O Internacional finalmente desencantou no Brasileirão. Depois de vencer o Figueirense em casa por 4x1, foi até Sete Lagoas, e novamente colocou outra vitima de quatro, desta vez o Atlético-MG, que ficou inofensivo diante de tamanha eficácia ofensiva, que colocou o Inter como o melhor ataque do Brasileirão, com 16 gols.

Durante os 15 primeiros minutos, o Inter literalmente amassou o Galo, com Zé Roberto desiquilibrando tecnicamente, servindo Damião duas vezes, uma aos 3, quando o centroavante perdeu dentro da pequena área quando o goleiro Renan já estava batido, e no outro, aos 8, quando recebeu na entrada da área e não conseguiu desviar do goleiro, que acabou fechando bem o canto. Damião teria sua terceira chance aos 13, enquanto que D’Alessandro teria a quarta e última grande chance do Inter nestes 15 minutos iniciais, que poderiam ter decretado uma vitória parcial Colorada.

Passado o susto, o Galo conseguiu encaixar a marcação, contando também com o fim do gás dos jogadores do Inter, o que deixou o jogo equilibrado. O Atlético até chegou mais até o fim do primeiro tempo, porém era mais em lances de bola parada e em chutes fracos em cima do goleiro Muriel, que efetuou defesas com segurança. A melhor chance do Atlético foi aos 34 minutos em uma escapada de Patric pela direita, que cruzou para Guilherme na pequena área, que acabou perdendo o tempo da bola e não conseguiu a finalização.

No segundo tempo, o Atlético começou assustando com uma bola no travessão com Daniel Carvalho, porém os primeiros minutos foram novamente do Inter. Dessa vez, a equipe soube aproveitar as finalizações, construindo a vitória em dois minutos, quando Damião aproveitou um rebote do goleiro Renan em falta cobrada por D’Alessandro aos 9, e no minuto seguinte, Zé Roberto aparou de cabeça um cruzamento preciso de Kléber para marcar o segundo.
Falcão recuou o Inter, buscando explorar os contra-ataques. O Atlético-MG parecia um amontoado de jogadores, que tentava atacar, mas desordenadamente e deixando espaços atrás, por onde o Inter aproveitou, construindo a goleada. Aos 30, Oscar puxou um contra-ataque mortal, servindo D’Alessandro que apenas desviou do goleiro Renan. Já aos 34, foi a vez do garoto coroar a sua grande atuação, ao pegar o rebote da defesa atleticana após um chute de Damião, e chutando colocado para marcar o quarto gol do Inter.

O que era um jogo, se transformou em um recreativo, com o Internacional colocando o Altético Mineiro na roda, para a ira de sua torcida, que gritava “olé” a cada troca de passe Colorada, além de insultar o presidente que teve que deixar as dependências devido à pressão da torcida, que também xingava com palavras de baixo calão o treinador Dorival Jr., tido como principal responsável pela má fase do Galo.
Enfim, o Inter se encontrou no campeonato. O ataque voltou a funcionar, marcando oito gols nos últimos dois jogos, justamente quando Oscar foi empossado como titular. A equipe segue invicta fora de casa, bastando apenas criar uma regularidade em casa, para figurar entre os lideres da competição.




















Se no Brasil, uma sucessão de pequenos grandes equívocos podem levar um clube ao descenso, na Argentina a relação é ainda pior, pois a cada fim de temporada o descenso é calculado sobre uma média pontos/jogos das três últimas temporadas, ou o tempo em que as equipes que recém se promoveram encontram-se na primeira divisão. Pior ainda é o fato de haver uma segunda chance para a 18º pior equipe em média, que disputaria a Promoción contra a 3ª equipe da Primeira Nacional B, com o segundo jogo em casa e vantagem de resultados iguais.
Dentro de tal cenário, o rótulo de incompetência soaria como um elogio para uma equipe grande cair, porém neste caso específico, o River Plate pagou um preço caro pelas más campanhas nas temporadas anteriores, quando dissolveu seu time em negócios obscuros, vendendo jogadores a preço de banana e marcando em campo poucos pontos.
Em nível de comparação, das 19 rodadas do Clausura, na 12ª o River estava na segunda posição, há dois pontos do líder Vélez. Porém surgiu a ameaça, e a equipe sentiu, com jogadores vacilando em momentos vitais, o que fez a equipe somar apenas 4 pontos nos 7 jogos restantes, terminando em 9º o clausula e em 18º no sistema de pontos do rebaixamento, ainda tendo a chance de defender a sua vaga na Promoción, por onde levou 2x0 do Belgrano na primeira partida e empatou em 1x1 neste domingo no Monumental.
Mas nem a Promoción salvou. O River está rebaixado pela primeira vez em seus 110 anos de história. As autoridades ligadas à segurança ventilavam essa possibilidade, limitando em 45mil ingressos destinados à venda. Porém o estádio superlotou, com um publico próximo à 60mil, que transformaram um clima de angustia e sofrimento em uma guerra mesmo antes do apito final, depredando o estádio e arrancando qualquer pedaço que pudesse ser transformado em arma para atirar em direção aos jogadores, que atônitos, ficaram um tempo retidos no centro do gramado com alta proteção policial.
Se a segurança funcionou com os jogadores, falhou nos camarotes, por onde irados torcedores tentavam invadir espaços ocupados por personalidades históricas do clube e que contribuíram para esta derrocada. Nas imagens transmitidas pela TV, alguns chegaram a acertar uma senhora com um pedaço de pau, quando esta tentava defender um alvo dos ataques. De dentro do campo, a segurança atirava agua gelada em um ambiente de 10 graus, para esfriar a cabeça dos torcedores que queriam a todo custo invadir o gramado para chegar até os jogadores.
Não satisfeitos, os torcedores depredavam tudo que vinham pela frente, como o museu do clube e outros patrimônios, transformando as ruas de Buenos Aires em uma praça de guerra. Ato de selvageria, onde mais de 70 pessoas se feriram neste inconcebível incidente. Os torcedores visitantes levaram mais de 3 horas para terem liberada as suas saídas do estádio. 

















