Deixei para escrever nesta segunda-feira sobre a estreia da equipe principal do Internacional, que foi ontem no Estádio do Vale contra o Cruzeiro de Porto Alegre. O time comandado por Abel Braga venceu o Cruzeiro por 4x1 e mostrou suas principais características de time para a temporada.
O treinador Colorado conseguiu por em campo praticamente todo o seu time considerado ideal. Apenas Dida não pôde atuar em virtude de lesão, dando lugar a Muriel. O time foi composto por Muriel, Gilberto, Paulão, Juan, Fabrício, Williams, Aranguíz, Alex, Jorge Henrique, D’Alessandro e Rafael Moura.
Na formação, um 4-3-2-1, uma tentativa de reeditar o esquema utilizado em 2006 (4-3-3) com as características do elenco atual, com Alex se posicionando mais atrás pelo lado esquerdo. Contra o Cruzeirinho o time jogou bastante pelas pontas, tanto que três gols foram oriundos de cruzamentos na linha de fundo. No primeiro tempo, o time teve maiores dificuldades e mostrou um meio-campo apático, porém o jogo fluiu na segunda etapa e o time esteve mais equilibrado. Surgiram jogadas de aproximação, triangulações, possibilitando a chegada à linha de fundo. O calor de quase 40 graus impediu-me de analisar a intensidade do time, pois o jogo foi mais lento em função das paradas técnicas. Porém acho necessária a entrada de Otávio no time titular, para dar maior velocidade ao time.
Os destaques da goleada ficaram por conta do lateral direito Gilberto, que mostrou-se uma boa opção ofensiva e capaz de ir até a linha de fundo e terminar a sua estreia em jogos oficiais no Internacional com um gol e um cruzamento que terminou em gol. O volante Aranguíz mostrou muita movimentação e tornou-se opção para as jogadas ofensivas, pois tem facilidade para ir à frente. O meia D’Alessandro mais uma vez comandou o time, marcando seu 60º gol com a camisa Colorada, o que não é pouca coisa.
Até os contestados Fabrício e Rafael Moura também se destacaram no confronto, com cada jogador terminando com um gol e uma assistência. O lateral esteve mal na primeira etapa, porém se soltou na segunda, criando opções para a ponta esquerda juntamente com Alex, já que o time trabalhava basicamente pela ponta direita na primeira etapa. Já o “He-man” participou do primeiro gol, desviando como um pivô o cruzamento de Gilberto para o gol de D’Alessandro, porém sucessivos erros de passe na segunda etapa tiraram a paciência do torcedor que começou a vaiar o atacante. Rafael Moura acabou marcando o segundo gol do Inter na partida, mas ao invés de tentar uma aproximação com o torcedor acabou fazendo um gesto de silêncio, o que irritou cada vez mais a torcida. Foi preciso uma intervenção de D’Alessandro e depois de Abel Braga para que os Colorados dessem trégua ao atacante e ao time do Inter.
Será preciso muita paciência por parte do jogador para aguentar as criticas, já que estas se dão em função do custo de sua contratação e de sua pouca resposta em campo ao longo da sua trajetória de um ano e meio no clube. He-man é homem de confiança de Abel Braga, porém está errado ao confrontar-se com o torcedor, já que toda a relação de atrito tende a ser maléfica ao clube. Wellington Paulista é a opção para a reserva, porém fora de forma e sem ritmo de jogo ainda não conseguiu aproveitar a sua chance. Neste esquema de Abel, a função do centroavante é de grande importância, o que fará com que o treinador aposte na dupla até quando for possível.
Eu particularmente não gosto do futebol da dupla e já projeto a necessidade de uma contratação de maior peso para a função, ou Abel tendo que alterar o seu esquema de jogo, abdicando da figura do centroavante e colocando um outro meia. Contra os fracos times do interior gaúcho R. Moura e W. Paulista funcionarão, porém não prevejo muitas vantagens contra adversários mais fortes da Série A do Campeonato Brasileiro.
Seguindo a mesma linha de raciocínio da estreia do Grêmio, o jogo de ontem não pode servir como parâmetro para se ter noção do grau de qualidade e competitividade do time Colorado. É possível apenas analisar o que Abel quis do time e como ele se comporta. Porém eventuais problemas devem ser anotados, pois estes deverão ser intensificados nos confrontos contra equipes mais qualificadas.
O clássico Gre-nal do próximo domingo irá encaminhar uma análise mais profunda das equipes de Grêmio e Internacional para 2014. Até agora, a primeira impressão de ambos os times é boa, porém falhas e problemas já foram detectados e devem ser corrigidos. Outros problemas aparecerão com a maior exigência, e assim teremos noção do que a dupla reservará para esta temporada.
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