O oculto jogo da Vila Belmiro, na qual poucos tiveram o privilegio de acompanhar, não deveria ser ocultado pelo Internacional. O resultado de 3x1 para Neymar (Santos) foi o de menos, já que o time Colorado teria que agradecer a todos os santos (desculpe pelo pleonasmo!) por não ter voltado para Porto Alegre com uma goleada história na bagagem.
A diferença das atuações explica-se por duas formas: Uma atenuante, pelo Santos ter o melhor time e o melhor jogador das Américas, e uma agravante, já que o próprio Internacional contribuiu para que o escore fosse construído com uma facilidade espantosa.
No lado do Santos, já havia referido no post antes do jogo que o time da Vila está até mais qualificado em 2012 do que o time campeão da temporada passada. Muricy recebeu acréscimos nas laterais, além de conseguir encontrar uma eficiente formação de meio-campo com Arouca, Ibson e Ganso, com o trio jogando por Neymar, que ontem fez o melhor jogo da sua carreira, em uma formação extremamente ofensiva.
O Internacional também tem o setor ofensivo como o mais bem qualificado do time, formado pelo quarteto D’Alessandro, Oscar, Dagoberto e Damião. Porém, a cada partida, Dorival Jr. vem destruindo a sua melhor arma, para tentar encobrir o furo defensivo, formado por jogadores veteranos e/ou abaixo da média técnica do resto do time.
O ex-presidente Colorado Fernando Carvalho aprovou, via seu perfil no Facebook, a escalação de Dorival Jr. contra o Santos. Carvalho não esconde de ninguém a sua preferência por times mais retrancados e pode, de certa forma, ter influenciado a direção Colorada a cobrar de Dorival, conhecidamente ofensivista, um time com o perfil mais aguerrido e marcador.
Porém, com ou sem pressão diretiva, é Dorival quem sai publicamente responsabilizado por mudanças de convicção que culminem em fracassos. A culpa por não ter escalado Dagoberto em prol do esquema 4-3-2-1 é do treinador, que deveria ser internamente cobrado por ter montado um esquema tão chama-derrota, e que por pouco não resultou em um vexame histórico, já que deu totais condições ao Santos para trabalhar a bola com uma facilidade incrível, mesmo que tivesse em campo um jogador a mais para marcar.
Ao abrir mão de um modelo de jogo que vinha dando bons resultados com atuações ainda razoáveis, mas que davam sinais de melhorias, o treinador começa a cavar a sua cova no Beira-Rio. A diretoria pode, no máximo, segurá-lo por um tempo maior do que o necessário, eximindo-se de culpa por eventuais fracassos técnicos, e tendo que recorrer novamente ao mercado para buscar um treinador que aceite pitacos favoráveis ao futebol anti-arte.
Dorival ainda não tem efetivamente o cargo ameaçado, porém caso o time continue intensificando o seu processo de involução com resultados negativos, o mercado de treinadores será novamente turbinado.
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