domingo, 15 de junho de 2014

Argentina joga mal, mas vence na estreia


Pelo Grupo F, a Argentina estreou no Maracanã com 74.738 torcedores contra a Bósnia-Herzegovina, estreante em Copas. Venceu por 2x1, porém deixou mais questionamentos do que certezas para a sua trajetória na Copa no Brasil, pois apresentou muita desorganização e problemas, chegando a levar sufoco no final da partida.

Sabella começou o jogo com três zagueiros (Campagnaro, Fernández e Garay), liberando seus alas (Zabaleta e Rojo) para compor o meio campo quando o time estivesse com a bola, e recompor a defesa sem a bola, além de um triângulo no meio com Mascherano, Di Maria e Maxi Rodríguez e tendo Messi e Aguero no ataque. Não funcionou, já que o time careceu de ligação no meio-campo, fazendo com que Messi tivesse que voltar bastante, enquanto que os meias não ofereciam muita profundidade, o que deixava a seleção com poucas chances criadas.

No entanto, a Argentina foi agraciada com um gol logo aos 2 minutos, contra de Kolasinac, após levantamento de Messi e desvio de Rojo, que enganou o lateral Bósnio, que entrará para a história como o gol contra mais rápido da história das Copas (144 segundos). No mais, a Bósnia mostrou organização e intensidade na marcação, o que dificultou a saída de bola argentina. O meio era eficiente para desarmar os Hermanos, porém o time pecava no último passe para criar chances de gols, já que apresentava o apoio de Hajrovic e Lulic nas pontas e Dzeko, que carecia de maior companhia no comando do ataque. Considerei o primeiro tempo injusto para os bósnios, pois não foram inferiores a nenhum momento para os argentinos.

Na segunda etapa, Sabella se deu conta da inoperância do seu sistema, e resolveu voltar ao status quo, um 4-3-3 (que pode variar para um 4-3-1-2, dependendo da movimentação de Messi) utilizado desde o início dos trabalhos, colocando Fernando Gago no lugar do zagueiro Campagnaro e Higuaín no de Maxi Rodríguez. Se o time ficou mais ofensivo, deixou seu setor defensivo mais vulnerável, permitindo que a Bósnia concluísse algumas vezes no início da segunda etapa.

Foto: @fifaworldcup_pt
Porém, os Bósnios cansaram, e não tinham a mesma vitalidade na marcação, o que fez com que a Argentina encontrasse espaços para tramar jogadas. O problema era a desorganização do time, que atacava aos trancos e barrancos, dependente de individualidades. Messi não estava bem no jogo, foi bastante afoito no primeiro tempo, porém em uma arrancada aos 19 minutos conseguiu tabelar com Aguero, recebendo de volta e marcando o segundo argentino.

O gol parecia ter dado tranquilidade para que os sul-americanos garantissem a vitória, porém o treinador bósnio Safet Sušić procurou explorar as deficiências defensivas do adversário, e deixou seu time mais ofensivo. O jogo ficou franco, porém a Argentina errava demais e não conseguiu marcar o terceiro, que definiria o jogo. A Bósnia utilizava bastante as pontas e em uma jogada pela esquerda, aos 39, Lulic lançou Ibisevic em velocidade e em diagonal para descontar, contando com a contribuição do goleiro Romero, que não fechou o canto como deveria. Os 9 últimos minutos foram de pressão da Bósnia, que fez com que Sabella tirasse Aguero para colocar um jogador mais defensivo (Biglia).

Vitória Argentina, que não convenceu e que deixou muitas indefinições. Sabella seguirá mudando o esquema conforme o adversário? Continuará apostando nos seus ex-jogadores do tempo de Estudiantes? Continuará dependendo das individualidades? Messi poderá ser decisivo para a Argentina se voltar a jogar o futebol praticado até o ano passado pelo Barcelona, mas a defesa parece ser a dor de cabeça para que este time argentino possa ir longe. 

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