domingo, 29 de junho de 2014

Holanda vira no fim e elimina o México


A Holanda garantiu classificação para as quartas-de-finais neste domingo, no Castelão, ao bater de virada o México por 2x1. Sneijder e Huntelaar comandaram a reação holandesa após os 40 minutos do segundo tempo superando a barreira Ochoa, que mais uma vez se destacou e foi escolhido como o melhor do jogo. Ao México, coube lamentar a sexta eliminação seguida em copas nas oitavas-de-final, onde o time já havia sido superado pela Bulgária (94), Alemanha (98), Estados Unidos (2002) e Argentina (2006 e 2010).

Tanto Holanda quanto México jogaram no 5-3-2, com Herrera mantendo o seu time-base utilizado na Copa, enquanto que o holandês van Gaal repetiu algumas soluções usadas contra o Chile e que foram bem aceitas, como a entrada de Kuyt como um ala esquerdo, enquanto que Wijnaldum começou jogando no meio-campo. No setor ofensivo, Robben jogou mais avançado ao lado de Van Persie, deixando claro que o antidoto holandês era copiar o pouco que tinha de diferente em relação ao México, já que ambos os times usam o esquema de três zagueiros desde o início da Copa.

O calor de Fortaleza foi determinante para que os times realizassem um jogo lento na primeira etapa, que contou com leve superioridade mexicana, onde o time de Miguel Herrera tomou a iniciativa e ousou um pouco mais, tendo as melhores chances, através de conclusões oriundas de jogadas de aproximação que originaram triangulações e de chutes de longa distância.

A Holanda teve uma leve superioridade na posse de bola (53 a 47%), mas visivelmente segurava o jogo em virtude do calor. Chegou apenas duas vezes, uma em um lançamento para Van Persie, que perdeu a chance, e outro em uma saída errada do time mexicano, onde Robben acabou sendo derrubado por Rafa Márquez e Moreno, em um pênalti não assinalado pelo árbitro Pedro Proença .  

Fotos: @fifaworldcup_pt
Na segunda etapa, o México fez valer a sua ousadia e abriu o placar logo aos 2 minutos, em um chute de Giovani dos Santos da intermediária. A desvantagem fez com que Van Gaal abrisse o time, transformando-o para o 4-3-3 com a entrada de Depay, enquanto que o México recuava e chegava cada vez menos. No segundo tempo, o México teve apenas cinco finalizações, sendo a maior parte após a reação holandesa, já que a preocupação era segurar o resultado através da muralha Ochoa, que já havia salvado uma cabeçada a queima-roupa de De Vrij e de um chute de Robben. 

O México recuou demais até em função das alterações de Miguel Herrera, e aceitou a pressão holandesa que estava se tornando insustentável. Ochoa defendia todos os lances que iam em direção ao gol, porém não conseguiu evitar um chute forte de Sneijder aos 42, após rebote de uma cobrança de escanteio, que deixou o jogo empatado.  

Com mais defensores e contra um time totalmente ofensivo, restava ao México segurar o empate e levar o jogo aos pênaltis, porém a Holanda tratou de matar o jogo no tempo normal, quando Robben levou vantagem pela direita e foi derrubado por Rafa Márquez. Pênalti aos 48, que Huntelaar, que havia entrado no lugar de Van Persie, cobrou com categoria para virar, transformando o que seria em uma histórica classificação mexicana em uma dramática sexta eliminação seguida na fase de oitavas-de-finais. 

Se levarmos em conta a totalidade da partida, o México merecia a classificação, pois jogou melhor ao longo de 75% da partida, porém recuou demais nos minutos finais e aceitou a pressão de uma equipe que não se desesperou com a desvantagem, graças à experiência de Sneijder, Kuyt e Robben, que souberam aproveitar todo o tempo que tinham para reagir e evitaram afobação na Holanda. Os mexicanos reclamaram muito no lance do pênalti, porém fiquei com a convicção que houve a infração, assim como também houvera no lance com Robben no primeiro tempo. Já no gol que deu o empate a Holanda, faltou algum mexicano para pegar a segunda bola na entrada da área e evitar o espaço livre para Sneijder concluir.

O México sai do Mundial de 2014 de cabeça erguida, já que por muito pouco não se classificou para a Copa. Os mexicanos dependeram da bondade dos Estados Unidos, que viraram o jogo contra o Panamá e evitaram que o adversário se classificasse, já que os mexicanos não haviam feito a lição de casa nas eliminatórias. Miguel Herrera assumiu, fez uma boa repescagem e conseguiu montar um time, formado basicamente por jogadores que atuam no México, somado com alguns jogadores que aturam na Alemanha, Espanha, Inglaterra, França e Portugal. 

Em relação a Holanda, o que me preocupa é a condição física dos jogadores. Apesar da reação no fim, era nítido que o time se preservou ao longo da maior parte do jogo, e mesmo assim, Van Persie saiu morto de cansado ao longo da segunda etapa, enquanto que outros mostraram grande desgaste físico. Já escrevi em posts anteriores que o clima está sendo determinante para a derrocada europeia nesta Copa, o que deverá fazer com que a FIFA reveja a Copa de 2022 no Catar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário