande jogo de cada um, logo em um clássico Gre-nal. Em termos gerais, a primeira impressão de cada time não é boa, tendo em vista que o clássico foi um jogo fraco, com poucas chances de gols e centrado no meio campo.
Na primeira etapa, o Grêmio tomou a iniciativa e chegou a criar uma blitz contra a defesa Colorada nos primeiros minutos de jogo. Com marcação adiantada, facilitando a retomada no campo de ataque e com intensidade de movimentação, o tricolor teve duas chances claras de gol, uma com Barcos e outra com Edinho. Muriel foi bem em ambos os lances. O Inter praticamente só se defendia, pois tinha dificuldades na saída de bola e a transição ofensiva era muito lenta.
O panorama do jogo mudou após a parada técnica para reidratação dos jogadores. Abel Braga consertou o time e o Inter começou a preencher mais o campo ofensivo, valorizando a posse de bola e ficando mais próximo do gol. O time até não chegou a criar chances claras, salvo o gol de Fabrício, oriundo de um passe de Williams que teve um corta-luz desajeitado de Jorge Henrique e que sobrou para o lateral esquerdo livre de marcação nas costas de Pará para desviar de Grohe.
O Inter voltou melhor na segunda etapa, controlando o jogo nos primeiros minutos. Rafael Moura teve a chances de ampliar de cabeça, obrigando uma grande defesa de Marcelo Grohe. Com o Inter superior e o Grêmio em desvantagem no placar, Enderson sacou Luan e Ramiro para as entradas de Maxi Rodríguez e Jean Deretti. O Grêmio chegou mais ao ataque, porém só conseguiria empatar em um lance confuso envolvendo o zagueiro colorado Paulão, com a bola batendo em sua mão. O árbitro Leandro Vuaden assinalou a penalidade e Barcos empatou. Empate justo, já que em cada tempo um foi melhor e no fim das contas nenhuma equipe fez jus a um destino melhor.
Como destaques no clássico, o Grêmio teve o goleiro Marcelo Grohe, o zagueiro Rodolfo, o lateral esquerdo Wendel e o atacante Barcos, enquanto que o Inter teve o goleiro Muriel, o volante Aranguíz e o meia Jorge Henrique.
O Grêmio teve o atacante Kleber como desfalque, e promoveu a entrada do jovem Luan, que até chegou a se destacar no início da partida, porém caiu de produção e foi substituído no segundo tempo. No meio, Riveros ganhou a vaga de Maxi por motivos técnicos e táticos, já que o uruguaio não vinha bem e o paraguaio poderia dar maior poder de marcação, deixando o time com praticamente três volantes. O time foi melhor no primeiro tempo, mostrando a intensidade na transição e marcação sob pressão que lhe deram o bom escore contra o Aimoré, porém acabou sucumbindo após o gol do Inter e não mostrou muita organização para reagir, sendo premiado com o pênalti.
Já o Inter começou mal, porém conseguiu se impor na partida, mostrando o característico toque de bola desejado por Abel. O time teve maior posse de bola na partida (53%) e trocou mais passes, tendo 93% de eficácia, o que é um número interessante. No entanto, foram apenas 13 arremates na partida, o que mostra que o time tem problemas ofensivos, já que Rafael Moura praticamente não tocou na bola e a transição ofensiva é lenta, já que D’Alessandro, Jorge Henrique e Alex não tem muita velocidade. O time melhorou, pois a presença dos laterais Gilberto e Fabrício e de Aranguíz se tornou mais frequente no campo ofensivo, oferecendo possibilidades no desenvolvimento do time. Ainda acho necessária a entrada de Otávio como titular, para melhorar esta transição, já que sem o apoio dos laterais, o Inter mostrou-se ofensivamente previsível e lento.
Para finalizar o clássico, não achei pênalti no lance da primeira etapa envolvendo Fabrício e Pará, porém respaldado pelas novas recomendações da FIFA para a marcação de mão na bola (ver link com vídeo do ex-árbitro Sálvio Espindola explicando), considerei pênalti de Paulão, pois o zagueiro, embora não tendo a intensão de colocar a mão na bola, estava com o braço estendido e deliberou para que a trajetória da bola fosse alterada, o que é caracterizado como um lance não natural e que deve ser assinalada a infração, no caso a penalidade. De acordo com Sálvio, o fato de ter ou não ter intenção é irrelevante, já que é considerado se a movimentação dos braços é ou não necessária para que o atleta consiga disputar a bola, sem que aumente a projeção do seu corpo.
Na próxima semana, o Grêmio iniciará sua campanha na Libertadores, enquanto o Inter ainda esperará pelo início da Copa do Brasil. O Grêmio terá a possibilidade de testar seu nível e evoluir contra adversários mais fortes, enquanto que o Inter terá que esperar as finais do Estadual em um eventual novo clássico ou até a fase quente da Copa do Brasil e início do Brasileirão para mostrar suas forças.
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