Clássico dos paradoxos. Esta é a caracterização literal do Gre-nal da tarde deste domingo que decidiu o segundo turno do Gauchão, prorrogando o campeonato e dando-lhe uma final com mais dois clássicos Gre-nais.
De um lado um Inter empolgado pela boa fase e com um esquema e time definidos. Por outro lado, um Grêmio amedrontado pela má fase técnica e tática, vindo de uma inesperada derrota em casa pela Libertadores e cheio de desfalques.
O jogo foi tão desigual quanto o estado anímico em que as duas equipes se encontravam. Começou de um jeito e terminou de outro, com o próprio Grêmio sofrendo uma metamorfose esquemática de um surpreendente 3-6-1 para um 4-3-3, enquanto o Inter perdera um jogador expulso, saindo de um 4-4-1-1 para um 4-4-1, porém com jogadores errados nas posições certas devido a equivocos nas alterações proporcionadas por Falcão.
Em 75% do jogo deu Inter. Renato Gaúcho havia montado um esquema altamente defensivo, pensando em parar a ofensividade colorada e cozinhar um 0x0. Só não esperava um tento de Damião, que se aproveitou de um deslize de Rodolfo e com um sutil toque encobriu Marcelo Grohe. Os gremistas reclamaram bastante de uma “cama de gato” que não ocorreu. O Grêmio só chegaria ao ataque em falhas defensivas do Inter, primeiro com Gilson em grande defesa de Renan e depois com Leandro, que entrara aos 28 minutos em uma mudança de esquema do Grêmio, e que na primeira chance colocou pela rede do lado de fora.
O jogo continuaria tão desigual quanto um rachão de ataque contra defesa, apenas invertendo-se os papeis de protagonista e coadjuvante, pois o Inter cansou e passou a administrar a vitória parcial enquanto o Grêmio havia encaixado a marcação e passou a ameaçar o Inter.
Eis que iriam acontecer os fatores que transformariam os 25% restantes a favor do Grêmio. Guiñazu deu um carrinho imprudente em Vilson, levando o segundo cartão amarelo e por consequência o vermelho. Falcão imediatamente coloca Mathias no lugar de Oscar, e depois viria colocar Juan no lugar de Andrezinho. Renato Gaucho, que já havia perdido Gabriel e William Magrão por lesão, queimou sua última ficha em Viçosa, aproveitando o momento e a superioridade numérica para buscar o desesperado empate.
E a igualdade no placar ocorreu aos 41, com o predestinado Júnior Viçosa que aproveita uma falha de marcação num lance de escanteio e marca. Igualdade em um jogo desigual, que era novamente ataque x defesa, só que com os papéis invertidos. Os gremistas, que pediam o final da primeira etapa, pediam um vantajoso acréscimo na segunda para virar a partida, porém pecaram nas finalizações e levaram o jogo aos pênaltis, referido por todos como uma disputa igual.
Igualdade? Que nada! O Inter converteria suas quatro cobranças com D’Alessandro, Damião, Kléber e Rodrigo, só não precisando converter a quinta porque a decisão já estava consumada devido aos desperdícios de Borges e Fernando.
No fim em meio a tanto desiquilíbrio, um 4x2 que deu o título do segundo turno para o Inter e reeditou uma decisão Gre-nal neste formato de campeonato, como acontecera no ano anterior.
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