Assisti a 10 dos 11 jogos da Copa do Mundo. Pulei apenas Japão
x Costa do Marfim em virtude de ser o dia do meu aniversário. Ao contrário do que eu projetava, em virtude da quantidade de lesões e cortes, estou espantado com
a qualidade dos primeiros jogos da Copa do Brasil, caracterizado pelo
ofensivismo dos times e pela quebra de longos tabus, como o número de gols
marcados, sequencias de jogos sem empates e média de público.
Na insossa Copa de 2006, seria impensável uma Espanha 1 x 5 Holanda logo de cara, além de 37 gols marcados nos primeiros 11 jogos. Coloco
essa Copa da Alemanha como referência, pois foi rotulada como um torneio
defensivista que coroou a Itália, que foi caracterizada pelo seu sólido sistema
defensivo e que teve em Canavarro o grande destaque, que lhe daria
posteriormente o título de melhor do mundo daquele ano. A própria azurra superou o clichê defensivista, mostrando intensidade e vencendo o grande jogo contra a Inglaterra em Manaus. O torneio da África do
Sul conseguiu ser ainda pior em média de gols, como pode ser visto no quadro
abaixo, enquanto que o torneio deste ano salta com uma média comparável à Copa
de 58, quando o futebol ainda engatinhava em grande parte do mundo. Para se ter
uma ideia, na Copa de 2010 tivemos apenas 18 gols nos 11 primeiros jogos.
Foto: Dave Phillips |
Outro dado interessante é que nestes primeiros jogos, ainda não
tivemos empates. Já é um recorde desde 1930, quando não ocorreu nenhum empate
nos 18 jogos da competição, incluindo semifinais e a final. Como comparação, temos os mundiais de 2010 (África do Sul), onde ocorreram quatro empates (sendo um em 0x0) nos 11 primeiros jogos, e o de 1998 (França), com quatro empates nos cinco primeiros jogos.
As equipes procuram vencer e marcar gols, e para isso mostram intensidade, que deve estranhar o torcedor brasileiro, acostumado com jogos onde a bola em média sequer roda 50% do tempo. Temos, nesta Copa, uma quantidade expressiva de viradas. São cinco reviravoltas em 11 jogos, com direito a surpresas como a da Costa Rica no Uruguai (3x1).
As equipes procuram vencer e marcar gols, e para isso mostram intensidade, que deve estranhar o torcedor brasileiro, acostumado com jogos onde a bola em média sequer roda 50% do tempo. Temos, nesta Copa, uma quantidade expressiva de viradas. São cinco reviravoltas em 11 jogos, com direito a surpresas como a da Costa Rica no Uruguai (3x1).
No Brasil, também estamos vendo a volta de esquema com três
zagueiros, como os da Holanda, do Chile (este uma variação de Sampaoli) e da Costa Rica. Não gosto muito deste
esquema, mas tanto a Holanda de Van Gaal quanto o Chile de Sampaoli estão
mostrando ser “cases”. Há ainda a grata surpresa da Costa Rica, que conseguiubater o Uruguai com autoridade no segundo tempo. Outras equipes rotuladas como defensivas
também arriscam mais, como pôde ser visto no esquema 4-2-3-1 da Suíça, que alémde contar com a movimentação dos meias, contam com o avanço de seus laterais. Outros
esquemas bastante vistos são os 4-1-4-1 e 4-4-2 clássico, com as famosas duas
linhas de quatro. Em quase todos os times há a opção por deixar um homem de
área, que é abastecido pelos meias e/ou wingers, já que grande parte das
equipes usa bem os flancos para atacar.
A média de público também é boa, fechando a 11ª partida com
expressivos 51.981 espectadores/jogo. Como comparação, as médias das últimas
cinco copas foram respectivamente: África do Sul: 49.670, Alemanha: 52.491, Coreia
do Sul/Japão: 42.269, França: 43.517, Estados Unidos: 68.991. Em todas as Copas,
apenas as médias da Alemanha em 2006 e dos Estados Unidos em 1994 foram
maiores. Este dado deveria ser mais bem observado como legado para o Futebol
Brasileiro, cuja média de 2014 é de 12.565 pessoas, e o maior público do
campeonato até então (Fluminense 1 x 2 Vitória, 44.975) não alcançaria a média
da Copa.
Lendo notícias da preparação da maioria das grandes seleções
já em Solo Brasileiro (poucos dias, diga-se de passagem), notei certo “oba-oba”
com visitas a pontos turísticos, ou recebendo apresentações culturais. Porém
até o ambiente brasileiro parece estar trazendo motivação pra que as equipes fazerem
bons jogos. O ambiente é tão incrível que até reduziu movimentos
#NaoVaiTerCopa, que ainda existem, mas não com a mesma mobilização vista em
2013. Já escrevi que o brasileiro precisa ser inteligente, incentivando os
estrangeiros a consumirem no país, para retornarem em impostos/faturamento das
empresas o investimento feito na Copa.
De ruim até agora na edição 2014, temos os erros de arbitragem, em grande número, principalmente nos dois primeiros dias da competição, que prejudicaram Croácia, México (duas vezes), além do jogo Holanda e Espanha, com um erro para cada lado. Destaque para pênaltis inexistentes assinalados e impedimentos mal marcados. No caso dos pênaltis, houve uma recomendação da FIFA que os árbitros fossem menos exigentes na marcação das infrações, o que gerou um aumento de simulações nestes primeiros jogos, e que preocupa a FIFA, principalmente no caso de árbitros de fora dos grandes centros europeus.
Finalmente, depois de uma tendência descendente de
gols/partida em Copas, a edição brasileira poderá estabelecer um novo paradigma,
na qual é mais emocionante para o espectador e telespectador assistir a um 5x4
do que um 1x0, com times desinibidos e procurando a vitória do início ao fim,
mesmo que sacrificados pelo calor.
Nerdologia: Quem vai ganhar a Copa?
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