quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Inter mostra deficiências, apesar da pouca amostragem

Nesta quarta-feira, o Internacional bateu o Brasil de Pelotas por 1x0, gol de Wellington Paulista, no segundo evento-teste do Beira-Rio válido pelo Gauchão.  Vitória que valeu pelos três pontos mas que não pode ser efetivamente comemorada, pois o time não jogou bem e mostrou deficiências que preocupam na projeção contra adversários mais qualificados.

O gol da vitória saiu nos minutos finais da partida, quando D'Alessandro fez um lançamento sensacional para Fabrício na esquerda, que levou vantagem e cruzou para o centroavante, que recém havia entrado na partida. É possível afirmar que foi um gol achado, tendo em vista que o time apresentou baixa produção ao longo do jogo, sendo pressionado pelo Brasil de Pelotas ao longo da segunda etapa.

O treinador do time Xavante Rogério Zimermann anulou o time do Inter ao conseguir marcar os gringos D’Alessandro e Aránguiz, que eram responsáveis pelas principais jogadas de movimentação do time nos jogos anteriores. Com a dupla neutralizada, os laterais tiveram dificuldades para apoiar, o que exigiu mais do meio, que mostrou-se lento e previsível na transição ofensiva. Jorge Henrique e Alex são jogadores mais experientes, assim como D’Alessandro, e tendem a cadenciar mais a bola ao invés de movimentar-se com mais intensidade. Com isso, Rafael Moura ficou isolado e pouco produziu na partida, além do time concluir pouco ao gol. 

O Brasil de Pelotas conseguia controlar os avanços do Inter, que tinha o controle do jogo por ter maior qualidade técnica, porém era uma posse de bola improdutiva, na intermediária. Na segunda etapa, o Xavante conseguiu avançar a sua marcação e passou a ameaçar o Inter, perdendo algumas chances de gols e exigindo providencias de Abel Braga, que sacou Jorge Henrique e Alex para as entradas de Otávio e Alan Patrick, e mais tarde, Wellington Paulista no lugar do lateral Gilberto.

A nova dupla de meias trouxe uma maior dinâmica ao setor, permitindo que o time pudesse atacar com maior intensidade, porém em nenhum momento da partida o Internacional conseguiu exercer pressão sobre o adversário. No fim das contas, o gol do centroavante Colorado acabou servindo como um castigo para o Brasil, que fez uma boa partida.

Wellington Paulista teve uma partida não muito diferente das anteriores, mas salvou-se pelo gol, típico de centroavante, o que lhe dará um crédito pra continuar atuando. Porém continuo com a ideia de que o jogador é insuficiente para o Inter. Impressiona-me o fato do atacante não conseguir se impor contra os fracos times do interior gaúcho e mal conseguir tocar na bola, apesar de entrar em praticamente todos os jogos da equipe titular e jogar o tempo todo nos jogos do time reserva.  

A equipe principal do Internacional atuou pouco na temporada, o que me impede de transformar impressões em convicções. O time terá que atuar mais vezes, de forma que seja possível analisar eventuais deficiências técnicas/táticas e a necessidade de reforços, porém a pouca amostra apresentada mostrou que o time continua com um dos seus grandes problemas de 2013, que foi a lentidão na transição ofensiva. Defensivamente o time até não foi muito exigido, porém o zagueiro Paulão falhou em alguns lances que poderiam gerar situação clara de gol para o adversário. 

O Inter 2014 de Abel Braga mostra, até agora, dependência nas figuras de D’Alessandro e Aránguiz. Quando ambos não puderem atuar ou não estiver em boa partida, o time mostrou-se previsível e sem soluções, pois grande parte de suas virtudes, como o jogo pelas pontas, desaparece. Falta uma maior noção de jogo coletivo, que somente poderá ser avaliada quando o time atuar de forma frequente com o time principal.

O Gauchão não é parâmetro para avaliar a qualidade de um time em função da baixa qualidade das equipes adversárias do interior gaúcho, porém todas as dificuldades necessitam de um estudo mais aprofundado, pois contra adversários mais fortes, os problemas serão acentuados.    

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