Dia 30 de agosto, o Inter jogava contra o Goiás com um time todo remendado em função dos desfalques. Pela primeira vez via-se o Inter com 3 zagueiros, que eram Índio, Bolívar e Fabiano Eller. O esquema liberou Danilo Silva e Kléber, sendo que este marcou um golaço. O Inter dava show e empolgava o seu torcedor. Foram 3 jogos, e 3 vitórias convincentes, arrancando suspiros dos torcedores nos jogos contra o Goiás, Atlético-MG e Avaí. O Inter tinha achado seu modelo ideal, uma formação que dependendo das circunstâncias do jogo alternava entre o 4-4-2 e o 3-5-2.
Bastaram dois fatos novos para que a evolução tenha sucumbido junto com a derrota de 3x2 diante do Cruzeiro ontem em Porto Alegre.
Bastaram dois fatos novos para que a evolução tenha sucumbido junto com a derrota de 3x2 diante do Cruzeiro ontem em Porto Alegre.
- O Primeiro, a convocação de Giuliano para a Seleção Sub20 para disputar o mundial da categoria. O meia era um dos melhores jogadores do Inter, e fazia muito bem a função de meia/ala direito. Sua ausência foi sentida ontem em Porto Alegre.
- O Segundo, e mais contundente, foi a liberação de Sandro desta mesma Seleção Sub20, criando um problema para Tite. Como deixar um selecionável no banco? Como tirar Magrão que voltou jogando bem? e Guiñazu? este é fácil responder, nem pensar.
A primeira impressão que tive quando soube da liberação de Sandro, era que por causa deste, Tite acabaria estragando a formação que estava dando certo, buscando acomodar os três volantes. E a minha impressão se tornou realidade após as 16 horas do dia 13 de setembro, data de Internacional X Cruzeiro no Beira-Rio. O Cruzeiro fez uma partida taticamente perfeita sim, com o ex-gremista Gilberto regindo com soberania a Raposa. Porém apenas elencar virtudes no adversário que é apenas é o 13º colocado na tabela é esconder sujeira para debaixo do tapete. O arbitro? sim, este uma parcela da responsabilidade ao não marcar um pênalti em Taison, e no segundo gol do Cruzeiro, Gilberto estava poucos centímetros a frente, caracterizando-se impedimento, que nestas situações é muito difícil de ser marcado. Mas e o Inter? não teve culpa no resultado? O Cruzeiro jogaria tanto se o Inter se impusesse na partida? Teria levado três gols? Bom, o Inter teve culpa sim no resultado, porém as outras duas perguntas ficam difíceis de responder, por isso proponho uma análise de esquema tático.
Foi no 4-4-2 que o Inter começou a temporada, com um meio-campo em formato losango, com Guiñazu, Sandro e Magrão, com D'Alessandro mais a frente. O Inter começou massacrando os adversários do Gauchão, ganhando os 3 Grenais, e após o título com sonoros 8x1 diante do Caxias, na decisão do segundo turno. Na Copa do Brasil tudo estava indo bem até o confronto contra o Flamengo, na qual o colorado teve muita dificuldade para passar de fase. Depois foi o Coritiba também com dificuldade, e a perda do título para o Corinthians. Na decisão da Recopa, mais uma derrota para a LDU, e no Campeonato Brasileiro já com os titulares, a equipe enfrentou crise técnica, e Tite muito ameaçado em seu cargo. Foi mantido, Fernando Carvalho promoveu um arrasta no vestiário, e os jogadores retomaram o foco. Porém o Inter continuou enfrentando deficiências, e apresentando atuações fracas contra os adversários do meio para cima da tabela. Perdeu Nilmar que fazia muitos gols apesar do esquema, e ganhou Alecsandro que hora e outra faz os seus gols, porém precisa ser bem municiado. Porém o torcedor não tinha confiança no esquema, pois em um jogo o Inter jogava mal e ganhava, e no outro jogava também mal e perdia. Os laterais não defendiam e apoiavam mal, e com os três volantes, o Inter não tinha força ofensiva contra adversários mais fortes.
A solução foi encontrada no fatídico 30 de agosto, com Inter e Goiás, depois contra o Atlético-MG houveram dificuldades na primeira etapa, e com variação no esquema houve outra vitória, desta vez por 3x0, e contra o Avaí, o Inter dominou a partida, e mesmo com terminando o jogo com 2 jogadores a menos, o colorado venceu por 2x0. Nestes jogos houve uma mudança tática interessante, com o Inter criando o esquema 3-5-2, que modificava para o 4-4-2 dependendo do andamento da partida, porém sem o tão penoso losango. A defesa estava segura, tanto que o Inter não levou gols nestes 3 jogos, e o ataque foi melhor municiado com os avanços de Kléber, que fez as suas melhores partidas com a camisa do Inter nestes três jogos. Na direita, Danilo Silva jogava como ala direita, e usava a sua velocidade e roubadas de bola, e quando não jogava, Tite mesclava Bolívar e Giuliano na direita, dando proteção ao setor.
Já fiz um post à respeito da qualidade que o Inter teria com este novo esquema, pois tem peças de reposição a altura. Não consigo entender o que fez Tite mudar o sistema de novo, trocar o novo, que estava dando certo, para o antigo, já ultrapassado, e que teve resultado pífio. Tite terá que retornar ao esquema que utilizava até o confronto contra o Avaí, colocando Andrezinho para jogar na função que desempenhava Giuliano, e optando por dois jogadores entre Guiñazu, Magrão e Sandro. Deste modo, deixa a equipe mais equilibrada, com a defesa mais segura, e uma capacidade mais ofensiva para que Alecsandro faça os gols. No ataque, Taison está comprometendo com a sua falta de objetividade, parecendo que incorporou o espírito pedalador do Robinho. Edu mereceria ser efetivado como atacante e ganhar seqüência para mostrar seu futebol.
Sábado, o Inter é obrigado a vencer o Vitória em Salvador, e é difícil, tanto que só o São Paulo venceu lá pelo Brasileirão. O elenco mais equilibrado, o São Paulo, viu seu time tomar formas com Ricardo Gomes e já chegou, estando em terceiro lugar, com os mesmos 43 pontos colorados. Ou o Inter reage, ou acabará sendo alijado da disputa pelo título, assistindo mais uma vez o tricolor paulista receber a faixa de campeão.
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