O Gre-nal 385 trouxe algumas constatações definitivas de aspectos que eram visíveis a olho nu por alguns, porém que precisava de um grande parâmetro para se tornar convicções globais.
O Internacional tem mais time e melhores opções de grupo que o Grêmio, tendo uma cultura tática definida por Falcão e a escalação-base na ponta da língua do torcedor. Onde há coerência e convicção é fácil trabalhar, e o treinador vem aos poucos aperfeiçoando sua cultura tática.
Nestes aperfeiçoamentos está o esquema, que com a afirmação de Andrezinho e a titularidade de Oscar, evoluiu de um 4-4-2 para um 4-4-1-1, onde o segundo atacante foi substituído por um meia-atacante centralizado, cujo objetivo é se movimentar e armar as jogadas. D’Alessandro acabou exercendo esta posição, correspondendo às expectativas e configurando-se em um dos grandes destaques do Gre-nal.
Esta superioridade colorada foi vista já pela escalação gremista, que montou uma fortaleza defensiva para tentar neutralizar o Inter. Tirando Douglas e Borges, todos os outros oito jogadores de linha tinham características defensivas, o que se configurou em um esquema 3-6-1. No meu histórico de acompanhamento de futebol confesso que jamais vi uma equipe utilizando este esquema vencer um jogo, no máximo garantindo um empate.
Time por time, o Internacional fez valer a superioridade em campo, dominando a maior parte do jogo. Tivesse maior objetividade e finalizasse mais, e o Inter teria vencido por um placar mais dilatado. Na segunda etapa, parece ter se contentado com a vitória parcial, e a expulsão justa de Guiñazu trouxe o equilíbrio ao jogo, que nem as modificações que Renato Gaúcho conseguiu.
Por outro lado, pela primeira vez Falcão se enrola nas substituições. Entraram as pessoas certas, pois Wilson Mathias e Juan deveriam ter entrado, porém saíram os jogadores errados. Tivesse acertado nas substituições, Falcão teria terminado o jogo com: Renan, Nei, Bolívar, Rodrigo e Juan; Andrezinho, Tinga, Wilson Mathias e Kléber; Cavenaghi. Um esquema 4-4-1, que buscaria conter as jogadas nos flancos do Grêmio.
Andrezinho estava bem na direita, auxiliando Nei na cobertura e estreitando a avenida que o lateral colorado tinha deixado livre na primeira etapa. Não deveria ter saído, e Juan deveria ter entrado no lugar de D’Alessandro, que jogou bem, porém não cumpre tarefas defensivas. Oscar uma hora ou outra teria que sair, ou para a entrada de Mathias ou para Juan, porém no ataque Damião estava visivelmente sem condições de jogo, e Falcão deveria ter colocado Cavenaghi em seu lugar.
No aspecto disciplinar, Guiñazu foi imprudente e corretamente expulso, o que não justifica uma boa arbitragem do árbitro Marcio Chagas. Chagas acertou ao não dar um pênalti em Oscar no primeiro tempo bem como no gol de Damião, onde não houve “cama de gato” em Rodolfo. Porém não coibiu a violência ao não mostrar cartões para alguns jogadores gremistas na primeira etapa, que abusavam de cotoveladas e faltas para parar o jogo, além de não utilizar um único critério para marcar faltas para ambos os lados.
No âmbito geral, foi um bom Gre-nal, que fora marcado pelas poucas chances de gols. Fora truncado somente até o gol colorado, e após, foi aberto onde ambos buscaram o ataque. Determinou a superioridade técnica do Inter e a falta de opções do Grêmio, que teve um esforço sobre-humano para buscar o empate.
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